Não é a consumação de um vil destino
quando o torvelinho do mar já nos obnubilou
que nos retorce os nervos e o intestino;
é a frustração da esperança que nos deixou.
Há o momento do querer, ainda, no desespero,
que se vai como as folhas na chegada do outono
torna-se o nada, qual os carregados no enterro
se nada mais é possível, nossa luta é a paz do morto.
Eis a sabedoria da transitoriedade dos espasmos
dos momentos confortantes e das abissais torturas
o giro do eterno retorno ou o som dos metaplasmos.
Éramos uma folha branca num ventre nobre
do pó viemos e ao pó, gloriosos ou depressivos,
voltamos como conformado volta à casa o homem pobre.
Amadeu Garrido de Paula, é Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.
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