quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

A nauseabunda politicalha brasileira

Amadeu Garrido de Paula

Perdemos nossos melhores políticos, intelectuais e homens públicos. Em verdade, tivemos poucos, relativamente à história universal. O fato é que nossa atual representação se assemelha a um valhacouto de pequenos homens interessados em seus próprios umbigos. De nada valeram as memoráveis manifestações de rua de 2016. O povo falou a ouvidos moucos. Restaram rebotalhos políticos que se digladiam em campos opostos: os ideólogos de direita e esquerda, a vacuidade completa.

O símbolo dessa politicalha é uma velha bruxa medieval, feia, má, cheia de protuberâncias pontiagudas e mergulhadas no ódio ao adversário, ao que se opõe e seus planos pessoais, revestidos de uma palavra vã, "patriotismo". A imaginar-se esse símbolo, podemos lembrar o poema alegórico e tenebroso de Charles Baudelaire:

                                                   "Remorso póstumo
                                                   Quando fores dormir, ó bela tenebrosa,
                                                   Num eco mausoléu de mármores, e não
                                                   Tiveres por alcova e morada senão
                                                   Uma fosse profunda e uma tumba chuvosa;
                                                   Quando a pedra, oprimindo essa carne medrosa
                                                   E esses flancos sensuais de mora lassidão,
                                                   Impedir de querer e de arflar seu coração
                                                   E teus pés de seguir a trilha aventurosa,
                                                   O túmulo que terá seu confidente em mim
                                                   - Porque o túmulo sempre há de entender o poeta -
                                                   Da insônia sepulcral dessas noites sem fim,
                                                   Dir-te-á: "De que te serviu cortesã incompetente,
                                                   De ter tido o que em vão choram os mortos sós?
                                                   O verme te roerá como um remorso atroz."

Claramente, não é unânime. Um povo miscigenado e de respeitáveis tradições, afora os políticos minúsculos,  têm gênios do pensamento, da política, das ciências e da poesia, mas terá de contornar as montanhas pedregosas que vemos em nossos próximos caminhos.

Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação.

Fátima Bernardes diz que namorado não foi paixão à primeira vista

Fátima Bernardes revelou mais um pouco sobre como se apaixonou por seu namorado, Túlio Gadêlha. Durante o programa Encontro desta quarta-feira (31) ela confessou que já tinha conhecido o rapaz, mas não havia se apaixonado por ele.
"Em certo momento tinha encontrado essa pessoa e ele não tinha despertado nada em mim. Acho que naquele momento eu não estava pronta. Num outro momento você reencontra e pronto", contou.
Fátima foi provocada por Lair Rennó, seu companheiro na apresentação do programa, a falar do assunto. Ela chegou a dar um sorriso envergonhado e abaixar o rosto antes de explicar.
"Acredito no amor, acredito que tem determinados momentos da vida em que você está pronta para enxergar certas coisas e em outros momentos, não. Comigo, recentemente acho que tem sido assim".
Os atores Arthur Aguiar e Sheron Menezzes participaram do programa e não perderam a chance de comentar as mudanças que perceberam em Fátima após começar o novo relacionamento.
"É impressionante a forma como, quando você conhece uma pessoa, muda sua energia, seu astral, seu brilho, tudo. Realmente, eu já vim várias vezes aqui, mas você está de parabéns", elogiou Arthur.

"A gente não quer ficar falando mas, Fátima, você está muito gata!", concordou Sheron. A apresentadora desconversou com um sorriso no rosto e chamou a apresentação musical.
O Tempo

