terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Agora no Galo, Fábio Santos e Elias reeditam parceria campeã





Companheiro dos tempos de Corinthians, o lateral-esquerdo Fábio Santos e o volante Elias vão reeditar a parceria no Atlético. O lateral manteve contato com o amigo e já passou como é o ambiente de trabalho na equipe alvinegra.
"Já conversei com ele, antes e depois. O Elias é um dos amigos que o futebol me deu, é um irmão da bola. Fico feliz por estar jogando novamente com ele. O Galo fez uma bela contratação”, ressaltou Fábio Santos.
O lateral falou um pouco do que o espera em BH. “Ele está acostumado a grandes jogos. perdemos jogadores importantes. Ele quer chegar para ajudar e para sermos felizes como fomos no Corinthians”, afirmou.
Atuando juntos no Corinthians, Fábio Santos e Elias foram campeões brasileiros em 2015.

O tempo

Datafolha revela credibilidade de app

O Tempo

PESQUISA

PUBLICADO EM 31/01/17 - 03h00

Mais de 100 milhões de brasileiros utilizam o WhatsApp





São Paulo. Mais de 100 milhões de brasileiros utilizam o WhatsApp para trocar mensagens, fazer ligações, e enviar fotos e vídeos para amigos, família e outras pessoas. Pesquisa nacional do Datafolha sobre os hábitos dos brasileiros com aplicativos revela que essa popularidade é reflexo da confiança do consumidor.

A privacidade das mensagens, garantida pela criptografia de ponta a ponta, é importante para 94% dos usuários do app, segundo o instituto de pesquisa. E quase seis entre cada dez usuários entrevistados (57%) disseram que acreditam que o aplicativo tem o mais alto nível de segurança para troca de informações sensíveis, como dados pessoais e financeiros.

Sete entre cada dez usuários no Brasil (71%) usam o app para enviar mensagens pessoais ou confidenciais, incluindo informações particulares ou familiares, conversas de negócios, assuntos íntimos, informações sobre saúde, documentos ou dados financeiros.

Negócios. Além isso de utilizarem o WhatsApp para se comunicar com a família e amigos, a pesquisa do Datafolha mostrou que 42% dos usuários trocam mensagens com estabelecimentos comerciais, prestadores de serviço, de saúde ou gerentes de banco, entre outros.

Entre os que usam o aplicativo para negócios, 59% trocam mensagens com colegas de trabalho e 27% com clientes. Ao mesmo tempo, 74% dos entrevistados se declararam contra os bloqueios da Justiça contra o app.

O Datafolha entrevistou 2.363 pessoas de 130 cidades em todas as regiões do Brasil.

O tempo

Inteligência artificial identifica câncer de pele por meio de foto

O Tempo

CIÊNCIA


PUBLICADO EM 31/01/17 - 03h00

Após análise de milhares de imagens, sistema dá diagnóstico eficiente


Washington, EUA. As novas tecnologias de inteligência artificial prometem favorecer cada vez mais nossa saúde. Agora pesquisadores estão desenvolvendo técnicas para ajudar médicos a diagnosticar câncer de pele por meio de fotografias. Uma pinta na pele pode ser um simples detalhe, mas também pode indicar algo muito mais perigoso, como um melanoma – tipo agressivo de tumor maligno. Conseguir diferenciar esses pequenos sinais no corpo é tarefa rotineira para dermatologistas, que devem poder contar com a ajuda da ciência, de acordo com estudo recente publicado pela “Nature”.

Utilizando um conjunto de dados de mais de 129 mil imagens, representando mais de 2.000 diferentes doenças de pele, pesquisadores da Universidade de Stanford e do Instituto Nacional de Câncer, ambos dos Estados Unidos, desenvolveram um sistema de inteligência artificial para ajudar no diagnóstico.

Os cientistas avaliaram a capacidade do sistema em reconhecer os mais comuns e mortais tipos de câncer de pele (carcinoma maligno e melanoma), comparando com tarefas críticas de diagnóstico realizadas por 21 clínicos especializados – normalmente, esse tipo de doença é diagnosticada visualmente e depois confirmada com biópsias de acompanhamento e exames histológicos.

O resultado obtido pelos pesquisadores colocou o sistema de inteligência artificial em pé de igualdade com os especialistas na área. Os autores do estudo, no entanto, alertam que o “médico virtual” ainda precisa ter validação em um ambiente clínico “real”.

Potencial. Para o cientista Andre Esteva, um dos autores do estudo, o novo sistema tem um extenso potencial para afetar a chamada “atenção primária à saúde” nos casos de diagnóstico de doenças de pele.

