segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Lewandowski: Redução da maioridade causará situação 'dramática'

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, disse nesta segunda-feira, 19, que a eventual redução da maioridade penal no Brasil agravará o problema da superpopulação carcerária no País e provocará uma situação "dramática". O ministro ressaltou que não poderia se pronunciar sobre a constitucionalidade da questão, que deverá chegar ao Supremo caso a mudança seja aprovada no Congresso.
"Se temos uma superpopulação carcerária - o quarto país no mundo que mais encarcera pessoas - você pode imaginar o problema que teremos se enchermos nossas prisões de jovens. Será dramático", disse Lewandowski em palestra no Inter-American Dialogue, em Washington.
O ministro lembrou a recente decisão do STF que classificou de inconstitucional toda situação do sistema carcerário brasileiro. O ministro apresentou à plateia o sistema de audiência de custódia implementado no Brasil, pelo qual qualquer preso em flagrante deve ser ouvido por um juiz no prazo de 24 horas após a detenção.
Segundo ele, o mecanismo reduz a população carcerária, evita tortura e violações de direitos humanos e gera economia de recursos que seriam destinados à construção de prisões.
Antes do evento no Inter-American Dialogue, Lewandowski esteve na Organização dos Estados Americanos (OEA), onde assinou convênio para a cooperação com outros países da região sobre a audiência de custódia.
A partir de qual idade uma pessoa é capaz de responder criminalmente por seus atos? O Brasil estuda baixar de 18 para 16 anos o limite para que adolescentes sejam julgados como adultos.

Estadão

"Mulheres ricas" economizam com viagens ao exterior e bolsas Chanel

O Brasil dos últimos anos deixou os brasileiros muito iludidos, achando que no país não tinha crise, acredita a advogada Regina Manssur, dona de um escritório em São Paulo.  “O mundo estava caindo e os brasileiros estavam comprando, gastando e viajando, por conta de uma valorização fictícia do real. De repente, a coisa desandou”, reclama Manssur enquanto apoia os braços adornados de joias sobre a mesa. Nascida no chamado “berço de ouro”, a personagem do reality show “Mulheres ricas”, recebeu a reportagem do EL PAÍS no escritório que carrega o seu sobrenome, no bairro do Morumbi, zona Sul de São Paulo, a poucas quadras de sua mansão.
Vestindo um discreto tubinho florido meia manga do italiano Roberto Cavalli, com um sapato Casadei, também italiano, Regina desculpa-se pelas unhas por fazer e pelos cabelos (em sua opinião) desarrumados. “Até gosto das unhas bem feitas, mas não ligo muito para isso. Tenho ido menos ao salão de beleza, inclusive. Eu costumava ir duas vezes por semana. Agora, vou só uma”, afirma. Naquela tarde, contudo, já tinha agendado escova no cabeleireiro. “Hoje preciso almoçar com uma cliente importante”, justifica.
Regina afirma que começou a sentir os efeitos da crise ao receber a fatura da conta de luz. A conta, que geralmente chegava a 1.000 reais por mês, triplicou. Por conta disso, mandou trocar todas as lâmpadas da casa por modelos de LED, que consomem até 80% menos energia. Não sabe quantas chegou a trocar, mas gastou cerca de 8.000 reais com essa tarefa, “no cartão, em cinco vezes”.
A maior economia que está fazendo, contudo, é com viagens. “Este mês não vou a Punta del Este”, conta. Regina explica que tem o costume de passar um final de semana por mês no balneário de luxo do Uruguai. “No Brasil, para almoçar e jantar fora no fim de semana, em um lugar bacana, e pegar um cinema, você gasta quase 3.000 reais. Com mil dólares – que até o começo do ano era a mesma coisa, eu podia pegar um avião para o Uruguai, curtir em um cassino, comer bem e ficar em um hotel luxuoso”, complementa. Atualmente, com o dólar a 4 reais, a viagem acaba ficando cerca de mil reais mais cara. Por isso, foi temporariamente cancelada.
O próximo destino será Roma, onde Regina participará de congresso de direito para o qual foi convidada. Também deverá ir a Los Angeles para um evento beneficente que apoia. “Mas vou de classe econômica, em assento confort, que tem mais espaço para esticar os pés. Consegui juntar as datas dos eventos para fazer uma viagem só, saindo de Roma a Los Angeles, sem passar pelo Brasil”, conta. A economia que fará deixando de viajar pela classe executiva garantirá as diárias do hotel italiano, que soma quatro estrelas em vez das usuais cinco.
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Regina Manssur cogita cancelar tradicional viagem a Paris por conta da crise / Acervo pessoal
Já a tradicional viagem de réveillon ao exterior não ocorrerá este ano. “Desta vez, estou combinando com a minha família de passarmos o ano novo na nossa casa de praia, no litoral paulista”, explica. Regina também pensa em cancelar a viagem que faz todos os anos a Aspen, entre janeiro e fevereiro, para esquiar. Ainda não sabe se poupará Paris, que visita todos os anos religiosamente em julho para um curso de francês na Universidade de Sorbonne.
Em relação a compras, Regina garante que nunca foi de gastar muito. “Trabalho 25 horas por dia, não tenho tempo para bater perna em shopping”, diz. Mesmo no exterior, a executiva afirma que tem evitado comprar. “A gente não se sente bem gastando dinheiro com essa crise. Se você falar que comprou uma bolsa de 20.000 reais vai pegar mal. Nunca gostei de ostentação, é brega. Mas hoje ostentar ficou bem over”, afirma. Ela não chegou a substituir marcas por outras mais baratas, mas passou a desfilar só com o que já tem. “Acabei revendo meu armário e percebi que estou cheia de coisas boas, não preciso de mais. É muito difícil para uma mulher chegar nessa conscientização”, complementa.
Enquanto empresária, Regina vem percebendo uma certa inadimplência de parte de seus clientes. “No meu escritório, a crise está começando a pesar. Se o dinheiro não chega aos clientes, também não chega até mim. E se eu não recebo o que eu estava esperando, atraso as contas. Meus funcionários dependem da minha receita”, afirma. Ainda assim, a advogada descarta cortes na equipe, composta por 20 pessoas, incluindo advogados, estagiários, faxineiros, cozinheira e motorista. “Esse é o número ideal do meu negócio, com menos não conseguiria realizar o trabalho com a mesma qualidade. Prefiro fazer economia onde dá e rezar para o cliente pagar”, justifica.
Ainda que reclame da crise que vivencia o país, Regina não pretende “fugir para Miami”, afirma, em tom de brincadeira. “Até pensei em morar fora um dia, mas não por causa dessa crise de hoje. A nossa crise vai muito além da financeira. É de segurança, de moral. No Brasil não podemos sair na rua que somos assaltados. Carro blindado é para chefe de estado, eu não deveria ter um carro blindado!”, conclui. Não se muda para o exterior com o marido, o desembargador Antonio Manssur, porque prefere ficar perto de seus quatro filhos e dez netos. “Meus filhos também são advogados. Dois são juízes, uma é promotora de justiça e outro trabalha comigo em sociedade. Lá fora não conseguiriam manter o posto que conquistaram com tanto esforço aqui”, relata.

Só uma mala
De malas prontas para embarcar para a Europa neste fim de semana, Val Marchiori, a socialite que também ganhou fama após participar do programa Mulheres Ricas, não encontrou tempo para a entrevista. Entretanto, enviou por meio de sua assessoria de imprensa algumas declarações. “Como mãe, mulher e socialite não deixo de fazer nada. Continuo com minhas viagens, mas meu comportamento mudou um pouco. Sou apaixonada por bolsas da marca Chanel. Antes da crise, durante as viagens, costumava comprar dez bolsas. Agora são três”, afirmou em nota. “Se eu voltava com três malas cheias de ‘modelitos’ novos, agora volto com uma apenas”, complementa.
Com a crise, Val Marchiori passou a comprar menos roupas no exterior / Divulgação
No mais, a rotina é a mesma. Val relata que continua viajando todos os fins de semana com os filhos para Angra dos Reis, frequentando os restaurantes de sempre. “A vida segue”, conclui.
Enquanto sócia de um grupo de empresas, como a Torke Empreendimentos, a socialite reclama do ambiente pouco favorável a investimentos, uma consequência da atual crise econômica. “Como empresária, a primeira coisa que fiz foi por o pé no freio dos investimentos da empresa. Isso até que o cenário tenha mudado, que transmita mais confiança aos empresários, que tanto estão sofrendo com essa ‘baderna’ que o país vive”, diz em nota.
Em outubro do ano passado, a Torke foi alvo de escândalos envolvendo empréstimos do Bando do Brasil no valor de 2,7 milhões de reais. O crédito, concedido por meio de uma linha subsidiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tinha como objetivo a compra de caminhões. A socialite, contudo, teria utilizado um excedente para aquisição de um porche para uso pessoal. Na ocasião, o presidente do BB era Aldemir Bendine, hoje número um da Petrobras. A operação vem sendo investigada pela Polícia Federal.

