domingo, 30 de abril de 2017

Greve geral, fruto de primitivismo jurídico

Amadeu Roberto Garrido de Paula

Os lamentáveis acontecimentos desta sexta-feira poderiam ser evitados. Bastaria a consciência, a partir do governo, de que somos um País constitucionalizado. E que devemos caminhar pelas estradas da Constituição. Todos os brasileiros são obrigados a respeitá-la. A tempo e modo, é dizer, antes da ocorrência de tremores sociais e sofrimentos humanos como o de hoje.  
Provavelmente por seu curto mandato e o desejo de entrar vivo na história, lançou-se o Presidente Temer a mudanças que, num momento triste, chamavam de "projetos impacto". Tudo muito rápido, como se nossas arranhaduras fossem hemorrágicas e nossas fraturas expostas. Sabe-se, porém, que os países que saíram de crises promoveram entendimentos políticos, sociais e compreensões culturais, antes de materializar medidas econômicas.  
O Presidente pediu a tramitação do projeto de reforma trabalhista em regime de urgência no legislativo. Só essa conduta anunciava algo como autoritário, agressivo, desafiador ou, no mínimo, avesso ao diálogo com os interessados.  
Salvo um ou outro diálogo matreiro, a reforma foi posta sob a forma de um rolo compressor. Evidentemente, as contraposições resistentes imediatamente se organizaram, num País em que temos várias Centrais Sindicais e várias Confederações Gerais de Trabalhadores, que se uniram.  
Vejamos no que o respeito à Constituição Federal nos poderia ter auxiliado. O art. 10 da Carta Magna brasileira diz que "É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação." Uma interpretação pobre, ditada por uma jurisprudência conservadora, sustenta que o constituinte só nos assegurou a participação das organizações trabalhistas na esfera administrativa. No âmbito legislativo, seria um despautério, uma invasão. 
Portugal, para comparar com um País irmão, de semelhantes tradições jurídicas, traz em sua Constituição normas análogas. Em seu art. 54º/5/d considera como direito das comissões de trabalhadores "participar na legislação do trabalho  e dos planos econômico-sociais que contemplem o respectivo sector". O mesmo direito é reconhecido às associações sindicais no art. 56º/2/a. É pressuposto inafastável da elaboração de leis dessa modalidade. Ignorá-lo implica na inconstitucionalidade formal da lei. 
Nossa interpretação é restritiva. Não há esse direito de participação de entes de representação dos trabalhadores na elaboração de leis de seu interesse. Contudo,uma interpretação ampla e correta não seria utópica e tampouco implicaria em  intromissão num dos poderes republicanos.   É o que ensina um dos maiores constitucionalistas do mundo, o português J.J. Gomes Canotilho, como se vê: "Se uma lei, decreto-lei ou qualquer acto legislativo, estabelecer a disciplina normativa das relações de trabalho sem a participação das comissões de trabalhadores ou das associações sindicais estaremos perante uma hipótese de falta de um elemento integrativo (grifo nosso) da competência dos órgãos legislativos quanto à legislação do trabalho e que não se pode considerar propriamente como fazendo parte do procedimento legislativo. No entanto, à semelhança do que acontece com os pressupostos de facto do acto administrativo, a participação dos trabalhadores através de suas comissões ou associações é um elemento vinculado (itálico do autor) do acto legislativo, decisivamente condicionante da competência dos órgãos legislativos quanto a matérias respeitantes aos direitos dos trabalhadores (idem). A participação é aqui um pressuposto objectivo do acto (idem), cuja falta origina a inconstitucionalidade da lei. ("Direito Constitucional e Teoria da Constituição", 7a. ed., p. 1.322). 
Tínhamos tudo para agir como nossos irmãos portugueses, porém preferimos um projeto de lei em tramitação sob regime de urgência, somente debatido por ilibados parlamentares.  O preço, pago nas ruas, talvez não existisse.

Amadeu Roberto Garrido de Paulaé Advogado e sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação.

Denunciação Caluniosa:O Feitiço Vira Contra o Feiticeiro

Por Marcos Duarte – O crime de denunciação caluniosa está previsto no artigo 339 do Código Penal Brasileiro. Comete quem aciona indevidamente ou movimenta irregularmente a máquina estatal de persecução penal (delegacia, fórum, Ministério Público, CPI, corregedoria, etc.) fazendo surgir contra alguém um inquérito ou processo imerecido.