‘Pessoas vão ficar melhores’, diz presidente da Vale

Dois anos após o desastre que deixou 19 mortos, destruiu comunidades e causou estragos em toda a Bacia do Rio Doce, em Mariana, na região Central de Minas, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse que o meio ambiente e as pessoas afetadas pela tragédia vão ficar melhores do que estavam antes do desastre. A declaração foi feita durante evento do banco Credit Suisse, em São Paulo.
“O meio ambiente e as pessoas vão ficar melhores do que estavam antes”, afirmou. Ele garantiu que todos que tiveram as casas perdidas terão as moradias reconstruídas e entregues, que as indenizações serão pagas e que será feita a recuperação ambiental. A Samarco pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton. A empresa está com as atividades paralisadas desde 5 de novembro de 2015, quando ocorreu a tragédia.
Questionado sobre os detalhes da negociação com a BHP para que a Vale assuma toda a operação da Samarco, o presidente da mineradora afirmou que as duas empresas “conversam o tempo todo”. Segundo Schvartsman, o objetivo da companhia é “colocar a Samarco para operar o mais rápido possível”. “Precisamos virar a página desse acidente terrível que aconteceu”, disse.
Schvartsman afirmou que é preciso passar às autoridades a convicção de que existem condições para que a companhia volte a operar. Os pedidos de licenciamento para o retorno das operações já foram feitos para os órgãos ambientais de Minas Gerais.
Na visão do executivo, Vale, BHP e Samarco poderiam “protelar indefinidamente a solução”, mas decidiram colocar recursos para reparação e criação de uma fundação independente (Renova) “para remediar a coisa terrível que aconteceu fortuitamente”.

Gastos. O presidente da Vale prevê que até junho o endividamento da empresa estará próximo de US$ 10 bilhões, o que ele considera como um valor sustentável. A empresa está fazendo a redução de custos. O início do processo foi iniciado com a posse de Schvartsman, em maio de 2017.
O Tempo

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Como ser descoberto por um headhunter?


Por Débora Lima da Cunha

Todo profissional busca ser reconhecido e ter sucesso na carreira, os mais ambiciosos dedicam-se a escalar a pirâmide corporativa rumo ao topo, enquanto outros querem atingir profundidade em suas áreas de especialização. Independente do planejamento individual de carreira é importante contar com bem mais do que a sorte na hora de encontrar novas oportunidades. Nesse sentido ser descoberto por um headhunter pode ser considerado um importante passo no amadurecimento profissional, uma vez que fica explicito que você se tornou objeto de desejo no seu mercado de atuação.

De maneira muito prática, o primeiro passo para ser encontrado por um recrutador é fazer um bom trabalho e destacar-se em seu mercado de atuação. Os bons profissionais conseguem, ao longo da carreira, construir uma fama positiva para o mercado e isso, por si só, fará com que você seja descoberto quando surgir uma oportunidade para seu perfil de atuação.

Tão importante quando deixar uma boa impressão pelas empresas que passar, é manter seu perfil nas redes sociais sempre atualizado. Principalmente o perfil do LinkedIn, rede social voltada para relacionamentos profissionais. Mais do que manter o perfil atualizado com o as empresas que trabalhou, é importante descrever as atividades e projetos realizados. Durante a busca por profissionais, o headhunter utiliza palavras chaves para encontrar o perfil, e essas palavras não necessariamente estão no título dos cargos. Além disso, o profissional precisa aprender a preencher o currículo para ser visto da maneira que deseja. 

No mercado de marketing e vendas, por exemplo, é importante descrever as atividades realizadas pensando no próximo passo que quer atingir na carreira. Uma dica muito importante na hora de construir o currículo é manter a descrição das atividades técnicas. Caso o perfil técnico do currículo seja compatível com a descrição esperada para a vaga, o perfil comportamental será validado na fase de entrevistas.

Se o profissional estiver ativo na busca por uma recolocação ou por uma nova oportunidade, meu conselho é dedicar tempo na construção do currículo. Mais do que quantidade de informação é preciso ter assertividade e foco. Mirar naquilo que deseja e preencher o currículo para conquistar esse objetivo. Muitas vezes é importante até adaptar o seu currículo para cada vaga e empresa que desperte o seu interesse, ressaltando em cada uma delas aquilo que mais saltará aos olhos do recrutados, ou seja, suas experiências mais relevantes para a ocupação daquele cargo.

É fundamental tomar cuidado para ser discreto na busca, caso esteja trabalhando. Apesar de ser absolutamente normal procurar novas oportunidades de carreira ainda existe um tabu no mundo corporativo, onde se o profissional está procurando emprego significa que este está insatisfeito. Nesse caso o mais importante é continuar desempenhando um excelente trabalho e fazendo as entregas que precisam ser feitas. Dessa forma, no momento em que precisar pedir demissão, você evitará ressentimentos e saberá que fez o melhor trabalho possível no período em que esteve na empresa.

