Não ter companhia para viajar não é motivo para ficar em casa. A pesquisa “Sondagem do Consumidor – Intenção de viagem”, do Ministério do Turismo, publicada em fevereiro, mostra que 17,8% das mulheres planejam viajar sozinhas nos próximos meses. Entre os homens, o percentual é bem menor: 11,8%. O trade turístico fatura com essas viajantes. Proprietária da Mundi Travel Agência de Turismo, Marina Gomes,34, confirma essa tendência. “As mulheres sozinhas respondem por cerca de 25% das vendas das viagens de lazer. No caso dos homens sozinhos, não chegam nem a 10%”, observa.
Ela ressalta que nem todas as mulheres que viajam sem companhia são solteiras. “Os motivos de viajarem sozinhas são os mais variados. Há viúvas, casadas que têm agendas incompatíveis com as dos maridos ou ainda casos em que o conjugue ou parceiro não gosta de viajar”, diz.
Marina conta que, mesmo casada, viajou sozinha em novembro do ano passado para a Tailândia. O motivo foi agenda divergente com a do marido. No caso dos intercâmbios, intensifica-se a participação das viajantes sem companhia, conforme Study Simone Soares Gomes Corte, gerente da World. “Há casos de intercâmbio de casal ou em família. Só que por volta de 85% das viagens de intercâmbio são individuais. A maior parte é formada por mulheres”, diz.
Ela observa que, para viajar acompanhada, é preciso conciliar disponibilidade de data, vontade de ir para o mesmo destino e condição financeira parecida.
A farmacêutica industrial Anna Paula Coura Guimarães,32, conta que sua primeira viagem sozinha foi num intercâmbio para a Irlanda, em agosto de 2015. “No fim do intercâmbio, aproveitei e viajei sozinha para quatro países da Europa”, diz.
Ela diz que nem sempre é fácil viajar em grupo, já que é necessário que todos queiram ir para o mesmo destino, fora a questão financeira e a data disponível para a viagem. “Algumas pessoas até conseguiam formar um grupo para viajar. Só que nessas circunstâncias é comum as pessoas viajarem sozinhas, o que não quer dizer que fiquem sozinhas, pois acabam conhecendo gente durante a viagem”, ressalta. Anna Paula ressalta que aprimorou mais o inglês viajando sozinha. “Você tem que se comunicar, já que não tem ninguém para falar por você”, diz.
EXPERIÊNCIA
“Quando você volta de uma viagem sozinha, além da experiência de conhecer lugares e dos amigos que você faz durante a viagem, você acaba ganhando mais independência. Afinal, você tem que se virar, pois não tem com quem contar naquela circunstância. É de fato uma experiência libertadora.” Anna Paula Coura Guimarães, farmacêutica industrial
O Tempo
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