Projeto que pretende escoar 15 mil toneladas de minério pordia preocupa moradores de povoado centenário de MG
Audiência que debaterá proposta será realizada nesta sexta (19/04), às 19h, em Itabirito.
Denúncia diz que empresa prevê que carretas carregadas com minério passarão 900 vezes
por dia próximo ao povoado.
Moradores do povoado de São Gonçalo do Bação, localizado em Itabirito, na Região
Central de Minas Gerais, estão preocupados com a proposta de criação de um
empreendimento ligado à mineração que pode afetar a vida da comunidade. Segundo
Estudo de Impacto Ambiental do empreendimento, a empresa prevê escoar 15 mil
toneladas de minério diariamente, em carretas que passarão 900 vezes por dia próximo à
vila, o que poderá danificar vias de trânsito, acarretar poluição sonora e contaminação da
saúde, tirando a tranquilidade da população.
Mauro Antônio de Souza é morador do povoado e diz que esta proposta o preocupa:
“Existem no entorno muitas casas, residências e sítios que serão impactados por este
terminal de minério. Poeira, lama, barulho, tráfego intenso de carretas. Serão 900 carretas
por dia. Isso é muita coisa. O próprio estudo apresentado pela empresa registra que há
ótima qualidade do ar na nossa região. Se é ótima, para quê piorar? E isso fatalmente vai
influenciar na saúde de todos nós que moramos aqui. E também de um turista. Que tipo de
turista vai querer conhecer um local que tem um terminal de minério?”
Uma audiência pública que será realizada nesta sexta-feira (19/04), às 19h, vai debater
o projeto do Terminal de Minério, que foi apresentado pela empresa Bação Logística e que
consiste em um espaço para armazenamento e escoamento de minério, que chegará por
carretas pesadas e será escoado por trem. O evento será realizado no Gamel Espaço de
Eventos (Avenida Doutor Queiroz Junior no 3395, Usina Esperança, Itabirito).
A audiência faz parte do processo legal de licenciamento ambiental do empreendimento.
Até o momento, a Secretaria do Estado do Meio Ambiente não concedeu a Licença
Ambiental solicitada pelo empreendedor para implementar o projeto.
Irregularidades
Desde 2014 existem planos para a criação de um Terminal de Minério neste distrito, há
menos de um quilômetro dos povoados São Gonçalo do Bação e Mangue Seco. A partir de
então, foram realizadas diferentes tentativas de obtenção da licença ambiental por parte da
empresa Bação Logística para instalação e operação do empreendimento, em 2018, 2019 e
em janeiro de 2023.
No entanto, algumas dessas tentativas têm ocorrido de forma irregular ou impositiva,
segundo denúncias de moradores. Eles apontam irregularidades no projeto, como a
descaracterização do empreendimento, supressão vegetal não autorizada e captação
irregular de água. Essas irregularidades foram reconhecidas pela Prefeitura Municipal e
pelo Ministério Público em 2018. Além disso, habitantes do povoado relatam que a empresa
instalou um escritório no local em 2023 e vem interferindo constantemente no cotidiano da
população por meio da geração de conflitos e fragmentações das relações sociais
existentes.
Elias Costa de Rezende, um dos diretores da Associação Comunitária de São Gonçalo do
Bação, está preocupado com os impactos do empreendimento, como o possível desvio do
tráfego de carretas das rodovias BR-356 e BR-040 para a região. "Estou a 450 metros deste
terminal. Então tudo o que construí nesses 20 anos, voltado para atividades turísticas, em
função da beleza da região, da qualidade de vida, do patrimônio, da história, nós vamos
perder. Não sou só eu. Estamos falando também da população que nasceu aqui e que vai
ter seu modo de vida completamente destruído. A empresa fala que [com o
empreendimento] a fauna, alguns animais serão afugentados. Mas e a população? E os
moradores, os vizinhos? É um custo social muito grande para todos, um prejuízo enorme
para a população e lucro para poucos".
