quarta-feira, 28 de março de 2018

Amor e chuva


Agrupam-se nuvens de borrasca
em meu peito alojam-se trovões
em sua alma crescem só amores
amor sob a chuva é imortal e basta.

Regam-nos filetes de águas virgens
como a regar flores brancas eternas
jamais deixarão nossas primaveras
e livrarão nossas dores das vertigens.

Enquanto eu estiver a lapidar poemas
você entoará  leves sonatas do Reno
seus azuis matizados pelos fonemas

O encanto poético podem ir ao ápice;
se chove sob um amor predestinado
os encantos são dignos de Goethe.

Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação.

Renascimento


Velha e amassada folha
levou ao vendaval meus versos
procurei-os na memória
nas praças de minha velha aldeia
entre os destroços das políticas
nos desvãos e porões das milícias
mas nada. Foram-se e pousaram
talvez sobre velhos cabelos brancos
ou sobre seios que já tinham muita história
nada os resgatou e o imenso sentimento
do mundo que nos aprisiona e nos ama
disse-me ao luar que já penetrara os céus
que a sofrência seria passageira
em meu País que se escondera.
Sob véus da vergonha renasceriam
corações de leitores e nosso País embrutecido.


Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação.

Mundo digital tem mudado a realidade das pessoas


Hollywood produz em média 500 filmes por ano. Se cada filme tem em torno de duas horas de duração, então a indústria do cinema produz cerca de 1.000 horas de conteúdo anualmente. Já os usuários do YouTube fazem upload de 48 horas de vídeo por minuto. Isso significa que, a cada 21 minutos, o YouTube fornece mais entretenimento novo do que Hollywood disponibiliza em 12 meses.
Louis estima que nos próximos 30 anos, cerca de 40% dos empregos atuais deixarão de existir e aí não vai adiantar fazer manifestações, reclamar ou chorar. “Neste momento, mais do que nunca, uma mente proativa pode ser salvadora”, ele afirma.

Por aí é possível ter uma noção de como o mundo digital mudou a realidade em torno das pessoas. O escritor e palestrante Louis Burlamaqui aborda esse crescimento acelerado de informações em sua nova obra. “Domínio Emocional em uma Era Exponencial”, em que ensina as pessoas a lidarem com esse tempo caótico a partir da consciência e do domínio das próprias emoções, ações e reações.

“Apatia, tristeza, medo, raiva e orgulho são algumas delas. Toda emoção pode se manifestar de forma positiva ou negativa. Por exemplo, a apatia pode levar o sujeito à estagnação, o que é ruim, mas também pode propiciar a ele uma condição de reflexão, o que pode ser um estado bastante produtivo. Não podemos ter sempre o controle das experiências, no entanto, temos um poder soberano, podemos escolher como reagir ou lidar com elas”, explica Burlamaqui.

Com 30 anos de experiência em educação corporativa e desenvolvimento de líderes, o escritor mapeou os nove estados emocionais dominantes na era exponencial que impedem as pessoas de se realizarem. Por meio de linguagem acessível, leve e fluida, ele explica como essas emoções surgem e se tornam padrões em nossas vidas e propõe a prática de 45 exercícios para superá-las.

“Domínio Emocional em uma Era Exponencial”
Louis Burlamaqui
Editora Merope
360 páginas
R$ 50

O Tempo

terça-feira, 27 de março de 2018

Ana Hickmann passa por batismo no Rio Jordão: 'experiência única'

Em viagem a Israel, onde está gravando material para o Hoje Em Dia, a apresentadora Ana Hickmann aproveitou para se batizar nas águas do Rio Jordão, local considerado sagrado.
"Um dos lugares mais especiais que já conheci na minha vida. Esse aqui é o Rio Jordão, a gente tá exatamente na linha de fronteira entre Israel e a Jordânia, o lugar onde Jesus [foi batizado]", contou nos stories de seu Instagram.

Em seguida, contou: "Acabei de passar por essa experiência, fui batizada nessas águas também. Reafirmei os meus votos com Deus, e a experiência foi única."
O Tempo

Ególatras

Amadeu Garrido de Paula

A ególatra chorou por dias atrozes e jamais os perdoou. Destinou o mármore incandescente ao marido e ao homem, ambos bravos, corajosos, que reuniram os pedaços, os escombros de um cãozinho que a ególatra mantinha como propriedade e se espalharam pela rua ensanguentada. Havia que poupá-la...

