segunda-feira, 2 de abril de 2018

Arte de nossos tempos



Pomar cerrado, um solitário pombo
em tarde borrascosa, quase negra
nuvens espessas, um e outro trombo
o pintor de meus País e a triste tela.

Lágrimas misturavam-se às tintas foscas
ao acentuar o negrume de anseios idos.
Seriam capazes alguns radicais de nos lançar às moscas
tornar nossos sonhos de outrora carcomidos?

Mas a vida dos ciclos se transforma como o rio
uma dialética implacável conduz os povos deste mundo
e o insuportável de hoje não será mais o escuro e o frio.

Na próxima pintura de nosso artista as lágrimas
não serão mais compostas de gotas de tristeza
mas de conforto, mera memória de tempos só de escórias. 

Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação.

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