Semanalmente, desde 2009, logo depois que se aposentou, Sebastião Rocha, 73, toma um ônibus no centro de BH, onde mora, e viaja rumo ao desconhecido. Particularmente, ele prefere ir até o Leste Europeu, mas, vez ou outra, chega à Mesopotâmia e à Ásia. O ônibus o leva, geograficamente, até a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, no Funcionários, e é nos livros dali que ele encontra essas inúmeras possibilidades. “Não dá para responder o motivo de gostar tanto de ler, não há explicação, talvez seja a curiosidade”, diz.
Assim como Rocha, outros leitores chegam diariamente ao local. Neste ano, a instituição contabilizou uma média de 230 obras emprestadas por dia. No setor regular, para adultos e adolescentes, a mais procurada foi “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, que narra o cotidiano de uma pobre comunidade, pelos olhos da autora, Carolina Maria de Jesus. Foi emprestada cerca de 60 vezes. Outros títulos célebres estão na lista, como “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, que há anos, aliás, figura entre os livros mais demandados.
“Sabemos, por pesquisas, que o número de leitores no país é baixo, infelizmente. Mas, as pessoas que procuram a biblioteca têm um nível alto de leitura e optam ou por títulos clássicos ou pelos mais comerciais, que ganham evidência quando há uma novela, por exemplo”, explica a diretora da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, Alessandra Gino. “‘A Cabana’ (de William P. Young) está há alguns meses no ranking dos mais procurados por causa do filme”, completa a coordenadora do setor de empréstimos do local, Rossana Pimentel, ao citar a obra dirigida por Stuart Hazeldine, que chegou às telas em abril. O impacto do cinema também se reflete no setor de braile, onde a série “Cinquenta Tons de Cinza” foi a mais buscada durante todo o semestre.
No caso do livro de Carolina Maria de Jesus, uma possível explicação é o destaque obtido pelo título ao ser declarado leitura obrigatória para os próximos vestibulares da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Alessandra conta, no entanto, que apesar de o perfil dos leitores ser bastante variado na biblioteca, não há predominância de vestibulandos ou universitários, mas sim de idosos, principalmente do sexo masculino. “Como estamos na região Centro-Sul, boa parte do público é dos bairros vizinhos, com bom poder aquisitivo. Eles podem comprar livros, mas têm paixão pela estrutura da biblioteca, pela variedade que temos”, explica. “Muitos dos nossos leitores sequer esperam os 14 dias que damos de prazo para devolução. Eles retornam para buscar outros títulos”, diz Rossana.
A astróloga Tânia Nunes se enquadra nesse perfil. “De outubro até agora, contabilizei 38 livros lidos e 1.420 páginas”, diz, orgulhosa. “Também pego livros para minha mãe e sobrinhos”, completa.
Ela elogia o acervo da biblioteca e explica que opta, em geral, por obras indicadas por amigos ou em comentários na internet. Só lamenta que alguns best-sellers modernos demorem um pouco para chegarem às prateleiras – quando não acha sua primeira opção, recorre a outros títulos do mesmo autor. Alessandra explica que, em geral, esse tipo de obra chega por meio de doações. “Logo que passa a ‘febre’ começamos a receber muitos exemplares e abastecemos até as bibliotecas do interior”, diz.
A escolha dos leitores também é fruto das orientações, já que os funcionários conversam bastante com os indecisos. “No caso do setor infantojuvenil, temos mediação mais intensa”, diz a diretora.
Assim como Rocha, outros leitores chegam diariamente ao local. Neste ano, a instituição contabilizou uma média de 230 obras emprestadas por dia. No setor regular, para adultos e adolescentes, a mais procurada foi “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, que narra o cotidiano de uma pobre comunidade, pelos olhos da autora, Carolina Maria de Jesus. Foi emprestada cerca de 60 vezes. Outros títulos célebres estão na lista, como “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, que há anos, aliás, figura entre os livros mais demandados.
“Sabemos, por pesquisas, que o número de leitores no país é baixo, infelizmente. Mas, as pessoas que procuram a biblioteca têm um nível alto de leitura e optam ou por títulos clássicos ou pelos mais comerciais, que ganham evidência quando há uma novela, por exemplo”, explica a diretora da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, Alessandra Gino. “‘A Cabana’ (de William P. Young) está há alguns meses no ranking dos mais procurados por causa do filme”, completa a coordenadora do setor de empréstimos do local, Rossana Pimentel, ao citar a obra dirigida por Stuart Hazeldine, que chegou às telas em abril. O impacto do cinema também se reflete no setor de braile, onde a série “Cinquenta Tons de Cinza” foi a mais buscada durante todo o semestre.
No caso do livro de Carolina Maria de Jesus, uma possível explicação é o destaque obtido pelo título ao ser declarado leitura obrigatória para os próximos vestibulares da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Alessandra conta, no entanto, que apesar de o perfil dos leitores ser bastante variado na biblioteca, não há predominância de vestibulandos ou universitários, mas sim de idosos, principalmente do sexo masculino. “Como estamos na região Centro-Sul, boa parte do público é dos bairros vizinhos, com bom poder aquisitivo. Eles podem comprar livros, mas têm paixão pela estrutura da biblioteca, pela variedade que temos”, explica. “Muitos dos nossos leitores sequer esperam os 14 dias que damos de prazo para devolução. Eles retornam para buscar outros títulos”, diz Rossana.
A astróloga Tânia Nunes se enquadra nesse perfil. “De outubro até agora, contabilizei 38 livros lidos e 1.420 páginas”, diz, orgulhosa. “Também pego livros para minha mãe e sobrinhos”, completa.
Ela elogia o acervo da biblioteca e explica que opta, em geral, por obras indicadas por amigos ou em comentários na internet. Só lamenta que alguns best-sellers modernos demorem um pouco para chegarem às prateleiras – quando não acha sua primeira opção, recorre a outros títulos do mesmo autor. Alessandra explica que, em geral, esse tipo de obra chega por meio de doações. “Logo que passa a ‘febre’ começamos a receber muitos exemplares e abastecemos até as bibliotecas do interior”, diz.
A escolha dos leitores também é fruto das orientações, já que os funcionários conversam bastante com os indecisos. “No caso do setor infantojuvenil, temos mediação mais intensa”, diz a diretora.
Procedimento. Para fazer carteirinha é preciso apresentar identidade e comprovante de residência. Há taxa de R$ 3. Fica pronta na hora.
Local. O setor de empréstimos para adultos funciona no anexo da Biblioteca Pública Estadual (rua da Bahia, 1.889, Funcionários). Infantil e braile funcionam no prédio principal (praça da Liberdade, 21, Funcionários).
Local. O setor de empréstimos para adultos funciona no anexo da Biblioteca Pública Estadual (rua da Bahia, 1.889, Funcionários). Infantil e braile funcionam no prédio principal (praça da Liberdade, 21, Funcionários).
O Tempo
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