Amadeu Roberto Garrido de Paula
Deuses nos traçaram sombrio destino
atrelado aos fados de outros povos
a cada via vemos um falso sorriso
de governantes que nos corroem os ossos
Falsários do ilusionismo e de luzes
fazem multicolorida a "res publica"
nossos irmãos suportam as cruzes
suas mãos sangram, como na história bíblica
Milênios e séculos se foram inúteis
a humanidade recebeu a mensagem
ajoelha-se, porém parecem preces inúteis
pois as vilanias recrudescem a cada passagem
Multidões inundaram nossas ruas
a democracia só tem urnas
instituições apodrecem qual velhas uvas
trevas e granitos envolvem aldeias turvas
O povo não sabe o que quer, nas praças tomadas, dizem,
mas não será o simples andar a mostra de um rumo?
com certeza o povo repele firmemente as águas jorradas
de fontes cristalinas para um mar nauseabundo
Mar da corrupção! Tudo parece porém simples espetáculo
a cada dia há novo capítulo para encerrar nossas tardes
e no magnífico e inexpugnável castelo em diário oráculo
as farsas os divertem e o choro brota das fraudes
Assim, brasileiros, compatriotas, amigos e amigas,
prosseguimos em nosso figurino triste de granito
traçado pelos deuses do inferno para a vida das formigas
trabalhadoras desde a madrugada, engasgo de eterno grito.
Amadeu Roberto Garrido de Paula, é Advogado e sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.
Esse texto está livre para publicação.
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