domingo, 8 de janeiro de 2017

Cientista político Márcio Coimbra é o novo colunista do jornal O TEMPO

A partir desta semana, o jornal O TEMPO terá um novo articulista. Todas as segunda-feiras, o cientista político Márcio Coimbra será responsável pela coluna que é publicada no Aparte. Os textos de Coimbra tratarão principalmente de assuntos da política brasileira e internacional – área em que possui muita experiência.
Coimbra é mestre em ciência política pela Universidad Rey Juan Carlos, em Madrid. Na Espanha, ele trabalhou com o ex-presidente do país José María Aznar. Coimbra também foi consultor político da Unesco e do Instituto Friedrich Hayek, na Áustria.
Além disso, foi assessor do Partido Republicano nos Estados Unidos por oito anos, tendo contato direto com os pré-candidatos ao comando da Casa Branca. Entre as pessoas que conheceu atuando na legenda está o presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
Atualmente, Coimbra é coordenador político do Senado e coordenador do MBA em relações institucionais do Ibmec. Ele já escreveu artigos para mais de cem jornais do Brasil, e O TEMPO foi um dos primeiros a lhe conceder espaço.
Coimbra diz que o país está desarrumado economicamente, o que “gera uma desconfiança de investidores internacionais”. Para mudar isso, de acordo com ele, o país precisa caminhar para uma direção “em que as leis estarão acima dos homens”, e não o contrário. Ainda segundo ele, nas eleições presidenciais de 2018, provavelmente, um outsider – pessoa fora da política tradicional – será o possível vencedor do pleito. “Talvez o nome de quem vai vencer essa eleição ainda não tenha se apresentado”, afirma.


MINIENTREVISTA

Márcio Coimbra, cientista Político e novo colunista de O TEMPO
Que temas você pretende abordar nas colunas?
O meu foco é sempre política, seja nacional ou internacional. Essa última, especialmente, porque tenho experiência e facilidade em cobrir o sistema político internacional, a posição em que o Brasil se encontra entre diversos países e também a área internacional dentro dela mesma – a saída do Reino Unido da União Europeia, terrorismo, imigração, política americana. Além disso, a política interna brasileira é um tema sobre o qual escrevo há mais de 15 anos.
Qual a avaliação que você faz do cenário político brasileiro?
Ele está muito desarrumado economicamente, o que gera uma desconfiança de investidores internacionais. Os investidores querem um país onde as leis estejam acima de homens, e não os homens acima da lei. E o Brasil está num processo de amadurecimento, os primeiros frutos da Constituição de 1988 começaram a ser colhidos agora, com um Ministério Público, um Judiciário independente. A Lava Jato é conduzida por procuradores e um juiz na faixa de 30 e 40 anos, uma geração pós-Constituição. Vemos um embate geracional dos velhos políticos que não conseguiram se modernizar e acompanhar a evolução dos tempos com essa nova geração. Então, é uma colisão de duas visões de Brasil, mas a gente caminha, aos poucos, numa direção em que as leis estarão acima dos homens. E isso vai fazer muito bem para a economia, vai gerar uma segurança institucional para o Brasil. Esse processo de amadurecimento e o surgimento de uma nova política já estão no horizonte desde 2013, com as manifestações, quando as pessoas se mostraram dispostas à mudança. Ninguém mais está disposto a viver a política tradicional. E as manifestações de 2013 geraram um descontentamento com a classe política, e isso acabou gerando desdobramentos que levaram ao impeachment, à eleição de outsiders, e esse desdobramento vai ganhar seu pico em 2018.
Você crê que neste ano a política tende a melhorar?
Quem dita o ritmo no país hoje é a Lava Jato. Isso vai ser melhor para o país, mas também o grau de corrupção é tão grande que em alguns momentos a agenda política será contaminada. O grande trunfo que a população vai ter – e precisa batalhar para que isso possa acontecer – é o fim do foro privilegiado para crimes comuns. Se não houvesse foro privilegiado, muitos políticos estariam na mira de qualquer juiz, e não somente do Supremo Tribunal Federal. No momento em que você torna os políticos mais vulneráveis à Justiça, a possibilidade de corrupção é menor.
E em 2018? O que podemos esperar para as eleições presidenciais?

O cenário será muito parecido com 1989. Ou seja, muitas lideranças de diversos partidos vão concorrer, mas quanto mais essas pessoas pertenceram ao sistema, menores serão as condições de elas se elegerem. A chance de um outsider, uma pessoa que é de fora da política tradicional, vencer é muito grande. E, talvez, o nome de quem vai vencer essa eleição ainda não tenha se apresentado. Mas quem tem menos chance de se eleger é o presidente Michel Temer (PMDB), porque ele representa o sistema político tradicional. Da mesma forma, PT e PSDB. Eles perdem se saírem com um nome da política tradicional. A não ser que não tenha outsider disputando a eleição, e aí os eleitores irão escolher o candidato menos pior.

O Tempo

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