“A esperança é que isso possa ser um ponto de partida para trazer a inteligência artificial e a visão computadorizada aos cuidados com a saúde”, afirma Esteva.

Para o pesquisador, o sistema poder ser expandido para outras áreas, incluindo oftalmologia, radiologia e patologia. Outra aspiração da equipe que desenvolveu o estudo é transformar o novo algoritmo em um aplicativo de celular, podendo oferecer um acesso universal a diagnósticos de cuidados de saúde a um preço baixo.


Tecnologia semelhante é desenvolvida por brasileiros

São Paulo. Com o suporte de um banco de imagens e de um sistema computacional, uma simples fotografia, feita por meio de câmeras digitais ou celulares, poderá ser utilizada no processo de diagnóstico do melanoma, tipo mais agressivo de câncer de pele.

A metodologia inovadora foi desenvolvida no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP).

Na ideia, o banco de imagens é regularmente atualizado com fotos de lesões, cedidas por médicos. Esse processo de comparação do possível caso de câncer com as outras imagens só acontece porque as manchas causadas pelo melanoma têm características únicas, incluindo bordas irregulares, colorações diferenciadas e um diâmetro maior do que as manchas comuns.
Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimou, para o ano passado, 5.670 casos de câncer de pele melanoma no país, tipo mais grave da doença.
O Tempo

Doria vai 'vender' SP nos Emirados Árabes

O prefeito João Doria (PSDB) já marcou sua primeira viagem internacional. A partir de 12 de fevereiro, o tucano inicia um roteiro de quatro dias pelos Emirados Árabes e Catar. Serão visitados potenciais investidores em Dubai, Abu Dhabi e Doha. Doria vai atrás de interessados em seu pacote de desestatização, que inclui a privatização dos complexos de Interlagos e do Anhembi e a concessão do Estádio do Pacaembu.
Para evitar custos extras, a Prefeitura afirma que Doria será acompanhado apenas de seu secretário municipal de Relações Internacionais, Júlio Serson. Os dois viajarão sozinhos, sem assessores - segundo o jornal "O Estado de S. Paulo" apurou, passagens e hospedagens serão custeadas pelos governos dos dois países.
"Vamos fazer contato com os fundos soberanos desses países com a intenção de atrair investimentos, recursos, e ajudar a gerar empregos aqui. A ideia é mostrar o potencial do Anhembi, do Autódromo de Interlagos e de outras propriedades da Prefeitura que podem ser alvo de privatização ou concessão. Acreditamos que São Paulo pode ser a alavanca para o Brasil sair da crise", diz Serson.
Entre as propostas que serão apresentadas durante a viagem está a possibilidade de o Município vender o direito de nome (naming rights) do Pacaembu, por exemplo, ou mesmo de Interlagos, que poderia passar a chamar, por exemplo, Interlagos/Emirates, numa referência à principal companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos.
O destino da primeira viagem de Doria revela uma mudança na política externa de São Paulo. Na gestão passada, de Fernando Haddad (PT), parcerias dentro da América do Sul foram priorizadas. "Vamos olhar para todos os lados possíveis. Temos de identificar as oportunidades. Se elas estão na América do Sul, ótimo, mas se estão na China é nossa obrigação ir ao outro lado do mundo buscá-las", afirma o secretário, que já tem outras duas viagens marcadas com o prefeito ainda neste semestre.
A capital da Coreia do Sul, Seul, deve ser visitada em março. No mês seguinte, Doria e Serson desembarcarão nos Estados Unidos, para visitas de negócios em Nova York e Washington. Até maio, a Prefeitura deve formalizar propostas de captação de recursos a serem levadas ao Banco Mundial e também ao Banco Interamericano de Desenvolvimento.
"A ordem do prefeito é apresentar São Paulo ao mundo. Hoje, a cidade está fechada. Temos de reverter isso", diz o secretário municipal de Justiça, Anderson Pomini.
Com a renegociação da dívida do Município com a União, assinada ano passado por Haddad, o saldo a pagar passou de R$ 74 bilhões para R$ 29 bilhões, em valores atuais, abrindo a possibilidade de a cidade obter empréstimos. A situação econômica atual permite a Doria contrair até R$ 23,8 bilhões para custear obras em São Paulo, como projetos de mobilidade e drenagem. Mas o teto não deve ser aplicado. Estima-se que, para não comprometer novamente a saúde financeira da cidade, o valor não ultrapasse R$ 8 bilhões em quatro anos.
Central Park

Em Nova York, Doria não buscará apenas financiamento, mas exemplos de políticas públicas. O prefeito vai conhecer de perto o modelo de gestão do Central Park, comandado por uma organização social. A ideia é conhecer para replicar por aqui, a começar pelo Parque do Ibirapuera.
O Tempo

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Porque a Alemanha é diferente, qual o segredo!