El País
Ana Carolina Cortez

Quase meio milhão de brasileiros estão sem plano de saúde

RIO — A crise econômica afetou a saúde, e quase meio milhão de brasileiros deixou de contar com a proteção de planos de assistência médica nos primeiros sete meses deste ano. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que o universo de 50,69 milhões de usuários registrado em janeiro foi encolhendo mês a mês e chegou em julho a 50,19 milhões. A queda inverte a curva de crescimento do setor nos últimos anos e acompanha o aumento do desemprego, sobretudo no mercado formal. Das 492 mil pessoas que ficaram sem plano ou seguro-saúde, a grande maioria tinha plano empresarial, aquele pago pelas companhias para seus funcionários.
O movimento é percebido pelas operadoras, que consideram, porém, se tratar mais de uma desaceleração.
— O mercado de saúde suplementar tem registrado um avanço mais lento da base de beneficiários. Claro que uma das razões é o menor volume de contratação de planos empresariais, resultado da redução da atividade econômica. Mas a preocupação com a saúde faz com que as famílias mantenham os planos e seguros de saúde mesmo após episódios de desemprego ou queda de remuneração — pondera Marcio Coriolano, presidente da FenaSaúde, entidade que representa 24 seguradoras de saúde.
 
FALTAM PLANOS INDIVIDUAIS
Mas, mesmo quando um trabalhador que ficou desempregado ou se aposentou faz um esforço para pagar um plano por conta própria, ele encontra obstáculo: contratar um plano individual é missão quase impossível. Hoje, menos de 20% dos segurados contam com essa modalidade (veja o infográfico com os tipos de plano de saúde).
— A oferta de planos individuais é quase inexistente, e o que existe é monopolizado por poucas empresas, que cobram caro pelo serviço — avalia Joana Cruz, advogada especialista em Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Uma pesquisa realizada pelo Idec nas 27 capitais, no fim do primeiro semestre deste ano, identificou que em cinco delas (Belo Horizonte, Salvador, Macapá, São Luís e Vitória) o consumidor não tem qualquer opção de plano individual com cobertura completa (ambulatorial, hospitalar e obstetrícia). Em outras 11 capitais (Rio Branco, Maceió, Manaus, Salvador, Goiânia, Campo Grande, Cuiabá, Belém, Boa Vista, Porto Alegre e Florianópolis), somente uma operadora — a Unimed — oferecia o serviço.
— O agravante é que, quando o consumidor encontra essa opção, pesa demais no bolso. A mensalidade inicial média de um plano com abrangência nacional para um usuário na faixa dos 30 anos compromete 40% de sua renda média. Diante disso, ou a pessoa opta por pagar, ou usa particular quando precisa ou vai parar no SUS (Sistema Único de Saúde) — complementa Joana.
No Rio, a oferta também é escassa. Levantamento feito pelo GLOBO na última quinta-feira com as dez operadoras com o maior número de beneficiários da cidade — 70% dos clientes da capital — mostra que apenas três vendem planos individuais (Unimed-Rio, Assim e Grupo Cemeru). Para uma mulher de 45 anos, as mensalidades variaram entre R$ 454,29 e R$ 721,48. Amil, Bradesco Saúde, Golden Cross, Sul América Seguros, Memorial Saúde e Central Nacional Unimed não trabalham com a modalidade. As repórteres não conseguiram contato com a Notre Dame Intermédica, que está entre as dez maiores.
Foi por causa dessa dificuldade que o microempresário Ricardo Bahouth Kimaid se esforçou para manter o seguro-saúde da Sul América na categoria empresarial, que paga há cerca de dez anos. O contrato cobria três pessoas — ele, um dependente e uma funcionária. O problema é que, após a aposentadoria da empregada, ele ficou com apenas duas pessoas no plano, número insuficiente para caracterizar a modalidade empresarial. Kimaid descobriu, então, que a operadora não vendia planos individuais.
— Se, após pagar por quase dez anos o plano de saúde como empresa, ela for diluída, eu fico descoberto, pois não há plano individual. Essa é mais uma das covardias que cometem com o cidadão, refém da inoperância e indiferença de nossos governantes. Isso porque, nos planos individuais, os aumentos giram em torno da inflação do período, já nos coletivos, o reajuste, que é livre, tem ficado muito maior, em torno dos 17% — reclama.
A SulAmérica informou que, por estratégia, não vende planos individuais desde 2004.
Segundo a advogada especialista na área de saúde Renata Vilhena, para as operadoras não é vantajoso trabalhar com planos individuais porque, ao contrário do que acontece nas modalidades coletivas, o reajuste é regulado pela ANS, que determina o percentual máximo de aumento. Este ano, foi de 13,55%, o maior da última década. Além disso, por ser um produto caro, em geral, quem paga os planos individuais são idosos ou pessoas com doenças crônicas, que usam muito os serviços, ou seja, custam caro para as operadoras.
— O mercado suspendeu a venda de planos individuais para driblar a proteção legal e poder cobrar uma mensalidade maior. Além disso, manter a venda dessa modalidade de plano leva as operadoras a incorporarem em sua carteira grupos de risco, como pessoas idosas, que estão amparadas pelo rigor do limite dos reajustes e que usariam mais os serviços — diz a advogada.

Agencia o Globo

O que os juristas que redigiram impeachment de Collor pensam sobre Dilma?