Destinou o mármore incandescente ao marido e ao homem

O caminhão de lixo atropelara o pobre animal, já cego, como se fora morte imperceptível; segundo a ególatra, por envenenamento, não por seus grossos pneus que o reduziram a fragmentos rubros e desafiaram a coragem dos homens, um deles um negro forte, lágrimas soltas, que recolheram os olhos, o rabo, o ventre, a cabeça, o fígado, e os depositaram no veículo matador involuntário.

O ególatra, como todos os seus pares, cria uma teoria, que não pode ser contrariada, sem arrostar a natureza sempre voltada a si;  a morte era discutível, o cão estaria inteiro, impunha-se levá-lo ao veterinário da esquina, para tentar reanimá-lo ou, pelo menos, atestar os sinais tanatológicos de certeza.

Seu sepultamento deveria ocorrer juntamente com o de sua companheira, recentemente devastada por um câncer, jamais feito lixo a ser recolhido.

O fato é que a verdade dos ególatras só lhes pertence, jamais querem ver o mundo, sobretudo se esbarram em seus antípodas,  homens bons e de coragem. 

Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação.

Economistas preveem o futuro na borra de café


O que têm em comum o número de filhos, as compras de papelão e as vendas de cuecas? Todos podem ser utilizados, combinados a indicadores tradicionais, para prever a evolução da conjuntura econômica.
Será que nos encaminhamos para uma crise? Para os economistas encarregados de fazer previsões, é difícil criar cenários infalíveis em um setor cheio de riscos latentes.
"Os modelos sobre os quais trabalhamos são fortes, mas sempre há fatores de incerteza. Não se trata de uma ciência exata", explica à AFP Mathieu Plano, investigador do Observatório Francês de Conjunturas Econômicas (OFCE).
Para estabelecer suas previsões, economistas e especialistas em estatísticas recorrem a indicadores chamados "avançados", como a confiança dos consumidores, o clima dos negócios, ou as permissões de construção.
Mas, além desses indicadores, considerados "sérios", existem outras ferramentas mais surpreendentes, que se destacam por sua capacidade "profética".
Entre essas ferramente estão as vendas de papelão ondulado - que, em teoria, refletem as vendas e dão um sinal da produção futura das empresas. "Durante muito tempo, isso foi considerado o melhor para adivinhar a evolução da conjuntura. Hoje, é mais incerto, pois a economia se digitalizou muito", explica Alexandre Mirlicourtois, diretor de estudos na Xerfi.
Outro exemplo é a taxa de natalidade. Em um estudo recente, baseado nos casos dos últimos censos dos Estados Unidos, uma equipe de pesquisadores americanos constatou que o número de gestações começa a cair vários meses antes de acontecer uma recessão da econômica - o que poderia se tornar um sinal das mudanças de ciclos.
"A decisão de ter um filho reflete o nível de otimismo em relação ao futuro", que tende a baixar antes, inclusive caso se desencadeiem as recessões, explica a professora de Economia Kasey Buclkes, no portal da Universidade Notre-Dame de Indiana, Estados Unidos. A especialista considera a natalidade um indicador "tão pertinente quanto outros mais conhecidos" para prever o futuro.
- 'Santo Graal' -
Outro dos indicadores mais conhecidos é o índice "arranha-céus", segundo o qual existiria uma relação entre a construção de enormes torres e o estouro de bolhas financeiras.
Em 1998, a inauguração das Torres Petronas (Kuala Lampur) antecedeu a crise asiática. Em 1973, a abertura do World Trade Center aconteceu pouco antes da crise do petróleo, e em 1929, as obras do Empire State Building coincidiram com a "grande crise". A causa estaria na facilidade do acesso ao crédito, que estimula os projetos faraônicos ao fim do ciclo.
Outros indicadores geram mais receio.
As vendas de gravatas, que supostamente deveriam disparar quando aparecem os primeiros sinais de turbulências, pois os trabalhadores estariam interessados em se apresentar da melhor forma possível para evitar uma possível demissão.
Mas também há previsões para as roupas íntimas masculinas, cujas vendas cairiam, a princípio, porque os homens considerariam essa despesa supérflua em caso de crise econômica.
Esse indicador se assemelharia ao "índice do batom", segundo o qual, em tempos de recessão, as mulheres deixam produtos caros de luxo, como bolsas, para se voltarem para batons mais baratos. A teoria, que se baseou no caso da crise de 1929, não resistiu à história dos ciclos econômicos.
"Isso pode parecer irracional, mas quando vemos de perto, existe certa lógica. O comportamento dos consumidores é muito revelador da situação econômica e das mudanças de tendências", destaca Mirlicourtois.
Mas esses indicadores "não convencionais" são confiáveis?" "Não estou certo de que sejam menos eficazes que as ferramentas convencionais, que também têm seus limite. O problema é que são difíceis de trabalhar", considera Christopher Dembik, diretor de pesquisa econômica no Saxo Banque.
Para Mathieu Plane, eles podem "servir para completar a análise", pero "não é com as vendas de maquiagem que alguém vai adivinhar a taxa de crescimento 2018-2019".
O comportamento dos atores econômicos, de fato, varia muito conforme o país e a época, o que complica a criação de modelos matemáticos.
"O que aconteceu em dado momento não tem por que necessariamente se reproduzir. Não há nada sistemático", indica Alexandre Mirlicourtois.
Para os céticos, a busca permanente por indicadores "proféticos" é mais um sintoma das fragilidades inerentes à previsão econômica.
"Há uma vontade de encontrar o Santo Graal, o indicador que permitirá prever tudo. E isso leva a encontrar correlações com todo tipo de fenômenos", aponta Christopher Dembik.
"A previsão funciona bem, mas em um contexto concreto", destaca Mathieu Plane, lembrando que "já é difícil por si só prever o presente".
O Tempo

