segunda-feira, 30 de abril de 2018

Dos cinco remédios mais vendidos no país, três são analgésicos


O Brasil está entre os países que mais consomem remédios no mundo, em especial, analgésicos. Nos últimos anos – de 2013 a 2016 –, conforme levantamento da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) a pedido de O TEMPO, os analgésicos estão no topo do ranking de medicamentos com maior faturamento no país neste período. Ou seja, dos cinco medicamentos que mais venderam no país em 2016, três são usados para reduzir ou aliviar a dor.

Modismo, automedicação e facilidade de compra contribuem para que a maioria dos brasileiros queira sempre ter analgésicos à mão, conforme analisa o diretor da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), Ricardo Alexandre de Souza.

“Sabe-se que os números são causados muito por causa da questão do acesso aos medicamentos de maneira sem prescrição, no próprio balcão, pois, quando as pessoas chegam na farmácia, eles estão ali ao lado do chocolate e as pessoas compram porque vende três caixas por R$ 30 e todo mundo quer ter um Dorflex na bolsa”, comenta.

Nas primeiras posições, além do analgésicos, aparecem também medicações especificas, como por exemplo anticoagulante (Xarelto), disfunção erétil (Cialis), hipertensão arterial (Selozok), além de suplementos vitamínicos.

Nos quatro anos analisados, Dorflex e Neosaldina aparecem sempre nas primeiras cinco posições, sendo o primeiro líder em todos os anos. Em 2016, o Torsilax, que também é um analgésico, surge em quinto lugar, com R$ 215,3 mi em vendas.

“Todos os três são considerados compostos múltiplos. Isso significa, por exemplo, que o Dorflex é um anti-inflamatório com analgesia e relaxante muscular, o Torsilax também, e a Neosaldina ainda tem cafeína. Todos eles têm efeitos colaterais severos”, diz Souza.

Segundo o médico, o Dorflex pode apresentar efeitos colaterais severos em 10% da população, podendo gerar desde secura da boca, até lesão de pele e aumento na alteração dos glóbulos brancos no sangue. Além disso, entre os riscos, Souza alerta que essas ‘medicações de bolsa’ banalizam a dor e podem mascarar um problema mais sério.

“São remédios que causam um ciclo de analgesia. O paciente tem que tomar cada vez mais, e quando usa mais, gera uma certa tolerância que depois de certo tempo para de funcionar e esse sujeito acaba tendo que tomar doses cada vez maiores e toxicidade maior”, diz o diretor da AMMG.

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip) informou que, pela ausência da necessidade de receita médica, a utilização dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs) é considerada “uma prática de autocuidado, que está alinhada com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS)” e que “esses medicamentos também exercem um papel social e econômico importante”.

Consumo. O Brasil é um dos campeões mundiais em consumo de analgésico. Especialistas alertam que pessoas que os consomem mais de três vezes ao dia e diariamente, precisam procurar ajuda.

Medicamentos são eficazes e seguros, alegam fabricantes

A Sanofi, fabricante do analgésico Dorflex, informou que o remédio indicado para o alívio da dor associada às contraturas musculares, incluindo dor de cabeça tensional, “é comprovadamente reconhecido por sua eficácia e segurança de acordo com as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)” e que “deve sempre ser usado conforme as recomendações da bula”.

Já a Takeda, fabricante da Neosaldina, esclareceu também por nota, que a medicação, presente no mercado há 46 anos, “é seguro e com eficácia comprovada cientificamente, desde que consumido conforme indicação em bula, e recomenda sempre que o paciente procure um médico caso os sintomas persistam’. Pesquisa conduzida pelo laboratório junto ao Ibope Inteligência, feita com mais de mil brasileiros entre 18 e 55 anos e revelou que 95% acreditam que a dor de cabeça afeta seu dia-a-dia. Por isso, a fabricante vem investindo em iniciativas que colaborem na percepção dos sintomas da dor de cabeça.
O Tempo

