O poeta português Manuel Alegre, de 81 anos, conquistou o Prêmio Camões de 2017, a mais importante premiação da literatura em língua portuguesa. O anúncio ocorreu na tarde desta quinta-feira, 8, na sede da Biblioteca Nacional, no centro do Rio.
A escolha do vencedor coube aos jurados José Luís Jobim de Salles Fonseca, Leyla Perrone Moisés (representantes do Brasil), Maria João Reynaud, Paula Morão (de Portugal), Jose Luiz Tavares (de Cabo Verde) e Lourenço Joaquim da Costa Rosário (de Moçambique). O poeta vai receber 100 mil euros (cerca de R$ 368 mil) - metade oferecido pelo governo do Brasil e metade pelo governo de Portugal.
Manuel Alegre nasceu em Águeda, em 1936. Entre suas obras estão "Poemas Livres" (1963-1965), "Praça da Canção" (1965) e "O Canto e as Armas" (1967), apreendidos antes do 25 de Abril. Publicou, ainda, obras de ficção. "Cão Como Nós" foi lançado na Brasil pela Agir. E também livros infantis.
Instituído em 1988 pelos governos do Brasil e de Portugal, o prêmio contempla anualmente um autor da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, escolhido pelo conjunto de sua obra. A comissão julgadora é sempre composta por representantes do Brasil, de Portugal e dos países africanos de língua oficial portuguesa, e não há uma lista prévia de candidatos.
Manuel Alegre é o décimo segundo autor português a conquistar o prêmio. O Brasil já tinha, desde o ano passado, 12 escritores premiados com essa láurea. Moçambique e Angola têm, cada um, dois autores premiados, e um escritor de Cabo Verde também já foi agraciado com esse título.
Em 2016 foi premiado o brasileiro Raduan Nassar, que causou polêmica ao criticar o impeachment de Dilma Rousseff (PT) durante discurso na cerimônia em que recebeu o prêmio, em fevereiro deste ano, em São Paulo. "O Supremo nada fez para impedir que Eduardo Cunha instaurasse o processo de impeachment que derrubou a presidente Dilma, mulher digna. Foi um golpe", disse Nassar, aclamado com aplausos e gritos de "Fora, Temer", vindos de uma plateia formada, em sua maioria, por editores, escritores e representantes do mercado editorial.
O então ministro da Cultura Roberto Freire, presente à cerimônia, respondeu às críticas insinuando que Nassar deveria devolver o prêmio.
O Tempo
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