Uma polêmica envolvendo a substituição das tradicionais charretes da cidade histórica de Tiradentes, no Campo das Vertentes, por tuk-tuks, triciclos motorizados comuns em países asiáticos, deixou a cidade em pé de guerra. De um lado, a prefeitura e parte da população defendem os veículos de tração animal que transportam turistas pelo centro histórico há 40 anos. Do outro, ativistas dos direitos dos animais querem o fim da prática alegando que os cavalos são maltratados. Além da repercussão na cidade e nas redes sociais, o caso já foi parar na polícia, após uma ativista denunciar ter sido agredida por charreteiros. O efetivo na cidade precisou ser reforçado.
Tudo começou na sexta-feira. O deputado estadual Noraldino Júnior (PSC), presidente da Comissão Extraordinária de Proteção dos Animais da Assembleia Legislativa, visitava a cidade com a mulher e foi convidado pela comerciante e ativista Luanda Conrado a participar de uma reunião com o prefeito José Antônio do Nascimento (PSDB) sobre o programa Castramóvel, mantido por ONGs, para esterilização de cães e gatos de rua.
No encontro, o deputado teria proposto a elaboração de uma lei municipal para a troca das charretes pelos tuk-tuks, e o prefeito teria dito que o assunto seria discutido depois, ressaltando a importância das charretes. Após a reunião, o deputado postou um vídeo no Facebook criticando o uso dos animais, dando início ao impasse.
“O deputado colocou minha foto durante a reunião. A cidade toda se rebelou contra mim. Eu e meu marido fomos espancados por cerca de 20 charreteiros”, disse Luanda, que fez queixa na polícia. Segundo ela, os animais ficam de 6h30 às 19h na praça, sem água ou comida, e, por isso e outros maus-tratos, não deveriam mais ser usados no serviço.
Economia. O prefeito alegou que as charretes são atração turística há 40 anos e sustentam 30 famílias. “Eles giram a economia da cidade, e os charreteiros são treinados para atuar como guias turísticos. O passeio não passa de 1,5 km. São 15 minutos. Os animais são bem tratados. Temos lei para isso e fazemos fiscalização anual. E sempre que a gente passa pela praça, a gente olha”, garantiu o político.
Os passeios custam R$ 60, e o limite é de quatro passageiros. Ainda segundo a lei municipal, os cavalos têm que usar fraldões para a coleta de dejetos. O número de veículos não pode passar de 30, e cada charreteiro tem um cavalo de reserva. O animal não pode trabalhar dois dias seguidos nem fora do horário comercial.
O prefeito lamentou a publicação do vídeo pelo deputado. “Ele colocou ainda uma foto no meu gabinete, causando muitos transtornos. Por isso eu gravei outro vídeo, explicando a vida dos charreteiros, importantes para a cidade. Lamento a agressão que teria ocorrido depois disso”, afirmou.
Tudo começou na sexta-feira. O deputado estadual Noraldino Júnior (PSC), presidente da Comissão Extraordinária de Proteção dos Animais da Assembleia Legislativa, visitava a cidade com a mulher e foi convidado pela comerciante e ativista Luanda Conrado a participar de uma reunião com o prefeito José Antônio do Nascimento (PSDB) sobre o programa Castramóvel, mantido por ONGs, para esterilização de cães e gatos de rua.
No encontro, o deputado teria proposto a elaboração de uma lei municipal para a troca das charretes pelos tuk-tuks, e o prefeito teria dito que o assunto seria discutido depois, ressaltando a importância das charretes. Após a reunião, o deputado postou um vídeo no Facebook criticando o uso dos animais, dando início ao impasse.
“O deputado colocou minha foto durante a reunião. A cidade toda se rebelou contra mim. Eu e meu marido fomos espancados por cerca de 20 charreteiros”, disse Luanda, que fez queixa na polícia. Segundo ela, os animais ficam de 6h30 às 19h na praça, sem água ou comida, e, por isso e outros maus-tratos, não deveriam mais ser usados no serviço.
Economia. O prefeito alegou que as charretes são atração turística há 40 anos e sustentam 30 famílias. “Eles giram a economia da cidade, e os charreteiros são treinados para atuar como guias turísticos. O passeio não passa de 1,5 km. São 15 minutos. Os animais são bem tratados. Temos lei para isso e fazemos fiscalização anual. E sempre que a gente passa pela praça, a gente olha”, garantiu o político.
Os passeios custam R$ 60, e o limite é de quatro passageiros. Ainda segundo a lei municipal, os cavalos têm que usar fraldões para a coleta de dejetos. O número de veículos não pode passar de 30, e cada charreteiro tem um cavalo de reserva. O animal não pode trabalhar dois dias seguidos nem fora do horário comercial.
O prefeito lamentou a publicação do vídeo pelo deputado. “Ele colocou ainda uma foto no meu gabinete, causando muitos transtornos. Por isso eu gravei outro vídeo, explicando a vida dos charreteiros, importantes para a cidade. Lamento a agressão que teria ocorrido depois disso”, afirmou.