segunda-feira, 26 de março de 2018

Os mistérios de Mona Lisa

O TEMPO

BIOGRAFIA

Livro investiga quem era a mulher por trás do famoso quadro de Leonardo Da Vinci

PUBLICADO EM 26/03/18 - 03h00







Lisa Gherardini poderia ter sido apenas mais uma donna bonitinha da era renascentista e ficar por isso mesmo. Mas o destino quis que ela fosse eterna. Retratada por Leonardo da Vinci (1452-1519), sua figura se tornou ícone das artes, da publicidade, do entretenimento. Vê-la (mais ou menos) de perto, no Louvre, ainda pode despertar emoções fortes.
Por essas e por outras, a jornalista norte-americana Dianne Hales acreditava que a personagem de Da Vinci merecia uma biografia. O resultado está em “Mona Lisa: A Mulher por Trás do Quadro”. Tendo a vida de Lisa Gherardini como fio condutor, são três livros em um só: uma breve história da vida privada da rica Florença, centro do planeta na sua época; o cenário cultural da Itália de Da Vinci e Michelangelo; as curiosidades em torno do quadro mais famoso do mundo.
Nascida em 1479, em Florença, Lisa vinha de linhagem nobre, das antigas. Foi casada aos 15 anos de idade com Francesco del Giocondo, um comerciante sem nobreza no sangue. Casar era um bom negócio (até porque o amor ainda não tinha sido inventado). O casamento elevou Giocondo à elite da sociedade, graças à associação com uma legítima Gherardini. Sangue azul valia mais que dotes gordos. Business.
Lisa teve seis filhos com Francesco e morreu aos 63 anos, em 1542, encerrada num convento para onde se mudara ao ficar viúva. Seu nome teria se perdido aí, não tivessem os Giocondo encomendado a Da Vinci o retrato da jovem mulher em 1503. Muito se especula, ainda hoje, o que o mestre viu de especial ao conhecê-la.
Dianne conta na parte final do livro ótimas historias sobre trajetória do quadro – desde 1525, adornando uma suíte de banho do rei Francisco I em Fontainebleau e, bem depois, encantando Napoleão, até sua popularização e seu sequestro, em 1911.
O Tempo

sexta-feira, 23 de março de 2018

Amor e chuva


Agrupam-se nuvens de borrasca
em meu peito alojam-se trovões
em sua alma crescem só amores
amor sob a chuva é imortal e basta.

