quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Calúnia


Amadeu Roberto Garrido de Paula


Se lhe atribuiram falsamente a prática de um crime, o pior modo de tripudiar sobre a honra alheia, tome suas providências judiciais; até porque, diversamente da injúria e da difamação, o que poderia ser considerado ato de indiferença nobre, pode ser havido como silêncio concordante e produzir consequências espúrias.

Mas, independentemente disso, sobretudo se a calúnia é a resposta ao bem, é hora de comparar caráteres. Constata-se que a torpeza é ingrediente de certas personalidades, movidas pela inveja, torpeza, futilidade ou simples desejo de desconstrução do alheio como meio compensatório da própria esqualidez moral e necessidade de compensação.

O indignado dorme, ainda que a sobressaltos. O caluniador sonha com seu mal, acorda, tem náuseas, atribula-se de diversos modos e por muitos anos, sem identificar a origem de seu mal. É o inconsciente detratante que veio à luz e a racionalidade incapaz de contê-lo em sua caverna mal cheirosa.

O caluniador sofre mais, ainda que imperceptivelmente, que o caluniado. Assim como o perdão faz mais bem a quem perdoa do que ao perdoado. Portanto, se o direito não o impedir, perdõe. É a mais honrosa benção que podemos receber das alturas, é o melhor presente que podemos dar a alguém e, ainda, sem que ninguém o saiba, porque o que se dá com uma mão a outra não deve ver.

Essas observações parecem vir na contramão num momento de muitos crimes praticados contra o pobre povo brasileiro. Não estamos, porém, a propor que a sociedade, por seus juízes, perdoe aos que cometeram crimes e lhes retiraram o pão da boca e a amenização dos sofrimentos de saúde. Não há nenhuma relação e, se houver, consiste em desfrutarmos de um futuro bem mais ameno do que esses malfeitores, independentemente dos Moros, que simplesmente cumprem suas funções.

Não há quem deixará de considerá-las metafísicas. Só há o real e o concreto. O idealismo de Kant, de Hegel e de tantos outros não terão contribuído à construção de um mundo mais ético?

Com todo respeito às ideias materialistas, devemos lembrar que, por exemplo, o materialismo de Marx não foi o materialismo grosseiro, mas a história do espírito de Hegel às avessas. Quem não se sente bem ao perceber o imaterial, o incomum, a caminhar para o reino dos deuses, destino de boa parte da humanidade, ao contrário de outra, que caminhará em sentido contrário?

 Portanto, dê a seu caluniador um presente que só amaciará  mais seu coração generoso. O perdoado sofrerá enquanto viver e, esperemos que não, na eternidade.

Amadeu Roberto Garrido de Paula é advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.


Esse texto está livre para publicação.

Drama de cidadãos de Conceição é exposto na ONU

Poluição de cursos d’água, comunidades amedrontadas por estarem próximas a uma barragem de rejeitos, falta de diálogo com moradores, pessoas sofrendo ameaças e sob proteção do Programa Estadual de Direitos Humanos: os impactos sociais e ambientais do complexo Minas-Rio, da mineradora Anglo American, em Conceição do Mato Dentro, na região Central de Minas Gerais, foram debatidos nesta quarta-feira (27) na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça.
Foram apresentadas também as consequências do projeto ao longo dos 525 km do mineroduto, que é o maior do mundo e passa por 33 cidades. “Nós estamos aqui porque entendemos que todas as formas de violência que sofremos já não são suportáveis, e já foram esgotadas as possibilidades de se resolver isso localmente”, disse Patrícia Generoso, moradora de Conceição e membro da Rede de Articulação e Justiça Ambiental dos Atingidos do Projeto Minas-Rio (Reaja). Ela lembrou que cinco pessoas estão sob proteção do Programa Estadual de Direitos Humanos por serem contrárias à expansão do projeto.
As exposições aconteceram durante o evento Expansão da Mineração sobre Territórios, População e Bem Comum no Brasil: O Exemplo de Conceição do Mato Dentro, promovido pela ONG Franciscans International. O painel foi realizado em paralelo à reunião do Alto Comissariado de Direitos Humanos da entidade. A ONG já entregou à ONU uma denúncia sobre violações de direitos humanos no empreendimento. Os impactos relatados têm sido mostrados por O TEMPO desde 2014, quando o complexo ainda estava em construção.