Anemia não é normal em nenhuma faixa etária

A anemia, doença que reduz a quantidade de glóbulos vermelhos no organismo, responsáveis pelo oxigênio dos órgãos, tem várias causas, mas a mais frequente é a deficiência de ferro e não é normal em nenhuma faixa etária. Pode acometer qualquer pessoa, mas sobretudo grupos vulneráveis, como crianças menores de três anos de idade, mulheres e gestantes. A Associação Brasileira e Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), por meio do Comitê de Glóbulos Vermelhos e do Ferro explica que o ferro está presente no interior dos glóbulos vermelhos e é parte integrante de uma proteína chamada hemoglobina.
A deficiência de ferro (DFe) continua sendo, há décadas, a alteração hematológica mais frequente, acometendo 20% a 30% da população mundial (cerca de 2 bilhões de pessoas), sobretudo crianças, mulheres em idade fértil e gestantes. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), das dez principais causas de agravo à saúde da população geral, a DFe corresponde a 6ª causa nos países em desenvolvimento e a 10ª causa nos países desenvolvidos.
Publicação da OMS, que estudou 1,6 milhão de pessoas de 93 países no período entre 1993 e 2005, constatou que 24,9% apresentavam o diagnóstico de anemia (crianças em idade pré-escolar [47,5%], crianças em idade escolar [25,4%], mulheres em fase reprodutiva [30,2%], gestantes [41,8%]).4 No Brasil, a prevalência de anemia encontrada foi de intensidade moderada (20-39,9%) e grave (≥40%) para gestantes e pré-escolares, respectivamente.
Em revisão recente, que incluiu estudos clínicos das últimas três décadas em crianças, mulheres em idade fértil e gestantes, Batista et al. demonstraram elevado índice de DFe e anemia em praticamente todas as regiões geopolíticas do Brasil. Esses dados comprovam, de maneira inequívoca, que a DFe continua sendo um grave problema de saúde pública.
“Quando falta ferro no sangue, falta oxigênio e isso traz consequências negativas para a nossa saúde. A pessoa com deficiência de ferro pode sentir cansaço fácil e constante, sem motivo aparente, além de dor de cabeça, tontura, irritabilidade, falta de atenção. As crianças podem ter dificuldade de aprendizagem, infecções com mais frequência, atraso de crescimento. Já os adultos, toleram menos os exercícios, têm menor rendimento no trabalho, podem ter palpitação, falta de ar, desânimo, às vezes simulando até um quadro de depressão, além de queda de cabelos, unhas mais fracas e quebradiças”, ressalta Rodolfo Cançado, hematologista e membro do Comitê de Glóbulos Vermelhos e do Ferro da ABHH.
A pessoa com deficiência de ferro pode ter apetite por coisas ou substâncias não alimentares como: terra, gelo, macarrão cru, limão, giz, etc. Estima-se que a deficiência de ferro está presente em um terço da população mundial. Isso quer dizer que cerca de dois bilhões de pessoas têm deficiência de ferro.
A deficiência de ferro, sobretudo a anemia ferropriva, piora a qualidade de vida e a sobrevida das pessoas que dela são acometidas. A dieta pobre em ferro, falta da absorção de ferro, que se dá fundamentalmente no duodeno, e perda de sangue como as mulheres que tem menstruação excessiva, ou tumores do tubo digestivo que podem apresentar sangramento.
Cançado reforça que a investigação da anemia é tão importante quanto o tratamento da mesma. “Muitas vezes, o primeiro sinal de um tumor de estômago ou de intestino (colon) é a anemia.
Portanto, se não investigarmos a pessoa com anemia, podem estar perdendo a chance de fazer o diagnóstico de um tumor numa fase ainda potencialmente curável”, informa o hematologista.
Para o diagnóstico da deficiência de ferro e da anemia ferropriva é preciso: hemograma que nos fornece a quantidade de hemácias e da hemoglobina, e as características morfológicas dos glóbulos vermelhos; e a dosagem da ferritina. Tanto o hemograma quanto a ferritina, são exames disponíveis no Sistema Único de Saúde, exame de sangue simples e barato.
“Há mais de 30 anos que dizemos que a Deficiência de Ferro é um problema de saúde pública no Brasil e não saímos do lugar. Estamos falando de 2 bilhões de pessoas com DF e pelo 1/3 com AF. Talvez justamente porque conversamos muito sobre a dieta e muito pouco sobre soluções efetivas de combate a essa situação. O governo brasileiro fornece o medicamento de graça, e mesmo em situações não-SUS, o custo do tratamento é relativamente baixo e efetivo”, relata.
Tratamento e cuidados
O tratamento com medicamentos contendo ferro (sais ferrosos ou férricos) demora pelo menos 90 dias, podendo se estender até seis meses. Isso é o que explica as pessoas que melhoram dos sintomas, param de tomar o remédio após 20 ou 30 dias, e a anemia volta logo depois. Para corrigir a anemia são necessárias 4 a 6 semanas e para corrigir os estoques mais dois ou três meses.
Dicas simples podem mudar a rotina e sintomas de uma pessoa que necessita de absorção de ferro como:
Dar preferência para as carnes em geral (sobretudo carne vermelha – fígado, morcela); cozinhar em panela de ferro e tomar um copo de suco de frutas cítricas (laranja, limão, acerola) antes ou durante a alimentação. O uso de vitamina C, laranja, limão, acerola, aumentam a absorção de ferro desde que ingeridos antes ou durante a alimentação. O leite de vaca não é fonte de ferro e até prejudica a absorção, a não ser que seja fortificado industrialmente, mas o leite materno, sim é fonte.
Orientação nutricional
É importante ressaltar que o ferro dos alimentos de origem animal, 20% a 30% são absorvidos no intestino, enquanto que o ferro dos alimentos de origem vegetal (ferro não-heme), a taxa de absorção é de apenas 1% a 7%.
Orientações gerais:
Ingestão de carnes em geral + suco de fruta com vitamina C
Não misturar leite ou chá na mesma refeição
Evitar chocolate como sobremesa
Evitar cereais integrais
Utilizar panela de ferro para preparo das refeições
Fatores que interferem na biodisponibilidade de absorção do ferro não-heme dos alimentos:
- Fatores que favorecem a absorção
Alimentos ricos em ácido ascórbico (cajú, leguminosas, goiaba)
Carnes (boi, peixe, aves, fígado)