Apesar de ser a dica mais dada por recrutadores, vale o reforço: nunca minta no currículo. Parece óbvio, mas ainda pegamos muito candidatos cometendo esse erro que destrói a credibilidade do profissional.

Passada a fase de ser descoberto pelo headhunter vem a segunda parte do processo seletivo: a entrevista! Tão temida e aguardada pelos profissionais, a entrevista é a melhor chance de mostrar o quanto você deseja preencher a cadeira disponível. Além de muita energia e disposição, é fundamental estudar sobre a empresa, o mercado de atuação e até mesmo sobre algumas correntes. Demonstrar real interesse é a melhor maneira de deixar uma boa impressão. Agora, se você não estiver tão afim assim da oportunidade, nem aceite o convite para o bate papo, isso demonstra respeito pelo seu tempo e pelo tempo do recrutador também.

O sucesso de um processo seletivo depende de uma sinergia muito grande entre candidato, vaga e empresa contratante. É indispensável ser autêntico e honesto para não criar expectativas ruins para ambos os lados. Por fim, se eu pudesse te dar apenas um conselho para ser notado por um headhunter seria: mais do que simplesmente ser visto/encontrado, faça com que você seja lembrado.

Débora Lima da Cunha é formada em administração de empresas pela PUC-SP e headhnter na Trend Recruitment com seis anos de experiência no recrutamento e seleção para o mercado de marketing e vendas

Entrega em casa se reinventa para conquistar mais clientes

Sair de casa para comprar só mesmo se for necessário. Essa é a filosofia do gerente de administração Vanderson Silva, que se tornou preferencialmente um consumidor a distância. Ele conta que é um dos adeptos do novo sistema de delivery, via aplicativos. “Hoje, praticamente 90% das minhas compras são via aplicativos, de alimentos a roupas. A vantagem é a praticidade” diz. Outro benefício dessa modalidade é ter ferramentas que permitem fazer pesquisas nos apps, segundo Silva.
É fato que o serviço de delivery já existe há anos. A diferença é que, se antigamente, o atendimento era exclusivamente pelo telefone, hoje, com a tecnologia, os mais diversos canais de atendimento são utilizados pelas empresas – e-mail, WhatsApp, sites e aplicativos –, com o objetivo de ficar mais próximo do consumidor e, assim, aumentar as vendas. Com aplicativos como o Get Ninjas, depois de poucos cliques um nutricionista pode chegar à sua casa. Em outros apps, a pessoa pode escolher um médico comparando currículo, valor de consulta e tempo de chegada.

Já existe empresa oferecendo consultoria do produto que comercializa por essas plataformas, tudo para facilitar a vida do cliente. O delivery é tão importante que metade dos restaurantes e das lanchonetes atendidos pelo Sebrae em todo o país oferece o serviço, sem terceirização, para dar mais comodidade ao consumidor.
Além dos estabelecimentos que adotam a modalidade há décadas, negócios recentes no formato tradicional estão adotando o delivery. É o caso da hamburgueria The Taste Burguer, que depois de dois anos de mercado, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, se rendeu às entregas via telefone e aplicativo. Esse modelo começou no fim do ano passado.
No segmento de lavanderias, por exemplo, a rede 5àsec conta com o e-commerce, chamado de “Lavanderia Online”. O projeto inclui um novo website, que já está no ar, e um aplicativo para smartphones e tablets, que será lançado no primeiro trimestre deste ano. “Com isso, passamos a ter uma variedade maior de consumidores, em especial a nova geração, que vive mais conectada”, diz o diretor. Assim, os clientes podem contar com a coleta e a entrega de roupas sem precisar ir às lojas.
A rede está apostando no crescimento desse tipo de serviço, que representa de 35% a 40% do faturamento das lojas, segundo o diretor de franquias, Alex Quezada. Em cinco anos, a perspectiva é que a participação chegue a 50%. Quando o serviço foi lançado no Estado, representava, no máximo, 10% dos negócios, pois era algo pouco conhecido, observa Quezada.
Saúde. E, se tem um setor experiente, além do de bares e restaurantes, é o de saúde, em que o atendimento domiciliar veio muito antes da tecnologia. Há quase 20 anos, a empresa Hospital na Residência, sediada na capital, oferece esses serviços. “No nosso caso, é mais que comodidade, é necessidade”, observa o diretor Marcelo Baltazar. Ele explica que há possibilidade, para algumas especialidades, de o médico se deslocar até a residência do paciente, além da modalidade home care. “Entre as vantagens da internação domiciliar estão o contato maior com a família e a segurança, já que não há risco de infecção hospitalar”, diz.