Resposta. Em nota, a Anglo American disse que seu “compromisso com os direitos humanos é sólido e está embasado em políticas e exigências globais”. A mineradora afirmou que não tem ligação com as ameaças sofridas por moradores e disse que “isso deve ser apurado pelas autoridades”. A empresa também afirmou que tem uma “rotina robusta” de encontros com a comunidade e citou que seu presidente, Ruben Fernandes, visitou as comunidades afetadas pelo empreendimento para dialogar com moradores.
O Tempo

Natal vai gerar mais de 73 mil contratações

O TEMPO

EMPREGO TEMPORÁRIO

PUBLICADO EM 28/09/17 - 03h00


Rio de Janeiro. As vendas do Natal deste ano devem movimentar R$ 34,3 bilhões no comércio varejista, um avanço de 4,3% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Para atender à demanda maior, os varejistas devem recrutar 73,1 mil trabalhadores temporários, um crescimento de 10% em relação aos 66,7 mil postos criados no ano passado. As contratações já estão começando. “Antes da crise, mais de 20% das vagas começavam a ser preenchidas em setembro e outubro. Nos dois últimos anos, esse percentual não passou dos 15%”, afirma Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC, em nota oficial.
A maior parte dos novos empregos deve se concentrar no segmento de vestuário, com 48,9 mil vagas, e no de supermercados, 10,4 mil vagas. As duas atividades detêm 42% da força de trabalho do setor e costumam responder por cerca de 60% das vendas natalinas.
Diante da perspectiva de retomada gradual da atividade econômica e do consumo doméstico no início de 2018, além dos impactos positivos sobre o emprego que podem decorrer da reforma trabalhista, a taxa de contratação dos trabalhadores temporários deverá voltar a crescer após o Natal, afirmou a CNC.
Ao contrário da média dos dois últimos anos, quando apenas 15% dos trabalhadores contratados em regime temporário foram efetivados após o fim do ano, a reação mais positiva da economia deverá elevar esse porcentual para cerca de 27%”, calculou Bentes. Antes da crise, a taxa média de efetivação de trabalhadores temporários era de 32,5%.
Oportunidades
Onde estarão os empregos
Lojas de vestuário: 48,9 mil vagas
Supermercados: 10,4 mil
Lojas de artigos de uso pessoal e doméstico: 8.300
Móveis e eletrodomésticos: 3.700
Farmácias e perfumarias: 1.100 vagas no país
Média do salário de admissão: R$ 1.191
Alta de 7,1% em relação ao ano passado
Expectativa de contratação definitiva: 19,7 mil pessoas

O Tempo

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Em primeiro treino, Oswaldo indica Robinho como titular no Atlético

Em sua primeira coletiva como treinador do Atlético, o técnico Oswaldo de Oliveira afirmou que Robinho "é um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro". E a confiança do treinador no atacante pôde ser vista no primeiro treino comandado por ele, na Cidade do Galo. Nos momentos em que a equipe foi separada em grupos, primeiro em um treino técnico de dois toques e depois em uma atividade de ataque contra defesa, o Rei das Pedaladas ficou entre os atletas considerados titulares.
A dúvida na parte ofensiva fica por conta da ausência do atacante Luan, que ficou na academia, assim como o goleiro Victor. O ataque principal foi formado por Valdívia, Cazares, Robinho e Fred. O restante da equipe teve Alex Silva, Leonardo Silva, Gabriel e Fábio Santos; Adilson e Elias.
Outra curiosidade do treino foi a divisão de setores promovida pela comissão técnica. Enquanto volantes, meias e atacantes participavam de um longo treino de finalizações, comandado por Oswaldo, o auxiliar Thiago Larghi trabalhou especificamente com a defesa, ajustando posicionamento, marcação, toque de bola, saída de jogo e movimentação.

O tempo das atividades também chamou a atenção. Primeiro, o elenco assistiu a um vídeo. Em seguida, por volta das 10h10, os jogadores foram para o campo. O treino durou mais de duas horas, terminando às 12h17.
O Tempo

Arábia permitirá que mulheres dirijam

O TEMPO


ULTRACONSERVADOR.

Reino implanta ambicioso plano de reformas


PUBLICADO EM 27/09/17 - 01h16







As sauditas serão autorizadas a dirigir a partir de junho de 2018, uma decisão histórica no reino ultraconservador, único país do mundo onde as mulheres não podiam conduzir.

Como parte de seu ambicioso plano de reformas econômicas e sociais até 2030, Riad parece pronta para abrandar algumas destas restrições impostas às mulheres e tenta, pouco a pouco, promover formas de diversão, apesar da oposição dos ultraconservadores em um país onde a metade da população tem menos de 25 anos.

