sexta-feira, 14 de julho de 2017

Memórias da resistência e da repressão

Enquanto a abertura do Memorial da Anistia Política do Brasil se arrasta e ainda é incerta, a exposição “Desconstrução do Esquecimento: Golpe, Anistia e Justiça de Transição”, em cartaz no Centro Cultural UFMG, representa um passo na construção de parte do acervo dessa instituição, que terá sede em Belo Horizonte. Para esse projeto, foram mobilizadas cerca de 200 pessoas, entre elas os artistas Clébio Maduro, Eder Santos, Eustáquio Neves, Jorge dos Anjos, Marco Túlio Resende, Mário Zavagli, Maurício Gino e Shirley Paes Leme, que conceberam obras para esta mostra.
“Todos esses trabalhos serão doados depois para o Memorial da Anistia”, afirma Fabrício Fernandino, que é curador, professor da UFMG e escultor. De acordo com ele, a exposição, que é um dos desdobramentos da criação do Memorial, a partir da parceria entre o Ministério da Justiça e a UFMG, estava prevista para ser inaugurada em março deste ano, com uma programação extensa, com duração de três meses e abrangendo shows, mostra de filmes e debates.
“Mas com esse cenário político e essas mudanças todas, isso causou uma paralisação nos processos internos do Ministério da Justiça e nós estávamos com a exposição pronta, mas sem poder abrir. Por fim, tivemos uma autorização do reitor da UFMG para inaugurá-la”, diz Fernandino.
A montagem ocupa todas as galerias do Centro Cultural UFMG, além do pátio interno, em que Fernandino expõe esculturas em homenagem a quatro estudantes da UFMG mortos durante a ditadura militar. “A ideia é manter acesa essa memória e a chama da democracia, destacando a importância de levar informações para os jovens que, às vezes, desconhecem a luta de tantos pela liberdade democrática”, frisa o curador.

Serviço. Mostra “Desconstrução do Esquecimento: Golpe, Anistia e Justiça de Transição”, no Centro Cultural UFMG (av. Santos Dumont, 174, centro). Visitação: de 2ª a 6ª, das 10h às 19h; sáb., das 10h às 13h. Gratuito.
O Tempo

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