 

Trânsito pior ajuda a aumentar a demanda

A combinação de pessoas com menos tempo livre e trânsito cada vez pior, em especial nas grandes cidades, fez a demanda pelos serviços de profissionais em domicílio aumentar. É o caso da fisioterapeuta Isabel Cristina Lara Freitas, que percebeu alta na demanda por esse tipo de serviço nos últimos três anos na capital. “Em torno de 80% de meus atendimentos são nas residências”, afirma. Ela vai até a casa de seus pacientes há dez anos.
Isabel diz que, entre os mais jovens, a procura pelo atendimento em casa tem relação com o trânsito ruim. No caso dos pacientes mais idosos, ela ressalta que existe a dificuldade de locomoção – muitos não dirigem e ficam dependendo de um parente para acompanhá-los a uma clínica. “Existe a comodidade de ter o serviço em casa. Além do tempo, há gastos nos deslocamentos, seja num estacionamento ou no pagamento do transporte, seja um táxi ou Uber, por exemplo”, analisa.
Aplicativo. A nutricionista Shellen Pollyanna, que está no Get Ninjas, percebeu a elevação da procura pelos seus serviços. “Comecei a atender em domicílio em 2014. Na época, esse tipo de atendimento representava de 1% a 2% dos meus pacientes. Hoje, está entre 30% e 40%”, ressalta.
Para ela, as pessoas estão mais ocupadas e valorizando, cada vez mais, o tempo. “Elas não querem perder tempo no deslocamento, no trânsito cada dia pior, estão mais práticas”, frisa. A nutricionista destaca ainda que outra vantagem para os profissionais que vão até os seus clientes é que não há faltas nem atrasos.

 

No setor de drogaria, serviço é fundamental para o cliente

A participação do delivery cresceu nos últimos anos na drogaria São Camilo, no bairro Caiçara, na região Noroeste de Belo Horizonte, conforme a proprietária Jacqueline Moreira Freitas. A empresa oferece o serviço de entrega há cerca de 18 anos. “Quando a gente começou, as encomendas não chegavam nem a 5% do movimento. Hoje, em torno de 40% das vendas são pelo delivery”, compara.
Para Jaqueline, quem não oferece o serviço perde vendas, principalmente para as grandes redes. “É uma comodidade, ainda mais para remédio. Muitas vezes, a mãe está com a criança doente e não tem como sair de casa”, diz.
Eletricidade. E quem está com obra em casa e precisa de algum material elétrico não precisa sair correndo buscar o produto. O gerente da Loja Elétrica, Édimo Pires, conta que, para casos urgentes, o pedido pode ser feito pelo telefone. “Temos o delivery há mais 30 anos. Só que a gente vai se modernizando para atender mais rápido”.
O Tempo


domingo, 28 de janeiro de 2018

Temer: 'Sofro uma oposição radical, mas curiosa; não tem gente na rua'

O presidente Michel Temer afirmou que tem sofrido uma "oposição radical", mas "curiosa", porque não há manifestações contra ele na rua. Segundo ele, isso ocorre porque a população está notando a diferença entre o que ocorreu "no passado" e o que ocorre em seu governo.
"Todo mundo percebe que eu tenho sofrido uma oposição radical, mas uma oposição curiosa: Não tem gente na rua. Você perceber que, muitas vezes, quando há movimentos contra o presidente a serem examinados pelo Congresso Nacional... Não há uma pessoa em frente ao Congresso Nacional, não há um movimento de rua. O que acontece é que o povo está percebendo o que aconteceu no passado e o que está acontecendo agora", disse em entrevista ao programa de estreia do apresentador Amaury Jr. na Band na madrugada deste domingo, 28.
A entrevista faz parte de uma ação do Planalto para divulgar e tentar popularizar a reforma da Previdência. Neste domingo, o presidente será entrevistado pelo apresentador e dono do SBT, Silvio Santos. Na segunda-feira, 29, estará no programa do Ratinho, também no SBT. O presidente ainda afirmou que quer ser lembrado como "o sujeito que fez as reformas indispensáveis ao País".
Uma dessas tarefas é a aprovação da reforma da Previdência, que, segundo ele, já está sendo absorvida pela população. "E absorvido pela população isso repercutirá no Congresso Nacional. Tenho certeza que em fevereiro vamos conseguir aprovar a reforma da Previdência", reiterou.
Temer destacou que, além de ser necessária para garantir a aposentadoria da população, há um efeito internacional significativo da aprovação da reforma da Previdência, comentando o recente rebaixamento do rating do Brasil pela agência de classificação de risco S&P. "O que levou a essa nota de crédito foi a história de que você não vai conseguir a reforma da Previdência e isso é fundamental para o Brasil."

