quinta-feira, 15 de junho de 2017

Legítimo queijo mineiro premiado ganha o mundo

O queijo minas artesanal de leite cru está pronto para concorrer com os melhores queijos importados. Esta é a avaliação do produtor Túlio Madureira, presidente da comissão de queijo da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg). Os produtores mineiros que foram ao Salão Internacional do Queijo da França, na cidade de Tours, desembarcaram nessa quarta-feira (14) no Brasil com 12 premiações, entre 700 concorrentes e 20 países representados.
A produtora Marly Leite, da fazenda Caxambu, na região de Araxá, no Alto Paranaíba, recebeu duas medalhas, uma de ouro e outra na categoria superouro. Além do queijo de Marly, outros sete mineiros – incluindo Túlio Madureira – receberam sete medalhas de prata e três de bronze.
Marly conta que produz queijo desde 1992, mas foi em um curso realizado no ano passado que teve contato com novas técnicas de maturação utilizando fungos. “Com a utilização do mofo, o queijo fica com um doce e mesmo maturado, tem uma consistência mais cremosa”, explica. Segundo ela, o queijo premiado não é fabricado em grande escala. Em sua fazenda, são produzidas cerca de 50 peças por dia.
Madureira, que também é produtor na fazenda Pedra do Queijo, concorreu com dois queijos do Serro, e foi premiado com uma medalha de prata – para o queijo de leite da raça kankrej – e uma de bronze, com seu queijo do Serro produzido com o leite da raça gir.
Lista de espera. Ele fabrica cerca de uma tonelada dos dois produtos por mês. “Estamos estudando a distribuição para atender o mercado, que, acredito, vai crescer com a premiação. Estamos avaliando trabalhar com lista de espera agora”, diz. Na avaliação do produtor, cada peça de seus queijos, que tem entre 700g e 800g, deve chegar ao consumidor final por cerca de R$ 100 a R$ 120.
Fungo. O sucesso dos queijos mineiros na França pode ser explicado por um fungo: o Geotricum candidun, utilizado nas receitas de vários queijos na França. Uma parceira entre a Universidade Federal de Lavras e produtores da região do Serro encontrou o fungo no Estado. “Nós temos esse fungo naturalmente. Para nós, da região, é um fungo que agrega valor à produção”, diz Túlio Madureira.
A mesma parceria está pesquisando queijos de outras regiões para identificar os fungos utilizados na maturação dos artesanais. “A gente acredita que é o mesmo fungo que está presente na produção das outras regiões”, conta.

DE ARAXÁ

Melhor do mundo só é vendido em SP

O queijo da fazenda Caxambu, na região de Araxá, premiado com as medalhas de ouro e superouro no Salão Internacional do Queijo da França e considerado o melhor do mundo em sua categoria, só é vendido em uma loja no Brasil, segundo a produtora Marly Leite: a Galeria do Queijo, na cidade de São Paulo.
No fim do próximo mês, porém, entre 28 e 30 de julho, a iguaria estará disponível para compra no Festival de Queijo Minas Artesanal, organizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), que vai acontecer na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte.
Além de adquirir os queijos mineiros premiados, os visitantes terão acesso a pratos preparados por chefs de cozinha com os queijos artesanais das sete regiões certificadas pelas Faemg como produtoras de queijos no Estado. O ingresso para o evento será R$ 10, segundo a federação. São regiões produtoras certificadas Araxá, Campos das Vertentes, Canastra, Serrado, Serro, Serra do Salitre e Triângulo.
“O nosso queijo concorre diretamente com os importados, e é muito utilizado na gastronomia”, explica o produtor mineiro Túlio Madureira. (LP)


OS PREMIADOS

Ouro e superouro
 Araxá – Fazenda Caxambu
Prata
Canastra – Capela Velha
Serro – casca lavada, Cooperativa do Serro
Serro – casca ácaros, da Cooperativa do Serro
Canastra – Vale da Gurita
Canastra – Produtor Reinaldo de Faria Costa
Serro – Kankrej – Produtor Túlio Madureira
Sul – Santo Casamenteiro – Queijos Cruzília

Bronze
Campo das Vertentes – Ex- tracurado – Sabores do Sítio
Serro – Gir – produtor Túlio Madureira
Sul – Alagoa Grande – Queijo d’Alagoa, produtor Osvaldo Martins de Barros Filho

O Tempo

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