- Fatores que dificultam a absorção
Fitatos, fosfatos e carbonatos (abacaxi,hortaliças,leite)
Tanino (chá, café)
Fosfoproteína (gema de ovo)
Medicamentos que elevam o pH gástrico (antiácidos, inibidores de bomba de próton, bloqueadores histamínicos H2)
O Tempo

Acaiaca: setentão vanguardista

“De fora, estou no centro de Belo Horizonte. Mas quando entro, visito outras épocas”, define Antonilson Batista Pereira, da equipe de manutenção do edifício Acaiaca. Pereira assumiu a função há apenas 10 meses, mas a viagem temporal à qual se refere tem lastro na história de uma das edificações mais emblemáticas da capital mineira e que, em 2017, completa 70 anos: o Acaiaca – que, vale lembrar, já reinou sozinho na avenida Afonso Pena. Mesmo quando já cercado por outros prédios, soube se reinventar, ocupando lugar de honra na memória afetiva da cidade.

Como muitos outros mineiros, Antônio Rocha Miranda, 79, autor do livro “Edifício Acaiaca: O Colosso Humano e Concreto”, não tem memória de uma Belo Horizonte sem o Acaiaca. “Estive ali logo que ele terminou de ser feito. Usei um dos elevadores e tive uma sensação indescritível. Na época, ainda criança, aquilo para mim era uma coisa impossível”, comenta sobre a velocidade dos ascensores, que percorrem 26 andares em 20 segundos – ainda hoje, os mais rápidos da capital.

A altura também causava surpresa. “Quase não dava para acreditar”, relembra Miranda. Na verdade, nenhum outro superou, na capital, os 120 m de altura da construção, segundo Françoise Jean, diretora de Proteção e Memória do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). Idealizado pelo empreendedor Redelvim Andrade e o arquiteto Luiz Pinto Coelho, seu genro, o prédio teve as obras iniciadas em 1943. Aos poucos, os andares foram sendo entregues e, quatro anos depois, tudo ficou pronto, como conta seu Antônio.

Memórias. Igualmente impressionado, mas com pouco gosto por ficar longe do chão, João Alves de Souza, 77, que trabalha no edifício há 50 anos, só esteve na cobertura uma vez. “Dá para ver Belo Horizonte quase inteira, mas não gosto, me dá tontura”, confessa. Ainda rapaz, no dia 1º de setembro de 1966, Alves começava a trabalhar ali, nos serviços gerais. Hoje, ascensorista, ostenta o posto de “arquivo vivo”. “Se for escrever, dá uns dois livros. Se for pra contar, a gente fica uns três dias ... e ainda não dá”, ressalta. A memória, por sinal, não lhe trai. “Quando entrei, o síndico era um tio do (jogador) Tostão, que sempre vinha aqui. O Dadá Maravilha ainda vem”, diz.

