O Carnaval de Belo Horizonte promete ser o maior da história em dias de folia (de 11 de fevereiro a 1º de março) e em público (2,4 milhões, sendo 500 mil turistas). Mas, para o setor hoteleiro da capital, será apenas um fôlego a mais em meio a uma crise que se agrava a cada ano. A média de ocupação dos estabelecimentos durante a festa deve chegar a 40%, segundo o Sindicato de Hotéis, Bares e Similares de BH e Região Metropolitana (Sindhorb).
Em coletiva na tarde dessa quarta-feira (1), o presidente da entidade, Paulo Cesar Marcondes Pedrosa, disse que a taxa já é bem melhor que em outros anos, como em 2013 e 2014, quando o índice não passou de 25%. “O Carnaval de rua de Belo Horizonte cresceu muito e hoje é um balão de oxigênio para os hotéis”, disse.
O ideal, no entanto, seria que a taxa de ocupação chegasse a pelo menos 60% para garantir um equilíbrio financeiro. Dos 2,4 milhões de pessoas previstas para o evento, muitos são da região metropolitana ou do Estado e acabam ficando na casa de parentes, diz Pedrosa. “Turistas mesmo, de outros Estados, que ficam em hotéis, não devem chegar a 5.000”.
Crise. Atualmente, existem cerca de 180 hotéis e 22 mil leitos na capital, o que deve aumentar para 24 mil até o fim do ano, com a finalização de obras iniciadas antes da Copa do Mundo, quando houve incentivos para a expansão do setor. Mas o aumento da rede e a falta de demanda devem fazer muitos fecharem as portas ou se transformarem em residências. “Já tem hotel fechando alguns andares e mantendo o funcionamento apenas de metade da estrutura”, disse.
Pedrosa informou ainda que ao menos dez hotéis estão no “CTI”, uma associação aos Centros de Terapia Intensiva dos hospitais, onde ficam pacientes em estado mais grave. “Eles estão funcionando no prejuízo e não devem resistir à crise”.
Segundo Pedrosa, BH tem a menor taxa de ocupação entre as capitais do Brasil e também uma das diárias mais baratas. “É vergonhoso, mas tem hotel cinco estrelas cobrando no máximo R$ 200 para empresas”, exemplificou. Após o Carnaval, a expectativa é que o movimento aumente e alcance uma taxa de ocupação de até 60% no segundo semestre, com os turismos de negócios e eventos.
INCREMENTO
Propostas serão levadas ao prefeito
Apesar do respiro proporcionado pelo Carnaval, a festa acaba rápido, e os hotéis precisam de novos incrementos. O Sindicato de Hotéis, Bares e Similares de BH e Região Metropolitana (Sindhorb) apresentou nessa quarta-feira (1) uma lista com 12 propostas que deve ser entregue ao prefeito Alexandre Kalil, para manter o setor de pé.
Entre as principais sugestões estão a abertura de novos voos no aeroporto da Pampulha – para transformá-lo em ponte aérea para Rio, São Paulo e Brasília –, ampliação dos centros de convenções de Belo Horizonte e região metropolitana e redução da alíquota do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) de 5% para 2%.
“Temos o maior ISS do Brasil”, disse o presidente do sindicato, Paulo Cesar Marcondes Pedrosa, que tentará marcar nos próximos dias uma reunião com Kalil. (LC)
SAIBA MAIS
Segurança. O sindicato de hotéis, bares e similares informou que a segurança para os foliões será mantida com profissionais particulares nos estabelecimentos, o que inclui vigias e câmeras.
Campanha. Cerca de 40 hotéis estenderam a ação “BH, Vem pra Cá!”, que oferece descontos até o Carnaval.
O Tempo
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