sábado, 3 de fevereiro de 2018

Andrés Sanchez vence eleição e é o novo presidente do Corinthians

Andrés Sanchez é o novo presidente do Corinthians. O empresário venceu a disputa contra Antônio Roque Citadini, Felipe Ezabella, Paulo Garcia e Romeu Tuma Júnior e será o responsável por comandar o clube até novembro de 2020. Andrés volta ao cargo após três anos e quatro meses.
O dirigente ainda foi um dos grandes responsáveis pela construção do Itaquerão e faz parte da chapa Renovação e Transparência. A mesma de Roberto de Andrade, antigo mandatário, que viveu o último dia de seu mandato na última sexta-feira. A chapa está no poder do clube há 10 anos.
Andrés ganhou a eleição com folga, ostentando uma vantagem de mais de 400 votos sobre o segundo colocado. Ele recebeu um total de 1235, contra 832 de Paulo Garcia, o segundo mais votado. Roque Citadini (803 votos), Felipe Ezabella (461) e Romeu Tuma Jr. (278) ficaram respectivamente em terceiro, quarto e quinto lugares na eleição.
Ao total, 3.642 votos foram contabilizados, sendo que entre os mesmos também foram computados 18 nulos e 13 em branco.
O novo presidente terá muito trabalho nos próximos anos. A reportagem do Estado destacou nove temas que o dirigente terá que administrar, alguns a curto prazo e outros a médio prazos. A enorme dívida existente para pagar a Arena Corinthians e a contratação de um centroavante parecem ser as coisas que mais preocupam os torcedores neste momento.
HOMEM-GOL - É o assunto mais falado no futebol corintiano neste momento. A saída de Jô fez com que a equipe perdesse seu goleador e ninguém do atual elenco conseguiu assumir tamanha responsabilidade. O técnico Fábio Carille testou Kazim e Júnior Dutra, mas ambos ainda não conseguiram suprir a carência do time
Assim, a nova diretoria será obrigada a buscar um camisa 9 no mercado e tendo como adversário o tempo. Com os Estaduais já em andamento, algumas das opções que o clube tentou já definiram seus destinos, casos, por exemplo, de Henrique Dourado (Flamengo), Santiago Tréllez (São Paulo), Vagner Love (Besiktas) e Gilberto (Malatyaspor). Carille reclamou publicamente e pediu a chegada de um reforço.
ARENA CORINTHIANS - Sob o ponto de vista financeiro, o estádio corintiano é o assunto mais preocupante não só para o novo dirigente, como para a história do clube. Equacionar a dívida da arena é um desafio. O preço total da arena no momento, contando juros, é de aproximadamente R$ 1,3 bilhão, de acordo com membros da diretoria anterior. A oposição fala que o preço da obra pode chegar aos R$ 2 bilhões.
A diretoria passada deixou bem encaminhada um novo acordo com a Caixa para o pagamento do financiamento, mas ainda é preciso aparar algumas arestas e acertar um acordo com a Odebrecht, que tem valores a receber do clube, valores a pagar e a arena possui obras inacabadas. Além disso, após quatro anos de inauguração, o estádio continua sem o naming rights, uma renda que seria muito importante para o pagamento da casa alvinegra.
PATROCÍNIO MASTER - Outra fonte de renda, essa para o futebol, que também poderia ser aproveitada, mas não existe, é o patrocínio master. A diretoria de marketing pede R$ 30 milhões pelo espaço e, com a dificuldade em encontrar interessados, admite que pode rever os valores. A equipe teve a Caixa como patrocinadora até abril do ano passado e, nos meses finais da temporada, a Cia do Terno também exibiu sua marca. Na sexta-feira, o clube divulgou o patrocínio da Positivo Tecnologia nas costas da camisa.
SITUAÇÃO FINANCEIRA - Um assunto bastante discutido durante a eleição foi a situação financeira do clube e a falta de credibilidade que o Corinthians vive em decorrência de alguns atrasos de pagamentos e diversos escândalos. O clube atrasou por alguns dias os salários dos jogadores, mas foi algo que não chegou a criar nenhum grande problema. O que está manchando a imagem do clube, na verdade, são recorrentes processos judiciais por conta de atrasos de pagamentos para empresas. Alguns empresários de jogadores também reclamam da falta de pagamentos de luvas e outros acordos feitos com a antiga diretoria.
CT DA BASE - Mário Gobbi e Roberto de Andrade, os dois últimos presidentes do clube, prometeram entregar o CT das categorias de base no Parque Ecológico, mas não conseguiram. Atualmente, o local, que fica ao lado de onde treina o time profissional, tem os gramados e algumas categorias treinam no local, mas o CT ainda está inacabado. Faltam a parte de alvenaria, hospedagem, vestiários, dentre outras coisas. Os cinco candidatos ao pleito prometeram resolver o problema.
FAZENDINHA - Com a base indo em definitivo para o CT do Parque Ecológico, a dúvida que fica é sobre o futuro da Fazendinha, estádio localizado dentro do Parque São Jorge. A expectativa e promessa de todos os candidatos é que o local passará por uma grande reforma e poderá ser usado como uma arena multiúso ou como nova fonte de renda, através da construção de algum tipo de comércio no local. O fato é que, dificilmente, algo será projetado e finalizado na gestão do novo presidente.
PARQUE SÃO JORGE - Muitos associados do clube reclamam que o Parque São Jorge não está bem cuidado, que faltam atividades para atrair novos associados e manter quem já tem título no clube. Até mesmo Andrés Sanchez, candidato da situação, admitiu que Roberto de Andrade se preocupou muito com o futebol e deixou de lado o clube social.
ESPORTES OLÍMPICOS - O Corinthians se orgulha de ser o clube paulista que mais investe em outros esportes. Na semana da eleição, a diretoria apresentou o seu novo time de basquete. Existe ainda equipe de natação, vôlei, salto em altura, dentre outros esportes. A ideia é manter os investimentos, mas buscar parceiros na iniciativa privada dispostos a investir nas equipes, inclusive no futebol feminino, que neste ano passará a ser exclusivamente do Corinthians. No ano passado, o clube firmou uma parceria com o Audax.

POLÍTICA - A mudança estatutária fez com que conselheiros das mais diversas chapas e vertentes políticas fossem eleitos. Assim, a tendência é a de que possíveis mudanças passem a ser mais discutidas, pois haverá maior poder da oposição no comando do clube.
O Tempo

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