Minas Gerais pode ser um dos próximos Estados a abrigar uma força-tarefa decorrente da operação Lava Jato, segundo o delegado da Polícia Federal Rodrigo Teixeira, um dos nomes indicados pela categoria a compor a lista tríplice para assumir a direção nacional da corporação.
“Não vou citar nomes, mas muitas empreiteiras que estão envolvidas na Lava Jato tiveram grandes obras no Estado de Minas Gerais. Há uma enorme possibilidade sim”. A afirmação do delegado foi feita durante sessão especial do filme “Polícia Federal – A Lei É para Todos”, em um shopping na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O longa narra a origem da operação Lava Jato, sob a ótica dos policiais federais de Curitiba.
Também presente no cinema, o superintendente regional da Polícia Federal em Minas, Robinson Fuchs Brasilino, manteve a discrição, mas acenou para possibilidade de novas etapas da operação Patmos, que, em maio, cercou o senador Aécio Neves (PSDB) e prendeu sua irmã, Andrea Neves, e o primo, Frederico Pacheco.
“Isso está sob investigação e depende das determinações judiciais. Toda investigação já está na Justiça e aguardamos os desdobramentos para que possamos desenvolver outras etapas”, confirmou o dirigente da Polícia Federal em Minas.
Sequência
A sessão especial do filme reuniu na sala de cinema, um dia antes de estreia nacional, membros da Polícia Federal, do Judiciário e poucos nomes do Legislativo mineiro. O longa em cartaz é o primeiro de uma sequência de três filmes e foca, principalmente, nas investigações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que tem gerado críticas pela parcialidade.
As cenas finais do primeiro longa, porém, dão indicativos de que a sequência cinematográfica focará justamente nas gravações feitas por Joesley Batista, dono da JBS, e seu assistente Ricardo Saud. Autorizado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, os executivos gravaram Frederico Pacheco buscando uma mala com R$ 500 mil, a pedido de Aécio. O presidente Michel Temer, alvo de grampo, também deve ganhar protagonismo na trilogia.
Aécio Neves foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR), em 5 de junho, por corrupção passiva e obstrução à investigação de organização criminosa. A defesa do senador afirma que o dinheiro apreendido com seu primo se deve a um empréstimo pessoal oferecido por Joesley para arcar com os custos da defesa.
O Tempo
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