Ele ainda lembrou as medidas de seu governo, como a reforma trabalhista, a recuperação do "prestígio da Petrobras" e o estabelecimento do teto de gastos. "Quem é que teve coragem de estabelecer um teto para os gastos públicos? Porque o que o governante mais quer é gastar, se tiver interesses eleitorais, sem dúvida alguma, quanto mais gastar, melhor", defendeu ele.
O Tempo

Júri da Mostra de Tiradentes premia 'Baixo Centro'

A vitória do longa-metragem “Baixo Centro”, ganhador do Troféu Barroco, dado pelo júri da crítica na 21ª Mostra de Cinema de Tiradentes, rendeu os agradecimentos de praxe da dupla de diretores, Ewerton Belico e Samuel Marotta, e também a leitura de uma carta crítica aos mecanismos estaduais de fomento para o setor do audiovisual. “Muito obrigado, fico muito feliz, queria agradecer à Mostra, ao júri, agradecer a todos que contribuíram para o filme, mas a gente tem uma coisa séria para falar para vocês”, disse Belico na cerimônia de entrega dos prêmios, na noite do último sábado, antes de ler a carta assinada pela Associação de Trabalhadoras e Trabalhadores do Cinema Independente de Minas Gerais.
“A 21ª Mostra de Tiradentes teve início quando surgiu o edital estadual de produção no valor de R$ 16,5 milhões, mas nós da Associação de Trabalhadoras e Trabalhadores do Cinema Independente de Minas Gerais não vemos motivos apara comemorações. O edital foi elaborado sem a participação pública, a partir de uma relação confusa, e projeto de política pública não se faz apenas despejando recursos num setor, desconsiderando a realidade da produção do mercado e a indústria do audiovisual. Também não se faz impondo tempos irreais no processo e transformando a política cultural em mera questão de resultados e estatísticas”, ressaltou.
Belico seguiu com a leitura da carta, reivindicando uma maior participação da classe audiovisual nos processos de elaboração de editais de financiamento e distribuição de verba para produção: “Pensamos ser este o momento ideal para retomar alguns princípios básicos para o setor, com editais que garantam a participação pública em sua elaboração, e com processo democrático nas montagens das comissões de seleção, para que busquem maior equilíbrio em termos de representatividade e que propiciem estímulo real às produtoras do interior do Estado”.
“Baixo Centro” era uma das duas produções mineiras na competição e foi toda realizada nas ruas de Belo Horizonte, acompanhando um pequeno grupo de personagens que se relacionam com o ambiente urbano da capital. A vitória marca o segundo ano consecutivo de um filme mineiro premiado pelo júri da crítica da Mostra Aurora. Em 2017, “Baronesa”, de Juliana Antunes, ganhou o Troféu Barroco. Minas, aliás, tem sido um Estado constantemente reconhecido na Mostra, com prêmios para “Os Residentes” (2011) e “A Vizinhança do Tigre” (2014).
Mulheres. Outro momento marcante na cerimônia de encerramento da 21ª Mostra de Tiradentes foi a entrega do Prêmio Helena Ignez, oferecido pelo júri da crítica a um destaque feminino em qualquer função nos filmes das mostras Aurora e Foco. A distinção, este ano, foi para a atriz trans Julia Katharine, roteirista e protagonista de “Lembro Mais dos Corvos”, de Gustavo Vinagre. Emocionada, ela dedicou o troféu a todas as mulheres que lutam por seu espaço na vida e no trabalho.
“Queria agradecer o prêmio, que para mim não é só um prêmio, mas um estímulo e um gesto de amor para comigo e para com todas as mulheres trans, as travestis, as mulheres cis também, porque somos todas mulheres, todas uma só. E eu quero que nos próximos anos as trans estejam mais presentes aqui no Festival, e que vocês entendam que nosso papel aqui não é de disputa, é de busca pela igualdade”, disse, sob aplausos.

