A Secretaria Municipal de Meio Ambiente quer retirar, castrar e encaminhar para a adoção cerca de 300 gatos que ocupam o Parque Municipal de Belo Horizonte até o fim deste ano. A justificativa para a medida é que os felinos estão alimentando-se dos pássaros do parque, provocando desequilíbrio ambiental e contribuindo para a proliferação de insetos, inclusive cupins, que podem provocar queda de árvores. Além disso, há receio de que os bichos ataquem visitantes e causem doenças.
De acordo com parecer técnico da Fundação Municipal de Parques, a presença dos gatos causou impactos relevantes sobre a fauna silvestre ao aumentar a população de insetos. A situação comprometeu a flora e levou ao corte de centenas de espécimes vegetais no interior da reserva, após a morte de uma mulher que foi atingida por um jatobá infestado de cupim, em 2011. Os impactos são atestados por informação técnica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que diz que a população felina leva à extinção de várias espécies de aves, mamíferos e répteis silvestres.
Além disso, há risco para a saúde pública por meio da esporotricose – micose que tem tido grande ocorrência em gatos –, e de ataques a humanos. “Nosso grande problema dentro do parque hoje é a gente não conhecer todos os gatos e a ferocidade deles. Se uma criança vai ao parque e chega perto de um animal desses, que são muito mais ferozes que um gato doméstico, pode acontecer algum mal, e a responsabilidade é nossa”, disse o secretário municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck.
Como será. A retirada dos felinos do parque envolve, primeiramente, a identificação correta do número de animais, que será feita por meio de um cronograma de alimentação para atrair os bichos, a ser iniciado em até dois meses. A segunda etapa consiste em encontrar pessoas dispostas a ceder suas casas como lares temporários aos animais, enquanto eles são preparados para a castração e, depois, enquanto se recuperam. “Estamos contando com a participação do cidadão”, disse o Coordenador de Defesa dos animais da secretaria, Jean Claude.
A partir de julho, os animais serão castrados pelo Centro de Controle de Zoonoses, receberão um microchip – uma espécie de identidade – e voltarão para os lares temporários. A ideia é que esses lares se transformem em definitivos ou os animais sejam colocados para adoção. O trabalho vai continuar com fiscalização, feita pela Guarda Municipal, fiscais da PBH e estagiários do programa de monitores da secretaria. Placas e faixas exibirão leis que são violadas quando se abandona um animal. Segundo Jean Claude, o projeto será feito com recursos do município – valores não foram informados.
De acordo com parecer técnico da Fundação Municipal de Parques, a presença dos gatos causou impactos relevantes sobre a fauna silvestre ao aumentar a população de insetos. A situação comprometeu a flora e levou ao corte de centenas de espécimes vegetais no interior da reserva, após a morte de uma mulher que foi atingida por um jatobá infestado de cupim, em 2011. Os impactos são atestados por informação técnica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que diz que a população felina leva à extinção de várias espécies de aves, mamíferos e répteis silvestres.
Além disso, há risco para a saúde pública por meio da esporotricose – micose que tem tido grande ocorrência em gatos –, e de ataques a humanos. “Nosso grande problema dentro do parque hoje é a gente não conhecer todos os gatos e a ferocidade deles. Se uma criança vai ao parque e chega perto de um animal desses, que são muito mais ferozes que um gato doméstico, pode acontecer algum mal, e a responsabilidade é nossa”, disse o secretário municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck.
Como será. A retirada dos felinos do parque envolve, primeiramente, a identificação correta do número de animais, que será feita por meio de um cronograma de alimentação para atrair os bichos, a ser iniciado em até dois meses. A segunda etapa consiste em encontrar pessoas dispostas a ceder suas casas como lares temporários aos animais, enquanto eles são preparados para a castração e, depois, enquanto se recuperam. “Estamos contando com a participação do cidadão”, disse o Coordenador de Defesa dos animais da secretaria, Jean Claude.
A partir de julho, os animais serão castrados pelo Centro de Controle de Zoonoses, receberão um microchip – uma espécie de identidade – e voltarão para os lares temporários. A ideia é que esses lares se transformem em definitivos ou os animais sejam colocados para adoção. O trabalho vai continuar com fiscalização, feita pela Guarda Municipal, fiscais da PBH e estagiários do programa de monitores da secretaria. Placas e faixas exibirão leis que são violadas quando se abandona um animal. Segundo Jean Claude, o projeto será feito com recursos do município – valores não foram informados.