Além da proibição de dirigir, as mulheres sauditas são igualmente submetidas à tutela de um homem da família – geralmente o pai, o marido ou o irmão – para poder estudar ou viajar.

“Estou muito animada e chocada ao mesmo tempo. Esperava que isso acontecesse em dez ou 20 anos”, disse à AFP Haya al-Rikayan, funcionária de 30 anos de um banco em Riad.

“É um dia muito feliz! Ainda não acredito. Só vou acreditar quando vir com meus próprios olhos”, disse Shatha Dusri, funcionária da companhia petroleira Aramco em Dhahran.

O Tempo

Compradores de ações da Vale dizem que foram lesados

O TEMPO

A privatização da Vale completou 20 anos em 2017, mas ao menos cerca de 6.000 funcionários, ex-funcionários e aposentados da empresa que compraram ações na época ainda buscam na Justiça o direito de receber o que consideram justo por elas. Duas ações indenizatórias, movidas pela Associação dos Aposentados, Pensionistas, Empregados Ativos e Ex-Empregados da Companhia Vale Do Rio Doce, Suas Empreiteiras, Controladas e Coligadas (Apevale), alegam que o Clube de Investimento dos Empregados da Vale (Investvale), que adquiriu os 10% das ações disponibilizados para os funcionários durante o leilão de privatização da empresa, lesou parte dos cotistas, representados pela Apevale.

A primeira ação judicial da Apevale, de 2007, já teve decisão favorável do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas o Investvale entrou com recurso. O segundo processo, de 2009, aguarda decisão da segunda instância do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, mas até o momento todas as decisões foram favoráveis à Apevale.

Segundo a associação, o clube omitiu informações importantes, incentivou os funcionários a vender suas cotas para o próprio fundo e revendeu as mesmas ações por valores até cinco vezes maiores. O presidente da Apevale, Geraldo Eustáquio da Silva, 52, morador de Itabira, na região central do Estado, conta que alguns funcionários chegaram a vender suas ações a R$ 32 em 1997. E que, em 2003, elas já valiam R$ 172. “O clube não informava o crescimento do valor da ação. Dizia que ela estava congelada em R$ 32, mas não era verdade”, diz Silva. “Eles não explicavam nada, falavam que se a gente não vendesse as cotas logo teríamos prejuízo. Naquela época, não tínhamos informação nenhuma sobre bolsa, mercado financeiro”, conta o aposentado pela Vale, Luís Clodoveu Gutevez, 51, que está na ação da Apevale.

Não é possível informar o total das ações, segundo o advogado da Apevale, Eduardo Mohallem, do escritório Grebler Advogados. “Existe um cálculo definido no processo, mas ele varia de acordo com cada cotista”, diz Mohallem. A própria Investvale, porém, tem um provisionamento financeiro para o caso de perder os processos. Segundo um fato relevante do clube de investimento, datado de março de 2016, esse valor era de mais de R$ 29 milhões, 7,78% do patrimônio líquido do clube na data. No mesmo documento, o Investvale informa que, além desses, tinha à época mais R$ 17,7 milhões provisionados para passivos judiciais. Uma outra associação de funcionários da Vale no Pará também processa o Investvale. “Quando a Vale foi privatizada, eram 35 mil funcionários. Não sabemos quantos deles no total foram lesados”, conta Silva.

O atual administrador do Investivale é o BNY Mellon que foi procurado por O TEMPO, mas informou, por nota, que “prefere não se manifestar neste momento”.

Penal. Além das ações indenizatórias, a Apevale entrou com um processo penal contra os ex- diretores do Investvale. “Se houve benefício direto, é enriquecimento ilícito”, diz Eduardo Mohallem.
O Tempo



Brasil é líder mundial em agressão a professores

30/08/2014 00:03:30 


Em pesquisa que ouviu 100 mil docentes em 34 países, 12,5% dos brasileiros contam que são agredidos ou intimidados uma vez por semana dentro da escola