Outros prêmios. Pela Mostra Foco, o júri da crítica escolheu o curta-metragem “Calma”, produção do Rio de Janeiro dirigida por Rafael Simões. O Prêmio Aquisição Canal Brasil, que oferece R$ 15 mil a um curta também da Foco, foi para “Estamos Todos Aqui” (SP), de Chico Santos e Rafael Mellim. Na Mostra Olhos Livres, o júri jovem escolheu o filme paulista “Inaudito”, de Gregorio Gananian. O diretor agradeceu o reconhecimento especialmente ao músico Lanny Gordin, que ele documenta no filme, apontando-o como um nome de vanguarda na produção musical brasileira. O júri popular escolheu o curta-metragem mineiro “A Retirada para um Coração Bruto”, de Marco Antônio Pereira, e o longa “Escolas em Luta”, documentário paulista de Eduardo Consonni, Rodrigo T. Marques e Tiago Tambelli. (com Daniel Oliveira).
O tempo

PT planeja registrar chapa de Lula mesmo com ele preso

O TEMPO

TRIPLEX



Sigla acredita que estratégia de vitimização permitiria conseguir votos para o candidato substituto



PUBLICADO EM 28/01/18 - 03h00

Brasília. O PT decidiu registrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto em 15 de agosto, último dia estabelecido pela Lei Eleitoral, mesmo se ele estiver preso nesta data. O cronograma do partido prevê a retomada das caravanas de Lula pelo país porque, se ele for impedido de disputar a eleição, seu nome somente será trocado na última hora.
Dirigentes e parlamentares do PT temem o encolhimento da legenda nas urnas, mas avaliam que, quanto mais Lula fizer campanha nas ruas – embalada pelo discurso da “vitimização” –, maior potencial ele terá de transferir votos para eventual substituto. Até agora, só há dois nomes cotados para esse posto nas fileiras petistas: o do ex-governador da Bahia Jaques Wagner e o do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
Com essa estratégia, o PT pretende radicalizar o discurso de que o ex-presidente é vítima de perseguição política para tirá-lo do jogo, mesmo sabendo de todas as dificuldades para reverter a decisão do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), que o condenou a 12 anos e um mês de prisão.
No sábado (27), em uma videoconferência para uma reunião da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o ex-presidente manteve a tática da vitimização.
“Não querem que eu seja candidato porque quanto mais me acusam, quanto mais me perseguem, mais eu subo nas pesquisas”, disse Lula no discurso transmitido a um congresso na Etiópia, do qual deveria ter participado, mas não foi por que seu passaporte foi apreendido pela Polícia Federal.
“Sabem que se for candidato – contra os meios de comunicação, contra as elites – minhas possibilidades de ganhar as eleições no primeiro turno são absolutas”, completou o petista.
A Lei da Ficha Limpa define que serão considerados inelegíveis políticos com decisão de órgão judicial colegiado – como é o caso da 8.ª Turma do TRF-4, que condenou Lula – por crimes contra a administração pública e de lavagem, por exemplo. A condenação de Lula foi por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP).
Os petistas já foram informados de que, sem uma liminar – do próprio TRF-4, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou do Supremo Tribunal Federal – suspendendo a inelegibilidade de Lula, as chances de o TSE aceitar o registro da candidatura dele são mínimas.
Segundo a súmula 41 do TSE, a Corte Eleitoral não pode decidir sobre o acerto ou desacerto de uma liminar concedida por outros órgãos do Judiciário que configure causa de inelegibilidade. Isso significa que, se Lula conseguir liminar no TRF-4, no STJ ou no STF, a Justiça Eleitoral terá de acatá-la.