Regam-nos filetes de águas virgens
como a regar flores brancas eternas
jamais deixarão nossas primaveras
e livrarão nossas dores das vertigens.

Enquanto eu estiver a lapidar poemas
você entoará  leves sonatas do Reno
seus azuis matizados pelos fonemas

O encanto poético podem ir ao ápice;
se chove sob um amor predestinado
os encantos são dignos de Goethe.

Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação.

A finalidade humana


Outra não é senão o próprio homem.
São seus coadjuvantes os entornos
a bela natureza, as coisas, os adornos
contudo ele vive  a quem?

Aliena-se, até nos mínimos momentos
alienação, a luz da filosofia
entrega da vida que renuncia 
volta a ser para si o mar dos tormentos.
  
Esquece-se, o racional fenômeno
que Deus encarregou de ser
nesta terra seu epifenômeno.

Guerreia bravamente, da alba à noite
machuca insensivelmente a raça
sofre e a seus irmãos manda o açoite.

Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação

Pessoa


No torvelinho de meus delírios
Voltei um século a Portugal;
dei-me numa mesa contígua
a uma pequena figura de chapéu coco.
Notei que nossas cervejas
tinham lágrimas enrustidas.
Ousei indagar seu nome
Gentilmente disse-me que eram quatro
mas podia chamá-lo de Pessoa;
disse-lhe meu nome, mas podia chamar-me de Fernando.

Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação

Encontro de desportistas

Elson Cruz 

Encontro de desportistas: verdadeira confraternização de atletas, desportistas e jogadores do time de veteranos do União no último domingo no Clube Recreativo do Verdão. A festa aconteceu por ocasião dos aniversários de Honório Martins, 69 anos, e Aziz Farid, 80 anos. Ao som de boa música, churrasco e muita cerveja, os anfitriões receberam as mensagens de felicitação e admiração num clima de alegria e descontração. Semana Santa: a semana Santa será realizada sob coordenação da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, com destaque para a procissão de Ramos saindo da Praça do cemitério São Joao Batista e descendimento da Cruz na Praça de Esportes do Itabirense. Por onde anda? José Eustáquio Ferreira, filho do saudoso Totonho Ferreira do Cine Pax. Baterista de renome na cidade, que recentemente mostrou todo seu talento participando da premiada trilha sonora do Encontro Marcado de Fernando Sabino. Exerce sua cidadania com dignidade e buscando sempre a valorização da nossa arte e nossos costumes. Na administração pública, como secretário de Cultura e com apenas 5 funcionários e poucos recursos, coordenou o carnaval da solidariedade e logo depois o Julifest (é bom lembrar que hoje o município arrecada mais de um milhão por dia). José Eustáquio Ferreira, através da criatividade, dedicação e conhecimento é capaz de transmitir lições de gestão pública além da sensibilidade na arte de promover eventos. É tempo de recomeçar: a cidade conta com milhares de admiradores das nossas Bandas de música. Assim já começam a comentar sobre a realização do domingo é dia de Banda, projeto de Ivacy Simões, que no último domingo de cada mês brinda o público com apresentações da Banda Velha (Corporação Musical Santa Cecília) e Banda Nova (Corporação musical União Itabiritense) e convidadas. Este acontecimento cultural e artístico tem motivado muitos jovens a ingressarem nas corporações, considerando que as aulas são gratuitas e o aluno ganha conhecimento, socialização e oportunidade de desenvolver seu talento. Afinal, a música é a arte de manifestar os diversos afetos da alma mediante o som. Futebol: com a possibilidade de nossa cidade voltar a sediar uma chave da taça BH de futebol Júnior, começa-se a discutir a falta das escolinhas de futebol distribuídas pelos bairros da cidade. Todos sabem que a educação e esporte é o único caminho para a formação de jovens. A equipe do Usina Esperança, mesmo sem o devido e merecido apoio tem mantido as escolinhas para jovens de até 15 anos e consegue reunir dezenas deles nas manhãs de sábado. Dirigente de visão e comprometimento com o esporte: é disso que precisamos sempre. Vara de marmelo: os professores de uma escola em Portugal enviaram aos pais esta carta: “Queridos pais. Gostaríamos de lembrar que as palavras olá, por favor, obrigado, e desculpe devem ser ensinadas às crianças em casa. Também em casa elas devem aprender a serem honestas, pontuais, e trabalhadoras. A ser solidárias com as pessoas e respeitar os mais velhos e professores. Devem aprender a ser limpos, não falar com a boca cheia e não jogar lixo em qualquer lugar. Além disso é em casa que as crianças aprendem a ser organizadas e carinhosas. Na escola ensinamos matemática, história, geografia e esportes. Não criamos seus filhos, apenas reforçamos a educação que vocês dão em casa”. Parece que nossos pais e nossos avós já conheciam esta técnica e a aplicavam no dia a dia, e quando necessário, usavam ferramentas tecnológicas como o chicote e a vara de marmelo. Haja sabedoria... Itabirense: o tradicional tricolor reúne seus associados neste domingo, dia 25 para eleger a nova diretoria administrativa. O horário da votação é de 8 as 12h. Prestigie! 
Para refletir: Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. (Paulo Freire)