A razão para que o lugar fosse frequentado por tantos famosos se explica pelos empreendimentos que ocupavam as 460 salas do Acaiaca em sua “era de ouro”, entre as décadas de 50 e 60, como, por exemplo, lojas de alta costura e indústria têxtil. Nesse período, lembra Souza, passavam cerca de 35 mil pessoas por dia – a administração não informou os números atuais. Intelectuais também eram presença constante, já que, de 1953 até 1964, funcionava ali a Faculdade de Letras e Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

RELEVÂNCIA

Patrimônio cultural e também afetivo

Em 1994, o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município reconheceu a fachada do Acaiaca como patrimônio histórico municipal. Pouco depois, foi a vez de o hall de entrada ser tombado.

“Embora não seja protegido pelo Estado, o Acaiaca tem elementos históricos e culturais que lhe dão mérito para receber, talvez no futuro, o título de patrimônio de Minas Gerais”, explica Françoise Jean, diretora de Proteção e Memória do Iepha-MG.

Construído no estilo art déco – movimento artístico iniciado nos anos de 1920 que trazia estética mais limpa, voltada para aspectos funcionais –, Françoise acredita que o prédio tem valores diferentes para cada geração. “Até os anos de 1930, BH era uma cidade baixa, de vocação administrativa. Na década de 40, no entanto, se torna um polo econômico. E isso é visualizado por meio da arquitetura”, diz. “Inaugurado na celebração de 50 anos de BH, o Acaiaca se torna ícone e materializa esse desejo de modernidade”, pontua.

Nessa época, já existia o Cine Acaiaca, inaugurado em 1948 com o filme “Sempre Te Amei”. O lugar acolhia 826 pessoas e fechou 50 anos depois.
O Tempo

O mundo à beira de uma crise de nervos

Amadeu Roberto Garrido de Paula

Imenso e complexo planeta? Ou tribo de primatas, dos chefes inerentes? 
Donald Trump escancara nossas instituições precárias. Um único homem. Um único anelo. O povo discorda, manifesta-se. A aranha de Nova York persiste. Até quando? 
A consciência humana foge dos extremos. Sua maturidade está mais do que escrutinada. Grupos radicais cometem suicídio político em sua radicalidade. Esquerda e direita podem sobreviver, sustenta Bobbio. A outros, foram-se no pó do século passado. As pontas extremas, porém, se partiram. Enquanto as primeiras resgatam pouco mais de 20% dos eleitorados mundiais, os extremismos não passam, em grau máximo, de 10%. Ou partem ao inominável terrorismo. 
O predador Trump não é exceção. Um homem degrado nos meandros escusos de suas supostas minas de ouro, hábil comunicador num mundo impressionável por equilibristas de um humor de botequim, não foi o vencedor das eleições americanas. Perdeu-as por quase três milhões de votos populares, o que não é pouco. Hoje seria ridicularizado como um porco vermelho e azul. 
A resposta é simples. O homem alçou picos montanhosos em matéria de ciências, tecnologia, literatura, filosofia. Isso proporcionou conforto material e espiritual. Mas não para todos. Os excluídos desses bens são em número muito maior. Por consequência, dependentes e influenciáveis. Essa insustentabilidade é mantida por instituições anacrônicas, que balançam e permanecem. 
Os Estados Unidos eram de segunda ordem na década de 30. Porém, sua gente tinha um potencial admirável, que ainda hoje conserva. Quase que se foram nas guerras da independência e da sucessão. Mas a coragem é seu forte, o que não se estende a seus governantes, com as exceções necessárias, como Lincoln e Obama. Um erro de visão jurídica impregnou os costumes americanos: leis velhas são melhores. Não, o mundo é cambiante, as leis, em alguns países, podem ser, inclusive, tida como revogadas por anacronismo. Já o povo do grande país americano saudou as leis velhas como exemplo de segurança jurídica que garantiu seu breve predomínio mundial. Esquecem-se que correram "por fora" e do Plano Marshall e da nova geopolítica mundial extraíram a grande vitória. Poderosíssima indústria de guerra fez furtivamente a felicidade tipo "Seleções", cujas figuras coloridas de mundo edílico Trump viu quando criança e quer restabelecer. 
A guerra da secessão, tendo como pano de fundo o escravagismo do sul das grandes propriedades, deixou sequelas terríveis na forma de Estado americano. Tanto que são estados unidos, não uma síntese política, sempre receosos de novas rupturas. Naquele momento de agruras e sangue recíproco, fez sentido o pacto político-eleitoral entre os Estados, a eleição indireta, determinada pelos delegados das respectivas unidades. Por um único voto, um Estado faz diferença no resultado eleitoral. Assim como um único e pretensioso homem quer fazer a diferença em nosso século. 
No mundo contemporâneo o sistema é aterrador. O poder não é do povo, mas de alguns; a gloriosa democracia que Rui Barbosa exaltou na república velha brasileira não é democracia. Mandam os pesos outorgados, então discricionariamente, aos Estados. Assim unidos, não se sabe até quando. Nova York já assinala os primeiros movimentos de estremecimento dos pilares desse sistema anacrônico. 
Bom "tapa na cara" do aprendiz de feiticeiro deu o vizinho Canadá, ao abrir suas portas aos refugiados perseguidos. A Europa sente o momento frágil do "grande timoneiro" do mundo, sob valores fundados no humanismo irrespondível. O valente já dá sinais de recuar, como no caso dos "green card", tal qual todos os verdadeiramente medrosos e falastrões o fazem. Isolado, Trump também verá que seu império romano não influencia mais que 20% do equilíbrio mundial, e que poderá desabar aos ventos de uma prainha, como ocorreu com todos os impérios mundiais. 
Amadeu Roberto Garrido de Paulaé Advogado e membro da Academia Latino-Americana de Ciências Humanas. 

