O papa Francisco celebrou neste domingo (6) uma missa diante de mil detidos convidados excepcionalmente para participar em grande número ao Vaticano, aos quais expressou uma mensagem de "esperança" e denunciou a "hipocrisia" de uma sociedade "presa" em seu individualismo.
Francisco visitou várias vezes detidos, na Itália e no exterior. Neste domingo, saiu do texto preparado para recordar: "cada vez que vou a uma prisão, me pergunto por quê eles e não eu, todos temos a possibilidade de errar".
"A esperança é dom de Deus", disse em sua homilia. "Certamente, a falta de respeito pela lei leva à condenação, e a privação da liberdade é a forma mais dura de aplicar uma pena, porque toca a pessoa em seu núcleo mais íntimo".
"Ainda assim, a esperança não pode ser perdida", declarou.
Na missa, da qual participaram os detidos lendo textos litúrgicos, o papa se referiu à difícil situação dos presidiários.
"Se esquece que somos todos pecadores e que várias vezes somos prisioneiros sem nos darmos conta disso", disse o papa, que denunciou as "contradições" de uma sociedade que prefere "apontar o dedo" aos presidiários.
"Quando se permanece preso nos próprios preconceitos, ou se é escravo dos ídolos de um falso bem-estar, quando uma pessoa se move dentro de esquemas ideológicos ou das leis do mercado que esmagam as pessoas, na realidade não fazem outra coisa que estar entre as estreitas paredes da cela do individualismo e da auto-suficiência, privadas da verdade que gera a liberdade", assegurou Francisco.
"E apontar com o dedo quem se equivocou não pode ser uma desculpa para esconder as próprias contradições", acrescentou o pontífice.
O tempo
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