A confirmação da eleição do candidato republicano Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos pode acabar com o sonho de milhares de brasileiros que vivem nos Estados Unidos. De acordo com o Itamaraty, mais de 1,3 milhão moram no país, e, conforme estimativas do governo brasileiro, pelo menos 730 mil estão sem a documentação apropriada, segundo dados divulgados pela BBC em 2015.
A apreensão e a insegurança manifestadas pelos imigrantes se devem às polêmicas declarações feitas pelo empresário durante sua campanha eleitoral. Em uma delas, Trump ameaçou deportar 11 milhões de imigrantes ilegais. “Durante sua campanha, ele mudou de posição muitas vezes em relação à imigração, chegando a falar em expulsar os muçulmanos, mas, depois, voltou atrás. A imigração é a maior dúvida em relação a esse governo, mas, pela tendência do discurso, podemos esperar um endurecimento nas fronteiras”, analisa Jorge Lasmar, professor de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
Tanto o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quanto a candidata Hillary Clinton apoiavam reformas no sistema de imigração norte-americano, que dariam cidadania aos imigrantes ilegais. Projetos como esse, que já estavam em negociação entre os governos, têm grandes chances de serem “abandonados”, segundo o coordenador do curso de relações internacionais da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Manuel Furriela.
“Um acordo que o país estava negociando buscava facilitar a emissão de vistos para brasileiros que quisessem ir para os EUA a negócios e também eliminar o visto de turismo”, disse ele. Trump sempre prometeu aumentar as restrições para a entrada de estrangeiros no país.
Comércio. Os risco de impactos negativos da “era Trump” no Brasil também passam pelo aspecto econômico e preocupam os especialistas. Historicamente, o Partido Republicano tinha como característica defender o livre comércio, em oposição às medidas protecionistas, mas, com o resultado do pleito norte-americano, o presidente eleito pode inverter essa lógica.
Segundo o professor de política internacional da PUC Minas Ricardo Ghizi, Trump foi eleito com a bandeira de resolver os problemas internos dos norte-americanos, e, pelo fato de a América do Sul e o Brasil não serem prioridades, as relações diplomáticas tendem a ser negligenciadas pelo novo presidente. “O que também pode dificultar a entrada de produtos estrangeiros nos EUA”, disse.
Impulsionar o comércio exterior vem sendo, segundo Furriela, uma das maiores apostas do atual governo brasileiro para a retomada do crescimento da economia. “Corremos o risco de os EUA se fecharem ao comércio internacional. Além disso, setores econômicos de investimento vão ficar receosos, principalmente no início da gestão Trump, até verificar qual será a realidade americana”, disse.
Os EUA são hoje o segundo país no ranking de exportações brasileiras, atrás da China. Com a adoção de medidas protecionistas, produtos agrícolas com exportações já consolidadas aos norte-americanos, como a laranja, poderão ter sua entrada restringida na América. “Se o governo for muito instável, a tendência é que o dólar caia e a exportação brasileira fique mais cara. Exportar vai acabar sendo mais difícil, podendo afetar diversos produtos”, analisa Jorge Lasmar. (com Loraynne Araújo)
A apreensão e a insegurança manifestadas pelos imigrantes se devem às polêmicas declarações feitas pelo empresário durante sua campanha eleitoral. Em uma delas, Trump ameaçou deportar 11 milhões de imigrantes ilegais. “Durante sua campanha, ele mudou de posição muitas vezes em relação à imigração, chegando a falar em expulsar os muçulmanos, mas, depois, voltou atrás. A imigração é a maior dúvida em relação a esse governo, mas, pela tendência do discurso, podemos esperar um endurecimento nas fronteiras”, analisa Jorge Lasmar, professor de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
Tanto o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quanto a candidata Hillary Clinton apoiavam reformas no sistema de imigração norte-americano, que dariam cidadania aos imigrantes ilegais. Projetos como esse, que já estavam em negociação entre os governos, têm grandes chances de serem “abandonados”, segundo o coordenador do curso de relações internacionais da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Manuel Furriela.
“Um acordo que o país estava negociando buscava facilitar a emissão de vistos para brasileiros que quisessem ir para os EUA a negócios e também eliminar o visto de turismo”, disse ele. Trump sempre prometeu aumentar as restrições para a entrada de estrangeiros no país.
Comércio. Os risco de impactos negativos da “era Trump” no Brasil também passam pelo aspecto econômico e preocupam os especialistas. Historicamente, o Partido Republicano tinha como característica defender o livre comércio, em oposição às medidas protecionistas, mas, com o resultado do pleito norte-americano, o presidente eleito pode inverter essa lógica.