O criminoso, de forma maldosa, maliciosa e/ou ardilosa, faz nascer contra a vítima, esta que não merecia, uma investigação ou um processo sobre fato não ocorrido ou praticado por outra pessoa.
Essas mentiras acompanhadas de processo judicial ou inquérito, são suficientes para a caracterização do crime. Caso não ocorra o inquérito ou processo, caracteriza-se o artigo anterior, (Comunicação falsa de crime ou contravenção).
ARTIGO 339 CP: “Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente:” Pena: Reclusão, de 2 a 8 anos, e multa. § 1º – A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. § 2º – A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
Observem que este crime tem pena muito mais pesada do que os crimes contra a honra (injúria, calúnia e difamação). Por desconhecimento ou irresponsabilidade, desacreditando na ação da Justiça, alguma pessoas movimentam delegacias (lavrando Boletins de Ocorrência de Forma inconsequente, Juizados Especiais e mesmo as varas cíveis e de Família) atacando indevidamente a honra de alguém sem esta noção de que o “feitiço pode virar contra o feiticeiro”. Tornou-se corriqueiro atacar a honra de alguém como se isto fosse ficar impune. Por outro lado, as pessoas vitimizadas não aplicam o instituto penal da Denunciação Caluniosa e permitem a execração de sua honra e imagem. Muito comum este tipo de delito nas ações de família.

Marcos Duarte 

Papa pede fim da violência na Venezuela e respeito aos direitos

O papa Francisco fez neste domingo (30) um pedido ao governo e à sociedade venezuelana para que evitem novas "formas de violência" e que os direitos humanos sejam respeitados no país. 
Além disso, o pontífice pediu a busca de "soluções negociadas para a grave crise humanitária, social, política e econômica que está assolando a população" venezuelana.
O papa fez o comentário na Praça de São Pedro, no Vaticano, diante de milhares de fiéis aos quais disse: "Não param de chegar notícias dramáticas sobre a situação na Venezuela, com numerosos mortos, feridos e detidos".
"Enquanto me junto à dor dos familiares das vítimas, por quem rezo, faço um pedido cordial ao governo e a todos os componentes da sociedade venezuelana para que evitem novas formas de violência", disse o papa.
Algumas das manifestações convocadas nos últimos dias pela oposição venezuelana resultaram em violência e deixaram até agora um saldo de 29 mortes, cerca de 500 feridos e mais de mil detidos.
O pontífice acrescentou que confia à "santíssima Virgem Maria a intenção da paz, da reconciliação e da democracia naquele querido país", em referência à nação sul-americana.

Francisco também estendeu sua prece para outros países "que atravessam graves dificuldades" e mencionou expressamente a ex-república iugoslava da Macedônia, onde houve ataques ao Parlamento, com vários deputados feridos nos últimos dias.
O Tempo

Silvio Santos ganha novas biografias

Alegre, irreverente, visionário, indiscreto. Vários são os adjetivos usados para descrever Silvio Santos, mas poucos compreendem toda a complexidade do dono do SBT. Afinal, poucos conhecem de verdade todas as faces do "patrão" que, além de artista, também é pai de família, empresário, político. Um homem de várias camadas e que tenta ser desvendado pelas três biografias que começam a chegar às livrarias brasileiras.
O jornalista Fernando Morgado, por exemplo, começou a se interessar por Silvio há 15 anos, quando decidiu se dedicar a estudar personagens marcantes da TV. A pesquisa sobre o dono do SBT, porém, foi se arrastando ao longo dos anos e a dificuldade em conversar com Silvio fez com que o material só começasse a sair do papel, de fato, há cerca de três anos. "Ele é um personagem com uma complexidade impressionante", diz o jornalista à reportagem.
Seu livro, Silvio Santos - A Trajetória do Mito (Ed. Matrix, 208 págs., R$ 39,90), acaba de chegar às livrarias do país e se divide em 5 grandes perfis de Silvio: empresário, artista, dono de televisão, político e pai de família. Em cada capítulo, Morgado introduz o tema com um pequeno texto descritivo e, em seguida, compila frases ditas por Silvio desde 1950. "Queria fazer um livro com a voz dele presente em toda a narrativa", conta o pesquisador. "Por isso, reuni todo o material que coletei sobre ele ao longo dos últimos anos e dividi em capítulos que, juntos, compõem a figura completa de Silvio."
Segundo Morgado, o objetivo é atualizar a vida do apresentador para as pessoas - afinal, o último livro biográfico sobre o apresentador é A Fantástica História de Silvio Santos, publicada pelo jornalista Arlindo Silva, em 2000. "Quis mostrar as vitórias, os fracassos, as derrotas", diz o autor. Além disso, o texto de Morgado conta histórias inéditas do empresário, como os bastidores da candidatura de Silvio à presidência.
Como se esperava, Fernando Morgado não conseguiu se aproximar de seu biografado ao longo dos últimos 15 anos em que se dedicou ao livro. "Não conheço Silvio, nem cheguei perto dele", lembra, aos risos, o biógrafo carioca. Apesar de não ser autorizado, porém, o livro de Fernando parece ter caído nas graças do apresentador. Ao longo das últimas semanas, o SBT está veiculando um anúncio misterioso sobre a biografia. "A trajetória do mito está chegando. Aguarde", diz a voz do locutor oficial da emissora.
Procurado pela reportagem, o apresentador não respondeu aos pedidos para comentar a sua nova biografia. Morgado, porém, está confiante na possibilidade de conhecer Silvio Santos ao vivo. "Só com o anúncio que está passando no SBT, já me sinto satisfeito. Mas se conseguir conhecer Silvio, terei o sentimento de dever cumprido", revela ainda.
Opções
O trabalho de pesquisa de Fernando Morgado não é o único a retratar a vida de Silvio. Em agosto deste ano, a editora gaúcha AVEC deverá relançar Silvio Santos: Luta e Glória, uma história em quadrinhos sobre o "patrão". Escrita por R.F. Lucchetti e publicada originalmente em 1979, a história vendeu mais de 200 mil exemplares em bancas de jornal de todo o País.
"Quando foi publicada, a HQ sobre o Silvio foi um sucesso", afirma o editor da AVEC, Artur Vecchi. A publicação foi a primeira a contar em detalhes a trajetória de Silvio, narrando seus dias como camelô até as primeiras negociações para comprar o Baú. Segundo Vecchi, nada será alterado dos quadrinhos originais. "Alunos da Faculdade Rio Branco estão restaurando o único exemplar que temos da história", informa. "Nada será alterado e a história chegará às livrarias como foi vendida em 1979."
Além dos quadrinhos, a Companhia das Letras promete trazer uma biografia de Silvio ainda em 2018, escrita pelo jornalista Ricardo Valladares e com entrevistas inéditas com Silvio. Procurado pela reportagem, Valladares preferiu não comentar sobre a biografia.

Para Silvio Santos, é natural que existam tantos relatos sobre sua vida. Durante o lançamento do livro de Arlindo Silva, em 2000, o apresentador declarou em seu programa no SBT que apenas uma biografia não bastava. "Fiquei muito contente com a biografia do Arlindo", disse o apresentador na época. "Mas se quiserem contar toda a minha história, desde o tempo em que eu era camelô, vão precisar de três ou quatro volumes."
O Tempo

Na onda do sereísmo

Mirella Ferraz, 34, conta que sua mãe jura, de pés juntos, que a primeira palavra dita por ela foi “sereia”. E não foi só isso. “A cada vez que ouvia a clássica pergunta ‘o que você vai ser quando crescer?’, minha resposta era sempre a mesma: ‘Sereia’”, rememora a moça. Sim, ela estava absolutamente convicta da vocação o tempo todo. E acabou se tornando pioneira em adotar a moda do sereísmo no Brasil – hoje, já contabiliza dez anos como sereia profissional – de cauda, coroa de conchas e tudo o que for preciso para se transmutar no ser místico.
Ela tem navegado numa onda que vem se fortalecendo no Brasil e no mundo. A cada dia, os olhos da indústria e da mídia têm se voltado para a mística imagem da mulher com cauda de peixe que há milênios exerce fascínio entre os homens. Produtos fashion, novelas, livros e filmes abordam esse universo, seus mitos e símbolos. Aqui no Brasil, a principal emissora do país aborda a lenda em horário nobre. Em “A Força do Querer”, a personagem principal Ritinha, vivida pela atriz Ísis Valverde, é praticante do sereísmo.
Mirella, inclusive, foi a responsável por ensinar Isis a nadar como uma sereia para o papel. “O processo de preparação foi bastante intenso e focado. Durou três, meses e treinávamos quase todos os dias, de três a quatro horas. Ensinei também outras técnicas, como o mergulho ondulatório, em que as pernas estão sempre juntas e grudadas. É o mesmo nado que baleias e golfinhos fazem”, explicou.
O impulso da novela veio revigorar uma mania que já vem crescendo há algumas temporadas e agora atinge seu ápice. Só neste ano, marcas como Farm, Imaginarium e O Boticário, assim como redes de departamentos como Renner e Zara, criaram produtos inspirados no universo do fundo do mar. Não bastasse isso, as passarelas internacionais já passearam pela tendência – a grife Chanel, aliás, foi a pioneira.
Indo um pouco mais além, marcas como Sirenita lançaram, recentemente, caudas de sereia e de tritão para serem usados na água. No que depender da novela, estima-se que mais lançamentos e modismos vão invadir o mercado, principalmente pelos elementos explorados no figurino da protagonista – incluindo, aí, muitas conchas e búzios. Outros lançamentos previstos, como filmes e seriados, também fortalecem a influência deste universo.
Mais que moda, um estilo de vida. Mirella Ferraz conta que começou a ser adepta do sereísmo antes mesmo de o termo se disseminar. Desde então, participa de grupos na internet que exploram a tendência – mesmo assim, ainda acredita que é tudo muito novo e tímido no Brasil. “O sereísmo, na verdade, pode ser traduzido como um estilo de vida. Digo que ele reflete esse sentimento das pessoas que estabelecem essa ligação mágica com a água, com o mar e com os animais marinhos. E, claro, define as pessoas que são fissuradas pelo mito das sereias e que querem incorporá-lo em suas vidas, seja só usando roupas com essa temática, seja estudando o assunto ou indo mais além e transformando esse amor em profissão, como é o meu caso”, define.
O termo “sereísmo” foi criado em 2015 pela blogueira Bruna Tavares, que, ao lado de Camila Gomes, está por trás do site sereismo.com – espécie de manual online com dicas para quem quiser adotar a tendência. Segundo ela, a trama global foi mais um canal a divulgar o que o lifestyle prega e chama a atenção para o aspecto ambiental. “O estilo de vida é perfeito para quem é extremamente apaixonado por tudo o que envolve os oceanos e que é preocupado com a questão ecológica. Mas a essência do sereísmo também está associada à diversidade, ao misticismo e ao empoderamento, por causa da imagem forte da sereia”, argumenta ela. “Ainda acho que existe muita dificuldade por parte das pessoas em entender isso. Não é usar uma cauda, e sim levar tudo isso mais além”, finalizou.
Adepta do sereísmo na hora de montar o visual para sair, a designer de moda Raquel Ezagui, 30, adota elementos holográficos e estampas que lembram as escamas de peixe e as caudas de sereias, ‘além de pintar os fios de ruivo, como o da Ariel’. “Tento me vestir de várias maneiras para chamar atenção e trazer, para minhas roupas, um pouco da sensualidade e do brilho das sereias”, acredita.
Simbolismo. A personagem da princesa marinha, escrita por Hans Christian Andersen (1805-1875) e recriada pelo hoje já clássico “A Pequena Sereia” dos Estúdios Disney, já ganhou até releituras. Uma delas leva a assinatura da best-seller mineira Paula Pimenta, que flagra Ariel em um mood mais urbano e nos tempos atuais. O sucesso do romance foi justamente o simbolismo da sereia. “Além de a Ariel ser a princesa favorita de muita gente, as sereias também são mulheres poderosas. É um ser mitológico que é lindo e com cabelos maravilhosos, com um ar sensual e encantador”, defende a escritora.

Mirella faz coro. “A sereia é uma figura muito poderosa no que se refere ao feminino – e nem mesmo ao feminismo, pois ostenta sempre um espírito selvagem e livre. Não tem vergonha de ser mulher e mesmo de expor o peito nu. Muitas feministas dos dias atuais, aliás, praticam o topless em suas manifestações. Nos mitos as sereias já faziam isso há milhares de anos”, reivindica.
O Tempo

Manifesto sobre a fome no mundo






Com milhares de pratos espalhados numa área próxima a Torre Eiffel, a França pede atenção ao mundo; pratos vazios que retratam o "Banquete da fome".
A França tem sido muito solidária sobre este tema, que é a fome no mundo.
Tem levantado esta Bandeira.
Está tendo um papel muito importante nesta questão.
São 300 milhões de crianças passando fome em todo o mundo, e milhões de adultos nesta mesma situação.
Gente sem direito e sem vida.
A meu ver a fome é a maior vergonha desta época, quem tem fome, tem pressa.
De que adianta falarmos em desenvolvimento no mundo, se ainda tem gente que não tem o que comer.
Esta estatística da fome no mundo, deprime e compromete, todo desenvolvimento.
Metade dos habitantes da terra ingerem uma quantidade de alimentos inferior as suas necessidades básicas, isto num mundo de tanta abundancia.

Visita do Blogueiro ao Museu do Louvre, na França

Orgulho dos franceses, símbolo da Cultura Mundial, o Museu do Louvre, localizado em Paris, contém coleções de arte que vão desde a Cultura Antiga até a Moderna.

Parte externa do Museu com a famosa Pirâmide ao fundo


Galeria interna do Museu (área de Telas)

Galeria das Estátuas Antigas

Quatro em cada dez casais brigam por causa de dinheiro

Briga é uma raridade nos oito anos de casamento de Ricardo Bittencourt, 41, engenheiro de software, e a ilustradora Ila Roberta de Oliveira, 35. Mas o conflito foi inevitável quando ele fez alguns cálculos errados e uma viagem ficou três vezes mais cara do que o previsto. Acostumados a dividir esse tipo de despesa, os dois se viram em uma pendenga para definir como o valor seria pago. “Demorou para decidirmos porque quem errou a conta fui eu”, relata. No fim do processo, ele assumiu uma parte maior, dentro das suas possibilidades.
Situações como essa refletem a complexidade de lidar com finanças e manter a harmonia entre casais. Uma pesquisa do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), realizada em fevereiro deste ano, mostrou que quatro entre dez casais brasileiros admitem que brigam por causa de dinheiro. “Os problemas surgem quando o casal discorda sobre como gastar quando não existe uma reserva para imprevistos e quando um não quer pagar a despesa feita pelo outro”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Os consultores financeiros, porém, afirmam que o maior problema entre casais no que se refere a dinheiro é a mentira, seja sobre compras ou sobre dívidas. “Muitas vezes, um membro do casal tenta esconder uma situação ruim, mas é impossível. Quando o outro descobre, se sente traído”, afirma o consultor do site de educação financeira do Mercantil do Brasil, Carlos Eduardo Costa. Ele cita uma pesquisa realizada nos Estados Unidos com 23 mil pessoas em que 66% afirmam que a honestidade sobre as finanças é tão importante quanto se manter monogâmico. Ainda assim, o mesmo estudo apontou que quase metade dos homens e das mulheres mente para seus parceiros sobre dinheiro.“A pesquisa vai em direção à realidade que os casais trazem para a terapia financeira. Mentira, nessa questão financeira, não ajuda em nada. Costumo dizer que com dinheiro não se brinca. Ser verdadeiro e transparente é a melhor decisão, afinal de contas, estar casado é uma parceria a dois. Quando entra a mentira em qualquer nível é porque houve algum conflito e precisa ser resolvido”, afirma o educador e terapeuta financeiro da empresa Dsop Denilson Crespo.
A corretora de redação Amanda Caroline Siqueira dos Santos, 21, casou-se neste ano com Dâmocles Vinícius Oliveira, 21, que trabalha como autônomo em construção civil, e conta que só teve uma briga: “Só aconteceu uma vez. Quando percebi que uma quantia tinha sumido da nossa poupança e descobri que foi um empréstimo sem meu consentimento”, conta. Hoje, o casal planeja os gastos juntos. “Sentamos no início do mês e colocamos na ponta do lápis todos os nossos gastos, valores para poupar e coisas grandes que queremos comprar. O que sobrar, a gente divide, e cada um gasta com o que quer. Nós não temos conflitos”, diz Amanda.


MAIS MADURAS

Curso ajuda a superar crise sem brigas

A psicóloga Luciana Gomes, 33, e a jornalista Cristiane Chaves, 38, fizeram há três anos um curso de educação financeira para casais. “Foi importante para aprendermos a confiar uma na outra e pensar sobre dinheiro em conjunto”, relata Cristiane. Segundo ela, o curso ajudou muito quando, há um ano, as duas perderam o emprego. “Foi importante porque já tínhamos um amadurecimento e, no começo, ficamos desesperadas”, acrescenta.
Para o terapeuta financeiro Denilson Crespo, na hora da crise, o casal deve procurar ajuda profissional. “Para ajudar a direcionar o caminho para a solução”.
Hoje, Cristiane está empregada, mas mantém o hábito de avaliar as despesas. “Priorizamos gastos que as duas concordam”, diz. (LP)

PESQUISA SPC

41% brigam porque discordam sobre quais gastos serão feitos pelo casal.
32% acabam brigando por não ter uma reserva para contingências.
19% não concordam em pagar a dívida do cônjuge e, por isso, entra em conflito.

O Tempo

sábado, 29 de abril de 2017

Bactérias no pênis e no sêmen afetam a saúde íntima feminina

O TEMPO

RISCO

Estudo destaca que o uso da camisinha também é capaz de prevenir alterações na flora da vagina






PUBLICADO EM 29/04/17 - 03h00

SÃO FRANSCISCO, EUA. Os especialistas não cansam de alertar sobre a importância do uso da camisinha para prevenir doenças como Aids, hepatite e sífilis. Mas um novo estudo ressalta que o preservativo também é fundamental para manter a flora bacteriana da vagina em perfeita harmonia. O órgão sexual feminino é composto por micro-organismos essenciais para a região. Porém, bactérias presentes no sêmen e no pênis podem afetar a vagina, segundo um estudo publicado na revista “Plos One”. Esse desequilíbrio pode levar a uma infecção que causa mau cheiro, coceira e corrimento.

De acordo com a pesquisa comandada por Lenka Vodstrcil, do Melbourne Sexual Health Center, na Austrália, a vagina saudável possui um tipo predominante de bactéria, os lactobacilos (Lactobacillus crispatus). Elas protegem contra a proliferação de outras bactérias que podem prejudicar a região. E quando há um desequilíbrio nessa flora vaginal ocorre uma infecção conhecida como “vaginose bacteriana”.

Até então, a redução dos lactobacilos e o aumento da população de corpos estranhos à flora vaginal não era associado à atividade sexual. O estudo inova ao mostrar que essas bactérias invasoras, apesar de não causarem doenças de forma direta, são passadas pelo sexo da mesma forma que bactérias patogênicas – como as que causam a clamídia, Doença Sexualmente Transmissível (DST).

A vaginose também pode estar associada à ocorrência de partos prematuros, quando bactérias que se proliferam no trato vaginal chegam a regiões próximas à placenta.

O problema costuma desaparecer espontaneamente, quando a flora de lactobacilos se recompõe. Quando isso não ocorre, pode ser necessário tomar antibióticos para eliminar as bactérias estranhas.

Amostras. Na pesquisa, a análise das bactérias que vivem na vagina de 52 mulheres foi associada à atividade sexual. Para isso, as voluntárias colheram amostras de secreção da vagina a cada três meses, durante um ano, e registraram suas atividades sexuais. Dentre as participantes, 19 nunca tinham tido relações sexuais.

As mulheres que fizeram sexo sem proteção tinham maior presença das bactérias Gardnerella vaginalis e Lactobacillus iners – mais associadas à vaginose.

“O sexo sem proteção aumenta a diversidade de G.vaginalis em mulheres com e sem vaginose bacteriana, sugerindo a transmissão sexual de bactérias”, aponta a conclusão do estudo.

As formas até então recomendadas pelos médicos para prevenir desequilíbrios na flora vaginal eram evitar duchas vaginais, cosméticos íntimos, roupas justas ou que promovem contato quase direto entre as regiões anal e genital, o que facilita a proliferação de bactérias.

Com os resultados do novo estudo, é possível pensar que a higiene íntima do homem pode ajudar as mulheres a não desenvolverem vaginose bacteriana.

Janneke van de Wijgert, da Universidade de Liverpool, disse à revista “New Scientist” que mulheres com parceiro fixo podem ter maior equilíbrio da flora bacteriana vaginal, já que as bactérias do homem se harmonizariam com as da mulher com o tempo.

Segundo a revista, também estão em estudo o desenvolvimento de probióticos que poderiam restaurar o equilíbrio bacteriano da vagina – como alguns iogurtes fazem com o intestino.


Sexo oral também precisa de proteção, alertam especialistas

LONDRES, REINO UNIDO. As Doença Sexualmente Transmissíveis (DSTs) são mais comumente associadas ao sexo com penetração, mas o ato oral também oferece riscos à saúde, alertam especialistas. “O sexo oral é uma prática cada vez mais generalizada e que pode ser muito gratificante. Embora o risco (de contrair doenças) seja menor do que no sexo anal ou vaginal, sempre é recomendável usar proteção”, destacou em entrevista à BBC Francisca Molero Rodríguez, codiretora do Instituto de Sexologia de Barcelona e presidente da Federação Espanhola de Sociedades de Sexologia.

“Preservativos e lubrificantes com sabores podem favorecer esse tipo de prática. Há muitas variações no sexo oral: cada pessoa deve decidir a forma ou as formas que mais aprecia. Homens e mulheres gostam quando o sexo oral é feito com habilidade e erotismo”, completa a especialista.

Segundo Mariano Roselló Gayá, médico do Instituto de Medicina Sexual de Madri, o sexo oral pode levar a doenças como vírus do papiloma humano (HPV), herpes genital e gonorreia.

“É preciso educar principalmente a população jovem sobre esse aspecto. A prevenção em forma de educação sexual deve prevalecer”, afirma.

O especialista destaca ainda a importância da saúde da boca antes da prática e de uma maneira geral. O que é recomendável é evitar sexo oral em caso de algum tipo de sangramento ou queimadura na boca, o que poderia facilitar eventual contágio.
Exames médicos
“Se os parceiros não tiverem se submetido a um exame completo para descartar a presença de DSTs, deve-se sempre tomar precauções de método de barreira (não somente anticoncepcional)”
Mariano Roselló Gayá
Médico


O Tempo

Um pouco de Minas e da África no litoral fluminense

Para fazer um safári não é preciso ir necessariamente para a África. Aliás, se o turista quer, além desse tipo de passeio, montanha e praia num só lugar, ele pode ir para Mangaratiba, no litoral fluminense. Essas atrações são encontradas no Portobello Resort & Safari, na baía de Ilha Grande. Fora a diversidade de opções de lazer, outra vantagem para os mineiros é a proximidade, o que faz com que seja possível uma ida num fim de semana prolongado. O resort está a 100 km do Rio de Janeiro.
O público-alvo do resort, conforme o proprietário do complexo, Carlos Borges, é o infantil. Para elas, além do safári que conta com animais das faunas brasileira, africana, latino-americana e europeia, numa área de 300 mil m², há ainda fazendinha. São cerca de 500 animais.
Safári
Na primeira parte do safári, estão os animais brasileiros como araras, papagaios, tucanos, macacos e quatis, entre outros, separados por ilhas para que não haja qualquer tipo de problema entre as diferentes espécies. Nessa área, o passeio é feito a pé, e alguns animais podem até ser tocados, como uma arara e uma cobra, com a supervisão do guia.
Em uma segunda área, com características que lembram uma savana africana, é possível encontrar zebras, cervos, antílopes, camelos, búfalos e lhamas convivendo num mesmo espaço.
O passeio dura em torno de uma hora e meia e é feito em um carro típico para a atividade. “Embora o safári tenha sido pensado para as crianças, os adultos gostam muito. Acaba que é um programa familiar”, diz Borges, também idealizador do safári.

Desafio
Só que juntar uma diversidade de animais numa só área não foi uma tarefa fácil, lembra o proprietário do resort. Ele conta que viabilizar o safári foi um desafio que levou em torno de quatro anos para se tornar realidade. “O primeiro desafio a ser superado foi a aprovação pelos órgãos competentes. Afinal, não é um zoológico, com os animais em jaulas. Foi algo novo, inédito”, diz.
Conseguir os animais e fazer o transporte de forma adequada é outro desafio. Alguns deles chegam de zoológicos que não têm mais condições de mantê-los em suas instalações, informa a diretoria.
“Temos a intenção de conseguir uma girafa. Não temos interesse em animais ferozes por questão de segurança. Afinal, eles não ficam em jaulas”, observa. Um jacaré é o único animal que fica numa parte fechada da área que abriga o safári.

Localizado no litoral do Rio de Janeiro, o Portobello é o único resort do país que oferece estrutura de praia e montanha

Os animais do safári do Portobello são provenientes de zoológicos do país que não têm mais condições de mantê-los em suas estruturas


SERVIÇO

Hospedagem: Portobello Resort & Safári
Endereço: Rod. Rio - Santos, km– 434, Mangaratiba (RJ)
Informações: (21) 2789-8000 / 2175-1000 ou portobelloresort.com.br
*Diárias: a partir de R$ 1.188 por casal em ap. standard, com pensão completa (café, almoço e jantar) e bebidas durante as refeições.
Crianças: A tarifa inclui duas crianças de até 10 anos no mesmo apartamento dos pais, programação com recreadores para adultos e crianças, 30 minutos diários por pessoa de caiaque, uma hora diária por pessoa de bicicleta e pônei, além de uma hora de tênis por apartamento.
Pacote: Corpus Christi
Preço: R$ 5.280 por casal
Inclui: Quatro noites de hospedagem em apartamento standard duplo, com duas crianças de até 12 anos no mesmo quartos dos pais,
sem custo adicional, pensão completa (café da manhã, almoço e jantar) com bebidas durante as refeições (água mineral, refrigerantes, suco de frutas, cerveja nacional em lata). O resort oferece atividades de lazer para adultos e crianças, jantares temáticos, happy hour e música ao vivo todos os dias.

Tarifa não é válida para feriados e férias de julho; para fins de semana, mínimo de duas diárias.
O Tempo

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Justiça condena envolvidos em pichação da igrejinha da Pampulha

Dois dos três envolvidos nas pichações feitas na capela de São Francisco de Assis – a igrejinha da Pampulha – no dia 21 de março de 2016 foram condenados pela Justiça nesta sexta-feira (28).
O pichador Mário Augusto Faleiro Neto, o Marú, foi condenado a três anos, quatro meses e 22 dias de prisão, no regime semiaberto. Ele foi sentenciado pelos crimes de pichação, incitação pública à prática de crime – por conta das postagens que fez em sua página no Facebook estimulando a pichação – e associação criminosa. 
O juiz Luís Augusto Barreto Fonseca, titular da 8ª Vara Criminal de Belo Horizonte, determinou ainda que Marú pague pelos custos da limpeza da igrejinha. Naquele ano, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) orçou em R$ 34.500 os serviços de recuperação da capela.
Marú, que se encontra preso, terá a pena restritiva de liberdade convertida por duas penas restritivas de direito. Dessa forma, a sentença determinou a expedição de alvará de soltura. Ele deverá prestar serviços à sociedade, preferencialmente na recuperação de pichações, sob a supervisão da prefeitura.
O rapaz deverá trabalhar uma hora para cada dia de condenação e ainda ter o final de semana limitado – obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa de albergado. Nesse período, poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.
João Marcelo Ferreira Capelão, o Goma, por sua vez, proprietário da loja Grapixo, que vendeu as latas de spray para os pichadores de forma irregular, foi condenado a quatro anos e nove meses, em regime fechado, pelos crimes de apologia ao crime, associação criminosa e por deixar de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental, pois não realizava os cadastros dos compradores das latas de tintas, nem enviava a listagens com os nomes para a prefeitura, conforme determina a legislação.
Em relação a Goma, o magistrado levou em conta que ele já possui antecedentes criminais, inclusive duas condenações. O juiz salientou a personalidade voltada para a prática criminosa e destacou a impossibilidade de se converter ou suspender a pena, mas permitiu que ele recorra em liberdade.
O terceiro acusado, Marcelo Augusto de Freitas, também pichador, será julgado em outro processo, uma vez que se encontrava foragido e não foi citado na denúncia quando o processo se desenvolvia em relação aos demais réus.
Pichador confessou o crime
Em depoimentos, na Justiça e na delegacia, Marú confessou ser o autor das pichações na igrejinha. Ele também confirmou que integra o grupo Comando do Subúrbio (CS) e que conhece os demais acusados há anos, tendo feito com eles outras pichações. O rapaz ainda assumiu que tem por hábito postar fotos das pichações na internet e disse não saber que isso configura crime. Alegou ainda que as pichações e as postagens foram formas de manifestação de sua expressão e de revolta contra terceiros.
O Goma também confessou ser pichador, mas negou que tenha participado das pichações da capela, uma vez que, segundo ele, "não depreda monumentos históricos". Assumiu ainda ser “notório pichador” e que já foi investigado por esses crimes. O acusado negou integrar o grupo CS e assumiu a venda de latas de spray pela sua empresa.
Testemunha

Um policial militar que integra um grupo de inteligência dedicado a combater e coibir os crimes de pichação foi uma das testemunhas no processo. Ele foi o responsável por identificar os autos das pichações na capela e afirmou que os acusados integram o grupo de pichação mais conhecido de Belo Horizonte.
O Tempo