 

Supremo discute prisão só após condenação pelo STJ

Brasília. Uma tese alternativa ganha força nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF) à possibilidade de prisão de condenados em segunda instância: a necessidade de esperar uma decisão final do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ou seja, o terceiro grau de jurisdição.
A tese foi apresentada pelo ministro Dias Toffoli em 2016, quando o tribunal firmou o atual entendimento que avaliza a prisão de quem tem sentença condenatória em segunda instância. Na ocasião, Toffoli foi voto vencido.
O tema voltou à tona nos bastidores do STF nos últimos dias após a condenação do ex-presidente Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por corrupção passiva e lavagem dinheiro a 12 anos e 1 mês de prisão. A sentença permite que Lula possa ser preso após recursos no próprio TRF-4.
Com a decisão sobre o petista, a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, sinalizou a pessoas próximas a disposição em rediscutir em plenário a questão da prisão –movimento que já vinha ocorrendo por parte de outros colegas dela nos últimos meses.
Diante da iminência de um novo julgamento, ministros têm conversado sobre o que classificam, em conversas reservadas, de solução intermediária: reverteriam o entendimento anterior, mas abrindo a possibilidade de início da execução da pena após análise dos recursos pelo STJ, e não somente depois dos recursos no Supremo.
Seria uma saída que, na avaliação de ministros, poderia mudar o placar apertado de 6 a 5 na votação que decidiu pela autorização de prisão após condenação em segunda instância.
A saída da “terceira instância” não agrada a todos os magistrados, mas as sinalizações internas são de que a tese pode ter maioria em novo julgamento, uma vez que ministros podem mudar de posição. Houve ainda mudança na composição, com a entrada de Alexandre de Moraes.
Casuísmo
Risco. Um colega do ministro Gilmar Mendes diz, reservadamente, não ver espaço para fazer essa mudança no entendimento, que seria vista como casuísmo e atrelaria o Supremo a uma salvação de Lula.

 

Defesa diz que recibos são autênticos

Brasília. A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na última sexta-feira que um laudo assinado por um “ilustre” e “renomado” perito não deixa dúvidas sobre a autenticidade dos recibos de pagamento para comprovar aluguel do imóvel vizinho à sua residência em São Bernardo do Campo (SP). A declaração foi feita ao juiz Sergio Moro, da 13º Vara Criminal da Justiça Federal de Curitiba.
Lula é réu em ação penal que investiga se um terreno em São Paulo aonde seria a sede do Instituto Lula, no valor de R$ 12 milhões, e o apartamento vizinho ao que mora, em São Bernardo do Campo, no Edifício Hill House, seriam formas de pagamento de vantagens indevidas da Odebrecht.
A força-tarefa da Lava Jato sustenta que o ex-presidente nunca pagou pelos imóveis até 2015. Para a força-tarefa, os recibos dos aluguéis são “ideologicamente falsos”, feitos para comprovar justificar a cessão do imóvel.

 

Sentença de Moro deve sair em março

São Paulo. O ex-presidente Lula não terá muito tempo para se refazer da derrota imposta pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, julgará no final de março a segunda ação apresentada pela força-tarefa da Lava Jato contra o petista. No processo, ele é acusado de receber vantagens ilícitas da empreiteira Odebrecht.
A segunda decisão de Moro sobre o ex-presidente deve ser proferida em data próxima ao encerramento do caso triplex no TRF-4.
Detalhes
Fake news. A Justiça Federal no Paraná informou que é falso o mandado de prisão contra o ex-presidente Lula supostamente assinado pelo juiz Sergio Moro que circula pelas redes sociais.
Diferença. No mandado falso, a assinatura atribuída a Moro é física. Segundo a Justiça, o processo eletrônico não tem assinatura física, apenas digital.
Sem festa. A direção do PT decidiu que este ano não haverá comemoração do aniversário da sigla. O partido completará 38 anos no dia 10 de fevereiro. Petistas dizem que não há nada para comemorar.
O Tempo

Burro lidera fuga de ovelhas e polícia chama reforço para contê-los

O sonho de liberdade de um grupo de animais que tenta escapar de suas fazendas ou zoológicos já foi representado em muitos programas e filmes. No entanto, um caso real foi registrado pela polícia de West Covina, na Califórnia, nos Estados Unidos.
Por volta da meia-noite dessa quinta-feira, 25, a equipe de polícia recebeu um chamado para lidar com um bando de animais vagando pelas ruas. Os oficiais disseram que, ao chegar ao local, se depararam com um grupo de ovelhas e bodes sendo liderados por... um burro!

