segunda-feira, 10 de julho de 2017

Uma memória dos mares azuis


Como poderia olvidar a feliz ouçania da juventude
Agora que meus trôpegos passos serpenteiam
Os embaraços do caminho, os pedregulhos da decrepitude
E os sonhos são meros trejeitos noturnos que ziguezagueiam?
Os cabelos dispersos e as brilhantinas propagandeadas
À espera dos sábados periféricos, numes lúdicos das semanas
E os símbolos das deusas rainhas e dos deuses atores
Faziam de nossa geração os mais belos gladiadores
Claramente o amor aparecia, enganava e, como sempre,
Ia-se nas sombras cinzentas das ilusões dos jovens
Assim se vai a humanidade, não sabemos seus destinos
Apenas iniciamos as aventuras, irresponsáveis peregrinos
Lembram-se dos primeiros cremes dentais, em suas embalagens,
E dos cigarros que anunciavam as mais profundas felicidades?
Naqueles tempos sonhávamos, muitos foram às ruas do mundo,
Hoje nos sentimos como Troianos sob os mares das profundas tempestades.

Amadeu Roberto Garrido de Paula, é Advogado e sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.
Esse texto está livre para publicação.

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