Racismo e injúria racial – II

João de Carvalho / Jornal O Liberal

20 Abril 2018

APLAUDO DE PÉ, com toda a vibração, estas grandes personalidades negras, que superaram todos os problemas adversos que poderiam ter manchado sua honra, dignidade e valor, na vida social, mas que pelo talento inconteste que possuíam superaram qualquer forma de segregação. A própria Constituição Federal, em seu artigo 5º estabelece que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza e que a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível”.
Estes notáveis homens(mulheres), além de muitos outros, são: Abdias Nascimento, Antônio Castro Alves, Antônio Francisco Lisboa, Cruz e Souza, Machado de Assis, Mário de Andrade, Silvério Gomes Pimenta, Pelé, Chiquinha Gonzaga e muitos outros(as).
“CRIMES DE PRECONCEITO - O Brasil possui, desde 1989, uma lei que define os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor, etnia, religião ou procedência nacional. São considerados crimes de preconceito:
  • Impedir o acesso de alguém habilitado a qualquer cargo público por causa de sua cor.
  • Negar-lhe emprego em empresa privada.
  • Impedir seu acesso a estabelecimento comercial ou a restaurantes, negando-se a servir, atender ou recebê-lo como cliente.
  • Negar matrícula de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado.
  • Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores.
  • Impedir o acesso ou o uso de transportes públicos”. (Conheça Seus Direitos, Reader’s Digest pág. 210).
É preciso que se tenha consciência na distinção entre Injúria Racial, que são palavras proferidas contra um indivíduo de cor, raça ou etnia diferentes, de maneira depreciativa. E, Racismo, que trata de um ato discriminatório contra todo Grupo Social referido, como impedir uma pessoa de entrar em determinado recinto, devido à sua raça ou sua cor.
PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS: “Se você acredita alguém o discriminou, pelos motivos expostos, aqui estão algumas coisas que você pode fazer: - Registre uma queixa no departamento de recursos humanos de sua empresa.
  • Apresente uma queixa formal de discriminação por idade à Secretaria de Direitos Humanos e ao Ministério do Trabalho.
  • Procure a Delegacia Regional do Trabalho mais próxima e denuncie seu patrão pela prática de discriminação. Ela terá a obrigação de verificar imediatamente qualquer irregularidade que for denunciada.
  • Consulte um advogado, pois você poderá pedir uma indenização por qualquer prejuízo que você venha a sofrer em função da discriminação”. (Ibidem, pág. 209).
O Respeito à Lei é fator importante para a vida em harmonia, pois Injúria Racial é prevista no artigo 140, § 3º, do CP e crime de Racismo é regulado na Lei nº 7716/97, que tem tratamento severo respaldado na Lei de Crimes Hediondos.

João de Carvalho / Jornal O Liberal

Flores na janela

Elson Cruz / Jornal O Liberal

27 Abril 2018

Flores na janela: A comunidade religiosa já se prepara para a coroação de Nossa Senhora, que acontece nas igrejas São Sebastião e Boa Viagem em maio. É costume também enfeitar as janelas das residências na noite de 30 de abril para recepcionar e ganhar bênçãos da virgem protetora. É tradição católica com muitos seguidores.
Novo show a vista: O Restaurante 4 Estações já programou para 19 de maio mais um grande evento. Desta vez a dupla César Menotti e Fabiano é a atração, e os ingressos já estão à venda.
Hospital da baleia: A direção do hospital da Baleia da capital agradece aos colaboradores pelas doações durante a compra em supermercado da cidade. Foram 7,4 milhões arrecadados possibilitando mas de 85 mil atendimentos infantis. As doações destinadas as crianças com câncer é mais que um ato de amor, e principalmente em nossa terra, onde sempre prevalece a solidariedade e amor ao próximo.
Coisas simples: É mais fácil programar supercomputadores, gerir grandes empresas, cumprir elevadas metas profissionais, do que construir relações saudáveis regadas com um sublime amor. Houve brilhantes intelectuais que quiseram conquistar o amor com a sua cultura, mas ele disse: “Encontro-me nas coisas simples e anônimas”! Houve milionários que quiseram comprá-lo com dinheiro, mas ele declarou: “Não estou à venda”! Alguns generais quiseram dominá-lo com armas, mas ele afirmou: “Só floresço no terreno da espontaneidade”! Os políticos tentaram seduzi-lo com o seu poder, mas o amor bradou: “O poder asfixia-me”. Houve pessoas célebres que quiseram envolvê-lo com a fama, mas ele sem hesitar comentou: “A fama nunca me poderá seduzir”. (Augusto Cury)
Dama do samba: Antônio Carlos, o popular Telefunkem, através de seu programa na rádio Cidade, prestou homenagem à dama do samba, Ivone Lara, e recebeu inúmeras mensagens de incentivo e felicitações pela aplausível iniciativa. Ivone Lara faleceu no dia 16 de abril deixando triste o mundo da música. Ela, cantora e compositora era, conhecida como rainha do samba.
Alto estilo: Quem comemorou seus 49 anos ladeada de amigos e familiares foi Nívia Ferreira, exemplar funcionaria do legislativo municipal. No último dia 20 a Aprendoteca do Bairro Boa Viagem foi palco de encontro de pessoas queridas que integram a nossa sociedade com o propósito de levar o abraço, carinho e admiração à aniversariante.
Por onde anda? Edvando Baeta, casado com Elaine e filho de tradicional família itabiritense. Há poucas décadas ele fazia acontecer na sociedade itabiritense participando de bailes, e movimentos sociais. Foi também um expoente na UMESI (União Municipal dos Estudantes de Itabirito). Sempre de bem com a vida e cultivando grandes amizades, Edvando Baeta é gente de expressão da cidade Encanto.
Dia do trabalho: Dia do trabalho sem motivos para comemorar. Especialmente este ano, nossos concidadãos vivem a expectativa de dias melhores. O desemprego bate à porta de nossos chefes de família. O comércio se equilibra tentando se manter e as indústrias pouco têm a festejar. Todos, apesar da capacidade de renascer das cinzas, acreditam em ações de nossas lideranças para colocar Itabirito de novo entre os municípios mais progressistas do estado.
Para refletir: Quando a política penetra no recinto dos tribunais, a justiça se retira por alguma porta. (François Pierre Guizot)

Elson Cruz / Jornal O Liberal

Sem liberdade de expressão não há democracia

Jádson, um jogador diferenciado, merecia ser convocado para a Copa do Mundo

"Esse é diferenciado, joga muito".
É inteligente.
Enxerga o jogo.
Passes certos.
Merecia estar na Seleção!

