quarta-feira, 12 de julho de 2017

Governo quer punição a infiéis

O TEMPO
CRISE SEM FIM

Deputados que votarem a favor de denúncia contra Temer poderão ser expulsos dos partidos


PUBLICADO EM 12/07/17 - 03h00

BRASÍLIA. Em uma operação conjunta da base do governo Michel Temer, três dos maiores partidos da Câmara vão tentar aprovar uma medida que pode obrigar seus deputados a votarem contra a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente por corrupção passiva com base na delação da JBS.

PMDB, PP e PR marcaram reuniões para esta quarta-feira (12) para definir o chamado “fechamento de questão” a favor de Temer, que determina que todos os deputados devem acompanhar a orientação do partido na votação. Quem se posicionar contra sua legenda pode, em tese, sofrer punições que chegam à expulsão da sigla.

Juntas, essas três legendas têm 148 deputados. Temer precisa do apoio de 172 parlamentares no plenário para que a denúncia seja rejeitada, evitando a abertura de um processo contra o presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), o que o afastaria do cargo por até 180 dias.

Apesar do movimento em bloco, os partidos podem enfrentar dificuldades para aprovar o “fechamento de questão” a favor de Temer, uma vez que algumas dessas bancadas estão rachadas. O PR, por exemplo, teve que trocar quatro de seus integrantes na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que tendem a votar contra Temer. O fechamento de questão pode aprofundar esse racha no partido. No PP, líder do partido, Arthur Lira (PP-AL) disse que, dos 47 deputados da sigla, apenas dois ainda não decidiram se vão votar a favor de Temer. O placar da denúncia do “Estadão”, contudo, entrou em contato com os deputados do partido. Dos 47, três disseram que são favoráveis à denúncia: Jorge Boeira (SC), Afonso Hamm (RS) e Espiridão Amin (SC). Outros 24 não quiseram se posicionar e sete se disseram indecisos.

PMDB. Em almoço nessa terça-feira (11), a bancada do PMDB na Câmara decidiu fechar questão para votar a favor do presidente. O encontro dos peemedebistas aconteceu na residência do vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG). A proposta de fechar questão sobre o tema foi feita pelo líder da bancada, deputado Baleia Rossi (SP). Após a decisão, o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), convocou para esta quarta-feira (12) pela manhã uma reunião da Executiva Nacional do partido para avalizar essa decisão.

Caso a questão seja referendada pelos dirigentes do PMDB, um deputado que votar contra Temer em plenário poderá ser punido até mesmo com a expulsão da legenda. “Há o entendimento majoritário na bancada de que é preciso apoiar Temer. Foi uma decisão natural”, disse o líder do partido na Câmara, Baleia Rossi (SP).

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