Elson Cruz / Jornal Liberal

Medeia e as questões atuais

As angústias, as lutas e os preconceitos que as mulheres enfrentam nunca deixaram de ser uma questão da contemporaneidade. Por isso, é sempre premente montar o clássico de Eurípedes, “Medeia”. Assim pensa a atriz Deborah Lamm, que dá corpo e voz a mais uma versão da personagem clássica no espetáculo “Mata Teu Pai”, que estará em cartaz, no Sesiminas, neste fim de semana. “A Medeia é uma personagem milenar e, por isso, sempre será montada. E no momento que estamos maturando um discurso feminista, veio a calhar trazer essa personagem junto com esse pensamento contemporâneo”, pontua Deborah.
Escrita pela mineira Grace Passô, a narrativa tenta situar Medeia em meio aos conflitos universais que podem ser cotidianos a todas as mulheres. “Não saberia fazer de outra forma”, garante Grace. Em cena, Medeia não é o ser contraditório e passional que matou os próprios filhos para se vingar do marido, mas uma mulher inconformada com sua condição atual, cansada de ser silenciada e subjugada por uma sociedade em que os homens têm o poder primário.
Na versão da Cia. OmondÉ, Grace tenta ressaltar as características femininas que não são somente relacionadas à luta contra o machismo e à desconstrução do patriarcado. “Para além do que se conhece do ato trágico que Medeia gera ao matar o marido e os filhos, tentei trazer essa noção de mulher indomável” diz a mineira.
Outras Medeias. Embora a peça seja considerada o primeiro solo da Cia. OmondÉ, a atriz Deborah Lamm não está sozinha em cena, pois, a cada cidade por onde o espetáculo passa, um coro de mulheres acima de 65 anos a acompanha em cena. A seleção é feita por meio de uma oficina conduzida pela diretora do espetáculo, Inez Viana.
“Trazer essas mulheres reais para o palco traz um ar contemporâneo, de teatro documental”, arrisca Deborah. A peça já passou por São Paulo, Rio e Curitiba, e os coros têm levado à cena também mulheres sem nenhuma experiência cênica, mas cuja presença, segundo a atriz, é capaz de promover uma intensa troca.
Para mais, a atriz credita que estar em cena com essas mulheres seja “uma forma de canalizar a dor pessoal e fomentar um debate urgente e necessário”, define, se referindo ao triste e brutal assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, no último dia 14.

