Como fazer a minha roda da vida? - Júlia Horta
Crônicas
domingo, 16 de novembro de 2025
Novo estudo aponta que vício pode ser efeito de falhas no cérebro causadas por traumas e estresse
Um estudo liderado pelo Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela e publicado na revista científica Ciência Latina, propõe um novo modelo para entender o vício, baseado em alterações neurobiológicas observáveis e não mais apenas em questões comportamentais
Um novo estudo publicado na revista científica Ciência Latina sugere que o vício é, na verdade, resultado de falhas específicas na comunicação entre áreas do cérebro, falhas muitas vezes originadas ainda na infância, por traumas ou ausência de vínculos afetivos.
A pesquisa foi conduzida pelo Pós PhD em neurociências Dr. Fabiano de Abreu Agrela, em parceria com os pesquisadores Lincoln Nunes, Ricardo Ferreira e Cássio Pagnoncelli. Juntos, os autores propõem um modelo mais preciso e científico para entender o vício como um distúrbio de conectividade cerebral e não apenas como desvio de conduta ou transtorno emocional.
“O comportamento adicto não é uma escolha simples. Ele pode ser consequência de uma reorganização disfuncional de circuitos cerebrais afetados por estresse crônico e carência emocional na infância”, explica o Dr. Fabiano.
Um olhar mais técnico, mas mais humano
A nova abordagem abandona explicações vagas ou metafísicas sobre o vício. Em vez disso, foca em alterações mensuráveis no cérebro, como problemas nos circuitos dopaminérgicos e nas conexões entre áreas ligadas ao controle emocional, memória e tomada de decisão. Essas alterações são resultado de experiências ambientais negativas que moldam o cérebro desde cedo.
De acordo com os autores, a dependência química ou comportamental não surge de forma isolada, mas pode estar associada a déficits sociais, traumas e desregulação emocional profunda.
“Mapeamentos cerebrais mostram que padrões de memória emocional negativa podem ficar gravados em circuitos neuronais e gerar respostas automáticas disfuncionais na vida adulta. Isso ajuda a explicar por que tantos recaem, mesmo querendo mudar”.
“Tratamentos baseados apenas na conduta, sem entender a arquitetura cerebral por trás do comportamento adicto, podem ser limitados. A medicina de precisão e a neurociência clínica oferecem ferramentas para atuar diretamente nas causas do problema”, destaca o Dr. Fabiano de Abreu.
Um desafio social e terapêutico
Para os autores, essa visão ajuda também a combater o estigma social. Entender o vício como uma disfunção cerebral complexa é um passo importante para acolher melhor quem sofre, melhorar os métodos de tratamento e desenvolver políticas públicas mais eficazes.
“Vício é sintoma de algo maior. Se entendermos o cérebro, entenderemos melhor o ser humano e teremos mais chances de ajudá-lo”, finaliza o Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
Dr. Fabiano também possui registro de jornalista, tendo seu nome incluído no livro dos registros de recordes por conquistar quatro recordes, sendo um deles por ser o maior criador de personagens na história da imprensa.
China além do turismo tradicional: uma jornada de conhecimento
*Por Paola Gulin
A China é um país de contrastes: está entre tradição milenar e inovação tecnológica, espiritualidade e urbanismo, silêncio e superação. Mas o que acontece quando esse território é explorado não como turista, e sim como leitor um de culturas? Com essa proposta, desenhei uma jornada imersiva pelo país.
Durante semanas, percorri a China em busca de experiências que revelassem uma região sensível, longe dos estereótipos. A viagem me transformou profundamente. Enxerguei uma China que não aparece nos guias: silenciosa, refinada, cheia de nuances.
Paradigmas quebrados: Me surpreendi com cidades limpas, organizadas e um povo extremamente hospitaleiro. Tudo que eu achava que sabia sobre a China foi desfeito ali.
Memória e tradição: Em Xi’an, os Guerreiros de Terracota e o ponto de partida da Rota da Seda revelaram a profundidade da cultura ancestral chinesa. Foi um momento de respeito e conexão com o passado.
Um olhar moderno: A infraestrutura de transporte, os trens-bala e os arranha-céus mostraram uma China futurista. Viajar para a China é conhecer o passado e o futuro ao mesmo tempo.
Trocas genuínas: A visita à casa de Liu, morador de um Hutong em Pequim que viveu a Revolução Cultural, foi uma aula viva de história. Conversar com ele foi como abrir um livro vivo sobre a China.
Um hotel para guardar na memória: O Sugar House, em meio às montanhas de calcário, é um antigo engenho reformado. Ali o tempo corre em outro ritmo. Foi um dos lugares mais marcantes da viagem.
Para quem quer ir além: Longji Village, cercado por plantações de arroz, ofereceu paz, autenticidade e conexão com a natureza. A vista era deslumbrante, mas o silêncio foi ainda mais impactante.
Gastronomia surpreendente: Em Chengdu, descobri o Mi Xun Teahouse, restaurante vegetariano com estrela Michelin. Foi a primeira vez que comi em um vegetariano com estrela Michelin. Verde, estético e delicioso.
Grande Muralha da China: Mais do que visitar, vivi a muralha: pratiquei Tai Chi Chuan em sua extensão. Os movimentos lentos e precisos ecoam até hoje. Foi uma experiência espiritual.
O encontro fofinho: No santuário de pandas em Chengdu, participei de projetos de conservação. Passei o dia com pesquisadores, preparando alimentos e aprendendo sobre os pandas. Excesso de fofura e aprendizado.
Com a recente isenção de visto para brasileiros, a China se torna um destino mais acessível. Uma viagem indispensável que deve ser vivida em roteiros que vão além do turismo convencional, a partir de experiências únicas de imersão cultural e reflexão. O país vai fascinar quem busca uma leitura profunda de lugares por meio de encontros, paisagens e histórias que transformam não apenas o itinerário, mas o olhar de quem percorre.
*Paola Gulin é sócia fundadora da Nomad Roots (www.nomadroots.com.br), produtora de viagens com conhecimento.
Eduardo Betinardi
P+G Trendmakers
E-mail: eduardo@pmaisg.com.br
Site: www.pmaisg.com.br