Jádson. Craque do Corinthians.
Nascido em Londrina, Jádson passou pelas catetorias de base do Internacional, mas se tornou profissional pelo Atlético Paranaense. No futebol paranaense demonstrou um grande potencial e ajudou seu time a conquistar dois títulos estaduais.Com ótimas atuações e apenas 22 anos, chamou a atenção do futebol europeu.
Se transferiu para o Shakhtar Donestsk em 2005. Na ucrania Jádson fez o gol da vitória nos acréscimos na final da Copa da UEFA em 2009, dando o título ao clube ucraniano. Permaneceu no clube por 7 anos, tornando-se ídolo e um dos principais jogadores do clube. Nesse período, chegou inclusive a ser convocado para a Seleção Brasileira.
Com as convocações para a Seleção a proximidade da Copa, resolveu voltar ao futebol nacional para aumentar suas chances de ir ao Mundial de Seleções. Foi contratado pelo São Paulo por mais de 11 milhões reais.
Após 2 anos de altos e baixos no Morumbi, Jadson foi transferido para o Corinthians em troca de um empréstimo do atacante Alexandre Pato que foi para o Morumbi. Em 1 de junho de 2014, fez o primeiro gol do Timão na Arena Corinthians.
Em 2015, Jadson fez parte do elenco campeão brasileiro e foi um dos melhores jogadores do Campeonato, sendo vice-artilheiro e líder de assistências. As boas atuações chamaram a atenção da China. Em 2016 o meia deixou o Timão para atuar no futebol asiático.
Com saudades do Brasil e do seu time de coração, o maestro acertou seu retorno ao alvinegro em fevereiro de 2017.

Um processo doloroso e belo

O que te inspirou a escrever o livro?
Eu queria, há muito tempo, escrever um romance, porque eu sempre brincava: “O meu problema é que escrevo livros que não compraria, pois só compro livros de ficção”. Desde muito cedo, sou leitora de ficção, mas não me achava capaz de escrever um livro desse tipo. Dois anos atrás, tomei coragem e conversei com a editora Planeta. A princípio, eles não se entusiasmaram com a ideia, porque meus livros têm dado muito certo. “A Arte de Ser Leve”, por exemplo, já vendeu quase 100 mil exemplares. É aquela velha história: não se mexe em time que está ganhando. A editora resistiu um pouco, mas acabou me dando sinal verde. Mas quando sentei para escrever, acabei criando um sinal vermelho para mim, não conseguia. Fiquei mais de um ano tentando, tive um bloqueio total, me isolei em um apartamento para escrever. Nessa época, eu estava com uma carta que minha mãe escreveu para mim para que eu lesse depois que ela morresse. Ela também escreveu para os meus irmãos, mas eles não tiveram coragem de ler. Eu tirei um xerox da carta e coloquei ao lado do meu computador enquanto tentava escrever o romance. Liguei para a editora dizendo que eu rescindiria o contrato. Mas aí aconteceu uma cena muito bonita: eu estava nesse apartamento com a carta da minha mãe do lado, porque eu a usaria no romance de alguma forma. Até que pedi à alma dela: “Peça a Deus pra me iluminar, eu tenho que escrever, e não tem nada dentro de mim”. Quando olhei para a carta, pronto! Escreveria cartas para a minha mãe. E, em cinco meses, escrevi um livro que estava há um ano tentando fazer. Escrevi com o coração, da primeira à última personagem. Parte do livro é ficção, mas 70% é real.

E como foi esse processo de escrever sobre sua vida?
Foi extremamente doloroso, eu até emagreci. Escrever um livro sobre a própria história é eficaz, mas muito doloroso. Eu faço terapia há anos e nunca tinha ido tão ao fundo da minha alma como fui nessa escrita; em nenhuma sessão consegui arrancar tantas memórias, tantos sentimentos que estavam esquecidos. Eu falo que é um livro em que não há intenção literária; eu não reescrevia, não refazia o texto, não bordava a linguagem. Quis escrever de uma forma absolutamente real, ditada pelos meus sentimentos, conversando com a minha mãe à minha frente. Essa conversa foi tão forte que, às vezes, eu não sabia mais o que era realidade e o que era ficção. Estava tão vivo para mim que não posso dizer que foi um acerto de contas com o passado, mas um processo de reconstrução doloroso e belo.