Serviço: “Mata Teu Pai”, com Deborah Lamm, no teatro Sesiminas (rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia), sábado (24), às 21h, e domingo (25), às 19h, com ingressos entre R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
O Tempo

Nova lei tenta coibir morte por falta de salva-vidas em clubes

Em 21 de janeiro, duas primas de 3 e 4 anos morreram afogadas na piscina de um clube recreativo em Belo Horizonte. O estabelecimento não tinha salva-vidas nem alvará que autorizasse o funcionamento. Dois meses depois, a prefeitura da capital sanciona uma lei que exige não só a presença do guarda-vidas nos clubes (como já era obrigatório pela legislação municipal), mas define também a quantidade de profissionais por metro quadrado (m²).
A Lei 11.110 determina que os estabelecimentos tenham ainda desfibrilador cardíaco portátil para reanimação em caso de parada cardíaca, comum em afogamentos, além de máscaras de respiração artificial, colar cervical e prancha longa, todos equipamentos que podem salvar vidas e evitar sequelas. Para que seja cumprida, no entanto, a nova regra ainda depende de regulamentação, o que tem prazo de 90 dias para ocorrer.

“Nenhuma lei irá trazer de volta a vida das vítimas. Também não é possível minorar sofrimento das famílias, mas ela pode prevenir que outras famílias passem pelo mesmo sofrimento”, disse o vereador Jorge Santos (PRB), autor do projeto de lei sancionado pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS), no dia 21 de março.
Regras. Desde janeiro de 2010, está em vigor a Lei Municipal 9.824, que determina a presença de salva-vidas nos clubes de Belo Horizonte. Porém, além de não estabelecer a quantidade de profissionais de salvamento por metro quadrado, a antiga legislação ainda estava em regulamentação, segundo a prefeitura. Questões como valores de multa e fiscalização não tinham sido definidas oito anos após sua sanção.
Agora, a nova lei prevê um guarda-vida para cada 1.250 m² (o equivalente a uma piscina olímpica) de espelho d’água. Nessa extensão, poderá haver mais de uma piscina de tamanhos diversos, desde que a distância entre elas não seja superior a 15 m. O salva-vidas deverá ter um campo visual livre para a área, sem obstáculos. “Um profissional para essa metragem é suficiente para um atendimento em caso de afogamento. Mas, para isso, ele precisa ter visibilidade, estar em lugar alto e reservado, e a piscina tem que estar cristalina”, afirmou o tenente Herman Ameno, do Corpo de Bombeiros, especialista em salvamento aquático.
A presença do guarda-vidas é obrigatória durante o funcionamento das piscinas. Todos os funcionários também deverão ser treinados para saber usar o desfibrilador e os outros equipamentos.

 

Investigação sobre óbitos ainda não foi concluída

A Polícia Civil informou que não concluiu a investigação da morte de Alice Santiago Silva, 3, e de Eloísa Ferreira Silva, 4, no dia 21 de janeiro deste ano, na Arena Clube Mattos, no bairro Vista Alegre, na região Oeste de BH. O dono do estabelecimento não tinha alvará de funcionamento e, na época, foi denunciado por testemunhas por omissão de socorro.
Os familiares das vítimas precisaram pedir ajuda a vizinhos para tentar reanimar as garotas no dia do afogamento. Segundo eles, não havia salva-vidas nem equipamentos de socorro ou telefone para acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A corporação aguarda conclusão de laudo pericial. O órgão informou ainda que testemunhas foram ouvidas e outras serão chamadas. Nenhum representante do clube foi localizado.
Saiba mais
Original. No projeto original, a nova lei determinava um salva-vidas para cada 400 m de espelho d’água. Mas ela foi alterada na Câmara sob a justificativa de que iria onerar e inviabilizar os clubes.
Bernardo. A Lei 11.110 foi batizada de Bernardo Rocha pelo fato de o projeto de lei ter sido criado após a morte do garoto, de 7 anos, em um clube em Esmeraldas, na região metropolitana, em 20 de novembro de 2016.
O Tempo

quinta-feira, 22 de março de 2018

Executivo da ONU elogia trabalho de recuperação da bacia do Rio Doce

Durante a Conferência Ministerial, dentro do Fórum Mundial de Água, que ocorre até esta sexta-feira (23), em Brasília, o diretor executivo da ONU de Meio Ambiente, Erik Solheim, elogiou os trabalhos de recuperação da bacia do Rio Doce após o rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015.
De acordo com ele, trata-se de um sistema inovador. “A conjunção dos governos estaduais com o governo federal e a sociedade civil ajudaram nessa busca por solução. O resultado alcançado é muito encorajador e serve como exemplo a nível internacional", enfatizou.