Unidos em 1992, quando redigiram em conjunto uma petição que acabou levando ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, advogados e juristas que há 23 anos tinham o mesmo objetivo, hoje se encontram em lados opostos, divididos entre o apoio e a rejeição ao pedido de impedimento de Dilma Rousseff.
A BBC Brasil conversou com seis deles - três favoráveis e três contrários ao impeachment - sobre a crise atual e eventuais paralelos com o fim do governo Collor.
Miguel Reale Jr., ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), assinou um dos pedidos de impeachment de Dilma e diz que a presidente foi "omissa" diante da corrupção.
Outro jurista pró-impeachment, Flávio Bierrenbach afirma que a gestão Dilma se tornou "ilegítima". Em agosto, o ex-ministro do Superior Tribunal Militar leu um manifesto pela renúncia da presidente durante almoço de ex-alunos da Faculdade de Direito da USP.
O advogado e professor de direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) René Ariel Dotti aponta a existência de um "crescente sentimento nacional de reprovação do governo federal".
Do outro lado do espectro, outros três juristas do grupo de 1992 se dizem contrários ao impeachment e já atuam nos preparativos da defesa de Dilma.
Celso Antônio Bandeira de Mello, professor da Faculdade de Direito da PUC-SP, assinou um parecer solicitado pela defesa da presidente e diz que "tudo isso é apenas uma agitação sem base jurídica”.
Co-autor do parecer, Fábio Konder Comparato, professor emérito da USP, diz que o cenário de hoje é "totalmente diferente" do de 1992. Na mesma linha segue Dalmo Dallari, também professor emérito da USP. "Podem ter até havido irregularidades formais, mas não configuram crime de responsabilidade", diz.
Confira os principais trechos das entrevistas dos juristas à BBC Brasil:
Miguel Reale Jr., ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)
 Corporation 2015 "Todos os pontos do pedido de impeachment são fortes", diz Reale Jr.
"As diferenças entre o momento atual e o impeachment de 1992 são totais, mas embora agora estejamos num momento completamente diverso, as denúncias também são gravíssimas. Não estaríamos na situação econômica em que estamos se não fossem as pedaladas fiscais (manobras contábeis com recursos de bancos federais) e a omissão da presidente com relação à corrupção.
Todos os pontos do pedido de impeachment são igualmente fortes. Os decretos, os empréstimos junto às instituições financeiras, a omissão dolosa em deixar permanecerem os diretores da Petrobras cujas atitudes a presidente não poderia deixar de conhecer, e o fato de a presidente não ter submetido seus subordinados à apuração de ilicitudes.
E sobre as eventuais pedaladas de 2015, são fatos idênticos aos de 2014, ou seja, decretos editados sem autorização legal, o que mostra a continuidade do problema. Mas de agora em diante tudo depende da política."
Flávio Flores da Cunha Bierrenbach, ex-ministro do Superior Tribunal Militar
Corporation 2015 Dilma "perdeu legitimidade por aliar-se a uma corrupção que vinha de muito tempo", afirma ex-ministro do STM
"Comparando com a situação em 1992, sem dúvida o momento é outro, mas os pressupostos políticos e jurídicos são iguais, e as coisas estão ficando cada vez mais graves. A situação do Brasil está se agravando dia a dia, talvez hora a hora. Eu estou do mesmo lado, da defesa da democracia, e eu acho que tem que perguntar para os outros advogados que redigiram o pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello por que mudaram de opinião.
O que se discute não é a honra da presidente, é a honra do governo dela, e para mim um governo que se torna ilegítimo pelas suas ações tem que ser julgado por quem pode julgá-lo.
Ela conquistou o seu mandato numa eleição legítima, mas perdeu a legitimidade ao longo de poucos meses por aliar-se a uma corrupção que vinha de muito tempo e só foi descoberta agora. Sobre o que deve acontecer daqui para frente, eu acho que a ilegitimidade do governo hoje pode ser a ilegitimidade do Congresso amanhã se o Congresso faltar com a sua responsabilidade."
René Ariel Dotti, advogado e professor de direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Corporation 2015 "Crimes praticados para manter a hegemonia hoje são muito mais graves do que os de Collor", sustenta René Dotti
"Em 1992 havia unanimidade nacional pelo impeachment, sobretudo em função do confisco da poupança, que trouxe uma repulsa, além das acusações de corrupção. Hoje é diferente porque a percepção da crise econômica não é partilhada por toda a população. Por outro lado, eu acho que os crimes praticados para manter a hegemonia e uma forma de governo hoje são muito mais graves do que os ocorridos na época do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
O atual pedido de impeachment tem toda razão de ser, e as críticas a ele são totalmente infundadas, não procedem. A petição do Miguel Reale Jr. e do Hélio Bicudo está muito bem fundamentada, e sobre a questão de responsabilidade por irregularidades ocorridas num mandato anterior, há precedentes no Supremo Tribunal Federal.
De qualquer maneira, sou favorável ao impeachment e creio que para que isso vá adiante basta a existência de crimes, como os fatos demonstram, um Congresso propenso a reconhecer estes crimes, e um apoio nacional. Já está se formando uma consciência coletiva, um sentimento nacional de reprovação do governo federal."
Dalmo Dallari, professor emérito da USP
Corporation 2015 Em defesa de Dilma, Dalmo Dallari afirma que "elites tradicionais não se conformaram com a valorização dos direitos sociais"
"Estamos numa situação muito diferente da de 1992, porque até agora não se fez qualquer comprovação de um envolvimento pessoal da presidente em atos de corrupção. Podem ter havido até irregularidades formais, administrativas, mas não configuram o crime de responsabilidade, e ao contrário do que ocorreu há 23 anos, o impeachment agora seria tremendamente prejudicial ao país. Haveria muitos prejuízos, sem trazer nenhuma vantagem.
Na verdade o que existe é um caos político total. Ao mesmo tempo em que um partido faz um acordo com a presidente, no Parlamento tem uma posição oposta. Nós estamos num momento de caos, e, naturalmente, de muito oportunismo. Quanto ao pedido de impeachment, não existe nenhuma consistência jurídica.
A Constituição é expressa quando diz que o presidente só pode ser responsável por atos da sua gestão atual. Eu creio que até agora as elites tradicionais não se conformaram com a valorização dos direitos sociais. Esses grupos se acham prejudicados com a destinação de recursos públicos para promoção desses direitos, e eles não toleram isso, acham que isso prejudica seus interesses."
Fábio Konder Comparato, professor emérito da USP
Corporation 2015 "O cenário é totalmente diferente, e agora não há nenhum apoio legal para o impeachment", defende Fábio Konder Comparato
"O cenário é totalmente diferente, sendo que agora não existe nenhum apoio legal para o impeachment, e vejo dois pontos importantes. O primeiro é que o impeachment é a perda de um mandato que foi dado pelo povo. O povo dá o mandato com um prazo determinado, e portanto os fatos sobre os quais se fundam o pedido de impeachment têm que ocorrer durante o transcurso daquele mandato cujo rompimento se pede.
No caso da Dilma, como os advogados quiseram avançar o sinal para criar alguma emoção, eles pediram o impeachment com base em fatos ocorridos durante o primeiro mandato. Quando foram advertidos disso, eles acharam que era melhor fazer um outro pedido, acrescentando mais uma circunstância, e disseram que a presidente continua a fazer as tais pedaladas em 2015.
Mas se as normas que regulam as finanças públicas não foram observadas, como dizem os críticos, em primeiro lugar isso só pode ser examinado pelo Tribunal de Contas da União no ano que vem, porque o tribunal examina contas de um exercício financeiro terminado. Se o TCU no ano que vem entender que houve infração às normas que regem as contas orçamentárias da presidente, este fato vai ser, aí sim, levado ao conhecimento da Câmara dos Deputados, que terá que aceitar a denúncia por dois terços dos votos. Isso tudo leva tempo."
Celso Antônio Bandeira de Mello, professor da Faculdade de Direito da PUC-SP
 Corporation 2015 "Não há uma única pessoa em condições de apontar uma corrupção, por pequena que seja, da presidenta", afirma Celso Antônio Bandeira de Mello
"A situação é muito diferente. Há 23 anos era uma coisa grave, e o país inteiro via a corrupção. Agora, não há uma única pessoa em condições de apontar uma corrupção, por pequena que seja, da presidenta. A presidenta é uma mulher inatacável, tanto que as pessoas falam sempre em outras coisas, mas nunca falam em desmando dela, porque dela não tem.
Juridicamente, toda a questão é ridícula e infundada, e eu pessoalmente não vejo nada de sério nisso. Eu diria que tudo isso é apenas uma agitação sem nenhuma base jurídica, e é algo que pode prosperar no Legislativo, mas num ambiente de gente qualificada, como no STF, não tem chance de ir adiante. Só se o Brasil estivesse num estado de catástrofe.
Já o pedido de impeachment é inconsistente, uma grande bobagem. Eles alegaram essa questão do orçamento, mas isso é ridículo. Em primeiro lugar o TCU tem a função de auxiliar o Legislativo na apreciação das contas, uma função apenas auxiliar, sendo o Legislativo quem aprova ou rejeita as contas. E sobre o clima no país, eu diria que a grande imprensa tem muita responsabilidade. Se todo dia você disser que há uma crise, como é que o empresariado vai investir? A mídia criou esse clima, e eu considero que a grande imprensa brasileira não merece a mais insignificante confiança."
 
BBC Brasil

domingo, 18 de outubro de 2015

Centenário de Grande Otelo é celebrado neste domingo

18/10/2015 08h43 - Atualizado em 18/10/2015 08h43

Uberlandense alcançou expressão internacional e faleceu em 1993.
Cidade natal do artista prepara programação comemorativa.

O artista uberlandense Grande Otelo, pseudônimo de Sebastião Bernardes de Souza Prata, completaria 100 anos neste domingo (18). O G1 conversou com um historiador e com um produtor cultural para relembrar a trajetória do artista, falecido há mais de 20 anos e que marcou presença no Brasil e no mundo. A reportagem ainda falou com o secretário de Cultura sobre as comemorações e o teatro Grande Otelo, em Uberlândia.
Sebastião Bernardes nasceu em 18 de outubro de 1915. Ele foi ator, comediante, cantor, escritor, compositor e poeta. Na década de 1920, participou da Companhia Negra de Revistas, que tinha Pixinguinha como maestro. Já em 1932, entrou para a Companhia Jardel Jércolis, um dos pioneiros do teatro de revista. Foi nessa década que ganhou o nome Grande Otelo, como ficou conhecido.
Ele ainda fez inúmeras parcerias no cinema, sendo a mais conhecida com Oscarito. Também trabalhou no humorístico "Escolinha do Professor Raimundo", da Rede Globo, no início dos anos 1990. O último trabalho foi uma participação na telenovela "Renascer", pouco antes de morrer de um ataque de coração, em 1993. O artista deixou cinco filhos. Um deles é o também ator José Prata.
Para o jornalista e produtor cultural Carlos Guimarães Coelho, Grande Otelo significa muito para a cidade e toda a região. "Ele trafegou por todas as áreas e teve uma grande repercussão internacional, talvez a maior depois de Carmen Miranda. Apesar de não ter enriquecido com o trabalho, atuou muito na vida e construiu uma carreira impressionante", destacou.
Mesmo com toda a fama, Guimarães critica o fato da história de Grande Otelo não ter sido resgatada pela cidade. "Se fizermos uma enquete, acredito que a maioria da população local nem deve saber que Grande Otelo é de Uberlândia. Vejo gente querendo usar o nome dele para projetos, nem sempre culturais, até mesmo sem pagar os direitos de imagem, que, por direito, pertencem aos filhos dele. Já estamos no final do ano do centenário do artista e a única coisa feita até agora foi um calendário, mais nada. O fato é que um artista da envergadura de Grande Otelo merecia não somente mais presença na cidade como também ser fonte de pesquisa e inspiração para os artistas que vieram depois", explicou.
Guimarães acrescentou que, em 2014, chegou a formatar um projeto para a Secretaria de Cultura, com várias ações em celebração ao centenário do artista. Até uma estátua em tamanho natural estava prevista, mas nada saiu do papel. O produtor cultural citou ainda que soube de uma atriz, também admiradora de Grande Otelo, que formatou e reformatou a ideia para as leis de incentivo à cultura, fez vários contatos e nada aconteceu.