Segundo informações do Instituto Gestão Verde, responsável pelo Estudo de Impacto
Ambiental do empreendimento, o projeto “será composto por uma portaria dotada de seis
balanças, sendo quatro rodoviárias e duas ferroviárias, um pátio de estocagem de cargas e
área de manobras (...). Além disso, o empreendimento contará com instalação de uma
oficina, um ponto de abastecimento aéreo e estrutura administrativa (escritório, sanitário,
refeitório)”. O local servirá para armazenamento de minério de ferro em uma única pilha
com capacidade de armazenar 250 mil toneladas do material.
Histórico
São Gonçalo do Bação é um povoado de cerca de 300 anos que possui aproximadamente
600 habitantes. Situado no município de Itabirito, Minas Gerais, o local tem significativo
valor histórico, cultural e ambiental. A comunidade de Bação promove diversas
manifestações culturais, como festividades religiosas e diferentes ações voltadas para o
artesanato local e para atividades de lazer associadas às cachoeiras e trilhas existentes.
Além disso, há grupos sociais articulados, como é o caso do grupo Memória de Agulha,
existente há 16 anos, do Grupo de Teatro de São Gonçalo do Bação, atuante há quase 30
anos, e da Associação Comunitária de São Gonçalo do Bação, fundada há 36 anos.
Apesar de ter sido inicialmente ocupada em função da busca por ouro de aluvião no interior
mineiro no século XVIII, após o fim do ciclo do ouro, São Gonçalo do Bação teve a sua
consolidação associada à realização de outras atividades socioeconômicas para além do
contexto extrativista. Destaca-se assim, a formação de entrepostos e comércios na
localidade, associadas à conexão com as antigas capitais Ouro Preto e Rio de Janeiro por
meio de ferrovias. O arrefecimento da atividade minerária contribuiu, assim, para a
predominância do caráter rural do povoado, bem como para o estabelecimento dos modos
de vida direcionados para os aspectos culturais e ambientais locais.
Contatos para entrevistas:
- Elias Costa de Rezende (Diretor de Comunicação da Associação de Moradores de São Gonçalo do Bação):
- Mauro Antônio de Souza (Fundador do Grupo de Teatro de São Gonçalo do Bação):
Denúncia diz que empresa prevê que carretas carregadas com minério passarão 900 vezes
por dia próximo ao povoado.
Moradores do povoado de São Gonçalo do Bação, localizado em Itabirito, na Região
Central de Minas Gerais, estão preocupados com a proposta de criação de um
empreendimento ligado à mineração que pode afetar a vida da comunidade. Segundo
Estudo de Impacto Ambiental do empreendimento, a empresa prevê escoar 15 mil
toneladas de minério diariamente, em carretas que passarão 900 vezes por dia próximo à
vila, o que poderá danificar vias de trânsito, acarretar poluição sonora e contaminação da
saúde, tirando a tranquilidade da população.
Mauro Antônio de Souza é morador do povoado e diz que esta proposta o preocupa:
“Existem no entorno muitas casas, residências e sítios que serão impactados por este
terminal de minério. Poeira, lama, barulho, tráfego intenso de carretas. Serão 900 carretas
por dia. Isso é muita coisa. O próprio estudo apresentado pela empresa registra que há
ótima qualidade do ar na nossa região. Se é ótima, para quê piorar? E isso fatalmente vai
influenciar na saúde de todos nós que moramos aqui. E também de um turista. Que tipo de
turista vai querer conhecer um local que tem um terminal de minério?”
Uma audiência pública que será realizada nesta sexta-feira (19/04), às 19h, vai debater
o projeto do Terminal de Minério, que foi apresentado pela empresa Bação Logística e que
consiste em um espaço para armazenamento e escoamento de minério, que chegará por
carretas pesadas e será escoado por trem. O evento será realizado no Gamel Espaço de
Eventos (Avenida Doutor Queiroz Junior no 3395, Usina Esperança, Itabirito).
A audiência faz parte do processo legal de licenciamento ambiental do empreendimento.
Até o momento, a Secretaria do Estado do Meio Ambiente não concedeu a Licença
Ambiental solicitada pelo empreendedor para implementar o projeto.