No último fim de semana, uma comitiva da ONU Meio Ambiente liderada por Solheim visitou as cidades de Mariana e Barra Longa, em Minas Gerais, regiões mais afetadas pelo rompimento, conhecendo as iniciativas em andamento executadas pela Fundação Renova. O executivo avalia que os programas não tentam apenas reproduzir a realidade socioeconômica antes do rompimento da barragem, mas que “existe uma visão para o futuro da região, um pensar para frente, com novas formas de desenvolvimento como o turismo, econegócios e comércio de baixo carbono", completou.
O Tempo

Mineira ganha prêmio internacional por pesquisa sobre zika e Chagas

A pesquisadora mineira Rafaela Ferreira, professora adjunta do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ganhou nessa quarta-feira (21), em Paris, um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco), que reconhece o trabalho de mulheres cientistas que mais se destacaram no mundo em 2017.
Única representante da América Latina entre as 15 vencedoras do International Rising Talents (talentos internacionais em ascensão, numa tradução livre), Rafaela recebeu uma premiação de 15 mil euros para dar continuidade a uma pesquisa que busca desenvolver medicamentos para o tratamento do vírus da Zika e da doença de Chagas.
A cientista ganhou, no ano passado, a versão brasileira dessa premiação, o Para Mulheres na Ciência. Com esse reconhecimento, ela espera obter mais apoio e visibilidade para o desenvolvimento da pesquisa.
“De um ponto de vista mais prático, o problema que a gente tem é o alto investimento necessário para desenvolver um medicamento, e que vai ficando cada vez caro maior conforme o avanço do seu estágio do desenvolvimento”, explica. Conhecidas como doenças negligenciadas, o Chagas e a zika historicamente não atraem o interesse da indústria farmacêutica.
“O Chagas, por exemplo, foi descrito há mais de 100 anos [pelo cientista brasileiro Carlos Chagas] e até hoje a indústria simplesmente não investe muito nisso porque é uma doença que afeta países mais pobres. É muito importante ter um esforço de instituições públicas para que a gente possa avançar no desenvolvimento desses fármacos”, observa a pesquisadora.
Gravidade
Apesar de ter recebido, em 2006, o selo da Organização Mundial da Saúde que certifica o país como livre da transmissão do Chagas pela picada do mosquito barbeiro (Triatoma infestans), a doença continua circulando no Brasil por meio de outras formas de transmissão, especialmente a oral, que ocorre na ingestão de alimentos triturados com o mosquito.
Isso acontece com o caldo de cana-de-açúcar e açaí, por exemplo, que são triturados com o mosquito sem que as pessoas percebam. O barbeiro é o vetor do Chagas, ele transmite para o corpo humano o protozoário Trypanosoma cruzi, que causa a doença.
Mesmo com o controle da ocorrência de novos casos em território nacional, a magnitude da doença de Chagas no Brasil permanece relevante, segundo o Ministério da Saúde.
Estudos recentes estimam que a infecção atinge de 1% a 2,4% da população, o equivalente a 1,9 a 4,6 milhões de pessoas. A taxa de mortalidade (entre 2014 e 2015) foi de 2,19 a cada 100 mil habitantes, de acordo com dados do Datasus, do Ministério da Saúde.
Já a zika foi registrada pela primeira vez no Brasil em 2015. No ano seguinte, houve um surto da doença – que também é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue e da chikungunya) – com mais de 214 mil casos registrados, o que deu uma taxa de 104,8 registros a cada 100 mil habitantes.
Bem menos letal que a dengue, cerca de 80% dos casos de zika são benignos e as pessoas infectadas nem sequer descobrem a doença. O problema da zika está relacionado à má-formação de fetos, causado pelo vírus em mulheres grávidas infectadas. A síndrome, já reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), resultou em mais de 3.037 casos de microcefalia em bebês registrados entre janeiro de 2015 e dezembro de 2017, segundo o boletim mais recente do Ministério da Saúde, de janeiro deste ano.
Descobertas
Na pesquisa liderada pela cientista Rafaela Ferreira, o objetivo é descobrir moléculas que sejam capazes de alterar a estrutura de funcionamento do protozoário causador da doença de Chagas e do vírus que provoca a zika, inibindo, assim, a ação desses agentes no corpo humano.
De acordo com a pesquisadora, já foram analisadas mais de 400 mil moléculas em complexos programas computacionais e algumas delas foram identificadas como “promissoras”.