Segundo o professor de política internacional da PUC Minas Ricardo Ghizi, Trump foi eleito com a bandeira de resolver os problemas internos dos norte-americanos, e, pelo fato de a América do Sul e o Brasil não serem prioridades, as relações diplomáticas tendem a ser negligenciadas pelo novo presidente. “O que também pode dificultar a entrada de produtos estrangeiros nos EUA”, disse.
Impulsionar o comércio exterior vem sendo, segundo Furriela, uma das maiores apostas do atual governo brasileiro para a retomada do crescimento da economia. “Corremos o risco de os EUA se fecharem ao comércio internacional. Além disso, setores econômicos de investimento vão ficar receosos, principalmente no início da gestão Trump, até verificar qual será a realidade americana”, disse.
Os EUA são hoje o segundo país no ranking de exportações brasileiras, atrás da China. Com a adoção de medidas protecionistas, produtos agrícolas com exportações já consolidadas aos norte-americanos, como a laranja, poderão ter sua entrada restringida na América. “Se o governo for muito instável, a tendência é que o dólar caia e a exportação brasileira fique mais cara. Exportar vai acabar sendo mais difícil, podendo afetar diversos produtos”, analisa Jorge Lasmar. (com Loraynne Araújo)
Temor em Cuba
Cuba anunciou nessa quarta-feira (9) seu tradicional ensaio de defesa frente ao “inimigo”, coincidindo com a surpreendente vitória de Donald Trump. O “Exercício Estratégico Bastião 2016”, que mobiliza as tropas cubanas frente a uma hipotética invasão dos EUA, acontecerá de 16 a 18 de novembro. Especialistas transmitiram preocupação com um possível retrocesso na reaproximação dos EUA com Cuba, uma dos principais temores dos cubanos.
Apelo da ONU
Os participantes da conferência de Marrakesh, chocados com a vitória de Donald Trump, acreditam que o futuro presidente americano, apesar de ter negado a existência das mudanças climáticas, não minará o acordo mundial em busca de energias limpas. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, felicitou Trump por sua vitória nas eleições dos EUA e fez um apelo pela continuação do engajamento do país no mundo.
Temer otimista
O presidente brasileiro, Michel Temer, afirmou que a vitória de Donald Trump não muda nada na relação bilateral com os EUA e se declarou convicto de que o presidente americano eleito levará em conta as “aspirações de todo o povo americano”. “Estou certo de que trabalharemos, juntos, para estreitar ainda mais os laços de amizade e cooperação que unem nossos povos”, disse Temer em carta enviada a Trump.
PELO MUNDO
As buscas no Google com a frase “moving to Canadá” (mudar para o Canadá) aumentaram 75% desde a noite de terça-feira, o que corrobora que alguns norte-americanos parecem mais decididos do que nunca a fugir para o país de Justin Trudeau, inclusive artistas de Hollywood.
A rapper Azealia Banks foi criticada por usuários das redes sociais, nessa quarta-feira (9), depois de ter feito uma série de posts em seu perfil do Facebook comemorando a vitória de Donald Trump e provocando os eleitores de Hillary Clinton, incluindo as também cantoras Katy Perry e Lady Gaga.
“Os EUA mereciam uma primeira presidente mulher muito melhor que a Hillary. Agora que ela perdeu pela segunda vez, vamos ver se ela vai voltar a pastar”, escreveu a rapper em uma mensagem cheia de xingamentos.
A votação e a apuração das urnas nos Estados Unidos movimentaram o Twitter em todo o mundo nos últimos dois dias. Entre a 0h dessa terça-feira (8) e as 6h da manhã dessa quarta-feira (9) pelo horário de Brasília, foram contabilizados 75 milhões de Tweets sobre o assunto.
A rapper Azealia Banks foi criticada por usuários das redes sociais, nessa quarta-feira (9), depois de ter feito uma série de posts em seu perfil do Facebook comemorando a vitória de Donald Trump e provocando os eleitores de Hillary Clinton, incluindo as também cantoras Katy Perry e Lady Gaga.
“Os EUA mereciam uma primeira presidente mulher muito melhor que a Hillary. Agora que ela perdeu pela segunda vez, vamos ver se ela vai voltar a pastar”, escreveu a rapper em uma mensagem cheia de xingamentos.
A votação e a apuração das urnas nos Estados Unidos movimentaram o Twitter em todo o mundo nos últimos dois dias. Entre a 0h dessa terça-feira (8) e as 6h da manhã dessa quarta-feira (9) pelo horário de Brasília, foram contabilizados 75 milhões de Tweets sobre o assunto.
O Tempo
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