O que exprimir o sereno poeta
que contempla todos os entardeceres
senão renunciar, feito um asceta,
às multicoloridas tardes?
Cenários belos que se repetem
e os versos são pobres;
a linguagem não os convertem
em novos sóis que se recolhem.
O poeta assimila, porém, às tardes
sempre nova mensagem
que parece conduzir cada paisagem
então ele compreende as únicas verdades
que se tornam una, a existência,
incólume aos desenhos variados
das nuvens que são abstinência;
amanhã lágrimas de chuva cairão de seus rostos.
Amadeu Garrido de Paula, é Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.
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