Era preciso um milagre, que ficou ainda mais improvável com o gol de Cavani no segundo tempo. A vitória por 3 a 1 aos 40 minutos do segundo tempo, obrigava o Barcelona a fazer mais três gols para ir às quartas de final da Liga dos Campeões. E foi isso que a equipe catalã fez. Em um jogo histórico, o time espanhol superou o que parecia impossível e, liderado por uma atuação espetacular de Neymar nos minutos finais, goleou o Paris Saint-Germain por um inacreditável 6 a 1 que lhe deu a classificação, para delírio de um Camp Nou que foi às lágrimas ao apito final.
A histórica classificação do Barcelona só foi possível pela aparição de Neymar no momento mais difícil. Precisando de três gols aos 40 minutos do segundo tempo, o time catalão viu o brasileiro marcar dois e dar a assistência para Sergi Roberto selar o resultado que nunca mais será esquecido pelo mundo do futebol.
Até então, o trio de ataque do Barcelona vivia um dia de pouquíssima inspiração. Luis Suárez abriu o placar e Messi chegou a marcar um gol de pênalti, mas eles quase não apareceram para o jogo. Só que o time catalão se valeu da mudança de postura do Paris Saint-Germain, que viu a ousadia da ida, em Paris, virar retranca no Camp Nou e acabou penalizado por diversos erros individuais de seus defensores.
Com isso, o PSG caiu pela quarta vez diante do Barcelona em edições recentes da Liga dos Campeões, repetindo 2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015. E desta vez, com o sentimento de quem viu o rival fazer algo inédito na história dos torneios europeus, uma vez que o resultado de 4 a 0 nunca havia sido revertido por um clube em uma disputa do continente.
O JOGO - O Barcelona não poderia pedir um início melhor nesta quarta-feira. Desesperado por gols, marcou o primeiro logo aos dois minutos. Rafinha cruzou da direita e a defesa do PSG afastou mal. Depois, ainda cochilou e permitiu que Suárez se antecipasse para desviar de cabeça sobre Trapp e marcar o primeiro
Apesar do gol, a vantagem francesa seguia imensa e, por isso, a postura da equipe não mudou. Fechados, os visitantes impediam a entrada do Barcelona na área, e o que restou aos mandantes foi arriscar de fora. Aos 14, Messi bateu falta com perigo, por cima Dois minutos depois, Neymar arriscou de longe pela esquerda, rente à trave.
A posse de bola era toda do Barça, mas sem objetividade. Do outro lado, o PSG só foi chutar pela primeira vez ao gol aos 30 minutos, com Lucas, sem perigo para Ter Stegen.
O Paris Saint-Germain cedia o domínio territorial e passaram quase todo o primeiro tempo sem grandes sustos, que só eram criados em falhas dos próprios defensores franceses. E foi assim que o Barça chegou ao segundo gol aos 39 minutos. Iniesta recebeu de Suárez pela esquerda e, cercado pela zaga e próximo à linha de fundo, tocou de calcanhar para o meio da área. Trapp desviou e Kurzawa, na ânsia de afastar, finalizou contra o próprio gol.
Mesmo longe de ser brilhante, o Barcelona foi para o intervalo com um grande resultado e aplaudido pela torcida. Para melhorar, a receita da etapa inicial se repetiu logo no início do segundo tempo: a defesa do PSG cometeu novo erro crasso, que resultou em gol catalão.
Logo com dois minutos, Iniesta tocou para Neymar nas costas de Meunier, que caiu na frente do brasileiro e o derrubou. O árbitro, inicialmente, assinalou tiro de meta, mas após consultar o assistente atrás do gol, voltou atrás e deu o pênalti. Messi bateu com força, no canto direito do goleiro e fez o terceiro
O terceiro gol poderia amedrontar os franceses, mas teve efeito contrário e o PSG finalmente se lançou à frente. Apenas quatro minutos depois, criou sua primeira grande chance. Meunier deu lindo chapéu em Neymar pela direita e cruzou para Cavani, que finalizou de carrinho na trave.
Com a partida mais equilibrada, foi a vez dos visitantes aproveitarem falha defensiva do Barcelona para balançar a rede. Verratti lançou falta do meio de campo direto para a área. Kurzawa aproveitou a desatenção de Rakitic na marcação e escorou para trás. Cavani chegou batendo de primeira, sem chances para Ter Stegen.
O balde de água fria teve efeito imediato no Barça e em sua torcida. Com o estádio em silêncio, o PSG tomou para si o comando do jogo e quase marcou o segundo dois minutos depois, quando Draxler acionou Cavani, que saiu de frente para Ter Stegen e parou no goleiro.
O desânimo catalão ficou evidente, e quem criou as melhores chances até o fim da partida foi o adversário. Para o PSG, foi só voltar a se fechar. Só que de uma hora para a outra, o milagre pareceu possível novamente. Aos 42, Neymar ainda deixou sua marca em um golaço de falta. Aos 45, o árbitro viu pênalti inexistente de Marquinhos em Suárez, e o brasileiro fez o quinto
A incrível pressão do Barcelona finalmente se transformou em explosão da torcida aos 49. Neymar recebeu na intermediária, teve calma para cortar o defensor e colocar a bola na área. O contestado Sergi Roberto chegou por trás da zaga e marcou o gol histórico.
O Tempo
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