POSIÇÃO
Internet. Em apoio ao tradicional serviço, charreteiros e moradores de Tiradentes trocaram suas fotos do perfil e de capa no Facebook pelas dos cavalos.
MANIFESTAÇÃO
Investigação. Noraldino Júnior informou ter pedido à Polícia Civil de Barbacena, que responde pela cidade, para agilizar o inquérito sobre as supostas agressões contra os ativistas. “Também pedi apoio ao Grupo de Repressão Unificado contra Abuso e Maus-Tratos de Animais, da Polícia Civil, que já está em Tiradentes”, afirmou o deputado, que disse não ter feito nenhum passeio de charrete por ser contra a prática.
Protesto. O parlamentar declarou ainda que entidades de defesa dos animais de Minas e de outros Estados planejam uma manifestação em Tiradentes pedindo o fim das charretes. “Estou pedindo que não façam agora porque os ânimos estão muito exaltados”.
DEPUTADO RELATA IRREGULARIDADES
DEPUTADO RELATA IRREGULARIDADES
Durante seu passeio por Tiradentes, o deputado Noraldino Júnior disse ter presenciado cavalos sendo chicoteados por charreteiros, além de veículos transportando cinco pessoas. “As ladeiras são íngremes, e os cavalos escorregam no calçamento antigo de pedra. A troca pelos tuk-tuks é para garantir a qualidade de vida dos animais e a segurança dos turistas”, justificou.
Após a reunião com o prefeito, ele postou um vídeo nas redes sociais. “Elogiei a cidade e disse que a única parte negativa era ter as charretes puxadas por cavalos. Os animais fazem as necessidades nas ruas, perto dos restaurantes. Não vi animais com fraldões”, disse.
Em uma tentativa de achar consenso, o deputado contou ter sido convidado pelo prefeito para uma reunião na cidade, na próxima semana. “Temos que ouvir todo mundo. Afinal de contas, eu também vi charreteiros tratando bem seus animais”, salientou. “O que não está certo é a violência. Tenho conhecimento de que os charreteiros teriam feito um churrasco para comemorar as agressões à ativista e ao seu marido”, relatou o parlamentar. O presidente da Associação de Charreteiros não quis manifestar-se sobre o caso.
Após a reunião com o prefeito, ele postou um vídeo nas redes sociais. “Elogiei a cidade e disse que a única parte negativa era ter as charretes puxadas por cavalos. Os animais fazem as necessidades nas ruas, perto dos restaurantes. Não vi animais com fraldões”, disse.
Em uma tentativa de achar consenso, o deputado contou ter sido convidado pelo prefeito para uma reunião na cidade, na próxima semana. “Temos que ouvir todo mundo. Afinal de contas, eu também vi charreteiros tratando bem seus animais”, salientou. “O que não está certo é a violência. Tenho conhecimento de que os charreteiros teriam feito um churrasco para comemorar as agressões à ativista e ao seu marido”, relatou o parlamentar. O presidente da Associação de Charreteiros não quis manifestar-se sobre o caso.
Proposta. O parlamentar é autor do Projeto de Lei 2.170, que institui a política estadual de utilização sustentável de veículos de tração animal e finalização gradativa de sua utilização em perímetros urbanos de Minas. A proposta aguarda parecer da Comissão de Constituição e Justiça. Ele conseguiu aprovar projeto semelhante quando foi vereador em Juiz de Fora, na Zona da Mata.
ANIMAIS TÊM VETERINÁRIO E ALIMENTAÇÃO CONTROLADA
O presidente da Associação dos Charreteiros de Tiradentes, Cleiton Rafael, não quis manifestar-se.
Em um vídeo divulgado pelo prefeito, ele fala da tradição do serviço, que sustenta várias famílias na cidade de quase 8.000 habitantes. Rafael afirma ainda que os animais são bem tratados, passam por veterinários e têm alimentação controlada e que há um controle do número de pessoas transportadas.
“Cada charreteiro tem três ou quatro animais para revezar durante o dia. Se o animal tiver um arranhão, a gente não o leva para a praça”, disse.
O presidente da OAB da vizinha São João del Rei, Victor Agostini, também defende os charreteiros no vídeo. “Além da utilidade pública, tem uma relação entre homem e cavalo com todo o respeito e carinho”.
Em um vídeo divulgado pelo prefeito, ele fala da tradição do serviço, que sustenta várias famílias na cidade de quase 8.000 habitantes. Rafael afirma ainda que os animais são bem tratados, passam por veterinários e têm alimentação controlada e que há um controle do número de pessoas transportadas.
“Cada charreteiro tem três ou quatro animais para revezar durante o dia. Se o animal tiver um arranhão, a gente não o leva para a praça”, disse.
O presidente da OAB da vizinha São João del Rei, Victor Agostini, também defende os charreteiros no vídeo. “Além da utilidade pública, tem uma relação entre homem e cavalo com todo o respeito e carinho”.
O Tempo
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