segunda-feira, 2 de abril de 2018

Nossos portos



A nosso povo naturalmente alheio às grutas do poder
não é dado conhece a intimidade dos grandes portos
onde batem os mares do sul  e as mercadorias se invejam;
talvez laranjas, hambúrgueres, chocolates, automóveis,
barras de ferro fundido, lâminas de aço, tecidos, perfumes,
diamantes, ouro e prata, devidamente resguardados.
Tudo é concreto e invisível pois oculto,  menos as ideias
tidas como tino comercial, que abrange os sagazes peritos
desde as Companhias das Índias Orientais e seus fretes.
Intermediações que criam os complexos mercados
para encarecer o que seria trivial, afastar de muitos homens
o que seria naturalmente deles na barragem dos preços.
Se pudesses conhecer a essência íntima de nossos portos
certamente formarias uma clara ideia do Chefe desta Casa
que a conheceu desde seus tempos de noviciado esperto
no seio da política baixa que deixou nosso país sufocado
e cuja imunidade oculta o real apodrecido no capinzal.
Talvez as ondas dos mares tenham ouvido sons de outro mundo.
Um dia conheceremos as entranhas profundas de nossos portos?

Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação. 

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