Francisco Edson Alves

Rio - No dia 12 deste mês, o professor de Biologia Carlos Cristian Gomes, de uma escola estadual de Sergipe, levou cinco tiros de um aluno de 17 anos, que teria ficado revoltado com uma nota baixa. Gomes está internado em estado grave e respira por aparelhos. Esta semana, professores do Ciep Pablo Neruda, no bairro Laranjal, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, ameaçaram parar suas atividades em protesto por causa das constantes agressões verbais desferidas por alunos.
Os dois casos recentes de violência contra docentes ilustram pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que revela que 12,5% dos professores ouvidos no Brasil se disseram vítimas de agressões verbais ou intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana. A enquete foi feita em todo o mundo e abordou mais de 100 mil professores e diretores de escolas do segundo ciclo do Ensino Fundamental e do Ensino Médio (alunos de 11 a 16 anos). O resultado põe o Brasil no topo do ranking de violência em escolas.
“Infelizmente, isso é pura realidade. No Estado do Rio, os professores são vítimas diariamente de vários tipos de agressões físicas e verbais. Tanto que estamos preparando um levantamento sobre o assunto”, diz a professora Beatriz Lugão, diretora do Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ).
De acordo com ela, o clima de violência nas escolas públicas é desencadeado por diversos motivos.
“Sobretudo pela quantidade insuficiente de professores, falta de inspetores, espaços físicos sucateados e insegurança no entorno. No meio disso tudo, como um para-raio, está o professor”, diz ela.
Os índices referentes ao Brasil são os mais altos entre os 34 países pesquisados, onde a média entre eles é de 3,4%. Depois do Brasil, vem a Estônia, com 11%, e a Austrália com 9,7%. Na Coreia do Sul, Malásia e Romênia, o índice é zero.
Além de ataques, professores convivem com ameaças de morte. É o caso de R., 45 anos, que há dois anos teve que sair do Ciep Estadual Raul Seixas, em Costa Barros, depois de retirar um aluno que fazia bagunça na sala de aula e apanhou dele, da mãe e do irmão do estudante. O caso foi registrado na 39ª DP (Pavuna).

No país, só 12,6% consideram que são valorizados 

Para Dirk Van Damme, chefe da divisão de inovação e medição de progressos em educação da OCDE, pela escola estar mais aberta à sociedade, os alunos levam para a aula seus problemas cotidianos. “Essa é uma das possíveis razões pelo quadro revelado pela pesquisa”, argumenta Van Damme.
De acordo com ele, o Estudo Internacional sobre Professores, Ensino e Aprendizagem (Talis, na sigla em inglês), também expôs que somente um em cada dez professores (12,6%) no Brasil acredita que a profissão é valorizada pela sociedade. Nesse quesito, a média global alcançou 31%.
Pela enquete, o Brasil está entre os dez últimos da lista em relação ao assunto. No último lugar aparece a Eslováquia, com 3,9%, seguida de França e Suécia, onde só 4,9% dos professores acham que têm o devido valor perante a sociedade.
A surpresa ficou por conta da Malásia, onde 83,8% dos professores acham que a profissão é valorizada. Cingapura, com 67,6%, e a Coreia do Sul, com 66,5%, também tiveram boas avaliações nesse item. A pesquisa indicou ainda que, apesar dos problemas, a maioria dos professores no mundo se diz satisfeita com a função.

iG

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Momento de pensar




Amadeu Roberto Garrido de Paula

                              

Penso em dar um mínimo de cultura ética e jurídica a nosso povo. Trata-se da consciência de que vivemos em sociedade, temos de respeitar o outro e  fazer nos respeitar, de criar valores culturais, de aprimorar os meios de comunicação e erradicar o apelo sexual e lúdico como razão de viver. Entre outros males, a preponderância do sexo irracional é o eixo principal da atual sociedade brasileira. Essa tendência torna incompletos e infelizes seus próprios protagonistas.

No plano jurídico, a consciência de que vivemos em sociedade e de que precisamos zelar por seus vínculos para mantê-la em pé. Temos direitos, que terminam onde começam os alheios. O ideal do justo não pode ir além do justo, porque se transforma em ganância injusta. Devemos impor ao Estado, posto que, ao menor teoricamente, somos soberanos, o equilíbrio social. A redução do fosso entre as vidas materiais de um e de outro. Um Estado de Direito Democrático, mas, mais do que isso, um Estado efetivo, no qual o direito constitucional, civil, penal, administrativo, trabalhista, enfim, todo o contexto normativo, sejam para valer.

Sem essa conscientização básica, só iremos construir presídios, para confinar aprendizes de deliquentes. Podemos ter presídios educativos e menos presídios. As penas alternativas são mais inteligentes. Mas será que paramos para pensar que a pena, entre todas as definições acadêmicas, antes de tudo é um mal de uma sociedade doente?