No livro, Ana diz que o melhor jeito de se expressar é escrevendo. O que é a escrita para você?
A escrita nos obriga a confrontar o que está dentro da gente. Escrever é mais forte que falar. A escrita tem uma concretude que nem sempre a fala tem. Quando você vê o que escreveu, os sentimentos ganham forma, as memórias ganham forma. É como se trouxesse o mundo interior pra fora. Escrever pode ser libertador, doloroso, mas sempre vale a pena.

Em muitas das personagens é possível sentir o peso do que é ser mulher e o quanto é preciso se esforçar para sair de certos padrões. O livro tem uma temática feminista e feminina?
Feminista, não, mas feminina, sim. Minha mãe é a figura mais forte da minha vida, ela criou seis filhos sozinha, sem se colocar na posição de vítima, sem se amargurar. Ela era de uma inteligência, de uma generosidade e de uma lucidez impressionantes. A mãe dela teria tudo pra ser vítima, pois viveu sofrimentos inqualificáveis, mas também era uma mulher que não se colocava na posição de vítima. Fui muito atraída por essa figura feminina que consegue aliar força ao sofrimento. A própria Ana, que tem tanto de mim, não é uma mulher vítima das circunstâncias, mas tem força que faz com que ela vá em frente.

O livro, por muitas vezes, têm histórias pesadas narradas pela Ana, mas, ao mesmo tempo, há delicadeza nas palavras. Como foi encontrar esse equilíbrio?

Minha mãe conseguia lidar com delicadeza com as coisas mais pesadas da vida. Ela ensinou isso para os seis filhos. Ela nos ensinou o senso de humor, a ter esperança, a não estacionarmos na infelicidade nem na amargura. Ela nos ensinou a ver a vida de forma mais suave por mais que ela pese. Talvez, inconscientemente, eu tenha adotado o olhar da minha mãe. Eu não estava só falando com ela, estava falando como ela.

O livro é construído com cartas escritas por Ana e dirigidas a sua mãe mescladas com uma narração em primeira pessoa. Por que optou por essa estrutura?
Se o livro fosse feito apenas com cartas, ele ficaria cansativo. Mas o motivo principal para isso é que, ao mesmo tempo em que queria conversar com a minha mãe, havia coisas que eu não queria que fossem ditas para ela. Então resolvi fazer essa alternância de janelas, que são colocadas entre colchetes. É como se eu escrevesse para minha mãe e chegasse na janela para falar outras coisas com o leitor.

O México está presente no livro, e o leitor pode ter a sensação de que você, Leila, ama o país. É verdade?
Morei lá por quase quatro anos na década de 70. Me apaixonei perdidamente pelo México. Depois do Brasil, é o país de que mais gosto. Sou apaixonada pela cultura mexicana, voltei lá umas quatro vezes. Também fui para lá fazer um ritual com os curandeiros, para matar a saudade, para matar o espanto. Ele é muito presente na minha vida.

Martha Medeiros anuncia em seu prefácio que a autora nos convida a entrar em um universo particular e íntimo de Ana. Acredita que esse pode ser sentimento dos leitores também?
Como é uma mistura entre realidade e ficção, eu senti muita insegurança na hora de escrever sobre coisas mais pesadas, porque foge de tudo que escrevi até hoje. Sempre entrevistei muita gente para fazer os livros, era impessoal, mas, ao mesmo tempo, pensei: “Ou escrevo com honestidade, ou não escrevo”. Algumas pessoas podem se assustar, mas vão entender que era preciso.

Já está pensando no próximo livro? O que pode adiantar?

Me estressei tanto pelo fato de ter ficado um ano tentando escrever e depois ter de fazê-lo em cinco meses que já falei para as pessoas me amarrarem se eu disser que farei outro livro. Essa gestação foi dolorosa, mas não vou dizer que estou com depressão pós-parto. Mas agora é hora de dar atenção a esse filho, porque a gestação foi cheia de sobressaltos.
O Tempo

Repórter é hostilizado após gol anulado de Roger Guedes

O polêmico lance do gol anulado do Atlético sobre o Corinthians gerou uma série de reclamações por parte do torcedor alvinegro nas reds sociais. E ainda mais depois de uma imagem onde um reporter à beira do campo faz um sinal com os braços ao árbitro Dewson Freitas indicando que a bola teria batido na mão de Ricardo Oliveira no lance.
Tão logo a imagem foi compartilhada nas redes sociais, os torcedores criaram uma "teoria" de que o árbitro foi informado pelo repórter que a bola teria batido no braço do jogador do Atlético.
Outros torcedores preferiram amenizar e viram a imagem por outro ângulo. Chegaram a dizer que o repórter apenas perguntava ao árbitro sobre o que ele havia marcado no lance do gol anulado do Atlético.
A imagem foi disseminada nas redes sociais e com tamanha rapidez que o repórter em questão passou a receber xingamentos por parte da torcida que ficava próxima a ele. Um grupo de policiais chegou a fazer a segurança do repórter durante o restante da partida. 