Esse texto está livre para publicação.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Diploma não garante emprego, e jovens repensam a carreira

Por ano, cerca de 900 mil pessoas se formam na faculdade, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). Em busca de uma vaga, eles dão de cara com um mercado de trabalho cada vez mais achatado. Só em 2016, o volume de empregos encolheu 1,9 milhão de vagas. É a crise afetando principalmente os jovens, que terão que achar uma colocação em um cenário que ganhou, só no último ano, 3 milhões de desempregados. Diante desse desafio, já tem muita gente repensando carreiras e mudando de sonho.

Em março deste ano, Felipe Reis, 25, vai se formar em engenharia civil com notas acima da média, além do diferencial de ter cursado disciplinas na Inglaterra durante um ano. Ele conta que, quando entrou na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em 2010, havia uma disputa acirrada entre as grandes empresas, que praticamente laçavam os recém-formados na porta da faculdade. Agora, para conseguir um emprego, Reis acha que a alternativa será fazer um curso técnico.

“Está tão difícil que nem estágio remunerado eu consegui. Então, eu pretendo voltar a um curso de técnico em edificações, pois acho mais fácil conseguir me colocar assim”, afirma Reis. O universitário diz que tem visto muitos amigos engenheiros serem contratados como analistas.

Outra alternativa seria seguir a carreira acadêmica. “Eu sempre fui contra professores que dão aula sem terem atuado na prática. Mas, infelizmente, talvez tenha que partir para esse caminho. Está muito difícil. Tem muita gente com experiência voltando ao mercado, e as vagas, que são poucas, ficam muito concorridas”, lamenta Reis.

O sonho de Aurez da Silva Santos, 29, é fazer um curso superior de gestão em segurança privada para atuar na área administrativa. Mas, por hora, terá que se contentar com um curso técnico de segurança do trabalho. “É o que está cabendo no bolso neste momento. E isso porque eu consegui uma bolsa de 50%”, conta Santos, que procura por emprego de vigilante patrimonial.

Disputa. O professor de economia da Faculdade IBS/ Fundação Getúlio Vargas (FGV) Flávio Correia afirma que os jovens estão entre os mais afetados pela crise, ao lado de profissionais na faixa dos 55 aos 60 anos. “Os jovens não têm a experiência e ainda terão que concorrer com esses profissionais mais velhos, que também estão procurando emprego. A recontratação ainda vai demorar um pouco, pois os empregadores precisam ter certeza da retomada econômica. Acredito que as propostas de mudanças, como flexibilização das leis trabalhistas, serão importantes para incentivar a retomada”, comenta o professor da FGV.

Menos oportunidades. Nos últimos dois anos, a taxa geral de desemprego em Belo Horizonte subiu de 6,6% para 11,5%. A dos jovens de 18 a 24 anos foi de 16,9% para 25,8%, segundo o IBGE.

Geração sem preparo para crise

A quantidade de jovens em busca de emprego é grande, mas nem todos estão dispostos a aceitar as oportunidades que aparecem. Jacqueline Rezende, especialista em gestão estratégica de pessoas e diretora da Sias Educação e Consultoria, afirma que a juventude nunca enfrentou uma crise tão pesada e não está preparada para passar por ela.

