O TEMPO
Lohanna Lima
PUBLICADO EM 03/08/17 - 03h00
Aos 25 anos, Neymar faz parte de um seleto grupo de jogadores muito bem-sucedidos na Europa. O atacante é campeão da Libertadores, da Liga dos Campeões, dono da tão sonhada medalha olímpica e de três edições do Campeonato Espanhol. O que mais faltaria a Neymar, neste momento, para que ele tomasse uma decisão tão arriscada como a de deixar o Barcelona para ser protagonista em um time que, apesar do dinheiro, ainda precisa firmar-se no cenário mundial?Mesmo sendo referência em nossa seleção, Neymar ainda não é unanimidade entre os torcedores de nosso país. Há quem ame e quem odeie o rapaz, o que faz com que ele sempre precise provar algo a alguém pelos lados de cá.
Desde que chegou ao Barcelona, um dos grandes questionamentos da imprensa brasileira e espanhola era sobre como seria sua relação com Lionel Messi. No Santos e na seleção brasileira, Neymar era referência e exercia uma liderança natural, apesar da pouca idade. Na equipe catalã, essa figura já existia e era nada mais, nada menos que o melhor jogador do planeta.
Ao contrário do que muitos pensavam, Neymar foi acolhido por Lionel Messi e soube respeitar, do início até o fim de sua trajetória, tudo o que o argentino representa ao clube catalão. O brasileiro chegou à Espanha com o discurso de aprender e de colaborar para que Messi estivesse sempre entre os melhores. Muitos acreditavam que as palavras amistosas não passassem de estratégia de Neymar para não confrontar o argentino. No entanto, o que vimos durante todos esses anos foi, de fato, uma relação de doação no trio do Barcelona.
Ao seguir para o Paris Saint-Germain, Neymar passará a ser a transferência mais cara do futebol mundial. Deixará uma equipe que possui, talvez, o melhor plantel do mundo para ser o principal nome de uma equipe que tem muito dinheiro, mas que ainda está longe de ser referência mundial entre as maiores do planeta.
Estar no Barcelona, ao lado de Lionel Messi, Luis Suárez e toda a estrutura e visibilidade que o clube oferece, é o sonho de qualquer atleta. Porém, definitivamente, Neymar não é qualquer jogador, e a escolha de se transferir para o Paris Saint-Germain prova isso. A decisão do brasileiro é ousada e cheia de riscos.
Vejo Neymar dando um passo para trás agora, mirando algo muito maior à frente. Se conseguir conduzir o PSG a uma final de Liga dos Campeões, o atacante poderá brigar para conquistar o título de melhor jogador do mundo sem a sombra de Messi no percalço, mesmo que o argentino siga destacando-se pelo Barcelona.
Ao se transferir para o PSG, Neymar voltará às origens e conseguirá exercer sua liderança natural dentro de campo. O risco fica por conta de um fracasso na próxima edição da Liga dos Campeões, já que o futebol francês está longe de ser um dos mais empolgantes e competitivos do mundo, e um fiasco na competição europeia limitará Neymar a se destacar em um torneio sem muita competitividade. É uma decisão ousada, assim como o próprio brasileiro gosta de se denominar. Se acertada ou não, só o tempo vai dizer.
O Tempo
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