O historiador Tadeu Pereira Santos estuda o artista desde 2011 e atualmente faz doutorado embasado em Grande Otelo. O pesquisador tem um acervo de mais de 400 revistas, filmes, discos e revistinhas em quadrinho que cita o uberlandense. "A princípio comecei a estudar a questão do racismo ligada ao artista e, ao longo das pesquisas, fui fazendo recortes da infância, da cidade e das formações de Sebastião Bernardes. Também apurei conflitos e desacordes da vida dele", afirmou.
Santos fez questão de citar que, para a história, este não é o ano do centenário de Grande Otelo e sim de Sebastião Bernardes, pois o personagem só se consolidou em 1935. Para ele, Grande Otelo é um produto cultural. "Foi uma forma que encontraram de comercializar uma arte. Um 'produto' que se faz aceitável e vendável. Existe um Sebastião que precisa ser resgatado. Eu estudo justamente isso, a criança, o adolescente, o político e o religioso que foi Sebastião", ressaltou.
Comemorações
Em homenagem ao centenário do artista, haverá neste domingo uma festa no Terreirão do Samba, em Uberlândia, a partir das 14h. O grupo de pagode Serelepe fará show no local a partir das 18h.

Segundo o secretário de Cultura, Gilberto Neves, as demais comemorações do ano do centenário serão em novembro, quando também se celebra o Dia da Consciência Negra. “Vamos fazer um evento musical no Teatro Municipal no dia 15 de novembro. Também estamos tentando transferir o Prêmio Grande Oleto, que foi aprovado em lei e passa a valer em 2016, para ser entregue também este ano. O prêmio valoriza artistas da nossa terra”, contou.
Neves ressaltou que no teatro também vai haver atividades artísticas e mostra de filmes do Grande Otelo. “Nós estamos fazendo toda a programação e a intenção é incluir uma exposição artística. Não podemos deixar a data passar em branco. Grande Otelo é muito importante para Uberlândia”, afirmou.
O secretário acrescentou que as comemorações também serão feitas em outras secretarias, como a de Educação. Segundo ele, haverá um seminário para discutir o centenário de Grande Otelo. O evento será realizado durante a Feira Literária da cidade, que ocorre de 15 a 20 de novembro. "Grande Otelo se tornou referência no Brasil e no mundo e, por ser de Uberlândia, mostra valores culturais significativos. É uma pessoa da comunidade negra, pobre e que chegou ao estrelato mundial. Ele superou muita coisa e precisamos comemorar esses 100 anos", destacou.

Teatro Grande Otelo A restauração e reativação do Teatro Grande Otelo fazem parte do programa de governo do atual prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado (PT). Contudo, o prédio foi interditado judicialmente e, na mesma ação civil pública representada pelo Ministério Público Estadual (MPE) em 2011, foi pedido que a arquitetura fosse preservada e o prédio tombado como patrimônio histórico.
Em abril deste ano, o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública, João Ecyr Mota Ferreira, julgou procedentes os pedidos do Ministério Público Estadual (MPE) e determinou o tombamento do Teatro Grande Otelo, em Uberlândia, além da restauração do imóvel. Desativado, o teatro se encontra com aspecto abandonado e apresenta pichações nas paredes.
O secretário de Cultura disse que o Município está em processo de captação de recursos para iniciar as obras no local. Ele afirmou que o governo de Minas se propôs a ajudar. "Fizemos um projeto que vai custar de R$ 6 milhões a 8 milhões. É um projeto de captação na Lei Rouanet. Por meio do governo Pimentel, uma empresa estatal topou entrar no financiamento. Agora é aguardar definições e o apoio para o dinheiro necessário", concluiu.

Fernanda Resende
Do G1 Triângulo Mineiro

Funcionários da Vale no Pará ganham ação contra Investvale


terça-feira, 22 de setembro de 2015


A juíza Maria Cristina de Brito Lima, da 6a Vara Empresarial da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, deu ganho de causa à ação milionária movida pela Associação dos Trabalhadores do Estado do Pará Lesados pelo Investvale (Atepli) contra o Clube de Investimentos da Vale (Investvale). A Investvale foi constituída para comprar e administrar as ações ofertadas aos trabalhadores ativos e inativos da antiga Companhia Vale do Rio Doce, durante os preparativos à privatização, em 1994. 

Os administradores do clube são acusados de omitir informações aos associados, incentivar a comercialização das cotas em valores reduzidos, entre os próprios cotistas, além de mediar essa comercialização gerando prejuízo aos trabalhadores. A sentença condenatória foi prolatada no último dia dois de setembro. A decisão judicial será tema de entrevista coletiva à imprensa, nesta quarta-feira, 23, às 10 horas da manhã, no Centro Empresarial Bolonha, que fica na Av. Governador José Malcher, 168, 4o andar, sala 418. Os entrevistados serão o presidente da Atepli, Manoel Maria Paiva, e o advogado João Victor Geraldo, do escritório João José Geraldo Advogados e Consultoria S.S. A Investvale não tem nenhuma relação com a mineradora Vale.

Os cotistas lesados pelo clube, oriundos de vários estados brasileiros, movem ações contra os administradores da entidade em busca da reparação dos prejuízos sofridos. No Pará, a ação da ATEPLI beneficia todos os associados da Investvale no estado, reunindo 2.897 associados, atualmente. A associação é presidida por Manoel Maria Paiva, com sede no município de Barcarena. A ação foi ajuizada por meio do escritório de advocacia com sede em Belém e Barcarena.

Na sentença, os administradores da Investvale, Francisco Valares Póvoa e Otto de Souza Marques Júnior, foram condenados a pagar a diferença entre o valor em que as cotas calculado com base nas regras definidas pelo estatuto do clube e o valor pelo qual foram efetivamente resgatadas, transferidas ou vendidas pelos sócios da Investvale entre março de 1997 e 17 de dezembro de 2002. Ainda, de pagar a diferença entre o valor de mercado da cota no dia subsequente ao que foram desbloqueadas e o valor pelo qual os sócios delas se desfizeram, entre 17 de dezembro de 2002 e novembro de 2003.

A juíza também determinou que os administradores do Investvale apresentem o relatório diário de apuração do valor das cotas e todos os documentos relativos às operações e às cotas realizadas pelo clube. Ordenou, ainda, o pagamento de danos morais no valor de R$ 5 mil por associado prejudicado, bem como condenou os réus ao pagamento dos honorários advocatícios no percentual de 20%. Devendo sobre os valores anunciados na sentença incidir a correção monetária e os juros de 1% ao mês a cantar do desembolso.

O advogado João Victor Geraldo explica que as cotas foram comercializadas por valores irrisórios, na época, e estão valendo hoje cerca de R$ 900 cada. Os valores das indenizações relativas à diferença à menor paga pelas cotas ainda serão calculados. Somente a somatória das indenizações por danos morais chega a R$ 14 milhões entre o número atual de associados da Atepli.

Entenda o caso - No ano de 1994, foram oferecidas 626 cotas a cada funcionário da Vale pelo valor de R$ 1, exceto no caso dos funcionários da Albrás e da Alunorte, as cotas foram de 313 apesar do valor pago pelas cotas ter sido o mesmo. Entre os anos de 1995 e 1997 foram inscritos no Investvale cerca de 35 mil cotistas.

O Investvale foi criado em 28 de dezembro de 1994. Em 1997, o clube contraiu o empréstimo de R$ 180 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) para que os empregados pudessem comprar as ações ofertadas. Foram caucionadas 9.995.369 ações Vale ON (Ordinárias Nominativas) em garantia ao pagamento dessa dívida. As cotas somente poderiam ser negociadas no mercado de capitais ou bolsa de valores após julho de 2009, quando estava prevista a quitação do empréstimo.

Porém, o clube conseguiu antecipar a quitação junto ao banco, possibilitando a negociação das quotas na bolsa de valores por um preço elevado, sem o conhecimento e a anuência dos cotistas. Com isso, o Investvale conseguiu ocultar o verdadeiro valor das cotas aos associados, causando danos. A maioria dos cotistas não quis esperar 12 anos para poder negociar as cotas no mercado financeiro, e passou a fazê-lo no mercado interno, ou seja, entre os próprios cotistas. O clube passou a mediar essas relações entre os cotistas, revendendo pelo preço maior do que o inicial, sem que os valores das operações fossem informados aos vendedores e compradores.

