Amadeu Garrido de Paula
Falo do furto perpetrado pela morte implacável. Subtraiu quantas ideias luminosas de poetas, filósofos, pensadores de todo o gênero?
De homens compromissados com as nações livres e justas, não com falcatruas e opressões.Levaram-nas para os túmulos, onde ficaram, com seus corpos decompostos, eternamente soterrados?
Não creio, simplesmente porque não creio no único, simples, comum, materialmente grosseiro.
As ideias socialistas de Karl Marx se transmutaram no genial direito do trabalho, universal e secular, que ora pretendem destruir, ao argumento de uma enviesada política de austeridade, que recai sobre quem sempre foi austero, não por opção, mas por escandalosa pobreza.
O mito da repressão sexual, vindo desde o sugar os seios da mãe, de Freud, obviamente unilateral, converteu-se no ideal de liberdade contra todas as formas - sempre ilegítimas - de repressão, autoritarismo, supressão das liberdades, pessoais e públicas.
Nietzche falou do eterno retorno, e ei-nos aqui, não a combater a moral vitoriana, mas, ainda unilateralmente, a conduta dos corruptos, necessária, mas sempre o olhar ao que se foi, a história, sem visão do futuro e sem propostas de devastar o terreno que pelo qual devemos caminhar.
Somos seres limitados a corrigir nossa história ou voltados a construir o que deve ser e o que poderá vir?
Ainda que intuitivamente, essas reflexões comprimem a consciência dos brasileiros, neste momento eleitoral e, ainda que não exaustivo, de nossas possibilidades de superar a borrasca.
O alento está no que conjeturou Carl G. Jung: a humanidade, desde seus arcanos, carrega, a trancos e barrancos, sua grande verdade, que está presente no inconsciente e no consciente de todos os povos. Não por outra razão, apesar de todos os pesares, visto o homem e o mundo como um todo, somos vitoriosos, pelo simples fatos de estarmos a falar no século XXI.
As unilateralidades do passado foram úteis para as superarmos e construiu a síntese abrangente do futuro. O povo é sábio, ainda que sofrente por seus erros. Por isso, cremos que as candidaturas toscas, de uma única proposta, sejam superadas em outubro, marcadamente as que se voltam à simples repressão de um Estado violento.
Nesse momento, está sob nossa única responsabilidade o dar um pequeno e grande passo à frente, em direção a nosso destino. Nunca fomos tão convidados ao saber e ao desprezo das ideias espontâneas e fáceis. Pensemos muito, em todos os rincões desta imensa terra, num momento crítico, que pode representar um bloqueio marcado por mais sofrimento, ou a luminosidade das superações construtivas de uma nação democrática, próspera e justa.
Esse texto está livre para publicação.
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