No entanto, há uma defesa do repórter nas redes sociais. Isso porque, segundo internautas, o repórter teria perguntado para quem foi o cartão amarelo aplicado pelo árbitro no momento da confusão. E que a imagem que foi divulgada aconteceu depois de o árbitro decidir anular o gol do Atlético.
O Tempo

domingo, 29 de abril de 2018

As benzedeiras estão voltando


A benzedeira, detentora de um saber ancestral capaz de curar praticamente tudo, está presente na memória de muitos brasileiros. E essa tradição, que parecia estar sendo extinta junto com o conhecimento de muitas avós que já não estão mais presentes, tem sido resgatada por vários grupos distribuídos pelo Brasil. Nessa tentativa de recuperar tal saber, o benzimento vem também se modernizando e atraindo mais pessoas.

A lembrança da avó, benzedeira já falecida, levou a assistente social Maria Bezerra a querer recuperar esse conhecimento. “Um dia, a memória dela me veio muito forte, e comecei a perceber que precisava continuar o que ela deixou no caminho”, conta. Assim nasceu a Escola de Benzedeiras de Brasília, um movimento que surgiu há dois anos e agora ganha proporções nacionais.

“A gente tem uma rede de benzedeiras nacional, que tem se movimentado na direção de valorizar essas pessoas e não deixar esse poderoso conhecimento ancestral morrer, se extinguir diante de tecnologias que comprovadamente não dão conta da nossa saúde e bem-estar”, afirma.

Segundo Maria Bezerra, a benzeção foi sendo deixada de lado por causa da interferência de outras religiões, por medo de um saber médico- científico que condena esse tipo de prática ou até mesmo pela desvalorização dos familiares. No entanto, com a escola, a procura tem crescido. Em uma sexta-feira de atividades, por exemplo, elas chegam a fazer mais de 130 atendimentos. A entidade também atende a distância.

“As pessoas esqueceram o poder da fé. Em um mundo tão tecnológico, onde todas as respostas podem estar na ponta dos dedos, se esquecem do coração. E a fé é um ato de coração, de amor. No entanto, acredito que, pela quantidade de pessoas que têm nos buscado, todas com suas memórias afetivas da benzedeira, estamos retomando essa fé”, acredita.

No Paraná, outro movimento se destaca. Segundo o educador popular Antônio Michel Kuller, o Movimento de Aprendizes da Sabedoria (Masa) começou esse resgate há dez anos. Estão sendo feitos mapeamentos sociais em três cidades: Rebouças, São João do Triunfo e Irati, com 134, 167 e 187 benzedeiras, respectivamente.

“A partir do mapeamento, elas conseguiriam aprovar uma lei municipal (em Rebouças e São João do Triunfo) de reconhecimento das benzedeiras como agentes de saúde das comunidades locais, dando direito a elas de ter carteirinha e certificado, além de participação em conselhos estaduais”, diz o educador.

Essas mesmas benzedeiras devem lançar em breve alguns produtos, como florais e pomadas. O trabalho está sendo desenvolvido sob supervisão da engenheira agrônoma e terapeuta floral Andrea Mayer. “Elas fizeram o curso de florais, e estamos criando juntas, com plantas medicinais que elas utilizam para benzimentos, chás e banhos. Deve ficar pronto no final de maio”, conta.

O saber popular mostra que não há doença que não se benza. As benzedeiras costumam ter “remédio” para espinhela caída (dor na boca do estômago, nas costas e pernas), carne quebrada (dor muscular), cobreiro (herpes), quebranto (mau-olhado), encosto e vários tipos de males, do corpo ou da alma.

Mesmo após o falecimento da mãe – Dona Filinha, benzedeira famosa em Belo Horizonte –, o cantor e compositor Sérgio Pererê se mantém próximo das benzedeiras, por meio de um grupo no Facebook com mais de 9.000 participantes. “Na busca por uma pseudo-evolução, nos desvinculamos do que é mais puro. É como se tivéssemos ficado órfãos. Saímos correndo buscando evolução e, no meio do caminho, olhamos para trás e nos sentimos sozinhos. Acho interessante que, em um mundo onde estamos falando de coisas tão duras, esse mecanismo da internet seja usado para falar de algo ligado a natureza e espiritualidade”, diz.

Atendimento por vídeo ou pedidos por e-mail

Antigamente, as benzedeiras eram referência nas comunidades quando o assunto era saúde. Hoje, suas orações trazidas do passado, com um teor simples, mas de grande força, além de ervas, chás e remédios caseiros, resistem nos grandes centros e desafiam os conceitos da ciência, por meio de atendimentos realizados com ferramentas online, como videoconferências e e-mails.