Ainda, o Investvale, através dos administradores, fez alterações estatutárias ilegais; fez assembleia geral extraordinária além do prazo de 30 dias fixado em Lei Societária; criou o pagamento de jetons de R$ 2,5 mil a um diretor; e instituiu a taxa de liquidez que garantiu o repasse em dinheiro de R$ 40 milhões aos administradores no caso de anteciparem o pagamento do empréstimo junto ao banco, o que ocorreu em 2003 com a venda das quotas ao próprio BNDES.

Entretanto, às vésperas de fechar a operação com o BNDES, os diretores do Investvale incentivaram milhares de cotistas a venderem no mercado interno. Os valores das cotas foram erroneamente informados aos cotistas, garantindo lucro aos diretores que adquiriram as cotas, tornando-se os maiores cotistas do Investvale.

Entre as ilicitudes praticadas na época pelos dirigentes do Investvale, estão a omissão de informação aos cotistas, acesso a informação privilegiada, quebra de confiança e boa-fé, má administração e apropriação indevida de valores dos cotistas, sem falar no tratamento desigual em relação aos funcionários da Albrás e da Alunorte, em Barcarena, que receberam apenas 313 cotas, em lugar das 626 repassadas aos trabalhadores de outras subsidiárias da Vale, apesar de terem pago o mesmo valor de R$ 1 pela aquisição do conjunto de cotas. Texto: Enize Vidigal

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Apenas 54% dos jovens concluem o ensino médio até 19 anos, diz estudo


08/12/2014 00h00 - Atualizado em 08/12/2014 00h00
Paulo Guilherme Do G1, em São Paulo

Índice tem crescimento abaixo do esperado, segundo Todos pela Educação.
Presidente do Inep diz que educação básica no Brasil 'está melhorando'.


Considerado o grande "gargalo" da educação brasileira, o ensino médio é cursado até o seu final por apenas 54,3% dos jovens até 19 anos, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira (8) pela ONG Todos pela Educação. O levantamento foi feito com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2013, divulgada em setembro.

Apesar de apresentar uma melhora em relação aos últimos anos, quando o índice observado para os jovens no ensino médio foi de 46,6% em 2007, 51,6% em 2009 e 53,4% em 2011, os números revelam as dificuldades que o país encontra para fazer com que os jovens concluam o ensino médio na idade certa.

Segundo o Todos pela Educação, o indicador é calculado anualmente com base nos dados da Pnad. Em 2010, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou o Censo Demográfico, a Pnad não foi realizada. Por causa da diferença metodológica (os dados do Censo são censitários, e a Pnad é amostral), o levantamento do Todos pela Educação não divulga os resultados refentes ao ano de 2010.

O levantamento divulgado nesta segunda mostra que taxa atual ainda está longe do plano de metas estabelecido pelo Todos pela Educação para 2022. Para cumprir a meta, nos próximos nove anos, a taxa de jovens de 19 anos com ensino médio completo suba para 90%. Já a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE) é chegar a 2022 com 85% dos alunos de 15 a 17 anos matriculados no ensino médio.

Alejandra Meraz Velasco, coordenadora-geral do Todos pela Educação, diz que depois de 2009 esperava-se um crescimento mais acelerado, o que não vem ocorrendo. "Nesse ritmo de crescimento do ensino fundamental e na estagnação do ensino médio, não vamos alcançar a meta do PNE. A situação é procupante."

José Francisco Soares, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), afirmou ao G1 que "a educação básica não está parada, está melhorando". "O Brasil teve despertar tardio para a educação. A tarefa que temos pela frente é muito grande. Estamos caminhando, mas temos muito o que caminhar. Vamos caminhar no ritmo do Plano Nacional da Educação."

Ele lembra que, em 2007, este índice era de 46,6%, e que os números de 2013 representam uma melhora considerável. "O ensino médio tem atualmente 8 milhões de alunos. O sistema de educação teve um fluxo enorme, está se adaptando para atender a esses alunos."

O estudo mostra ainda que 19,6% dos jovens de 15 a 17 anos estão ainda no ensino fundamental, 15,7% não estudam e não concluíram o ensino médio, e 5,9% não estudam mas já terminaram o ensino médio.

No ensino fundamental, a taxa de conclusão até os 16 anos foi de 71,7%. O estudo apontou ainda diferença de aproximadamente 20 pontos percentuais entre as taxas de jovens declarados brancos que concluíram o ensino fundamental aos 16 anos (81%) e o ensino médio aos 19 anos (65,2%), e aqueles que se declaram negros (60% e 45%, respectivamente).

Em relação à renda, entre os 25% mais ricos, 83,3% terminam o ensino médio. Já entre os 25% mais pobres, este índice cai para 32,4%.

"As desigualdades na educação são apenas uma das feições da desigualdade da sociedade", diz Soares. "Algumas desigualdades tiveram uma queda enorme. Hoje não temos mais desigualdades de gênero e de acesso à escola."

Globo.com

Intelectuais lançam manifesto contra o impeachment de Dilma

“O processo de impeachment sem embasamento legal rigoroso de um governo eleito democraticamente causaria um dano irreparável à nossa reputação internacional e contribuiria para reforçar as forças mais conservadoras do campo internacional”, diz o documento, assinado por nomes como Paulo Sérgio Pinheiro (ex-ministro de FHC), Antonio Candido, André Singer e Marilena Chauí

Por Redação
Nesta sexta-feira (16), um encontro entre intelectuais, promovido pelo Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, discutirá as tentativas de impedimento em curso contra Dilma Rousseff. São da coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo.
Na reunião, será lançado um manifesto contrário à “aventura do impeachment”, que, segundo o documento, sem “embasamento legal rigoroso de um governo eleito democraticamente causaria um dano irreparável à nossa reputação internacional e contribuiria para reforçar as forças mais conservadoras do campo internacional.”
Confira, abaixo, a íntegra do manifesto:
A sociedade brasileira precisa reinventar a esperança
 A proposta de impeachment implica sérios riscos à constitucionalidade democrática consolidada nos últimos 30 anos no Brasil. Representaria uma violação do princípio do Estado de Direito e da democracia representativa, declarado logo no art.1o. da Constituição Federal.
Na verdade, procura-se um pretexto para interromper o mandato da Presidente da República, sem qualquer base jurídica para tanto. O instrumento do impeachment não pode ser usado para se estabelecer um “pseudoparlamentarismo”. Goste-se ou não, o regime vigente, aprovado pela maioria do povo brasileiro, é o presidencialista. São as regras do presidencialismo que precisam vigorar por completo.
Impeachment foi feito para punir governantes que efetivamente cometeram crimes. A presidente Dilma Rousseff não cometeu qualquer crime. Impeachment é instrumento grave para proteger a democracia, não pode ser usado para ameaçá-la.
A democracia tem funcionado de maneira plena: prevalece a total liberdade de expressão e de reunião, sem nenhuma censura, todas as instituições de controle do governo e do Estado atuam sem qualquer ingerência do Executivo.
É isso que está em jogo na aventura do impeachment. Caso vitoriosa, abriria um período de vale tudo, em que já não estaria assegurado o fundamento do jogo democrático: respeito às regras de alternância no poder por meio de eleições livres e diretas.
Seria extraordinário retrocesso dentro do processo de consolidação da democracia representativa, que é certamente a principal conquista política que a sociedade brasileira construiu nos últimos trinta anos.
Os parlamentares brasileiros devem abandonar essa pretensão de remover presidente eleita sem que exista nenhuma prova direta, frontal de crime. O que vemos hoje é uma busca sôfrega de um fato ou de uma interpretação jurídica para justificar o impeachment. Esta busca incessante significa que não há nada claro. Como não se encontram fatos, busca-se agora interpretações jurídicas bizarras, nunca antes feitas neste país. Ora, não se faz impeachment com interpretações jurídicas inusitadas.
Nas últimas décadas, o Brasil atingiu um alto grau de visibilidade e respeito de outras nações assegurado por todas as administrações civis desde 1985. Graças a políticas de Estado realizadas com soberania e capacidade diplomática, na resolução pacifica dos conflitos, com participação intensa na comunidade internacional, na integração latino-americana, e na solidariedade efetiva com as populações que sofrem com guerras ou fome.
O processo de impeachment sem embasamento legal rigoroso de um governo eleito democraticamente causaria um dano irreparável à nossa reputação internacional e contribuiria para reforçar as forças mais conservadoras do campo internacional.
Não se trata de barrar um processo de impeachment, mas de aprofundar a consolidação democrática. Essa somente virá com a radicalização da democracia, a diminuição da violência, a derrota do racismo e dos preconceitos, na construção de uma sociedade onde todos tenham direito de se beneficiar com as riquezas produzidas no pais. A sociedade brasileira precisa reinventar a esperança.
Assinam, entre outros: Antonio Candido; Alfredo Bosi; Evaristo de Moraes Filho e Marco Luchesi, membros da Academia Brasileira de Letras; Andre Singer; o físico Rogério Cézar de Cerqueira Leite; Ecléa Bosi; Maria Herminia Tavares de Almeida; Silvia Caiuby; Emilia Viotti da Costa; Fabio Konder Comparato; Guilherme de Almeida, presidente Associação Nacional de Pós-Graduação em Direitos Humanos, ANDHEP; Maria Arminda do Nascimento Arruda; Gabriel Cohn; Amelia Cohn; Dalmo Dallari; Sueli Dallari; Fernando Morais; Marcio Pochman; Emir Sader; Walnice Galvão; José Luiz del Roio, membro do Fórum XXI e ex-senador da Itália; Luiz Felipe de Alencastro; Margarida Genevois e Marco Antônio Rodrigues Barbosa, ex-presidentes da Comissão Justiça e Paz de São Paulo; os cientistas políticos Cláudio Couto e Fernando Abrucio; Regina Morel; o biofísico Carlos Morel; Luiz Curi; Isabel Lustosa; José Sérgio Leite Lopes; Maria Victoria Benevides, da Faculdade de Educação da USP; Pedro Dallari; Marilena Chaui; Roberto Amaral e Paulo Sérgio Pinheiro
*Com informações dos Jornalistas Livres
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

iG

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Fitch corta rating do Brasil para "BBB-" e diz que grau de investimento corre risco

A agência de classificação de risco Fitch cortou nesta quinta-feira a nota de crédito do Brasil, ainda mantendo o selo internacional de bom pagador, mas alertando que o país pode em breve perder essa chancela diante do cenário econômico e político conturbado.
A Fitch rebaixou o país de "BBB" para "BBB-", último degrau que garante o chamado grau de investimento. A agência manteve a perspectiva negativa no novo rating, como era esperado pelos agentes econômicos, sugerindo que outro corte é possível ao longo do próximo ano.
A agência listou a recessão mais profunda e a fraca situação do mercado de trabalho, reduzida popularidade da presidente Dilma Rousseff, tensões entre o governo e o Congresso Nacional, o alcance das investigações na Petrobras e riscos de impeachment presidencial como fatores que podem afetar a capacidade de melhorar as perspectivas fiscais e de crescimento do país.
"O difícil ambiente político está afetando o progresso da agenda legislativa do governo e criando reações negativas para a economia", informou a Fitch em nota assinada pela analista Shelly Shetty.
Já a perspectiva negativa, ainda segundo a Fitch, reflete a visão de que o mau desempenho econômico e fiscal deve persistir, enquanto a incerteza política deve continuar pesando sobre a confiança, atrasar a recuperação do investimento e do crescimento e aumentar os riscos para a consolidação fiscal a médio prazo necessária para a estabilização da dívida pública.
O país vive cenário de recessão econômica com inflação elevada, em meio à intensa crise política entre o Executivo e o Legislativo, que inclui dificuldades de votações no Congresso Nacional de medidas fiscais preparadas pelo governo.
O rebaixamento do país pela Fitch vem após a agência Standard & Poor's retirar o selo de bom pagador do Brasil em setembro, 10 dias após o governo prever inédito déficit primário na proposta orçamentária de 2016.
Em agosto, a Moody's rebaixou o rating do Brasil para "Baa3", última nota dentro da faixa considerada como grau de investimento, e ajustou a perspectiva da nota para "estável" ante "negativa".
Ou seja, o Brasil ainda possui o selo de bom pagador por duas das mais importantes agências de risco, algo tido por muitos investidores como condição para continuarem aplicando seus recursos no país
"A Fitch está nos dando algum tempo para que avancemos na direção dos ajustes necessários para o próximo ano... Se esse avanço não vier, podemos perder o grau de investimento no primeiro trimestre (de 2016)", afirmou o economista-chefe do banco Safra e ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall.
No mês passado o diretor-geral da Fitch, Rafael Guedes, havia destacado que "historicamente" a agência não corta rating em dois degraus de uma vez só, mas que pode tomar decisões em intervalos mais curtos que outras.
Na nota desta quinta-feira, a Fitch alertou que a performance econômica brasileira tem divergido de forma relevante da de outros países com a mesma classificação.
Uma fonte do governo avaliou, sob condição de anonimato, que a decisão não foi surpresa, mas que é fonte de preocupação. "O governo continua trabalhando para reequilibrar as contas fiscais e diminuir a incerteza política. Também esperamos que a decisão coloque mais pressão sobre o Congresso para aprovar o pacote fiscal", afirmou a fonte.
Falando a jornalistas, no entanto, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que o governo é o principal agente para melhorar o cenário e evitar mais rebaixamentos, e o que causa instabilidade política é o governo não ter base de apoio.

PROJEÇÕES
Buscando reequilibrar as contas, o governo anunciou corte drástico nas metas fiscais para este ano e os próximos, apresentando em seguida proposta orçamentária inédita com previsão de déficit primário no ano que vem.
A deterioração das contas, para a Fitch, é inevitável, projetando que a dívida do governo ficará perto de 70 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) até 2016 e continuará a subir em 2017.
Os mercados financeiros tiveram reação relativamente contida ao rebaixamento da Fitch nesta quinta-feira, uma vez que boa parte dos investidores já esperava a decisão.
"Algumas pessoas esperavam rebaixamento de dois degraus, embora eu acreditasse que isso não fosse realista... Mas a perspectiva negativa deve ser suficiente para deixar o mercado mais sensível nos próximos dias", afirmou o economista da 4Cast Pedro Tuesta.
(Por Walter Brandimarte e Camila Moreira; Reportagem adicional de Flavia Bohone e Bruno Federowski, em São Paulo, e Alonso Soto, em Brasília)

Reuters

Palácio de Versalhes nos Arredores da Bela París

 


"Dentro do Palácio, no Salão dos Espelhos, onde eram realizadas as festas reais"

A Galeria dos Espelhos é um salão de baile, com 72 m de comprimento e 17 espelhos enormes em um de seus lados. As pessoas podiam se admirar nos espelhos enquanto dançavam.   
Os espelhos também eram projetados para refletir a pintura do teto, que ilustrava e homenageava os primeiros anos do reinado de Luís 14. Do outro lado da sala, uma fileira de janelas se abria para os enormes jardins e o pôr do sol.
O Palácio de Versalhes é um castelo real localizado na cidade de Versalhes, atualmente um subúrbio de Paris. Desde 1682, quando Luís XIV se mudou de Paris, até a família Real ser forçada a voltar à capital em 1789, a Corte de Versalhes foi o centro do poder do Antigo Regime na França.

Labrador ajuda casal inglês a dobrar prêmio de loteria


Um casal britânico ganhou 300 mil euros (R$1,3 milhão) após conseguir dobrar o valor do prêmio que ganhou em uma loteria - graças à ajuda de seu labrador.
Pouco depois de Jane e Alan Slater terem seus números sorteados na Euromillions, em 29 de setembro, a cadela Ruby os ajudou a encontrar um segundo bilhete com a mesma numeração que estava esquecido em seu carro.
O segundo bilhete estava dentro de um catálogo e foi achado quando Ruby pulou dentro do automóvel da família para dar um passeio. Cada um dos tíquetes conferiu 150 mil euros aos Slater.
"Demos uma bela caminhada, conversando sobre o incrível início de semana e da sorte que havíamos tido ao ganhar na loteria", diz Jane, que trabalha como assistente em um hospital.
"Quando fomos ao carro para voltar para casa, Ruby pulou no banco de trás e fez cair um papel que estava dentro de um catálogo, que flutuou diante dos meus olhos até parar em meus pés. Foi como se tudo estivesse em câmera lenta, como se alguém quisesse me dar um aviso."
A descoberta ocorreu no mesmo dia do segundo aniversário da cadela.
"Começamos a chorar de alegria quando vimos que o segundo bilhete também era premiado. Tudo aconteceu de uma forma mágica", diz Alan.
Jane conta que havia comprado bilhetes para vários sorteios. Mas seu marido também comprou um bilhete para o sorteio do dia 29 de setembro sem saber que ela já havia feito isso.
A sequência vencedora - 11, 14, 26, 29, 49 e a estrela da sorte nº3 - é usada pelo casal em bilhetes de loteria há 20 anos.
Alan, gerente de relações com clientes de 65 anos, diz que, com o prêmio, ele poderá se aposentar alguns meses antes do previsto.

BBC Brasil

Professor Europeu visita Blogueiro

 

O Prof. Dr. Jean-Christophe Merle, que leciona Filosofia na Universidade de Vechta-Alemanha, visitou este Blogueiro, no fim de semana passado.
Durante almoço oferecido ao Professor, o Blogueiro e o Docente conversaram sobre temas diversos, incluídas questões referentes à crise brasileira e à chegada dos refugiados na Europa.

Abaixo, foto que registra o encontro, tirada na casa do Blogueiro, após o almoço.


Infectologista indica 10 ocasiões essenciais para lavar as mãos

No próximo dia 15 de outubro, quinta-feira, é comemorado o Dia Mundial de Lavar as Mãos. A infectologista pediátrica, Fabianne Carlesse, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), esclarece que, embora simples, o gesto de higienizar as mãos pode prevenir diversas doenças, principalmente pacientes com câncer, que possuem o sistema imunológico debilitado devido ao tratamento, o que torna o risco de adquirir infecção maior nessa parcela da população.
Segundo a infectologista, vírus, fungos e bactérias estão em toda parte. “Ao longo do dia tocamos em objetos que contêm inúmeros microrganismos e podem passar para as nossas mãos. No momento em que tocamos os olhos, nariz, boca e mesmo a comida eles conseguem entrar em nosso corpo e causar infecções e doenças como a gripe, por exemplo”.
Ainda de acordo com Fabianne, higienizar as mãos é extremamente importante para pacientes com câncer porque o tratamento quimioterápico reduz as defesas do organismo.“Os microrganismos se tornam muito mais perigosos do que realmente são. Então, medidas simples previnem infecções que teriam grande impacto na sobrevida destas pessoas. É necessário que haja uma conscientização da importância da higienização das mãos também entre os familiares dos pacientes e profissionais de saúde”.
A higienização das mãos foi consagrada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das seis metas de segurança do paciente. A prática tem como objetivo a remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e da flora da pele, interrompendo assim a transmissão de infecções veiculadas ao contato.

Aprenda quando higienizar as mãos:

1 - Sempre que chegar da rua e quando suas mãos estiverem visivelmente sujas
2 - Antes de preparar as refeições
3 - Após usar o banheiro, trocar de fraldas ou levar crianças ao banheiro
4 - Antes e após cuidar de crianças que estão doentes
5 - Após assoar o nariz, tossir ou espirrar
6 - Após brincar com animais de estimação
7 - Após mexer no lixo, jardim ou limpar a casa
8 - Antes e após o cuidado de feridas
9 - Antes e após administrar medicações
10 - Após mexer ou lidar com dinheiro

Conheça 10 medidas especiais de higiene que os pacientes oncológicos devem manter para evitar doenças que ocorrem por contato direto: 
  
1 - Higienização adequada das mãos
2 - Higienização adequada dos alimentos a serem ingeridos
3 - Manter unhas limpas e curtas
4 - Evitar levar objetos a boca
5 – Pais de crianças pequenas devem ter atenção especial ao cuidado e esterilização de mamadeiras e chupetas
6 - Não compartilhar objetos que não podem ser higienizados
7 - Evitar ambientes fechados
8 - Atentar-se para a presença de paredes mofadas dentro de casa
9 - Não ingerir alimentos que não saiba a procedência
10 - Evitar contato com pessoas doentes como, por exemplo, gripadas.

Noticias ao Minuto

Memorial do Holocausto em Berlin

 São 2.711 colunas espalhadas pelo arquiteto Peter Eisenman, que servem como metáfora do horror.
O memorial é um grito silencioso à memória aos judeus mortos durante a segunda guerra.
Ocupa o centro das atenções de uma Alemanha que procura se retratar ao mundo, a sua vergonha.

O Fantasma da fraude

 

Quando escrevo tento encontrar a palavra certa para expressar meus sentimentos.
Certa ocasião uma professora de português me disse; você precisa de um pedaço de papel um lápis e uma borracha para escrever seus textos.
Se arrepender de algum texto que escreveu, use a borracha.
Queria ter usado a borracha para apagar a palavra fraude, que escrevi agora.
A fraude no contexto da sociedade sempre existiu, varia de intensidade e amplitude.
No sistema social, encontra-se o ser humano com suas imperfeições.
Cada indivíduo tem uma historia, e apresenta estímulos do ambiente em que vive, recebendo influencia desse meio.
O homem é produto do meio em que vive.
Para viver em sociedade ele tem sua conduta e comportamento.
O sistema em que vive é estimulador de comportamentos.
O homem produz cultura e vice versa.
No nosso país, a cultura vem recebendo contribuições de várias origens, o que provoca a diversidade cultural do nosso povo.
Os mecanismos de esperteza e malícia foram criados ao longo dos anos, o que faz o trabalho ser muito desgastante ao invés de fonte de riqueza.
É aquela historia, quem trabalha muito não tem tempo para ganhar dinheiro, dizem por aí.
O apego a posse, o jeitinho e o desejo de levar vantagem em tudo são as características atuais, tá na moda.
Há pessoas que conseguem resultados positivos transgredindo a lei.
Desenvolvem-se a moral do oportunismo e a moral da integridade.
Dizem que a integridade tem poucos seguidores, muitos a elogiam, mas poucos a praticam.
Falta descobrir a verdade dos direitos e deveres para eles.
Acho que o desenvolvimento político e econômico depende do moral e social.
Apesar de números alarmantes sobre a fraude, divulgados pela imprensa, temos obtidos resultados positivos desse princípio intolerável.
Muito infeliz quem a pratica.
É como diz a musica; cada um de nós compõe a sua historia.
Tenho como principio que a ética é o pai da prosperidade, ela é muito importante na vida das pessoas, o seu carro chefe.
Fui criado dessa forma; o que não é meu, não me pertence.
Respeitar a si mesmo e aos outros.
Meu saudoso pai sempre nos dizia; a saída é pela porta, parece óbvio, e realmente é.
Precisamos começar mudando a "nós mesmos".
Não consigo ver a vida de outro modo, a não ser esse, mesmo sabendo que o Brasil tem muito a caminhar na direção da ética.

Cristovão Martins Torres

Ressentimentos

 

Armadilhas
Por Debora Ganc           
                   
Na semana passada, encontrei com um amigo que me contou que na organização de fusão entre empresas acabou perdendo seu emprego. Enquanto ele me contava os seus infortúnios, percebi que ainda estava parado na mágoa e no ressentimento. Ali não havia espaço para o novo.
Cada um de nós, em algum momento, já foi maltratado por um chefe, um cliente, pelo namorado, por seu esposo ou esposa, por seus pais, seus amigos, seus vizinhos, seus filhos. No instante em que isso aconteceu, com certeza nos sentimos muito mal. Sentimos mágoa, tristeza, desapontamento. Nos sentimos traídos.
Todos esses sentimentos tiveram sua razão de ser, mas apenas no instante em que foram sentidos. Se depois de um tempo ainda estivermos parados no mesmo sentimento de mágoa, tristeza e decepção com a outra pessoa significa que estamos ressentidos com essa pessoa.
Ressentimento, como a própria palavra indica, é sentir novamente, mas é um ressentir inútil. Nada irá mudar o que aconteceu, justamente porque aconteceu no passado. Então, ao sentir novamente a tristeza daquele momento, a fragilidade e a decepção ocupam um lugar no presente em que aquela cena não existe mais.
Esse ressentimento nos deixa presos ao passado e nos tornamos a vítima eterna de uma pessoa que muito provavelmente não está tentando nos prejudicar novamente e nem lembra mais que existimos.
Ressentir é convidar a pessoa que nos fez tanto mal  a nos fazer companhia novamente. Caminhar com ela ao longo dos dias ressentindo uma dor que só existe na nossa memória. É um enorme desperdício de tempo e energia em que os únicos prejudicados somos nós. Aliás, duplamente prejudicados, pois além de sofrer a primeira afronta continuamos a ressentir seu gosto amargo a cada dia.
Sem perceber, estamos desperdiçando momentos únicos do nosso presente. Estamos pegando no chão a flecha que alguém atirou há semanas, meses ou anos atrás e fincando a novamente em nosso coração.
Ė como tomar uma dose de veneno a cada dia e esperar que o outro morra. Por pior que a outra pessoa tenha sido, por mais que mereça, não será prejudicada por nosso ressentimento. Nós é que seremos!
Além do que não deixamos o novo entrar enquanto esta pessoa estiver ocupando um lugar importante em nosso coração. Lembram da dança das cadeiras? Simplesmente tiramos uma cadeira, a desta pessoa.
Isso inclui a pessoa que vemos diariamente na frente do espelho, eu, você, nós. Também para  nós não importa o que tenhamos  feito de errado , ontem, na semana passada ou há anos. Deixemos os ressentimentos no lugar em que devem estar, no passado.
Vamos viver o novo em nossa vida a cada momento.
Nos concentramos na nossa vida, nossa felicidade.
Não vamos cair na armadilha do ressentimento.
É bem provável que hajam novos momentos de tristeza, novas decepções, erros, traições ou simplesmente azar.
Chore, reclame, brigue e viva o que tiver que viver naquele momento com a consciência de que isso também irá passar e você estará livre para poder viver o momento seguinte.
As coisas tristes que vivemos e que não gostamos são um aprendizado, um remédio amargo necessário naquele momento, mas que não precisamos continuar tomando depois que saramos.
Certa vez ouvi um Mestre dizer: “Não fique repetindo os mesmos erros, seja criativo, cometa erros novos!”.