“Nosso trabalho aqui é o desenvolvimento de fármacos no seu estágio inicial, que é a descoberta de moléculas promissoras. Depois disso, elas ainda precisam ser avaliadas em modelos animais, passar por vários testes de segurança e, finalmente, os ensaios clínicos, nos quais essas moléculas são avaliadas em humanos para analisar eficácia e segurança do medicamento”, afirma a cientista. No caso da zika, os inibidores sintéticos estão sendo preparados para testes futuros em células cerebrais (neurônios) dos bebês com microcefalia, para que possam degradar a ação do vírus e interromper os efeitos da doença.
O Tempo

Gisele Bündchen revela bullying e outras intimidades em livro de memórias

Depois de algum mistério, em um post no Instagram, Gisele Bündchen revelou mais informações sobre seu livro de memórias. Lessons - My Path to a Meaningful Life (Lições - Meu Caminho Para Uma Vida Cheia de Sentido, em tradução livre) tem lançamento nos EUA marcado para 2 de outubro e já está em pré-venda na Amazon. Sem título em português, Lessons também sai no Brasil em outubro, conforme antecipou o E+.
A sinopse do livro indica o que os leitores devem encontrar em suas 256 páginas: um retrato íntimo da "Gisele real". "Lessons revela a vida intmidade de uma mulher muito pública - uma que vai inspirar mulheres de todas as idades a descobrir seu próprio poder, significado e proposta", promete.
Entre as novidades da narrativa, a infância nada glamurosa da übermodel, desde que "começou sua jornada no sul do Brasil, onde cresceu dividindo um quarto com as cinco irmãs e sofria bullying dos colegas de classe".
O começo da carreira, seu estouro no mundo e a vida familiar de hoje também entram na pauta, claro, tendo como pontos destacados seu primeiro desfile o estilista inglês Alexander McQueen, que a projetou no mundo, encerrando a era da modelos de looks excessivamente esquálidos e pálidos, além do conhecido sucesso - "mais de 600 campanhas, 2 mil capas de revistas e 800 desfiles"
"Animada para dividir com vocês o meu livro. Resgatar algumas histórias que vivi, o que aprendi nestes meus 37 anos, assim como os valores e as ferramentas que me guiaram para chegar onde cheguei tem sido uma experiência profunda e transformadora. Fico feliz em poder compartilhar um pouco desta jornada de altos e baixos que me trouxeram até aqui", comemora a modelo no Instagram.
Lessons - My Path to a Meaningful Life
Gisele Bündchen
Pré-venda
Amazon (US$ 27, a versão impressa e US$ 9,99 para Kindle)
Brasil (outubro)

editora BestSeller, grupo Record
O Tempo

terça-feira, 20 de março de 2018

A uma menina vereadora


Era a lança, a lasca de pedra pontiaguda,
a flecha, o veneno, a lâmina afiada,
a humanidade que combate e recua
o rubro das veias que sangram a alma

 o insensível animal demoníaco ataca
a cada segundo a cada minuto o mundo
é a guerra inominável a serra e a lasca
dá-nos a impressão do cúmplice imundo

A terra arrasada do Cristo e o som seco
a jovem que ousou pensar em paz e o ataque
vil que a matou como  se matam no beco

os que ousam buscar os sonhos e acordam
sob uma tumba profunda e plena de ratos
que um dia certamente roerão os monstros que geraram.
   
Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

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Bierbike em Berlin




Cervejaria movida a pedaladas nas ruas de Berlin.
Os turistas adoram este tipo de passeio, tomam cervejas e pedalam pelas ruas da cidade, numa super bicicleta.
Quem comanda a Bierbike pelas vias pública da cidade de Berlin, que mantém o controle dos freios e a direção, é um funcionário da empresa, que não pode beber.
É um tipo de passeio pouco convencional, mas é um sucesso pelos turistas que visitam a Alemanha.