quinta-feira, 14 de julho de 2022

Neurocientista declara que sistema nacional de Saúde em Portugal precisa ser modernizado: "Pandemia aflorou as discussões"

Repercutiu neste mês o anúncio feito pela ministra da Saúde portuguesa, Marta Temido, da criação de uma comissão para responder à crise nas urgências e revisão das tabelas salariais no SNS. A nova comissão, segundo a auxiliar, integra cinco coordenadores regionais e um nacional, recorrendo ao modelo já utilizado para responder aos problemas do SNS referente à medicina intensiva.


Para o neurocientista e biólogo com formação em psicologia luso-brasileiro Dr. Fabiano de Abreu Agrela, medidas como essa podem acabar se tornando comuns porque os últimos episódios estão apontando que o sistema público de Saúde é quase inexistente, não somente para as questões mais urgentes.

"Pessoas sem condições estão pagando particulares para resolver os seus problemas. Tratar de transtornos mentais, por exemplo, no público, não trata. Uma consulta pode demorar meio ano ou mais. Tenho um amigo jardineiro que tem problema no joelho, não pode trabalhar e também não é atendido. Gastou o que não tinha no particular para amenizar as dores e tentar voltar a trabalhar", contou.

Para o neurocientista, as criações de comissões como essa, a necessidade delas, mostram que o sistema precisa ser revisto. E isso é uma tendência não só em Portugal. Para ele, a pandemia veio para aflorar essas discussões.

"Com a pandemia, as listas de espera engordaram e com os casos constantes fica difícil equilibrar o sistema. Muitas vezes o privado é a solução mais rápida, mas não a mais em conta. Logicamente o sistema tem que ser revisto e modernizado. Há alguns problemas que obviamente têm que ser resolvidos no sistema nacional de saúde, e a pandemia veio desgastar e desregular o sistema. Um relatório recente revelou que não há falta de médicos (com exceção de uma ou outra especialidade) mas faltam outros profissionais que compõem a engrenagem que faz tudo funcionar", comentou.

Sobre Fabiano de Abreu Agrela

Dr. Fabiano de Abreu Agrela é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil e investigador cientista na Universidad Santander de México. Registros profissionais: FENS PT30079 / SFN C-015737 / SBNEC 6028488 / SPSIG 2515/5476.

Jessyca Antonio Pautas MF Press

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