sábado, 22 de julho de 2017

RMBH será reconhecida como polo cervejeiro


Premiadas nos quatro cantos do planeta, as cervejarias artesanais de Belo Horizonte e sua região metropolitana receberão, neste sábado (22), através da Secretaria Extraordinária de Estado de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais (Seedif), o reconhecimento de seu Arranjo Produtivo Local (APL).

Tecnicamente, o arranjo é um conjunto de empresas de um segmento produtivo, localizadas na mesma região, que trabalham de forma sinérgica pelo setor. Na prática, o ato, além de reconhecer a Grande BH como polo cervejeiro, poderá estimular a potencialização do segmento politicamente e economicamente, conforme destaca o secretário de Estado de Turismo de Minas Gerais, Ricardo Rocha de Faria.

“A partir de agora, essas microcervejarias aqui instaladas poderão adotar políticas com regimes especiais de tributação, comprar em conjunto e acionar financiamentos. Já havíamos concedido esse título às microcervejarias de Juiz de Fora e região da Zona da Mata. Agora, estamos desenvolvendo aqui”, destaca o secretário.

Atualmente, o Estado é dono do segundo maior mercado do país, com produção mensal de cerca de 1,5 milhão de litros de cervejas artesanais nas 61 microcervejarias aqui registradas, sendo que 31 estão na Grande BH.

Para o superintendente executivo do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SindBebidas), Cristiano Lamego, o reconhecimento do governo do título deve impulsionar o setor ainda mais. “Vejo o reconhecimento do arranjo como a legitimação da força do nosso setor. O APL abre portas para nossos associados, pois eles poderão ter, por exemplo, crédito mais acessível e uma luta por impostos mais baratos, o que irá alavancar o setor”, explica.

Impostos. Queixa frequente do setor, a carga tributária será um pouco mais branda a partir de 2018, uma vez que, pela primeira vez na história, as cervejarias artesanais poderão se enquadrar no Simples. A medida foi comemorada pelo produtor Diogo Kfoury. “Vejo com bons olhos o APL e a adoção do Simples a partir do ano que vem, mas é só o começo. Precisamos lutar por mais medidas, pois é um setor que cresce 20% ao ano, mas ainda enfrenta dificuldades e sofre concorrência pesada de outros segmentos”, avalia.

Cônsul se rende à “Bélgica brasileira”

A criatividade na produção de mais de 60 estilos distintos de cervejas fez Minas Gerais ser conhecida em todo o Brasil como a “Bélgica brasileira”, em referência ao país europeu, que é aclamado pela qualidade de suas bebidas. Para o cônsul honorário belga no Estado, Henrique Machado Rabelo, a alcunha é bem adequada. “A Bélgica sempre se destacou pela diversidade de suas microcervejarias, e temos isso aqui, em Minas. Vejo pequenos cervejeiros indo à frente com suas iniciativas, comercializando diferentes e ótimas cervejas”, avalia.

Segundo Rabelo, a aproximação do Estado com o país europeu não se dá apenas pelo apelido. “Várias cervejarias prestigiam nosso mercado e recebemos muitas consultas de mestres cervejeiros que pretendem fazer estágio na Bélgica”, explica.

E para o cônsul, a boa recepção do público mineiro ao segmento é um dos motivos que vêm chamando a atenção das cervejarias belgas. “Ainda não temos um investimento direto, mas as cervejas belgas comercializadas em São Paulo e Rio de Janeiro veem o mercado daqui com muito interesse, pois o mineiro está receptivo à cerveja artesanal. A proposta belga é estimular o microcervejeiro a atingir sua perfeição”, completa.

Entre as novidades está a chegada da De Halve Maan, famosa pelo “cervejoduto” construído em Bruges. Segundo Rabelo, ela já estará presente no Festival Internacional de Cerveja e Cultura (FICC), que ocorrerá nos dias 4 e 5 de agosto, no parque da Gameleira, e homenageará a Bélgica neste ano.
Novidade. O SindBebidas pretende lançar em setembro uma identidade coletiva para as cervejarias artesanais mineiras. A ideia é exaltar a criatividade e a inovação do setor.
O Tempo

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