Doação. As pessoas que querem oferecer suas casas como lares temporários para os gatos devem enviar e-mail para defesadosanimais@pbh.gov.br, com o assunto “Gato no Parque”.
SAIBA MAIS
Castração. A castração dos gatos do parque já é feita semanalmente pela prefeitura, mas, como novos animais são abandonados com frequência, o processo não alcança os resultados desejados.
Maus-tratos. Segundo Jean Claude, moradores de rua que ocupam o parque e pessoas de fora muitas vezes maltratam e até matam os animais.
Lei. Praticar abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais tem pena de detenção de três meses a um ano e multa.
Maus-tratos. Segundo Jean Claude, moradores de rua que ocupam o parque e pessoas de fora muitas vezes maltratam e até matam os animais.
Lei. Praticar abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais tem pena de detenção de três meses a um ano e multa.
Para ONG, abandono e adoção são desafios
A ideia da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte de conseguir famílias que adotem os gatos é considerada um grande desafio por Marisa Catelli, diretora da Organização Não Governamental (ONG) Cão Viver, uma das maiores da capital. Ela apoia a iniciativa, mas afirma que o abandono de animais tem aumentado e que as adoções têm caído de forma significativa na capital.
“Precisamos encontrar uma forma de conscientização e, principalmente, de punição para o abandono, senão o problema não será resolvido”, afirmou.
A Cão Viver cuida de mais de 200 bichos. A estimativa é que cada animal tenha um custo médio mensal entre R$ 150 e R$ 250. Segundo a diretora da entidade, mesmo lotada, a ONG recebe cerca de 50 pedidos de abrigo mensais. Entretanto, por mês, apenas uma média de 35 animais encontram um lar.
Segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), em 2016 foram resgatados 2.326 cães e 762 gatos pela Prefeitura de Belo Horizonte. Porém, somente 675 animais foram adotados. Em fevereiro, O TEMPO noticiou que a crise financeira fez o abandono de animais aumentar cerca de 30% na capital.
“Precisamos encontrar uma forma de conscientização e, principalmente, de punição para o abandono, senão o problema não será resolvido”, afirmou.
A Cão Viver cuida de mais de 200 bichos. A estimativa é que cada animal tenha um custo médio mensal entre R$ 150 e R$ 250. Segundo a diretora da entidade, mesmo lotada, a ONG recebe cerca de 50 pedidos de abrigo mensais. Entretanto, por mês, apenas uma média de 35 animais encontram um lar.
Segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), em 2016 foram resgatados 2.326 cães e 762 gatos pela Prefeitura de Belo Horizonte. Porém, somente 675 animais foram adotados. Em fevereiro, O TEMPO noticiou que a crise financeira fez o abandono de animais aumentar cerca de 30% na capital.
“Gatos são pragas em áreas ambientais”, diz especialista
Por mais dóceis que possam parecer, os gatos são, de fato, apontados como predadores vorazes pelo professor de biologia geral da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Flávio Rodrigues. Segundo ele, a presença dos felinos em espaços ambientais pode causar a extinção de espécies de aves. “Gatos são pragas em áreas ambientais e devem ser retirados”, afirmou Rodrigues.
Para o professor, entretanto, o Parque Municipal não deve ser considerado uma área ambiental em extremo risco por causa dos felinos. “Eu não sei quanto de natural ainda tem em um espaço no meio de uma das maiores avenidas de Belo Horizonte. Concordo com o manejo deles, mas é necessário entender que o parque é um ambiente muito afetado. Não dá para dizer que é um ambiente totalmente natural”, explicou.
Para o professor, entretanto, o Parque Municipal não deve ser considerado uma área ambiental em extremo risco por causa dos felinos. “Eu não sei quanto de natural ainda tem em um espaço no meio de uma das maiores avenidas de Belo Horizonte. Concordo com o manejo deles, mas é necessário entender que o parque é um ambiente muito afetado. Não dá para dizer que é um ambiente totalmente natural”, explicou.
O Tempo
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