Se com a crise estava difícil locar um imóvel, neste ano a situação mudou. A procura aumentou, e o preço também. É o que mostra levantamento realizado pela OLX e Storia Imóveis, em Belo Horizonte. No primeiro trimestre deste ano, a alta na busca por um imóvel para alugar foi de 15% frente ao mesmo período de 2017. E o valor do metro quadrado para locação na capital apresentou elevação de 4% nesse intervalo, percentual acima do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), utilizado na maioria dos contratos de locação, que está em 0,2% no período de 12 meses terminados em março.
O vice-presidente executivo da OLX Brasil, Marcos Leite, disse que, em Belo Horizonte, os dados mostram que o setor está apresentando recuperação. Para ele, o crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, aliado à queda nas taxas de juros e a alta do emprego, são fatores importantes para a retomada dos investimentos no setor e da confiança dos brasileiros.
Representantes do mercado confirmam o bom momento vivido pelo setor, que vê a procura por imóveis para locação crescer cerca de 30% no acumulado dos três primeiros meses deste ano frente a igual intervalo de 2017. Se, no que se refere ao aumento da demanda, existe um consenso de alta, o mesmo não acontece quando se fala de preço. Para o diretor comercial da Anuar Donato Consultoria Imobiliária, Breno Donato, os preços ainda estão atraentes para os locatários. “Não acredito em alta de 4% nos valores”, diz.
Já o diretor de comunicação e marketing da Rede Netimóveis em Belo Horizonte, José De Filippo Neto, diz que, desde dezembro passado, os preços para locação estão próximos do ponto de equilíbrio. “Antes, como havia uma disponibilidade maior de imóveis para alugar, os locatários estavam conseguindo preços mais baixos”, observa.
Para ele, a melhora dos indicadores econômicos no segundo semestre do ano passado demorou para ter reflexos práticos, o que está acontecendo justamente neste ano. “Demorou para que a confiança fosse restaurada”, diz.
Na rede, que conta com 77 imobiliárias na região metropolitana de Belo Horizonte, sendo 64 na capital, a procura pela locação de imóveis residenciais teve alta da ordem de 22% no acumulado dos três primeiros meses de 2018 frente a igual período do ano passado. “Agora, vale ressaltar que a base de comparação é fraca. De toda forma, o pior já passou”, frisa.
Na Anuar Donato, as consultas dos interessados em alugar um imóvel também tiveram alta no primeiro trimestre, conforme o diretor comercial. “A procura cresceu pelo menos 30%. E o fechamento de contratos, por volta dos 20%”, conta. A psicóloga Cristiana Klimsa procurou imóveis para locar no primeiro trimestre deste ano na capital. Ela conta que ficou surpresa com os valores. “Estavam mais altos que os esperados. Dos dez imóveis que olhei, apenas um estava com um preço abaixo da média do mercado”, diz.
Procura alta
Comercialização. As consultas dos interessados em comprar imóveis na capital também cresceram no primeiro trimestre, com altas que variam de 12% a 30% frente a igual período de 2017.
IGP-M
Indicador. O IGP-M, conhecido como a inflação do aluguel, que é calculado pela FGV, acumulou alta de 1,47% no primeiro trimestre deste ano. Em março, o IGP-M avançou 0,64%.
Procura maior é por valor até R$ 1.000
No estudo realizado pela OLX e Storia Imóveis, a maior parte dos usuários do site em Belo Horizonte (70%) busca casas e apartamentos por um valor mensal de aluguel de até R$ 1.000. Os bairros mais procurados nessa faixa são Parque Leblon, Padre Eustáquio e Santa Mônica. Em segundo lugar, com 25%, estão imóveis que custam entre R$ 1.000 e R$ 2.000, com o Buritis liderando as buscas.
A locação de imóveis depende de sazonalidade. “A virada de ano fomenta o setor. É que muita gente aproveita para mudar durante as férias, e há ainda os estudantes que vêm de outras cidades”, observa o diretor de comunicação e marketing da Rede Netimóveis em Belo Horizonte, José De Filippo Neto. Ele conta que a demanda está alta para todas as faixas de preço.
Na Anuar Donato Consultoria Imobiliária, conforme o diretor comercial, Breno Donato, a procura se concentra em imóveis com preços de locação que variam de R$ 1.500 a R$ 2.000. “Tivemos recorde de locação no primeiro trimestre”, disse. A vice-presidente das administradoras de imóveis da Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI-MG), Flávia Vieira, confirma o bom momento vivido pelo setor. “Os volumes de consultas e de negócios foram muito superiores este ano”, diz.
O Tempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário