sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Pode ser que você esteja em casa, rodeado de gente querida. 

Pode ser que esteja longe de quem ama, tentando não demonstrar a falta. 

Ou pode ser que esteja sorrindo na mesa, mas cansada por dentro. Exausta de se explicar, de se adequar, de tentar agradar.


Seja como for, eu tenho um único conselho para você:

Nesse Natal, desmisture.


Desmisture-se do que disseram que você deveria ser. Da obrigação de segurar todos os pratinhos. Daquela cobrança velada que vem de provar que você deu conta.


Desmisture-se das opiniões alheias. Das críticas disfarçadas de conselhos. Dos olhares que te pesam os ombros.


Desmisture-se da culpa que não é sua.


Você não precisa entrar em todas as conversas.

Não precisa justificar a sua carreira, o seu corpo, suas escolhas, seu casamento. Nem o seu silêncio.

Não precisa provar que está feliz. 


Só precisa estar em paz.


Pense comigo: já não basta a vida com suas contas, seus boletos, suas demandas e seus dilemas? Já não basta o tempo que corre, o corpo que cansa e o futuro que inquieta? Por que misturar tudo isso com o peso da bagunça alheia?


Aquela indireta disfarçada de piada? Desmisture.

Aquela pergunta invasiva no meio da ceia? Desmisture.

Aquele comentário sobre sua roupa, seu trabalho ou seus filhos? Desmisture.


Afinal, desmisturar é fazer o que Deus fez na criação: separar luz das sombras. 


Porque amar, ao contrário do que a maioria pensa, não é se confundir com o outro.


Neste Natal, meu desejo é esse: 


Que você encontre o caminho de volta para si. Que você se abrace mais. Que se abandone menos.


E que, por mais difícil que pareça, você aprenda a se proteger do mundo sem precisar se esconder dele.


Desmisturar não é se retirar.

É conseguir ficar sem morder as iscas. 


É saber usar o silêncio mesmo quando você tiver muito a dizer.


Desmisturar é saber se proteger. Porque qualquer ser humano é capaz de te magoar, de te ferir e de te prejudicar. Mesmo aqueles que você ama, e mesmo aqueles que te amam.


Saber desmisturar é parar de rezar para que corra tudo bem e decidir que ainda que o caos aconteça, você se recusa a participar.


Um beijo, um Feliz Natal e, se puder, escreva para me contar como você está.


Com carinho,




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