A primeira lição da educação política é indicar horizontes azuis para os cidadãos. Sem borrascas. Nada de tempestade perfeita. Podemos criar uma bela sociedade no Brasil. Se tanto dinheiro saiu pelo ladrão, é porque soubemos acumular uma razoável riqueza, neste país rico. Grande parte foi depauperada, mas já demonstramos, no passado, que podemos criar riquezas. E combater a aranha venenosa da corrupção.

Não nos dispersemos e não nos enreguemos. Temos excelências pessoais, educacionais, culturais ,admiáveis em nosso país. Basta aproveitar esse potencial, revisando valores, demonstrando o quanto é necessário viver em paz e prosperidade num país, esclarecendo que os debates ideológicos dogmáticos só foram capazes de produzir duas grandes guerras mundiais no último século. Uma terceira e inevitável verdade será o enorme fosso em que ficará soterrada uma frustrada experiência de civilização
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Amadeu Roberto Garrido de Paula é advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.


Esse texto está livre para publicação. 

Realizando sonho, Oswaldo chega ao Galo de olho no futuro e em títulos

Após a demissão do técnico Rogério Micale, no último domingo, o Atlético agiu rápido e, dois dias depois, anunciou o nome de seu novo treinador. Trata-se de Oswaldo de Oliveira, de 66 anos, que possui no currículo trabalhos em grandes clubes do futebol brasileiro. Dirigindo o Galo pela primeira vez, ele se diz entusiasmado com a oportunidade, diz que não se enquadra em um cargo de treinador “tampão” e que chega para realizar um trabalho a longo prazo.
O novo treinador atleticano fez questão de elogiar a torcida do Galo, avalia o elenco como muito bom e com boas possibilidades de conquistar grandes títulos no futuro. Confira a entrevista na íntegra de Oswaldo de Oliveira, que terá 14 jogos, 13 pelo Brasileirão e a final da Primeira Liga, para mudar a fase do Galo, afastar a equipe do risco de rebaixamento e planejar um grande ano para 2018.
REALIZAÇÃO DE UM SONHO
"Antes da primeira pergunta, gostaria de expressar a satisfação de estar aqui. Dirigir o Atlético é a realização de um sonho. Já dirigi outras grandes equipes brasileiras. Confesso que o Atlético não é só a composição do meu currículo, é a realização de um sonho. Em 1999, vim com o Corinthians disputar a primeira partida da final do campeonato (Brasileiro), e fiquei impressionadíssimo com a manifestação do torcedor do Galo no Mineirão. Aquilo mexeu comigo. É um dos motivos mais fortes que fazem eu estar aqui hoje"
NADA DE TREINADOR TAMPÃO
"Fiquei surpreso, porque estava no Resenha ESPN, no domingo, e meu telefone tocou. Já sabia da saída do Micale. Trata-se de um treinador prodígio, medalha de ouro na Olimpíada. Como eu disse, fiquei surpreso, mas muito feliz de ter essa possibilidade. Era um sonho. Fossem qual fossem as circunstâncias, eu iria aceitar. Não como um treinador 'tampão', mas como um treinador que sonha com o cumprimento do contrato até o ano que vem. A intenção é terminar bem esta temporada e começar a outra com planos para o próximo ano e, aí sim, ter um trabalho mais organizado, mais racional, da maneira que eu acho que tem que ser o trabalho de um treinador de futebol. Há pouco tempo, vi uma estatística de que de 2000 até este ano com o provável campeão da Libertadores, 11 títulos foram de treinadores que estavam no cargo há mais de um ano. Aquelas equipes que trocaram de treinador no meio da temporada não conseguiram um status maior na América do Sul. É nisso que eu acredito. Os meus melhores desempenhos foram quando pude dar continuidade, como foi recentemente no Japão, onde trabalhei por cinco anos e ganhei nove títulos (2007 a 2011). No Botafogo, foram dois anos, uma classificação para a Libertadores, um título carioca. Depois disso, meu trabalho foi sempre interrompido. É nisso que acredito. Não aceitaria vir para o Atlético para completar uma temporada. Não sou mais treinador para isso. Meu plano é muito mais abrangente"
TREINADORES NO BRASIL
"A situação dos treinadores do Brasil é como a estrutura do país social e politicamente. Tudo avança muito vagarosamente quanto ao direito do trabalhador. Nós, treinadores, estamos tentando uma melhoria para a classe. Isso vem se desenvolvendo. Dia a dia, isso ganha corpo. Não é 'amanhã' que vamos conseguir nossos desejos, mas, a médio prazo, vamos conseguir dar maior estabilidade ao treinador no Brasil"
EXPECTATIVAS COM O GALO
"Primeiro trabalho com a satisfação de estar num dos maiores clubes brasileiros, sabendo bem minha localização e a localização do clube no cenário do futebol brasileiro. Futebol é cíclico. Num campeonato com 20 equipes, pelo menos 10 tem capacidade de levantar o título. Poucas equipes se mantém. O Atlético vem ocupando as primeiras posições, mas este ano não conseguiu. A manutenção no topo também é muito difícil. Venho enxergando a realidade do futebol brasileiro. Com a proposta de trabalhar da melhor maneira, independentemente de Libertadores, mas um trabalho consistente e que possa, num futuro próximo, ganhar as grandes competições"
TEMPO DE CONTRATO
"Foi consenso (o tempo de contrato). Eles gostaram até quando falei que aceitaria ficar até o ano que vem. Quero fazer um trabalho neste clube, porque tenho capacidade e experiência para isso"
RESPONSABILIDADE ATÉ O FIM DO ANO
"Existem dois pontos de vista: o meu e o da sucessão da direção do clube. Do meu ponto de vista, a responsabilidade é minha, sim. E vou me responsabilizar daqui para frente por tudo o que acontecer. O que vem desde o início da temporada tem interferência. Tenho que trabalhar mais a cabeça do jogador do que o plano tático, físico ou técnico. Isso vinha sendo trabalhado por outros dois grandes profissionais (Roger e Micale). Tenho que analisar o jogos e ajudar a equipe"
QUALIDADE DO ELENCO
"O elenco é tudo aquilo sim. É muito bom. Tem variáveis, tem circunstâncias que precisam ser equilibradas. Acho que o momento psicológico não é bom, porque a equipe se afastou dos grandes títulos. Mas acredito muito na reconstrução nesses dois meses que temos, em fazer grandes partidas. Que esse elenco prove a sua capacidade. É um elenco rico, de grandes jogadores, mas que estão inseguros, desconfiados, pelo que tem acontecido em relação a resultados"
MINEIRÃO OU INDEPENDÊNCIA
"Vim aqui no Independência e era sempre uma dificuldade muito grande. Na minha época do Botafogo, jogamos seis partidas e não ganhamos nenhuma. Até nos classificamos na Copa do Brasil em 2013, mas não vencemos, empatamos. Acabei de dizer para os jogadores que a torcida do Galo não é o 12º jogador. Ela é parte de cada um deles. Eu vi esse time se transformar empurrado pela torcida inúmeras vezes. Quando vínhamos aqui, tínhamos o cuidado para não sofrer essa interferência, mas era quase impossível. O time do Atlético era avassalador tanto no Mineirão, quanto no Independência. Se os jogadores mostrarem para a torcida que ela pode fazer parte de cada um deles, ela (a torcida) vai nos ajudar muito"
ÚLTIMOS TRABALHOS
"Não foi tempo que faltou, foi bom senso. O trabalho vinha sendo bem feito. Muitas vezes não concordei com uma coisa ou outras. Se tivesse seguido, as coisas iam acontecer, como aconteceram muitas vezes"
ROBINHO
"O Robinho é um dos grandes atacantes de todos os tempos do futebol brasileiro. Trabalhei com ele em 2005 e em 2014 no Santos. Fico triste de vê-lo no banco. Vou conversar com ele para saber o que precisamos fazer para que ele volte a ser o Robinho de antes"

