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Pilares do bem-estar são estabilidade emocional, determinação, controle, otimismo e consciência
PUBLICADO EM 13/04/17 - 03h00
LONDRES, REINO UNIDO. Para se conquistar uma vida repleta de saúde, felicidade e sucesso são necessários apenas cinco fatores. Isso é o que cientistas britânicos descobriram recentemente em um novo estudo. De acordo com os pesquisadores da Universidade College London (UCL), na capital britânica, a estabilidade emocional, a determinação, o controle, o otimismo e a consciência são as pedras fundamentais para a construção de uma vida bem-sucedida. Essas características, quando combinadas, são importantes até mesmo na prevenção de doenças e de depressão.
O estudo constatou que pessoas na faixa etária entre 50 e 60 anos que relataram um bom desempenho em pelo menos quatro desses cinco atributos eram geralmente mais saudáveis, menos depressivas e tinham um círculo social maior.
Por outro lado, aqueles que registraram boas experiências em apenas um ou dois desses itens eram, na maioria das vezes, solitários, deprimidos e mais propensos a sofrer doenças crônicas.
“Sabemos que até pessoas muito inteligentes ou que têm famílias de alta renda podem não ser bem-sucedidas porque lhes faltam outras habilidades. Ao mesmo tempo, indivíduos bem mais pobres, só que confiantes e disciplinados, podem ter mais chances para atingir seus objetivos”, aponta Andrew Steptoe, professor de epidemiologia e saúde pública da UCL e autor-chefe do estudo, publicado nesta semana na revista “PNAS”.
Análises. Para descobrir o impacto dessas habilidades na vida das pessoas, a equipe da UCL analisou estudos sobre envelhecimento conduzidos nos últimos 11 anos com mais de 8.000 pessoas de meia-idade.
Os pesquisadores descobriram que apenas 3% das pessoas que relataram boas experiências em todos os pilares tinham depressão, em comparação com 22% entre aquelas com um pequeno número de habilidades.
Quase metade das pessoas que afirmaram sentir níveis mais altos de solidão tinha menos habilidades. O mesmo problema foi visto em apenas 10,5% dos indivíduos com mais atributos.
Pessoas altamente qualificadas também tiveram níveis mais baixos de colesterol e de proteína C-reativa, um marcador de inflamação relevante para uma série de doenças, incluindo diabetes tipo 2 e problemas do coração.
A proporção de entrevistados que classificaram sua saúde apenas como “justa” ou “pobre” foi de 36,7% entre aqueles com poucas habilidades, mas caiu para apenas 6% entre participantes com um maior número de atributos entre os cinco.
“Abrimos possibilidades para explorar como podemos realçar as habilidades da vida. Esses atributos devem ser reforçados em populações com idade mais avançada”, considera Jane Wardle, coautora do estudo.
Significado. Na pesquisa, quando explicam sobre os cinco fatores, os estudiosos citam a importância das habilidades sociais no processo de conquistas da vida. Por isso, a estabilidade emocional e o autocontrole, por exemplo, favorecem o convívio e, consequentemente, o bem-estar.
Expectativa de vida é maior para pessoas mais felizes
LONDRES. Envelhecer com qualidade de vida não significa apenas tomar cuidado para não adoecer. Segundo outro estudo publicado pela “Proceedings of the National Academy of Sciences” (“PNAS”), ser feliz também é importante. Os idosos que se sentem felizes têm expectativa de vida maior.
A pesquisa foi feita com 3.800 pacientes britânicos, com idade entre 52 e 79 anos. No início do estudo, eles classificaram o nível de felicidade e de ansiedade em quatro momentos diferentes, ao longo de um dia. Pelos cinco anos seguintes, os médicos observaram os pacientes e contabilizaram o número de mortes.
Levando em conta fatores como idade, gênero, doenças e comportamento dos pacientes, os pesquisadores chegaram à conclusão de que os mais felizes demonstraram risco de morrer 35% menor do que o outro grupo.
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