Irregularidades
Desde 2014 existem planos para a criação de um Terminal de Minério neste distrito, há
menos de um quilômetro dos povoados São Gonçalo do Bação e Mangue Seco. A partir de
então, foram realizadas diferentes tentativas de obtenção da licença ambiental por parte da
empresa Bação Logística para instalação e operação do empreendimento, em 2018, 2019 e
em janeiro de 2023.
No entanto, algumas dessas tentativas têm ocorrido de forma irregular ou impositiva,
segundo denúncias de moradores. Eles apontam irregularidades no projeto, como a
descaracterização do empreendimento, supressão vegetal não autorizada e captação
irregular de água. Essas irregularidades foram reconhecidas pela Prefeitura Municipal e
pelo Ministério Público em 2018. Além disso, habitantes do povoado relatam que a empresa
instalou um escritório no local em 2023 e vem interferindo constantemente no cotidiano da
população por meio da geração de conflitos e fragmentações das relações sociais
existentes.
Elias Costa de Rezende, um dos diretores da Associação Comunitária de São Gonçalo do
Bação, está preocupado com os impactos do empreendimento, como o possível desvio do
tráfego de carretas das rodovias BR-356 e BR-040 para a região. "Estou a 450 metros deste
terminal. Então tudo o que construí nesses 20 anos, voltado para atividades turísticas, em
função da beleza da região, da qualidade de vida, do patrimônio, da história, nós vamos
perder. Não sou só eu. Estamos falando também da população que nasceu aqui e que vai
ter seu modo de vida completamente destruído. A empresa fala que [com o
empreendimento] a fauna, alguns animais serão afugentados. Mas e a população? E os
moradores, os vizinhos? É um custo social muito grande para todos, um prejuízo enorme
para a população e lucro para poucos".
Segundo informações do Instituto Gestão Verde, responsável pelo Estudo de Impacto
Ambiental do empreendimento, o projeto “será composto por uma portaria dotada de seis
balanças, sendo quatro rodoviárias e duas ferroviárias, um pátio de estocagem de cargas e
área de manobras (...). Além disso, o empreendimento contará com instalação de uma
oficina, um ponto de abastecimento aéreo e estrutura administrativa (escritório, sanitário,
refeitório)”. O local servirá para armazenamento de minério de ferro em uma única pilha
com capacidade de armazenar 250 mil toneladas do material.
Histórico
São Gonçalo do Bação é um povoado de cerca de 300 anos que possui aproximadamente
600 habitantes. Situado no município de Itabirito, Minas Gerais, o local tem significativo
valor histórico, cultural e ambiental. A comunidade de Bação promove diversas
manifestações culturais, como festividades religiosas e diferentes ações voltadas para o
artesanato local e para atividades de lazer associadas às cachoeiras e trilhas existentes.
Além disso, há grupos sociais articulados, como é o caso do grupo Memória de Agulha,
existente há 16 anos, do Grupo de Teatro de São Gonçalo do Bação, atuante há quase 30
anos, e da Associação Comunitária de São Gonçalo do Bação, fundada há 36 anos.
Apesar de ter sido inicialmente ocupada em função da busca por ouro de aluvião no interior
mineiro no século XVIII, após o fim do ciclo do ouro, São Gonçalo do Bação teve a sua
consolidação associada à realização de outras atividades socioeconômicas para além do
contexto extrativista. Destaca-se assim, a formação de entrepostos e comércios na
localidade, associadas à conexão com as antigas capitais Ouro Preto e Rio de Janeiro por
meio de ferrovias. O arrefecimento da atividade minerária contribuiu, assim, para a
predominância do caráter rural do povoado, bem como para o estabelecimento dos modos
de vida direcionados para os aspectos culturais e ambientais locais.
Contatos para entrevistas:
- Elias Costa de Rezende (Diretor de Comunicação da Associação de Moradores de São Gonçalo do Bação):
- Mauro Antônio de Souza (Fundador do Grupo de Teatro de São Gonçalo do Bação):
Assessoria de imprensa:
Elias Costa Rezende:
email: vozesdobacao@gmail.com
Elias Costa Rezende:
email: vozesdobacao@gmail.com
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