Como os animais não foram pegos pela equipe de polícia, foi necessário pedir reforço para a equipe do xerife de Los Angeles. Com a nova ajuda, conseguiram finalmente controlar os animais, que fugiram a partir de um portão destrancado de uma residência na região da cidade de Valinda. O dono se comprometeu a levá-los de volta a sua casa. Todos os bichinhos passam bem.
O Tempo

'Esquerda só tem chance com apoio de Lula', diz historiador

Historiador Lincoln Secco, professor de História Contemporânea da USP, diz que candidato do campo que chegar ao segundo turno neste ano vai precisar da ajuda do ex-presidente
Julgamento. A condenação tem significados diferentes, porque o PT precisa resolver um problema mais de curto prazo, que é qual vai ser o candidato substituto. Agora, para Lula, para militância, para parte da sociedade que o apoia, a condenação reforça a biografia dele, com toda a certeza. O julgamento, para os seus apoiadores, passou imagem de que ele é um perseguido político, uma vítima do sistema. A gente tem de lembrar que o Lula é um mito popular. Isso explica o apoio que eles dão.
Forças. À primeira vista, todos os concorrentes do Lula de centro esquerda saíram fortalecidos: Ciro Gomes, eventualmente outros nomes, como Marina Silva. Os candidatos que disputam a centro esquerda. Agora, a Marina apoiou a decisão do tribunal e não sei se isso é inteiramente bom. Esses candidatos que querem lucrar com a retirada do Lula da cena eleitoral vão ter que cortejar o eleitorado do Lula. Se o PT não conseguir transferir os votos do Lula para outro candidato ou grande parte dos votos, a extrema direita sai favorecida, porque o sistema político como um todo está caótico. Há hoje muita coincidência de voto entre Lula e Jair Bolsonaro.
Eleição. A candidatura de Lula é a defesa política do ex-presidente, ao mesmo tempo da manutenção do PT como um partido relevante no cenário político. Se você tem um candidato com 35% de intenção de voto, ele garante que o partido continue em evidência para a disputa de 2018. A campanha dele surtiu efeito: ele está à frente nas pesquisas. Ele não vai poder concorrer, mas essa campanha vai permitir que o PT possa construir aos poucos uma campanha alternativa para transferir os votos do Lula.
Consenso. Acho difícil que a esquerda chegue a um consenso em torno de um nome, a convergência só deve acontecer mesmo em um segundo turno. Até porque os outros partidos também precisam sobreviver e lançar seus próprios candidatos. Agora, é interessante perceber como essa relação do Lula, da esquerda com os setores populares, é personalista. Sem o apoio do Lula, o candidato da esquerda pode até chegar a um segundo turno, mas só tem chance de se eleger se tiver o apoio dele. Lula não só tem o maior capital político da esquerda, como agora, para o setor que o apoia, ele virou um mito mais forte ainda, mártir, vítima. Especialmente se ele for preso. Isso favorece bastante o papel dele na eleição.
Prisão. Para a biografia de Lula, a prisão só prejudica quem já não gostava dele. Para quem o apoiava, pode reforçar a tese de "mito". O PT, por outro lado, soltou uma nota muito tímida (sobre a condenação). Eu esperava que fosse com maior radicalismo verbal. Esse tipo de reação extralegal, de resistência, só aconteceria com um gesto do próprio Lula. Para que isso seja efetivo, o líder tem de aderir. E esse radicalismo não é do histórico dele, ele é conciliador. Tem de separar isso da verborragia de campanha, que é natural.
História. (Se fosse escrever uma sequência do livro 'História do PT') Na verdade é mais um marco histórico na trajetória do PT. Como o governo Temer ajudou o PT a se recuperar eleitoralmente e como preferência partidária, a história dele continua. Continua sendo a principal agremiação da esquerda. A queda da Dilma retardou a renovação da esquerda. Em 2013, começaram a surgir novos movimentos e organizações de esquerda. Mas o processo de impeachment fez de novo a esquerda se aglutinar em torno do PT.

Lideranças. (Se o ex-presidente for preso abre espaço) Para novas lideranças, sem dúvida, abre espaço. Mas não é necessariamente uma renovação. Renovação vai demorar mais, porque vai se dar dentro do PT. Ele continua o principal partido da esquerda.
O Tempo