A um dia da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode rever a prisão após segunda instância, o juiz federal da Lava Jato em Curitiba, Sérgio Moro, foi ovacionado por uma plateia de cerca de 2.000 pessoas em sua segunda palestra pública na tarde desta terça-feira, 10, no Fórum da Liberdade, em Porto Alegre.
Assim como no evento da manhã, ele voltou a elogiar o Supremo Tribunal Federal pelo julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato. "Fiquei muito feliz com o julgamento da semana passada. O STF merece todos os elogios. Impediu um grande retrocesso", afirmou.
Em sua fala, o juiz também exaltou a Lava Jato e defendeu reformas mais amplas para acabar com o loteamento político de cargos no Brasil. "É necessário ter reformas mais amplas para diminuir incentivos à corrupção. Isso que chamamos de loteamento político de cargos públicos se encontra na raiz dos problemas da Petrobras", disse.
O juiz argumentou que criou-se no Brasil um ambiente institucional que favorece a corrupção. "Não se pode construir um processo penal que impeça que pessoas poderosas permaneçam impunes porque tem condições de manipular o sistema para impedir que um caso concreto chegue ao fim."
No início de sua fala, Moro afirmou que houve uma apropriação da Petrobras, "o grande orgulho brasileiro", para enriquecer seus executivos e dirigentes de empresas que faziam negócios com a estatal, com o componente perverso de que os desvios foram para políticos e partidos. Defendeu ainda, mais um vez, a limitação do foro privilegiado de autoridades.
Durante a palestra, um grupo de estudantes e militantes de esquerda tentou entrar no local do evento para protestar contra Moro e defender a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Tempo
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