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Universidade alemã revela que não há ambiguidade no humor da Gioconda
PUBLICADO EM 13/03/17 - 03h00
PARIS, FRANÇA. É só perguntar a um professor de artes se a dama retratada no quadro “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci, está feliz ou triste para ter a resposta absoluta: a genialidade da pintura está na ambiguidade. Seria impossível afirmar com certeza se a Gioconda está sorrindo ou está triste. Um estudo da Universidade de Freiburg, na Alemanha, porém, acabou de derrubar a máxima ao publicar um estudo no qual 97% dos entrevistados descreverem a expressão da mulher como claramente “feliz”.
“Realmente ficamos espantados”, disse à AFP o neurocientista Juergen Kornmeier, coautor do estudo. Ele e uma equipe usaram a famosa obra de arte em um estudo sobre os fatores que influenciam como os humanos julgam sinais visuais, como expressões faciais.
Usando uma cópia em preto e branco da obra-prima de Leonardo da Vinci, criada no início do século XVI, uma equipe manipulou os cantos da boca da Mona Lisa para cima e para baixo, criando oito imagens alteradas – quatro sutilmente e progressivamente “mais felizes” e quatro “mais tristes”.
Em cada exibição, as imagens foram aleatoriamente reorganizadas, e os participantes tinham que descrever cada uma delas como “feliz” ou “triste”.
“Dadas as descrições da arte e da história da arte, pensamos que o original seria o mais ambíguo”, disse Kornmeier. Em vez disso, “para nosso grande espanto, descobrimos que o original de Da Vinci foi (...) percebido como feliz” em 97% dos casos.
Para o pesquisador, os resultados confirmam que “não temos uma escala fixa absoluta de felicidade e tristeza em nosso cérebro”, e que os conceitos dependem muito do contexto, explicou o pesquisador.
Quanto à obra-prima, a equipe acredita que seu trabalho finalmente resolveu uma questão secular. “Pode haver alguma ambiguidade em outro aspecto”, disse Kornmeier, mas não “no sentido de feliz versus triste”.
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