quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Sexteto celebra o berimbau

Na data em que se celebra a capoeira no Brasil, os mineiros terão oportunidade de ver o berimbau, instrumento típico dessa manifestação cultural e artística, de uma maneira diferente. Isso porque o grupo Arcomusical Brasil leva ao Memorial Vale, quinta (3), diversas possibilidades sonoras dele.

“A música de capoeira, muitas vezes, é entendida como simples, mas tem coisas bem complexas se enxergarmos de um determinado ângulo. O público acha que o berimbau só faz um tipo de coisa, mas nós trazemos uma música mais instrumental, harmônica, e as pessoas se assustam de maneira positiva nas apresentações”, conta um dos músicos, José Henrique Soares.
Além dele, fazem parte do sexteto Natália Mitre, Daniela Oliveira, Rafael Matos, Mateus Oliveira e Alex Fraga. “Temos um respeito grande pela cultura da capoeira e gostaríamos que as pessoas olhassem para ela e para o berimbau de maneira mais atenciosa, a partir do nosso trabalho”, reflete Soares.

Todos os integrantes do grupo, fundado em 2015, transitam, assim, entre música instrumental de concerto e música popular. “Nós nos conhecemos na universidade (UFMG, onde todos estudaram percussão) e começamos a tocar berimbau juntos, estimulados por um professor-visitante que tivemos, o Gregory Beyer. Depois, resolvemos continuar”, explica Soares. Beyer é fundador da Comunidade Arcomusical em seu país de origem, os Estados Unidos, e busca unir músicos e pesquisadores de todo o mundo em torno do interesse pelos arcos musicais brasileiros e africanos.

Após o retorno do professor aos Estados Unidos, vários fatores os motivaram a continuar. “Primeiro, porque nos apaixonamos pelo berimbau. Depois, reparamos que é um instrumento que todo mundo conhece, com o qual as pessoas têm uma relação afetiva interessante. Além disso, decidimos que era preciso desenvolver uma linguagem própria, compondo músicas”, diz.

O show que apresentam quinta (3) traz, dessa forma, algumas composições de membros do sexteto, além de músicas de Gregory Beyer, Naná Vasconcelos e Alexis Lamb. “Neste concerto, começamos com solos, duos, e assim sucessivamente até apresentarmos e montarmos, no palco, o grupo completo”, explica Soares. “Da maneira que afinamos os berimbaus, tiramos entre sete e oito notas em cada instrumento. A estrutura harmônica da apresentação só é possível na interação de todos os músicos”, diz. Segundo o artista, a tessitura que se obtém, assim, lembra uma harpa ou um violão.

AGENDA


O quê. Apresentação do grupo Arcomusical Brasil
Quando. Quinta (03), às 19h30
Onde.Memorial Minas Gerais Vale (praça da Liberdade, 640, esquina com r. Gonçalves Dias, Funcionários, 3343-7317)
Quanto. Gratuito (sujeito à lotação)

O Tempo

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