Sustentabilidade é uma palavra que está na moda. Seja qual for o contexto, o uso desenfreado de recursos vai perdendo espaço para uma nova mentalidade, focada em um consumo racional que gere economia e preservação para as gerações seguintes.
A mudança de comportamento vai além do foco no cuidado com o meio ambiente. Claro que essa é uma das bases da sustentabilidade, mas passa também pela própria consciência de que o aumento da produção (e de mais consumo de matérias-primas) é decorrente de uma explosão de demanda que nem sempre é suportada pela indústria.
A saída é a criatividade, e a construção civil tem dado bons exemplos de progresso que promovem economia, ao mesmo tempo em que impedem desperdício e escassez dos produtos usados pelo setor. Mecanismos de captação e reutilização de água, placas fotovoltaicas para geração de energia, materiais orgânicos e reciclagem de insumos não aproveitados na construção estão na lista de inovações que deixaram de ser experimentos e tornaram-se recorrentes em qualquer canteiro de obras.
E a tendência é a de que as construtoras adaptem novas ideias sustentáveis à logística dos trabalhos. "Essas novas práticas são benéficas para todo mundo: para a empreiteira, que vê os custos da produção caírem e o leque de variedades de insumos se expandir; para o fornecedor, que pode apostar em pequenos nichos bastante rentáveis; e, claro, para o consumidor, que consegue preços de imóveis mais em conta", analisa Renato Las Casas, diretor comercial da empresa de revestimentos sustentáveis Ecogranito.
Um exemplo, segundo ele, é o escoamento de resíduos sólidos da construção civil. Estima-se que o setor produza no Brasil cerca de 800 kg por habitante ao ano. "Como a construção é o setor que mais necessita de recursos, é natural que as ações mais expressivas, de maior impacto, também venham dela. É a indústria da construção que precisa fechar a torneira do desperdício, e isso já é feito. Poucos setores inovam tanto quanto, e o resultado é que a sustentabilidade já está atrelada às etapas de uma obra", sugere Las Casas.
Edificações sustentáveis
O diretor da Ecogranito esclarece que o conceito de obra sustentável vai além do controle do desperdício. Ele sugere que o próprio projeto já deve estar adaptado ao consumo inteligente.
"Hoje podemos lançar mão de luminárias inteligentes, sensores de presença e ainda explorar a luz natural, observando a posição e a topografia do edifício. Os insumos e as soluções devem andar de mãos dadas com a tecnologia, mas não ser dependentes dela. Pequenas mudanças podem gerar grandes economias, e é isso que o setor tem buscado", conclui Renato Las Casas.
André Manteufel
Depto. de Jornalismo
Rua dos Timbiras, nº 2.072 – Lourdes
Belo Horizonte-MG
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