A assistente social Maria Bezerra, da Escola de Benzedeiras de Brasília, diz que é possível benzer a distância, por Skype, apenas com o nome completo da pessoa, colocando-o em oração. “O que nos conecta são campos de energia, são ondas de energia. Então, é possível que a gente envie em onda uma energia de cura, bendita, amorosa, para aqueles que precisam, mas não estão frente a frente conosco”, diz.

Maria lembra-se da experiência que teve com o benzimento a distância de uma criança que estava com referência de quebranto. “Era um bebê de 5 meses, a mãe estava em outro lugar. A gente usou, por três dias, o recurso da videoconferência, e eu pude benzer a criança no colo da mãe. Após esses três dias, ela se recuperou. A gente também tem feito muitos benzimentos com os nomes das pessoas, porque a gente recebe muitos e-mails pedindo para ser a distância”, explica.
O Tempo

sábado, 28 de abril de 2018

"Eu prefiro ser um retranqueiro do que perder o emprego", diz Mano sobre estilo

Após a grande vitória sobre a Universidad de Chile por 7 a 0, o técnico Mano Menezes voltou a defender seu estilo de jogo mais conservador. Em entrevista ao canal "Esporte Interativo", o comandante relembrou até a situação envolvendo seu companheiro, Guillermo Hoyos, técnico de La U, que foi demitido após o massacre no Mineirão. Para Mano, a tática de Hoyos foi suicida com dois jogadores a menos. 
"A fama é triste, já dizia o papagaio. Eu prefiro ser um retranqueiro do que perder o emprego como meu colega do Chile, não tá fácil para se manter no mercado, tem muita concorrência. Temos que cuidar das coisas da gente para não dar vexame. Se der mole no futebol, os outros aproveitam. O mais importante na goleada é que a equipe jogou bem, todos se comportaram bem e o coletivo prevaleceu. São jogadores que possuem capacidade para ser diferencial", afirmou o comandante. 
Mano também falou sobre a alcunha de favoritismo que estabeleceram para a Raposa desde o início do ano. Para o treinador, tudo isso não passa de uma avaliação externa. As dificuldades dentro de campo são totalmente diferentes do que parece no papel. 
"Refutar a fama de favorito é quando a gente perde duas partidas e tudo vira uma crise danada. Eu diria que o favorito é uma avaliação que se faz externamente, baseado nos nomes dos jogadores que têm, baseado no histórico, essas coisas precisam ser encaradas desta forma. Penso que depende muito de como se inicia uma competição. O Brasileiro, por exemplo, se você passar muitas rodadas sem conquistar vitórias, não adianta pensar em uma grande reação no final porque é um campeonato muito duro", disse. 
"A Libertadores nem se fala, nós entramos em um grupo muito duro, só olhar a pontuação do primeiro colocado, que vinha sendo apontado como o grande time da nossa chave, mas que se não ganha da La U no último jogo vai disputar a classificação. A gente tem que tomar muito cuidado se quer fazer parte depois do grupo de elite, que são os classificados para as oitavas de final em diante", complementou o comandante. 

No domingo, o Cruzeiro encara o Internacional, em Porto Alegre, e depois segue para o Rio, onde faz mais um jogo decisivo na Libertadores, dessa vez contra o Vasco, em São Januário.
O Tempo

Morre o ator Agildo Ribeiro


O ator Agildo Ribeiro morreu aos 86 anos, no Rio, na manhã deste sábado, 28. Ele sofria de problemas cardíacos. Ainda não foram divulgadas informações sobre o velório e o enterro do artista.

Ele seria operado na próxima semana, segundo o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo.

Ribeiro iniciou sua carreira no rádio, na década de 1950, mesma época da sua estreia em teatro. Agildo Ribeiro protagonizou vários programas na TV, muitos ao lado de Jô Soares, sendo um dos seus personagens mais marcantes o professor Aquiles Arquilau, que chamava seu assistente de "múmia paralítica" e era obcecado pela atriz Bruna Lombardi.

Em outro papel marcante, na década de 1960, ficou famoso ao contracenar com o boneco Topo Gigio. O artista participou também de mais de 30 filmes no cinema.

Filho do militar e político Agildo Barata, o humorista casou cinco vezes, sendo um desses casamentos com a atriz Marília Pera, morta em 2015. Recentemente, ele trabalhava no programa Zorra Total e participou do programa Tá no Ar que homenageou antigos humoristas, ambos da Rede Globo. Por coincidência, nos anos 1960, ele foi um dos apresentadores do programa Satirycom, o primeiro a criticar a televisão dentro do próprio veículo, como faz hoje o Tá no Ar.

Ele ficou conhecido ao ser o primeiro ator a interpretar João Grilo, personagem da peça Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.

