terça-feira, 1 de outubro de 2013

Saber envelhecer sem perder o trem da vida

Os mais velhos têm como objetivo o desenvolvimento da amizade e da coeducação entre gerações. Isso significa que uma geração tem muito a ensinar a outras em função de suas experiências.
O repasse dos mais velhos para os mais jovens tem a ver com a importância da tradição, do conhecimento, de valores éticos. Já dos jovens para os mais velhos tem a ver com novas tecnologias e com uma maior flexibilidade para lidar com questões mais polêmicas, como sexualidade e drogas.
O desafio maior é envelhecer em paz, sem se sentir pressionado por um ideal, e ficar menos vulnerável à pressão de consumo.
São muitos apelos por um envelhecimento saudável, mas percebe-se forte manipulação na mensagem dirigida aos idosos.
 Há uma indústria milionária vinculada a atividades físicas, cirurgias plásticas, cosméticos e medicamentos, que impactam fortemente a velhice.
 A chave é o autoconhecimento e saber o que se quer para a velhice.
Os budistas já diziam que não é possível desconsiderar a opinião dos outros, mas é possível minimizá-la e ganhar liberdade.
Tem que haver esforço para a pessoa não ficar presa à aparência e necessitada da opinião alheia.
Se a pessoa quiser malhar, tudo bem.
E se ela quiser uma vida mais tranquila e parada, ela também merece respeito por sua decisão.Com as atividade físicas e culturais, o velho passa a ter mais liberdade e menos tempo para a família.
Não é que a avó deixou de gostar dos netos, mas agora ela tem uma agenda e tem que negociar os horários.
Não está mais o tempo todo à disposição para ajudar ou ser mão de obra.
Sugiro que os filhos e netos parem para pensar em tudo aquilo que esses velhos fizeram durante a sua vida e que levaram a família a estar onde está.
Isso implica no desenvolvimento de empatia e compreensão, inclusive pensando na própria velhice. A questão é perceber a necessidade do outro, dialogar e se interessar pelo outro.
O ser humano é o único animal que faz da refeição um momento de confraternização.
Mas perdemos o antigo hábito de jantar em família. Hoje tem microondas e cada um tem seu quarto, sua TV.
Cada pessoa chega em um horário, esquenta a comida no micro e vai para o quarto.
O diálogo diminuiu, por isso as pessoas precisam conversar mais.
Os finais de semana podem ser uma oportunidade de a família se reencontrar. Folhear álbuns de família também pode ser de muito valor para recuperar a história familiar.
Sim, há um contraste do ponto de vista cultural, econômico e de oportunidades.
Além de pressões de ordem material, há os diferentes estilos de vida.
A velhice de um trabalhador rural tem a grande vantagem do contato com a natureza mas, por outro lado, este velho pode perder experiências interessantes mais encontráveis em uma região urbana.
E vice-versa.
Portanto, o melhor lugar para um velho pode ser tanto a paz do interior, como a agitação das grandes cidades.


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