Prestes a completar 100 jogos com a camisa do Brasil, o lateral-direito Daniel Alves saiu em defesa do atacante Neymar, que desde os Jogos Olímpicos do Rio-2016 vem se negando a dar entrevistas no ambiente da seleção brasileira. Segundo Daniel, que considera o atacante "um irmão menor", a imprensa estaria faltando com respeito ao jogador do Barcelona. "Vocês acham que têm que controlar a nossa vida", disparou.
Daniel Alves participou de um bate-papo com jornalistas no hotel onde a seleção está hospedada em Belo Horizonte, na tarde deste sábado. Foi a terceira entrevista do jogador nesta semana. Questionado se sabia por que Neymar não se manifesta, ele disse que a resposta só precisa ser dada dentro de campo.
"Acredito que mesmo com o momento que o Ney está vivendo aqui dentro da seleção brasileira, ele é muito cobrado. O Ney tomou a decisão valente de dar resultados e a resposta onde realmente ele tem que dar, que é dentro de campo. E acredito que disso não há nenhuma dúvida", comentou. "A gente é obrigado a passar na zona (mista, área onde os jogadores falam após as partidas), mas não somos obrigados a falar".
Depois, Daniel Alves sugeriu que a imprensa persegue o atacante da seleção. "A gente respeita muito o trabalho de vocês (da imprensa), a forma de entender futebol, mas acredito que em momentos pontuais vocês não respeitam a nossa parte. Às vezes a crítica transcende o campo", disse. "O Ney é como se fosse meu irmão menor, eu conheço bastante e sei do que estou falando. O Ney está de férias e vocês querem criticar a forma como o Ney tem que desfrutar as férias. Isso vai gerando uma sensibilidade", sustentou.
O lateral-direito, que foi companheiro de Neymar no Barcelona, prosseguiu com as críticas. "Se vocês só falassem que o Ney não jogou bem, que ele foi ruim, que ele deu um passe que poderia ter dado melhor, tenho certeza que essa sensibilidade não estaria sendo gerada. Mas não, vocês acham que têm que controlar a nossa vida. Uma coisa é minha vida, outra coisa é minha vida profissional", defendeu o jogador.
"O Ney é uma grande referência dentro da seleção brasileira. Ele não precisa de uma braçadeira, ele pode ser líder de várias formas. A gente tem vários líderes dentro da seleção e o (técnico) Tite tem essa sensibilidade de observar isso, por isso ele alterna bastante a capitania", completou o jogador da Juventus, da Itália.
O Tempo
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