domingo, 1 de abril de 2018

Flamenca



A noite emite seus últimos e ritmados chamados
ele de branco, ágil em manifestações de amor
ela vermelha, seios das montanhas, corpo e alma juntos,
na Andaluzia entranhada nas fímbrias de meus avuelos.
O canto, seja da dor, seja do prazer, é o flamenco
que logo se agitará sob um tablado branco
de nuvens virgens e andarilhas vindas dos Pirineus
ciganos e ciganas pisoteando sobre a Inquisição
desafiada pelos sons guerreiros das castanholas;
como não honrar a harmonia prolongada de Malagueña
os rombos e as sevilhanas, as primas e as irmanas
as palmas sincronizadas a indicar felicidade ou guerra de Granada.
Ecoam assim, sonoramente, as guitarras nos cafés cantantes,
mouriscos de Sevilha, Córdoba, dos versos fulminados de Lorca.
Nos becos seculares de sangue andaluz, veem-se públicos tangerinas e amores.


Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação.

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