ESTILO 'GALO DOIDO'
Depende muitas vezes do elenco. Tinha uma característica muito interessante, que era uma bola no Jô, sobrava no Ronaldinho, que passava para o Marcos Rocha. Hoje, só o Rocha está aqui, mas está machucado. Vou jogar com as características que nós temos"
O Tempo

Robben alfineta Neymar e Mbappé: 'Dinheiro não marca gol'

"O dinheiro não marca gols. É a qualidade sobre o campo que conta", provocou o holandês Arjen Robben nesta terça-feira (26), antes do duelo entre Paris Saint-Germain e Bayern de Munique pela Liga dos Campeões.
Questionado sobre o ataque francês, que gastou mais de 400 milhões para contratar Neymar e Kylian Mbappé, Robben demonstrou tranquilidade: "o importante é a atuação do time, não se trata de se concentrar neste ou naquele jogador".
O presidente do clube bávaro, Karl-Heinz Rummenigge, demonstrou confiança no bom resultado do time em Paris.
"Conheço nosso time. Nesse tipo de jogos está motivado e concentrado. Estou convencido que podemos conseguir algo", declarou o mandatário após o empate em casa contra o Wolfsburg.
Com Neymar-Cavani-Mbappé, o PSG "tem evidentemente jogadores de nível mundial, a quem devemos controlar. Mas temos a experiência", acrescentou Rummenigge.