“Eles precisam entender que o mercado funciona sob pressão e que a entrega tem que ir além do combinado, tem que vestir e suar a camisa. Ansiosos, muitos chegam à entrevista perguntando sobre quando serão promovidos. Já ouvi até a seguinte pergunta: será que essa empresa vai emendar o Carnaval?”, revela.

Segundo Jacqueline, a cada 15 entrevistas de emprego que marca com candidatos de 20 a 32 anos, apenas oito comparecem. Acima de 35 anos, esse número sobe para 12.

A especialista ressalta que, hoje, o comportamento do entrevistado tem o mesmo peso da qualificação. “Não adianta chegar com um currículo esplendoroso. É preciso aliar as competências técnicas às comportamentais”,diz.

Jacqueline considera ser fundamental usar bem o tempo em cursos, buscar trabalhos voluntários e assistir a palestras gratuitas.
O Tempo

Cidade de Hamburgo na Alemanha


Restaurante na cidade de Hamburgo, próximo ao Rio Elba que corta a cidade. Hamburgo possui o maior porto da Alemanha, a cidade tem investido muito no turismo e na cultura, e uma programação de eventos, com investimentos no teatro musical. É uma cidade que foi bombardeada na segunda guerra mundial, o centro da cidade foi parcialmente destruído, juntamente com seu centro industrial. Hoje, totalmente reconstruída, uma grande cidade e muito bonita para se visitar.

A encantadora Torre Eiffel


 A Torre Eiffel é o monumento pago mais visitado do mundo, com 324 metros de altura e 10.000 toneladas de estruturas de aço.
Foi projetada pelo engenheiro francês Gustave Eiffel.
Foi construida para comemorar os cem anos da Revolução Francesa, onde foi inaugurada em 31 de março de 1889.
Abaixo algumas fotos deste Blogueiro em sua visita ao famoso monumento.

 Na foto acima, o Blogueiro com a Torre Eiffel ao fundo



 Vista panorâmica de Paris, a partir do último nível da Torre (Rio Sena, que corta Paris, ao fundo, à direita)



Nos restaurantes as reservas tem que ser feita com antecedência.A reserva é feita por toda a noite, para que as pessoas possam desfrutar de seu jantar e saborear um bom vinho com tranquilidade, deixando os seus sentidos serem absorvidos pela romântica e inspiradora atmosfera parisiense.De címa da torre durante a noite, devido a iluminação da cidade de París, o cenário é deslumbrante, indescritível, chega ser muito emocionante.

Manifesto Sobre a Fome no Mundo, em París

O Banquete da Fome:




Com milhares de pratos espalhados numa área próxima a Torre Eiffel, a França pede atenção ao mundo; pratos vazios que retratam o "Banquete da fome".
A França tem sido muito solidária sobre este tema, que é a fome no mundo.
Tem levantado esta Bandeira.
Está tendo um papel muito importante nesta questão.
São 300 milhões de crianças passando fome em todo o mundo, e milhões de adultos nesta mesma situação.
Gente sem direito e sem vida.
A meu ver a fome é a maior vergonha desta época, "quem tem fome, tem pressa".
De que adianta falarmos em desenvolvimento no mundo, se ainda tem gente que não tem o que comer.
Esta estatística da fome no mundo, deprime e compromete, todo desenvolvimento.
Metade dos habitantes da terra ingerem uma quantidade de alimentos inferior as suas necessidades básicas, isto num mundo de tanta abundancia.

Na roleta-russa do sexo, jovens enfrentam explosão de DSTs



Por simples descuido ou por excesso de ousadia, os jovens que têm comportamento sexual de risco entram em uma seara perigosa cujas consequências vão marcar o resto de suas vidas, seja por uma gravidez indesejada ou por uma doença sexualmente transmissível, como a Aids ou a sífilis.

De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita em 2012 e em 2015 com jovens do 9º ano do ensino fundamental, eles estão deixando de lado a proteção. Em 2012, no primeiro levantamento, 28,7% disseram já ter tido relação sexual, e 75,3% usaram camisinha. No segundo, feito em 2015, 27,5% afirmaram já ter tido relação sexual, mas 66,2% usaram camisinha. Em três anos, a redução foi de nove pontos percentuais.

Na pesquisa “O Jovem e o Sexo”, divulgada no ano passado pela Unifesp, apenas 5% dos entrevistados, que tinham entre 15 e 25 anos, disseram usar camisinha em todas as relações.

Esse comportamento certamente é um dos fatores que levaram ao crescimento dos casos de HIV entre jovens brasileiros. Levantamento feito pelo Ministério da Saúde a pedido de O TEMPO mostra que, nos últimos dez anos, os casos entre jovens de 15 a 19 anos aumentaram 163% no país. Hoje eles representam 5,5% do total de soropositivos. Em 2007, eram 4,3%.