Entre outros trabalhos na TV, ele participou de Estúdio A... Gildo e Escolinha do Professor Raimundo. No cinema, seu trabalho mais recente foi o filme: Casa da Mãe Joana (2008).
O Tempo

Palocci compromete Lula e Dilma em crimes investigados

O TEMPO


DELAÇÃO

Ex-ministro descreve a relação do partido com as empresas envolvidas na Lava Jato




PUBLICADO EM 28/04/18 - 03h00

BRASÍLIA. O acordo de delação premiada assinado pelo ex-ministro Antonio Palocci com a Polícia Federal é uma reunião de fatos que envolvem, em grande parte, o esquema de arrecadação do PT com empreiteiras citadas na Lava Jato e a atuação dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff nos crimes apurados pela operação, segundo o jornal “O Globo”. Por se tratar de uma colaboração negociada na primeira instância, os temas abordados pelo ex-ministro dizem respeito a fatos investigados – ou passíveis de investigação – pela 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada pelo juiz Sergio Moro, que terá o papel de homologar o acordo.

A reportagem apurou que boa parte das histórias abordadas por Palocci – que ainda poderão ser detalhadas no curso das investigações – reconstitui o esquema de corrupção na Petrobras, as relações das empreiteiras com políticos do PT e a forma como Lula e Dilma se envolveram nas tratativas que resultaram em um prejuízo de cerca de R$ 42 bilhões aos cofres da estatal, segundo estimativa da PF. Durante o processo de delação, Palocci também poderá apresentar anexos suplementares com novos casos considerados relevantes pelos investigadores.

Ao falar de Lula, Palocci detalhou ocasiões em que foi pessoalmente levar pacotes de dinheiro vivo ao ex-presidente e relacionou datas e valores entregues por um de seus principais assessores, Branislav Kontic, na sede do Instituto Lula. Segundo Palocci, os pagamentos a Lula, feitos nos últimos meses de 2010, quando ele se preparava para deixar o Planalto, chegavam a somar R$ 50 mil. Dinheiro que seria usado para bancar despesas pessoais.

Na ocasião das entregas, relata o ex-ministro, ele e Lula combinavam o local de encontro para o pagamento. Como Palocci não dirigia o próprio carro, costumava levar um auxiliar ao volante, cuja identidade é mantida em sigilo. Palocci listou datas e horários das entregas de dinheiro a Lula como parte do conteúdo probatório. A partir dessas informações, investigadores teriam condições de atestar encontros, por meio de ligações telefônicas entre Lula e Palocci e pela posição dos aparelhos celulares no mapa de antenas.

Ele narrou pelo menos uma conversa com Lula no Planalto na qual teria tratado do esquema envolvendo a construção de sondas para exploração de petróleo em águas profundas. O objetivo da negociação, que teria sido feita na presença de Dilma, seria levantar dinheiro para bancar a eleição da ex-presidente, em 2010.

Fundador. Antonio Palocci é fundador do PT, ex-prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da Fazenda do governo Lula e ex-chefe da Casa Civil na administração de Dilma Rousseff.

Dinheiro saído da ‘conta Amigo’

Ao falar da relação de Lula com empreiteiras, o ex-ministro disse que parte do dinheiro entregue nas mãos do ex-presidente e na sede do Instituto Lula teria saído diretamente da “conta Amigo”, a reserva de propina atribuída ao petista no Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht.

Já ao citar Dilma, Palocci afirmou aos investigadores que ela teria atuado para atrapalhar as investigações da Lava Jato no episódio da nomeação de Lula para ministro da Casa Civil, em março de 2016.

Além de detalhar os casos de corrupção dos quais participou ou teve conhecimento, o ex-ministro terá de apresentar provas do que diz. Se mentir ou quebrar algumas das cláusulas firmadas, poderá perder os benefícios negociados.

‘Tudo precisa ser avaliado com muito cuidado’, diz PGR

O acordo de delação firmado entre o ex-ministro Antonio Palocci e a Polícia Federal ainda pode vir a ser contestado pela Procuradoria Geral da República (PGR). A informação foi dada nessa sexta-feira (27), em Paris, pela procuradora geral Raquel, que afirmou “desconhecer” os termos e a "extensão das cláusulas” do entendimento entre as duas partes. 

Segundo Raquel Dodge, as negociações não foram realizadas na “jurisdição de Brasília”, o que obrigará a PGR a estudar em detalhes o acordo para decidir o que fará a respeito. “Não conheço o caso, não foi feito na jurisdição de Brasília e, oportunamente, o meu gabinete, ou a instância cabível, certamente examinará esse documento. Aí a manifestação será feita oportunamente”, disse.

“Eu não posso adiantar nenhum ponto de vista exatamente porque não examinei que documento é esse, como foi feito, qual a extensão das cláusulas. Tudo precisa ser avaliado com muito cuidado”, reiterou. 

Vigência. Já o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, destacou nessa sexta-feira (27) ao Broadcast Político, serviço de notícias do Grupo Estado, que a lei que permite à Polícia Federal fechar acordos de delação premiada está “em plena vigência”. “Nós estamos julgando uma ação que ataca a lei, não houve implemento de liminar, então a conclusão é que a lei está em plena vigência, que contém expressamente a delação na polícia”, afirmou.