"É um jogo de prestígio, mas uma coisa é clara. A Liga dos Campeões não vai ser decidida aqui. Queremos criar as condições para terminar em primeiro no nosso grupo", acrescentou Rummenigge, que criticou o PSG pelos altos gastos no último mercado de transferências.
O Tempo

Pesquisa revela que mais de 30% dos mineiros misturam álcool e direção

Uma pesquisa realizada pela Arteris – companhia do setor de concessões de rodovias do Brasil  - divulgada nesta segunda-feira (25) apontou que mais de 30% dos motoristas mineiros dirigem após consumir bebidas alcoólicas.

A pesquisa entrevistou 329 motoristas de Minas Gerais, entre 15 e 27 de julho deste ano, e analisou quatro infrações – direção após o consumo de álcool, uso de cinto de segurança, excesso de velocidade e utilização de celular ao volante. No Brasil, 2.686 motoristas, das cinco regiões do país foram ouvidas.
31,3% dos entrevistados afirmaram misturar álcool e direção, e 19,9% justificaram a infração dizendo que o efeito da bebida alcoólica não altera na capacidade de dirigir.

A pesquisa revelou também que 11,2% dos entrevistados não usam cinto de segurança ao dirigir, e 40% afirmaram não exigir dos ocupantes do veículo que usem o dispositivo.

Conforme o estudo divulgado, mesmo cientes dos riscos e das multas, os motoristas atribuem à falta de atenção, pressa, trajetos curtos e a confiança na capacidade de dirigir, a postura incorreta no trânsito.

OUTRAS INFRAÇÕES


A pesquisa mostrou também, que 39,9% dos mineiros usam o celular ao volante e destes, 37,7%, disseram que usam o aparelho para consultar aplicativos de trânsito, e 36,7%  que só comentem a infração para a realizar ou receber chamadas urgentes.

Sobre o excesso de velocidade, 40,7% dos motoristas afirmaram exceder os limites impostos pela legislação.
O Tempo

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Juca Kfouri revisita sua vida


O TEMPO

“CONFESSO QUE PERDI”



Jornalista lança autobiografia, recheada de casos dignos de “Forrest Gump”, em que reafirma sua herança política


PUBLICADO EM 25/09/17 - 03h00





RIO DE JANEIRO. Juca Kfouri tinha 6 anos quando seus pais o enviaram para a casa de familiares em Ilhéus, na Bahia, para que o garoto tratasse uma tuberculose ganglionar. Após alguns dias na cidade, a febre tinha passado e seu tio Pacheco prometeu levá-lo num jogo que o Fluminense faria na cidade vizinha de Itabuna. A febre voltou, Juca perdeu o jogo, mas o tio preparou uma surpresa: levou o goleiro Castilho, os pontas Escurinho e Telê Santana, e todo o time tricolor, para uma visita ao garoto adoentado.

Quase três décadas depois, Juca recebeu Castilho e Telê, de quem se tornou amigo, num programa de TV que apresentava. Em certo momento, perguntou a Castilho se era comum, na sua época de jogador, visitar crianças doentes em hospitais ou casas de família. O ex-goleiro disse que em casa de família lembrava apenas de uma ocasião, em que o time visitou um menino paulista na Bahia, que ele acreditava ter morrido “porque estava muito fraquinho”. Ali mesmo, no ar, Juca revelou que o garoto era ele, e Castilho, de olhos marejados, lhe deu um abraço emocionado.

A história é apenas uma entre muitos causos dignos de um “Forrest Gump”, como o próprio jornalista define no seu livro de memórias “Confesso que Perdi” (Companhia das Letras). Os episódios narrados, inclusive, parecem desdizer o título. Juca conta que seu filho mais velho, o também jornalista André, e sua mulher detestaram a escolha – que faz referência às memórias do poeta chileno Pablo Neruda, “Confesso que Vivi”. Mas ele defende.

“Sem nenhuma demagogia, é claro que profissionalmente eu não perdi, na minha vida familiar eu não perdi. Mas aos 17 anos eu estava envolvido na resistência à ditadura. Minha carreira como jornalista se caracteriza muito pela minha luta pela moralização do futebol brasileiro. A minha geração não vai deixar o Brasil que eu sonhei para os meus filhos e netos. A desgraça dos cartolas (como a prisão de Carlos Arthur Nuzman) não faz a minha alegria”, diz Juca.