O crescimento foi ainda maior na faixa etária entre 20 e 24 anos, passando de 828 infectados em 2007 para 2.381 em 2016, alta de 187%. Esses jovens concentram o maior número de soropositivos do país, com 18% do total. Em 2007, eles representavam 13% dos casos.

Os números sobre sífilis também são impressionantes. Em 2010, segundo o ministério, foram registrados 109 casos da doença, número que no ano passado chegou a 2.820, um aumento de 2.487% (ou seja, 25 vezes) na faixa de 13 a 19 anos. Entre 20 e 29 anos, o número de infectados passou de 368 em 2010 para nada menos do que 9.159, um aumento de 2.400%.

Transar sem camisinha e com vários parceiros é um comportamento dos jovens que ficou evidente em alguns tipos de festas. Nos chamados “trenzinhos”, ou “tábuas de sexo”, garotos e garotas costumam trocar de parceiros várias vezes durante a noite.

Nos bailes funk, essa troca de parceiros e o sexo sem camisinha, muitas vezes feito na rua e depois exibido em vídeos na internet, são exemplos extremos de comportamento de risco, que não é exclusividade dos jovens brasileiros. Em Madri, capital da Espanha, está na moda o jogo “del Muelle”, um tipo de roleta russa do sexo, segundo a qual rapazes formam uma roda, abaixam as calças, e meninas se revezam entre eles em ato sexual. Perde quem ejacular primeiro. Tudo isso sem preservativo. A psiquiatra Marília de Freitas explica que a adolescência é a fase da vida em que o indivíduo mais sente a necessidade de autoafirmação e de pertencer a um local ou grupo. “Por natureza, ele tende a querer ser o dono da verdade e de suas vontades. Muitas vezes, nessa tentativa de querer ser adulto antes da hora, acaba entrando em situações de risco”, explica.

No entanto, ela rejeita moralismos. “Não posso ter uma visão moralizante sobre os atos do jovem sem antes entender os códigos do meio em que ele vive e por que ele age daquela forma”, ressalta. Para ela, determinar de antemão o que é certo e o que é errado é um ato discriminatório. Segue a mesma linha Albertina Duarte, coordenadora do ambulatório de Ginecologia da Adolescência do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Eu sei que relações sexuais sem camisinha acontecem nos bailes funks, por exemplo, mas eu não posso julgar um ambiente cultural de socialização importante de adolescentes como o culpado por todos os casos. Eles representam 10%, e os outros 90%?”, pondera.

“O problema maior não é a falta de informação, atendo crianças de 6 anos que sabem o preço de uma camisinha. A questão maior é falta de segurança desse jovem, com o próprio corpo e nos relacionamentos. O jovem precisa ser amado, escutado e incentivado a se socializar”, ressalta.


MINIENTREVISTA

Oswaldo Rodrigues
Psicoterapeuta sexual
Instituto Paulista de Sexualidade

Por que os jovens estão fazendo sexo sem proteção?

Grupos de adolescentes que não receberam educação sexual desde a infância, em especial junto da família, tendem a arriscar-se mais sexualmente. Esses jovens tendem a seguir a impulsividade como forma de encontrar uma compreensão do mundo, que não lhe forneceu, até aquele momento, essa compreensão.

O senhor acredita que seja por falta de informação?

Não se trata de informação pura e simples, mas de informação advinda de fontes seguras e afetivas para sanar dúvidas que toda criança tem. Informação é parte desse mecanismo, mas a informação em si somente suscita mais busca para comprovar, compreender do que se trata cada coisa sobre sexo.

Os pais hoje ainda têm dificuldade em abordar o assunto?

A educação sexual deveria ocorrer, minimamente, em duas instituições sociais: família e escola. Nessa ordem cronológica. A família teme proporcionar o tema sexo junto a filhos crendo que isso fará com que eles busquem sexo. Em nenhuma pesquisa isso se mostrou real, ao contrário, filhos que receberam as informações coerentes a partir dos pais tendem a postergar o início da vida sexual coital. O mesmo se aplica às escolas. Poucas se atrevem a fornecer educação sexual formal ou a preparar professores para responder perguntas que alunos façam sobre sexo.

Quais as saídas?

A implantação dos processos de educação sexual é a política necessária para todo o país! Porém, existem muitos segmentos populacionais contrários a essa implantação, formalizada em lei há mais de 15 anos. Assim, o processo de educação sexual precisa ocorrer com os adultos: pais e professores. Somente numa segunda etapa se poderia implantar diretamente a crianças e adolescentes.
O Tempo