sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Informalidade absorve 43%

O TEMPO

TRABALHO



Segundo o Ipea, no segundo trimestre, 1 milhão de pessoas migraram para o mercado paralelo


PUBLICADO EM 15/09/17 - 03h00

BRASÍLIA. Do total de trabalhadores que estavam desempregados e conseguiram uma nova colocação no mercado no segundo trimestre deste ano, apenas 28% foram contratados para uma vaga com carteira assinada, segundo pesquisa divulgada nesta quinta (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a partir de microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O emprego sem carteira no país respondeu por 43% das absorções. Outros 28% se tornaram trabalhadores por conta própria e 1% viraram empregadores. De acordo com o estudo, de um total de 1,3 milhão de trabalhadores que foram incorporados à população ocupada no segundo trimestre, 1 milhão foram absorvidos pelo mercado informal.
A pesquisa confirma tendência já apontada pelo IBGE de que é o aumento do trabalho informal no Brasil que está fazendo a taxa de desemprego cair no país. Em julho, o desemprego recuou para 12,8% e atingiu 13,3 milhões de pessoas.
O Ipea destaca, entretanto, que o mercado formal continua sendo o principal empregador do país, com um total de 44 milhões de trabalhadores com carteira assinada, o que corresponde a 49% de toda a população ocupada.
“Observa-se que ao longo dos últimos anos, vem crescendo o número de trabalhadores por conta própria enquanto o contingente de empregados no mercado formal mantém-se estável”, ressalta o estudo. A participação dos trabalhadores por conta própria na população ocupada avançou de 22% em 2012 para 25%. Já a dos sem carteira recuou no período de 23% para 21%.
Ainda conforme a pesquisa, de abril a junho deste ano, apenas 25% dos desempregados com idade entre 18 e 24 anos foram recolocados no mercado, atingindo um nível bem abaixo do observado no início da pesquisa em 2012, de 37%. Os pesquisadores destacam que, além disso, entre os que perderam o emprego, o segmento dos mais jovens forma o grupo com maior perda percentual de ocupação. De 2012 a 2017, os trabalhadores com idade entre 18 e 24 anos que estavam ocupados e foram dispensados, passou de 5,2% para 7,2%.
Expectativa. Segundo a publicação, a expectativa para os próximos meses é de que a taxa de desemprego continue diminuindo lentamente, com a retomada gradual do crescimento da economia. “No entanto, a queda do desalento pode exercer pressões adicionais sobre a PEA (População Economicamente Ativa), impedindo um recuo da taxa de desemprego mesmo em um cenário de expansão da ocupação”, diz o documento.
A redução da taxa de desemprego (que está em 12,8%) só não foi maior porque entrou mais gente na PEA: alta de 1,6% no trimestre encerrado em julho.
Salários
Diferença. De abril a junho, enquanto os empregados com mais de 60 anos receberam, em média, R$ 2.881, aqueles com idade entre 18 e 24 anos obtiveram média de R$ 1.122.

 

Setor formal tem leve retomada

RIO DE JANEIRO. Embora o mercado de trabalho esteja apresentando recuperação impulsionada pela geração de vagas informais, o setor formal também mostra sinais de melhora em curso. O trabalho com carteira assinada registra redução no ritmo de demissões, além de expansão dos rendimentos a taxas superiores às dos demais, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
No segundo trimestre de 2017, de todos os trabalhadores que passaram da ocupação para o desemprego, 32% estavam empregados no mercado formal. Embora elevado, esse montante é 10 pontos percentuais menor do que o observado há dois anos.
Os salários pagos pelo setor privado aos trabalhadores com carteira assinada no segundo trimestre cresceram 3,6% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Ao mesmo tempo, o rendimento dos trabalhadores sem carteira no setor privado recuou 3,5%, e a renda dos trabalhadores por conta própria encolheu 0,5%.
Ao contrário da ocupação, que começou a apresentar sinais de recuperação apenas recentemente, os rendimentos do trabalho registram uma dinâmica mais favorável há pelo menos três trimestres, ressaltou o Ipea. No trimestre móvel encerrado em julho, última divulgação disponível da Pnad Contínua, o rendimento médio real registrou alta de 3,0% em relação a um ano antes, o oitavo crescimento consecutivo.

 

25% dos jovens não têm emprego

SÃO PAULO.Um em cada quatro jovens brasileiros entre 18 e 32 anos, que formam a geração millennial, está desempregado. Outros 14% estão fora do mercado de trabalho e também não estudam, os chamados “nem nem”. E, desse total, 57% estão desempregados há mais de um ano.
O resultado faz parte da pesquisa inédita “Millennials e a Geração Nem Nem”, realizada pelo Centro de Inteligência Padrão (CIP), em parceria com a empresa de pesquisa digital MindMiners, que levantou aspectos como carreira, valores profissionais, emprego dos sonhos – moradia, renda e despesas – prioridades de consumo e entendimento de conceitos como economia compartilhada por parte dos jovens.
“É a geração mais preparada, mais informada, mais educada e a mais desempregada. Eles querem participar, se engajar, querem ser envolvidos, querem ganhar o mundo”, afirma Roberto Meir, CEO do Grupo Padrão, responsável pelo Centro de Inteligência Padrão.
Onde estão eles
Jovens entre 18 e 32 anos:
Empregado CLT: 29%
Desempregado: 25%
Autônomo: 14%
Nem Nem: 14%
Empreendedor: 6%
Bolsista: 6%
Empregado PJ: 6%

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