O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, e o ex-diretor de Marketing e Comunicação da entidade, Leonardo Gryner, foram presos pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (5) no Rio de Janeiro. Ambos são investigados na operação Unfair Play, um desdobramento da Lava Jato que aponta que houve compra de votos para que o Rio fosse a sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Em nota, a PF informou que 20 policiais federais cumprem dois mandados de prisão temporária e seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal/RJ, na cidade do Rio de Janeiro (Ipanema, Leblon, Laranjeiras, Centro). Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A investigação conjunta do Ministério Público Federal (MPF) do Brasil e do Ministério Público Financeiro de Paris, da França, apura a relação entre viagens dos dois representantes à África, em 2009, e transferências bancárias para a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês).
Há um mês, o juiz federal Marcelo Bretas decretou o bloqueio de R$ 1 bilhão do presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, e dos empresários Arthur Soares e Eliane Cavalcante.
A força-tarefa aponta que ‘neste grande esquema ganha-ganha’ o empresário Arthur Soares direcionou propina que seria destinada ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) para Papa Massata Diack, filho do presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês). Segundo o Ministério Público Federal, o objetivo era ‘garantir mais um voto na escolha do Rio de Janeiro como sede para os Jogos Olímpicos de 2016’.
“Cabral determinou que Arthur Soares realizasse pagamento de US$ 2 milhões a representante da Associação Internacional de Atletismo, como forma de obter votos para a eleição da cidade do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016”, afirmou a Procuradoria na época.
“Carlos Arthur Nuzman, como presidente do COB (e, posteriormente, também do CO Rio 2016), foi o agente responsável por unir pontas interessadas, fazer os contatos e aceitar as relações para organizar o mecanismo do repasse de propinas de Sérgio Cabral diretamente a membros africanos do COI, o que foi efetivamente feito por meio de Arthur Soares.”
O Tempo
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