Amadeu Garrido de Paula
Salvador Allende morreu, com o Palácio de La Moneda em chamas, após uma greve de caminhoneiros, que inviabilizou o País.
É certo o ingrediente ideológico da época, a guerra fria, e o poder norte-americano, que insuflou o movimento.Ao vislumbrar os acontecimentos, Allende recebeu no Palácio um emissário do gigante do norte e propôs um acordo. A resposta terrível: por que faríamos um acordo com o senhor, um homem morto?
Temer não tem nenhuma semelhança com Allende; ao contrário, imprimiu uma "política" de austeridade de viés direitista, enquanto aquele se alinhava ao pensamento marxista.
No entanto, o Brasil, desde as décadas do século passado, privilegiou o transporte rodoviário, que se tornou pilar fundamental do giro de nossa economia. É o preço político de sucatear o transporte ferroviário.
Greve dos motoristas autônomos de caminhão, mas em sintonia com um massivo "lock-out", das médias e grandes empresas, um governo débil, inconstante, de baixíssima aceitação popular, exibe todas as mazelas de um moribundo.
É possível que tenhamos o mesmo destino do Chile, porém sem Pinochets. Este último é o aspecto mais importante da crise atual.
Amadeu Garrido de Paula, é Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.
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