Minas Gerais já é o terceiro Estado em número de blindagens de veículos no país. O aumento da violência fez crescer a busca pelo serviço, que já era considerado caro, e, mesmo com um reajuste de 15% nos últimos anos em função da alta do dólar, segue subindo. A reportagem ouviu três das principais oficinas especializadas em Belo Horizonte e constatou, consultando as empresas, a mudança no perfil dos clientes, que hoje blindam até carros mais simples.
O motorista que quiser proteger seu veículo tem que desembolsar entre R$ 35 mil e R$ 70 mil, dependendo do modelo do automóvel e do tipo da blindagem. Existem proteções contra armas mais simples, como as de calibres 32 e 38, e contra as mais sofisticadas, como as submetralhadoras.
A médica Luciana Moraes, 35, decidiu blindar o carro após o nascimento de seu primeiro filho. Para aumentar a segurança da família, Luciana teve que apertar o orçamento. “Minha maior preocupação é meu bebê, de 5 meses. Ando muito com ele de carro e tenho mais medo de sequestro. A blindagem é um custo, mas uma segurança. Deixei alguns luxos de lado para investir na segurança”, explica.
Como não há uma associação em âmbito municipal, não existem números exatos e atualizados sobre Belo Horizonte. Responsável pela certificação, o Exército também não forneceu detalhes. Mas a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) coloca Minas Gerais atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.
A busca por proteção por boa parte desses clientes se justifica pelo número de crimes violentos que praticamente dobrou na capital nos últimos cinco anos, subindo de 25.877 em 2012 para os 44.928 registrados em 2016.
Há 15 anos no mercado, a MG Blindados fez o serviço em 18 carros em 2014 e em 32 no ano passado. A ATM Blindados fechou a temporada passada com 55 carros protegidos e teve seu ápice em 2014, com 75 veículos. Segundo o diretor da empresa que tem dez anos de mercado, Rodrigo Terra, a busca pelo serviço entre os belo-horizontinos está cada vez maior.
“Tivemos uma queda porque a concorrência aumentou. Hoje, Belo Horizonte tem várias empresas especializadas nesse tipo de serviço. Mas a procura não para de crescer”, garantiu. Antigamente, eram apenas três especializadas. Hoje, esse número passa de dez.
Prova disso é Celso Oliveira, diretor da Endure Blindagens, empresa que existe há apenas um ano e meio. Com 20 anos de experiência, ele veio de São Paulo para montar a oficina na capital mineira. “O mercado de blindados em Belo Horizonte está em franca expansão com esse aumento da criminalidade e tem potencial para crescer mais”, garantiu.
Protegido. O material utilizado atualmente na maioria das blindagens é a manta de aramida. Bem mais leve do que o aço, comum no passado, ela oferece o mesmo nível
de proteção.
de proteção.
Processo exige atenção do cliente
Escolha. A blindagem precisa ser autorizada pelo Exército. A oficina que oferece o serviço deve ser certificada pelo órgão.
Documentação. Como a blindagem visa proteger o cidadão de bem, o dono do veículo tem que apresentar uma série de documentos ao Exército, entre eles a certidão negativa de antecedentes criminais. Depois de protegido e certificado pelo Exército, o veículo e a documentação são levados ao Departamento de Trânsito local para regularização.
Alerta. Blindar um carro não é barato. Por isso, a Associação Brasileira de Blindagem recomenda atenção redobrada com empresas que oferecerem orçamentos bem abaixo do valor de mercado, pois podem utilizar materiais de qualidade inferior e não vão garantir a segurança que o cliente tanto almeja.
Documentação. Como a blindagem visa proteger o cidadão de bem, o dono do veículo tem que apresentar uma série de documentos ao Exército, entre eles a certidão negativa de antecedentes criminais. Depois de protegido e certificado pelo Exército, o veículo e a documentação são levados ao Departamento de Trânsito local para regularização.
Alerta. Blindar um carro não é barato. Por isso, a Associação Brasileira de Blindagem recomenda atenção redobrada com empresas que oferecerem orçamentos bem abaixo do valor de mercado, pois podem utilizar materiais de qualidade inferior e não vão garantir a segurança que o cliente tanto almeja.
ATENÇÃO
Seguro mais caro e desvalorização são pontos fracos
Antes de blindar um carro, o proprietário deve ficar atento a algumas questões que podem ser desvantajosas, principalmente com relação ao seguro. O orçamento chega a ser até 40% maior, já que as empresas apontam o aumento no valor do veículo e a manutenção mais cara como justificativa.
Na hora da venda, o preço do carro também pode cair até 45%, dependendo do tempo de uso. Como a blindagem mexe praticamente em todo o automóvel, alguns motoristas reclamam que é preciso fazer ajustes, o que deprecia o veículo na hora da venda.
“Qualquer carro vai desvalorizar. Então é melhor que desvalorize com segurança”, justifica o consultor automotivo Paulo Roberto Garbosa. “Apesar disso, só vejo pontos positivos em ter um blindado. Quem compra um nunca mais quer um carro comum”, defende.
Processo. Todos os carros podem ser blindados, menos os conversíveis de capota de lona. O processo demora em torno de 30 dias, e, por segurança, o Exército não permite que ele seja feito em apenas partes do veículo.
Especialistas ouvidos por O TEMPO explicam que veículos com motores de mil cilindradas perdem bastante a potência em função do peso extra, que hoje é de cerca de 150 kg, bem menor que os 300 kg do passado. Em caso de colisão, o carro pode até ser reparado em uma oficina comum, isso se não for atingida nenhuma parte da blindagem.
Na hora da venda, o preço do carro também pode cair até 45%, dependendo do tempo de uso. Como a blindagem mexe praticamente em todo o automóvel, alguns motoristas reclamam que é preciso fazer ajustes, o que deprecia o veículo na hora da venda.
“Qualquer carro vai desvalorizar. Então é melhor que desvalorize com segurança”, justifica o consultor automotivo Paulo Roberto Garbosa. “Apesar disso, só vejo pontos positivos em ter um blindado. Quem compra um nunca mais quer um carro comum”, defende.
Processo. Todos os carros podem ser blindados, menos os conversíveis de capota de lona. O processo demora em torno de 30 dias, e, por segurança, o Exército não permite que ele seja feito em apenas partes do veículo.
Especialistas ouvidos por O TEMPO explicam que veículos com motores de mil cilindradas perdem bastante a potência em função do peso extra, que hoje é de cerca de 150 kg, bem menor que os 300 kg do passado. Em caso de colisão, o carro pode até ser reparado em uma oficina comum, isso se não for atingida nenhuma parte da blindagem.
O Tempo
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