A relação do jornalista, na juventude, com grupos armados que lutaram contra a ditadura é uma das revelações do livro. Ele conta que sua formação política se deu através de dois primos mais velhos, os irmãos João e Maria Lygia Quartim de Moraes. Sua indignação – herança também do pai, o procurador de justiça Carlos – foi combustível da sua carreira como jornalista. À frente da revista “Placar”, que marcou época na década de 1980, ele pode dirigir seu inconformismo para um assunto que até então não recebia o mesmo tratamento da política e da economia.

Aos 67 anos, Juca confessa que não é mais tão otimista com o futuro, mas não perde a esperança. “Se você me fizesse essa pergunta em 1990, eu te diria que em 2000 a gente estaria vivendo num país muito melhor, o futebol brasileiro teria varrido essa gente, porque é bom demais para ficar na mão deles. Estamos em 2017 e não tenho coragem de dizer que em 2027 isso vai acontecer. Isso não faz que eu desanime ou perca a esperança. Não tenho outra profissão. Vou morrer jornalista”, confessa.

O Tempo

domingo, 24 de setembro de 2017

Pessoas que sofrem de psicopatia e transtorno de personalidade

Pessoas que sofrem de psicopatia ou transtorno de personalidade antissocial não são necessariamente frias e distantes. Elas apenas não sentem empatia pelos outros, nem remorso por seus atos. Vivem de acordo com suas próprias regras e só sentem culpa quando rompem com o seu código de conduta. Muitos são, inclusive, capazes de viver em comunidade, porque entendem os códigos sociais e sabem se adaptar.
Quando um psicopata de fato comete um crime, ele é responsável pelo delito do ponto de vista legal, já que está consciente dos seus atos. Mas, ao contrário de um réu normal, não existe a possibilidade de correção de sua conduta. A reabilitação é baseada em uma forma de vida que possa lhe trazer benefícios e evitar outros danos.
20 maneiras de detectar um psicopata
Faceta interpessoal:
1. Eles têm uma boa oratória e charme. São simpáticos e conquistadores num primeiro momento.
2. Têm uma autoestima exagerada. Se acham melhores que os outros.
3. São mentirosos patológicos. Mentem principalmente para conseguir benefícios ou justificar suas condutas.
4. Têm comportamento manipulador. E, se forem inteligentes o bastante, os outros não perceberão esse comportamento psicopata.
Faceta afetiva:
5. Não sentem remorso ou culpa. Nunca ficam em dúvida.
6. Quanto à afetividade, são frios e calculistas. Não aceitam as emoções, mas conseguem simular sentimentos se for necessário.
7. Não sentem empatia. São indiferentes e podem manifestar crueldade.
8. Têm uma incapacidade patológica para assumir responsabilidade pelos seus atos. Não aceitam os seus erros. Eles raramente procuram ajuda psicológica, porque acham que o problema é sempre dos outros.
Faceta estilo de vida:
9. Necessitam de estímulo constante. Ficam aborrecidos facilmente.
10. Gostam de um estilo de vida parasitário.
11. Agem descontroladamente.
12. Não têm metas a longo prazo. Vivem como nômades, sem direção.
13. Comportam-se impulsivamente, com ações recorrentes não premeditadas. Não compreendem as consequências de suas ações.
14. São irresponsáveis.
Faceta antissocial:
15. Tendem a ser delinquentes na juventude.
16. Demonstram problemas de conduta desde a infância.
17. Tiveram a revogação de sua liberdade condicional.
18. Têm versatilidade para a ação criminal. Preferem golpes e delitos que requerem a manipulação de outros.
Outros não incluídos em nenhuma das facetas:
19. Têm tendência a uma vida sexual promíscua, com vários relacionamentos breves e ao mesmo tempo. Gostam de falar sobre suas conquistas e proezas sexuais.
20. Acumulam muitos casamentos de curta duração. Não se comprometem por muito tempo por ter de manter um vínculo.
Estes items formam o método popular chamado de PCL (Psychopathy Checklist) desenvolvido por Robert Hare, PhD em Psicologia e professor da Universidade da Colúmbia Britânica no Canadá. Cada atributo recebe uma pontuação de zero a dois, e para o diagnóstico correto faz-se ainda uma entrevista semiestruturada e a análise do histórico do paciente. Segundo Hare, um por cento da população é psicopata.