terça-feira, 11 de abril de 2017

O significado místico da Páscoa

A Páscoa se aproxima, mas o que muitas pessoas desconhecem é que ela tem um sentido místico que vai além do conceito católico da ressurreição de Cristo e do Pessach do judaísmo, que comemora a libertação do povo de Israel do Egito. Para a teosofista e escritora russa Helena Blavatsky, a Páscoa é a estação espiritual da purificação e da libertação.

A historiadora, pesquisadora e terapeuta holística, Helena Gerenstadt, ensina que o caminho crístico da iniciação foi representado no curso de vida do Cristo Jesus. “Ele é delineado durante a Páscoa, único dia santo determinado pelas estrelas. Ela sempre cai no primeiro domingo depois da primeira lua cheia da primavera (no Hemisfério Norte), após o equinócio. A tradição esotérica revela que somente os iniciados mais elevados eram capazes de participar dos mistérios e das energias que ocorrem no equinócio. Para a maioria das pessoas, incluindo os aprendizes dos mistérios e os discípulos, as energias celestiais do equinócio eram festejadas por “reflexo” no dia da lua cheia. Vivemos novos tempos em que essas energias estão disponíveis para quem quiser recebê-las”.

Segundo ela, a Páscoa é a época ideal para se entrar em contato com energias que transfiguram a vida. “É um período supervisionado pelo arcanjo Rapael, guardião do Santo Graal. Nessa época do ano, sua missão é ajudar a aguçar nossos sentidos para que a alma possa realmente ver e conhecer o que ainda é preciso ser feito. A Páscoa é uma celebração que pode nos ajudar em nossa espiral sempre ascendente. É um tempo de grande celebração angélica, quando podemos nos ligar mais plenamente com os mensageiros angélicos para ressuscitar nossa vida. Nessa época, há um chamado para que os mestres encarnados despertem para suas tarefas e seus propósitos. É um tempo em que a energia da música e das flores pode ser descoberta pelas pessoas que são sensíveis a ela. É uma época para grande celebração, e não de lamentações”, finaliza Helena.

Diversidade. A ressurreição de Jesus é celebrada de diferentes modos ao redor do mundo. Na Bélgica e na França, os sinos não são tocados entre a Sexta-Feira da Paixão e o Domingo de Páscoa, por causa de uma lenda que diz que eles (os sinos) voam até Roma e quando voltam deixam cair ovos para todos. As crianças belgas produzem ninhos de palha, na esperança de que o coelho deixe muitos ovos.

Na Bulgária, após a missa da Quinta-Feira Santa, pintam-se ovos cozidos e fazem-se pães pascais, os “kolache” ou “kozunak”. Os pães e os ovos são abençoados. Cada um da família pega um ovo e bate nos ovos dos outros; aquele que ficar com o ovo inteiro terá sorte durante o ano.

Os hindus fazem o festival Holi para relembrar o surgimento do deus Krishna. Nessa época, a população dança, toca flautas e faz comidas especiais para receber os amigos. É comum que o dono da casa marque a testa dos convidados com um pó colorido.

Jesus Cristo. Oxalá ressurgiu em espírito para consolar seus irmãos e lhes mostrar que a vida é eterna, apenas o que mudam s

A SEMANA

Quarta-feira – Dia da traição e da autodestruição de Judas. As meditações giram em torno da morte dos desejos inferiores e da purificação do caminho para alcançar maior luz.

Quinta-feira – Última ceia. É tempo de meditar sobre a transmutação da matéria para expressá-la de forma mais elevada.

Sexta feira – Crucificação. Aqui se aprende a carregar a cruz, pois cada ser é responsável por sua vida. Renuncia-se ao inferior em favor do superior. Os exercícios recomendados são o silêncio, o jejum e a oração.

Sábado. Os véus entre a vida e a morte, entre o plano físico e o espiritual, foram rompidos para sempre.

Domingo. Das trevas para a luz. É tempo de comunhão plena e verdadeira com a hierarquia angélica.
Aparição aconteceu por meio do perispírito
Mesmo sendo uma doutrina cristã, o espiritismo entende de forma diferente alguns dos ensinamentos das diversas igrejas.

“Na questão da ressurreição, para nós, espíritas, Jesus apareceu à Maria de Magdala e aos discípulos, com seu corpo espiritual, que chamamos de ‘perispírito’. Entendemos que não houve uma ressurreição corporal, física. Jesus de Nazaré não precisou derrogar as leis naturais de nosso mundo para firmar seu conceito de missionário. Sua doutrina de amor e perdão é muito maior que qualquer milagre, até mesmo a ressurreição”, afirma a Amilcar Del Chiaro Filho, (1935- 2006), um militante espírita.

Segundo ele, “a Páscoa judaica pode ser interpretada como a libertação da ignorância, das mazelas humanas, para o conhecimento, para o comportamento ético-moral. A travessia do mar Vermelho representa as dificuldades para a transformação. A Páscoa cristã representa a vitória da vida sobre a morte, do sacrifício pela verdade e pelo amor”.


Ressurreição é a vitória sobre a morte do corpo físico

A doutrina espírita não comemora a Páscoa, “ainda que acate os preceitos do evangelho de Jesus, o guia e modelo que Deus nos concedeu: ‘Jesus representa o tipo da perfeição moral que a humanidade pode aspirar na Terra’. Contudo, é importante destacar que o espiritismo respeita a Páscoa comemorada pelos judeus e pelos cristãos e compartilha o valor do simbolismo representado, ainda que apresente outras interpretações”, comenta Marta Antunes de Moura, vice-presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB).

Segundo ela, a liberdade conquistada pelo povo judeu, ou a de qualquer outro povo no planeta, merece ser lembrada e celebrada. “A ressurreição do Cristo representa a vitória sobre a morte do corpo físico e anuncia a imortalidade e a sobrevivência do espírito em outra dimensão da vida”, diz a dirigente.

Os discípulos do Senhor, diz ela, conheciam a importância da certeza na sobrevivência para o triunfo da vida moral. “Eles mesmos se viram radicalmente transformados, após a ressurreição do amigo celeste, ao reconhecerem que o amor e a justiça regem o ser além do túmulo. Por isso mesmo, atraíam companheiros novos, transmitindo-lhes a convicção de que o Mestre prosseguia vivo e operoso, para lá do sepulcro. Procuramos comemorar a Páscoa todos os dias por meio do esforço de vivenciar a mensagem de Jesus”, finaliza.
Os seguidores de Allan Kardec defendem o conceito de que a vida só pode ser definida pelo amor.ão as roupagens que vestimos e onde as vestimos.

O Tempo


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