O ministro, que é relator do processo em trâmite no Supremo, votou favorável à autonomia das policias para firmarem acordos. A votação sobre essa questão está parada no STF. Em 13 de dezembro, a maioria dos ministros (6 a 0) seguiu o entendimento do relator. “O que está valendo é a lei”, também disse à reportagem o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.

Respostas. Em nota, Dilma afirmou que “o ex-ministro mente para sair da cadeia e não tem provas para sustentar acusações a ela ou Lula”. Advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin negou envolvimento de seu cliente nos fatos: “Qualquer afirmação de entrega de dinheiro ao ex-presidente Lula é mentirosa e, por isso mesmo, desacompanhada de qualquer prova. Lula jamais pediu ou recebeu vantagens indevidas”.

Em nota, o PT afirmou que Palocci “rendeu-se às chantagens da Lava-Jato” e faz “falsas acusações” contra Lula para receber benefícios.

O Tempo

Coreias iniciam ‘nova história’ com promessa de buscar a paz

O TEMPO


FIM DA GUERRA



Kim Jong Un faz discurso comovido em visita inédita ao sul: ‘embargado pela emoção’



PUBLICADO EM 28/04/18 - 03h00

GOYAN, COREIA DO SUL. Os dirigentes das duas Coreias se comprometeram nessa sexta-feira (27) a trabalhar pela eliminação das armas nucleares da península e por uma paz permanente, durante uma cúpula histórica na Zona Desmilitarizada.

Após um aperto de mão simbólico na fronteira com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, o líder norte-coreano, Kim Jong Un, afirmou que a Coreia está “no início de uma nova história”. Kim disse ter se sentido “embargado pela emoção” ao cruzar a linha de cimento e se tornar o primeiro dirigente norte-coreano a pisar em território sul-coreano desde a Guerra da Coreia (1950-1953).

“Coreia do Sul e Coreia do Norte confirmam o objetivo comum de obter, por meio de uma ‘desnuclearização’ total, uma península coreana não nuclear”, diz a Declaração de Panmunjom, publicada após a reunião. Após a assinatura do texto, que proclama que “não haverá mais guerra na península da Coreia”, Kim e Moon se abraçaram, ao final de um dia de demonstrações de amizade.

Em uma cerimônia de despedida, os dois homens viram imagens de seu encontro reproduzidas em um espetáculo de luz e som, parados e de mãos dadas durante vários minutos. Depois disso, Kim voltou a cruzar a fronteira e foi para a Coreia do Norte. Em imagens transmitidas pela televisão, ele foi visto saudando de seu veículo os anfitriões na Zona Desmilitarizada.

Os dois vizinhos disseram querer se reunir com os Estados Unidos e, talvez, também com a China – signatários do armistício que acabou com a guerra há 65 anos – “visando declarar o fim da guerra e estabelecer um regime de paz permanente e sólido” na península. Por falta de um tratado de paz, tecnicamente os dois vizinhos continuam em guerra.

Essa cúpula histórica foi elogiada por várias capitais estrangeiras. A China saudou a “coragem” de Kim e Moon; o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, falou da “passagem positiva para uma resolução em conjunto de várias questões relativas à Coreia do Norte”; e o Kremlin celebrou “notícias muito positivas”.

O presidente americano, Donald Trump, saudou o encontro, embora tenha declarado que “o tempo dirá” se os resultados foram bons.Além disso, afirmou a jornalistas que não será “manipulado” pelo líder norte-coreano em seu encontro, para o qual estão analisando “duas ou três sedes” onde poderá ser organizado.

Para a Otan, esta cúpula “é um primeiro passo. É encorajador, mas temos que compreender que resta muito trabalho difícil à frente”.

As duas Coreias se coordenarão estritamente para assegurarem que não “repetirão o passado desafortunado que viu como os acordos intercoreanos anteriores não davam em nada”, declarou Kim Jong Un.

Esperança para famílias separadas 

Outra medida simbólica é a decisão de retomar em agosto as reuniões das famílias que ficaram divididas pela guerra. Os acontecimentos desta sexta-feira são a última e mais forte amostra desta excepcional distensão surgida na península desde que Kim anunciou, surpreendendo a todos, em 1º de janeiro, que seu país participaria dos Jogos Olímpicos de Inverno organizados pelo Sul.

Desde que chegou ao poder, no final de 2011, Kim liderou uma fulgurante aceleração dos programas nuclear e balístico norte-coreanos. Em 2017, Pyongyang realizou seu teste nuclear mais potente até a data e testou mísseis balísticos intercontinentais, alcançando a capacidade de chegar a território americano.

Em uma primeira amostra da distensão intercoreana, Moon cruzou brevemente, diante do convite surpresa de Kim, para o lado norte-coreano da fronteira. Depois se dirigiram à Casa da Paz, na parte de Panmunjom.

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