iG

Um Passeio de Bike pelas Ciclovias em Kiel na Alemanha

 

 
 Kiel: cidade à beira-mar e porta para o Mar Báltico.
Capital do estado de Schleswig-Holstein, Kiel foi durante muitos anos uma importante cidade portuária e naval, sendo marcada hoje por uma cena estudantil ativa, um estilo de vida despreocupado e o charme urbano.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Dilma volta a falar em golpe e desafia opositores a achar um malfeito seu

Atualizado às 20h03

São Paulo - Enquanto a oposição tenta emplacar o argumento de que Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade com as chamadas pedaladas fiscais, a presidente fez nesta quarta-feira, 14, mais um discurso em sua defesa. Sentindo-se à vontade perante uma plateia formada por camponeses organizados pela liderança do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) e que defendeu com fervor sua permanência no comando do governo, Dilma voltou a desafiar seus opositores e defensores de seu impeachment a encontrar um desvio de conduta ou utilização de sua condição de chefe de Estado em benefício próprio. Ela ainda acusou a oposição de apostar no "quanto pior, melhor".
“Jamais utilizei em meu proveito a atividade que exerço como presidente. Nunca encontrarão nada contra mim, jamais cometi malfeito na vida política e pessoal”, disse Dilma, sob aplausos das pessoas que participaram do I Congresso Nacional do MPA.
A presidente foi a São Bernardo do Campo para participar do 1º Congresso Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
  
'Golpistas'. Ela ainda reafirmou nesta tarde que as movimentações da oposição para derrubá-la são golpistas. "Nesse exato momento, setores da oposição tentam uma variante de golpe, um golpe disfarçado, um golpe que tem tudo de golpe, cara de golpe, pé de golpe, mão de golpe, mas que tentam passar como sendo manifestação oposicionista. Na verdade, querem um atalho para o poder, querem um atalho para chegar mais rápido em 2018. Nós não vamos permitir que eles golpeiem o mandato que conquistamos na urna com 54 milhões de votos", disse.
Dilma repetiu parte do discurso que havia feito na terça, em congresso da Central Única dos Trabalhadores (CUT), quando inaugurou uma linha de defesa mais enfática de seu governo. Na tarde desta quarta, a presidente adotou abertamente também a defesa do ex-presidente Lula sobre as pedaladas fiscais, alegando que foram um mecanismo para manter os programas sociais essenciais. "As questões das chamadas pedaladas nada mais são do que crítica às formas pelas quais pagamos tanto o Minha Casa, Minha Vida quanto o Bolsa Família", afirmou.
A presidente admitiu que há uma "crise política séria" no País, mas insistiu que a oposição usa argumentos artificiais e faz o jogo do "quanto pior, melhor - melhor pra eles". A estratégia segue o alinhamento do nós contra eles defendida por Lula, que coloca a oposição como defensora da elite e contra o avanço dos mais pobres, com a distribuição de renda e inclusão social promovidas pelos governos petistas. "Eles olham primeiro os interesses deles e depois os do povo. O golpe não é contra mim, mas contra o projeto que eu represento, contra o que fez o Brasil sair da pobreza extrema."
Dilma reforçou que a tentativa de golpe não é apenas contra ela, mas contra a inclusão social que, em sua linha argumentativa, beneficiou todos os setores sociais menos privilegiados ali representados. "É um discurso golpista, contra conquistas históricas dos trabalhadores ao longo de toda a vida desse País. Não se iludam, é contra a reforma agrária sim, contra políticas de sustentação da agricultura familiar, porque eles acham que gastamos muito com subsídios", afirmou. E disse ainda que é também um golpe contra a soberania nacional, contra o sistema de partilha do pré-sal e contra a política de conteúdo nacional.
Segundo Dilma, o discurso da oposição é contra o "mais longo período de distribuição de renda neste País". Ela chamou ainda a movimentação da oposição de "golpe de irresponsabilidade para tentar interromper o curso democrático". "Vamos dar volta por cima na crise e um basta no golpismo", disse ao repetir que o Brasil é "forte para sair da crise".


Estadão

A distribuição de renda mundial está cada vez mais desigual, aponta Credit Suisse

SÃO PAULO – Quase metade da riqueza mundial (mais precisamente 45,2%) está nas mãos de apenas 0,7% da população adulta, de acordo com um estudo abrangente realizado pelo Credit Suisse, o Global Wealth Databook 2015.
As estatísticas também mostram que 71% das pessoas possuem menos de US$10.000; e que a desigualdade é crescente, de acordo com os analistas do banco de investimentos. Desde 2002 “a fatia de riqueza nas mãos de indivíduos com elevado patrimônio líquido continua a subir todos os anos”, exceto por uma estabilização entre 2007-2008.
O relatório de 158 páginas foi escrito por Anthony Shorrocks, diretor de perspectivas econômicas, Jim Davies, professor do departamento de economia na University of Western Ontario no Canadá e Rodrigo Llubera, analista no departamento de pesquisa do banco central uruguaio. Ele abrange também a distribuição de riquezas entre países e regiões, que mostra, entre outros dados, que mais de 93% dos adultos na África possui menos de US$10.000. Na América do Norte, o número cai para 27%.
Por outro lado, 40% dos adultos na América do Norte possuem uma riqueza de mais de US$100.000. Nos países desenvolvidos, as porcentagens de adultos na base da pirâmide variam muito: alguns mostram um alto número de pessoas dentro da categoria e outros, muito baixo. No geral, os países desenvolvidos possuem apenas 20% da sua população nessa camada.
Os Estados Unidos são o país com maior número de indivíduos no topo da pirâmide, abrigando metade das 123.800 com maior patrimônio líquido do mundo; mas em termos percentuais, o país perde para Hong Kong e China. Nessa medida, Ucrânia, Rússia, Brasil e Colômbia foram os maiores perdedores: o Brasil perdeu 23,7% da sua riqueza em um ano, ou US$758 bilhões; enquanto a Ucrânia, 40,7%.
Em termos de população milionária, medida em dólares, os EUA saíram ganhando novamente, com 46% desta população, o que pode ser explicado em partes pelo fortalecimento do dólar neste ano. A Europa perdeu 2 milhões de membros no clube dos milionários.

InfoMoney

Uma boa dúzia de motivos para comer mais ovos

Os ovos são a chave de uma alimentação saudável e equilibrada e um dos principais aliados nutricionais da saúde, sendo uma das fontes de proteína de alta qualidade.
O alimento fornece diversos benefícios para a saúde, embora sejam ainda muitas as pessoas que olham com ceticismo para o consumo variado dos ovos.
Além de atenuar os efeitos da perda de massa muscular, de fornecer nutrientes fundamenais para o funcionamento do organismo (como as vitaminas A, B2, B12, D e E e os minerais como fósforo, selênio, ferro, iodo e zinco) e de ser uma das melhores fontes de ácido oleico, são doze os principais motivos para se comer mais ovos, lê-se no site ABC.es.
Conheça uma boa dúzia de motivos para apostar no ovo:
1. Fortalece os músculos;
2. Ajuda a melhorar a função cerebral e a memória;
3. Ajuda o corpo a produzir a energia necessária;
4. Contribui para manter o bom funcionamento do sistema imunológico;
5. Reduz o risco de doenças coronárias;
6. Ajuda no desenvolvimento saudável do bebê durante a gravidez;
7. Melhora a saúde ocular;
8. Impulsiona a perda de peso;
9. Mantém a aparência saudável;
10. É um dos alimentos mais versáteis;
11. É também fácil e rápido de cozinhar;
12. São uma ótima escolha para qualquer orçamento.

Noticias ao Minuto

Bierbike em Berlin

 



Cervejaria movida a pedaladas nas ruas de Berlin.
Os turistas adoram este tipo de passeio, tomam cervejas e pedalam pelas ruas da cidade, numa super bicicleta.
Quem comanda a Bierbike pelas vias pública da cidade de Berlin, que mantém o controle dos freios e a direção, é um funcionário da empresa, que não pode beber.
É um tipo de passeio pouco convencional, mas é um sucesso pelos turistas que visitam a Alemanha.