O técnico Jorge Sampaoli foi apresentado nesta quinta-feira sob a expectativa de recolocar a seleção argentina nos trilhos. Substituto de Edgardo Bauza, o treinador de 57 anos chega após bons trabalhos na Universidad de Chile, na seleção chilena e no Sevilla e com respaldo quase unânime no país. Agora, promete fazer de tudo para que o "sonho" não vire pesadelo.
"Este é um sonho que tinha há muito tempo", admitiu Sampaoli, que, no entanto, tentou se livrar do rótulo de "salvador da pátria". "Esta seleção não é de um grupo de futebolistas, mas sim de 40 milhões de argentinos. Pretendemos que o jogador que coloque esta camisa possa expor a qualidade que tem e defender nossas cores."
Sampaoli insistiu que o talento não é problema para a Argentina, mas admitiu que a seleção vem há alguns anos tendo dificuldade para transformar um elenco de qualidade em equipe. Para alcançar este objetivo, ele prometeu tentar reviver a identidade histórica do futebol do país e tornar a equipe protagonista nas partidas.
"O rival deve se adaptar a nós, e não o contrário. Esta camisa nos obriga a um protagonismo desmedido e pensar sempre no gol. Temos que buscar uma identidade. Gostaria que fosse retomado o sentimento popular pela seleção. Por isso estamos aqui, para incentivar isso", disse.
Mas Sampaoli sabe que uma de suas principais metas é encontrar uma forma para que Messi renda pela Argentina um futebol próximo ao que apresenta no Barcelona. E para isso, ele quer que o jogador se sinta em casa na seleção. "É o melhor jogador do mundo, com variantes criativas. Agora, quero que ele seja o Leo, não o Messi. Queremos sua versão mais genuína e que se sinta feliz por estar aqui. Falei com ele e está muito empolgado com este projeto."
O treinador também deu explicações sobre os convocados para seus primeiros compromissos pela Argentina. Antes mesmo de ser oficializado, Sampaoli trabalhou na construção da lista para os amistosos contra o Brasil, dia 9 de junho, e Cingapura, quatro dias depois. Entre os chamados, destaque para Mauro Icardi, principal nome da Inter de Milão, mas que vinha sendo preterido pelos antecessores do treinador.
"A opção tem a ver com seu rendimento na equipe. Cada convocado foi chamado pela atualidade", explicou Sampaoli, que deixou nomes como Agüero de fora. "As condições não foram as ideais, porque há muitos jogadores de férias e que atuaram muitos minutos por suas equipes", completou.
Se a chegada de Sampaoli empolga, o momento da Argentina nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018 é preocupante. A seleção está na zona de repescagem, na quinta colocação, com 22 pontos em 14 jogos. No dia 31 de agosto, a equipe fará um clássico com o Uruguai, fora de casa. E para dar a volta por cima, o técnico se apega ao exemplo do Brasil, que se reergueu após a chegada de Tite.
"A dificuldade é real. A Argentina não está classificada (para a Copa), mas tem recursos para estar no Mundial. É o que queremos e sabemos que podemos. Há muito vai e vem nas Eliminatórias. O Brasil, por exemplo, se consolidou com o novo técnico. Teremos quatro rodadas definitivas e esperamos que a equipe se consolide "
O Tempo
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